Na porta no centro de missões, já tendo recebido minha tarefa, olho para o céu e tento recuperar meu ânimo — a noite anterior foi uma das piores, estava cansado —. Respiro fundo e forço um sorriso. Coloco a mão sobre os olhos simulando um boné e começo a pensar vagamente num plano, mas abandono isso e saio correndo em direção à academia. Sabia que estava sendo impulsivo, mas já começava a imaginava o que o garoto estava passando, afinal de contas, não corresponder às próprias expectativas era um velho sentimento que nunca me abandonava.

Aumentava um pouco a velocidade, mas diminuía pouco antes de chegar, não queria demonstrar afobação — imaginava que o oposto disso não seria muito profissional —. Então, sem falar com ninguém no caminho, talvez por estar imerso em meus pensamentos, vou direto até o garoto com calma. Abaixo meu capuz e ando com as mãos nas costas, querendo não representar qualquer ameaça. E logo que o vejo sentado, quase que sinto o mesmo que ele. Paro um pouco, e penso...

Volto e entro na academia atrás do professor avaliador do último ano. Coloco os braços retos ao lado do corpo e me curvo.

— BOM DIA, SENSEI(Gritava)! Peço desculpas por atrapalhar o seu trabalho, mas eu imploro que dê mais uma chance para o garoto lá atrás...
— Se me contar o porquê dele ter falhado, eu ofereço a minha vida para ajudar a corrigir e ajudá-lo a passar.

Ficaria curvado até que o professor aceitasse... mas se ele recusasse, eu me curvaria mais e bateria com toda força a testa contra o chão. Estava confiante de que ele tinha os conhecimentos básicos, mas que a aplicação teria falhado em algum momento, já que tinha chegado no último ano. Só se sentem frustrados aqueles que se esforçaram, e o esforço e a essência do espírito ninja.

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Ouvia e entendia bem a situação. O professor estava correto, a falta de coragem era muito mais que um vício para um ninja, pessoas poderiam morrer por causa disso, mas eu também me lembrava de que esse era um dos meus defeitos. Obviamente, no entanto, não existe uma receita para cultivar coragem em alguém, e eu não sabia muito sobre o garoto. Então, depois de pensar um pouco, bolava um plano arriscado.

— Sensei, preciso da ajuda do senhor. É claro que eu não conseguiria derrotar o senhor, mas é disso que precisamos. Vamos forçar o Mitsuki a se mover, mesmo diante de um inimigo capaz de vencer o senhor. Vamos fazer com que ele se sinta responsável.

Continuava a explicar ao professor no caminho para o pátio, onde pedia para que ele ficasse esperando. Logo em seguida, usava minha Kekkei Genkai para cobrir meu corpo com aço, me deixar mais alto e usava o mesmo processo para mudar um pouco meu rosto e deixá-lo mais horripilante, depois usava cintilação para surgir bem diante de Mitsuki, acompanhado por mais dois Bushin's.

— Pirralho, diga onde está o seu sensei!
— Não temos tempo para sua choradeira... — O pegava pegava pela gola da camisa, e o erguia contra a parede.

Já esperava que ele não fosse reagir contra mim ali, então o soltava e andava em direção ao pátio. Assim, eu mais do que esperar, eu estava rezando, para que ele me seguisse. Chegando no pátio, me certificaria de que ele estivesse olhando, e como já estava combinado com o professor, nós simularíamos uma luta, na qual ele(seu clone) ficaria em desvantagem, enquanto ele avaliaria do alto do telhado da academia. No ápice da luta, me prepararia para dar o golpe final, e olhando para Mitsuki, o lançaria um olhar maligno, estimulando sua coragem.

— E aí, pirralho?! Vai ficar só olhando enquanto eu mato seu sensei? Achei que você fosse um ninja...
— Essa bandana que você tá segurando... é só de enfeite?

Se funcionasse, ele iniciaria um combate contra mim, mesmo que pensasse em mim como alguém superior, e o professor estaria olhando e avaliando seus movimentos, bem como sua coragem em um momento decisivo. Estava com minha pele de aço, mas se ele usasse algum jutsu ou arma especial, estaria disposto a me ferir para dar confiança a ele.

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O garoto age mais rápido do que eu esperava, e nem restava tempo para curtir o sucesso do meu plano, as chamas que viam em minha direção era de uma técnica de alto nível, e minha armadura não me protegeria muito. Segurava, então, o sensei com a mão direita, rolava na direção contrária a das chamas, usaria o Ki Nobori no Shugyō invertido contra a barriga do clone para o empurrar na direção das chamas, e contra Mitsuki, mas também me jogar para trás. Tudo isso na minha máxima velocidade.

O clone do professor só serviria para causar hesitação no garoto e me deixar com uma pequena folga para escapar do ataque inesperado. E logo que completasse o movimento, daria umas cambalhotas para trás até alcançar a parede, onde planejava pegar impulso para a próxima investida. Aquilo estava ficando divertido. Na parede, usaria Ki Nobori no Shugyō para me fixar, enquanto concentraria o máximo de chakra para me empurrar, usando a técnica de forma invertida, isso junto com cintilação para ocultar meu trajeto.

Não tinha intenção de causar ferimentos nele, isso só serviria para me aproximar do garoto, e nesse impulso, me jogaria para perto dele, o abraçaria de repente e inesperadamente.

— Calma, calma, Mitsuki-san! — O seguraria até que se acalmasse.
— Cara... o que foi isso?! Isso foi sensacional! Seu professor tava em perigo, e você foi lá e lançou um Katon irado. Quase me deixou careca... Meu Deus!
— Isso foi bom demais! — Tiraria minha armadura de aço, revelando minha Bandana de Kumo.
(...)
— Sensei, qual o seu veredito? Nós conseguimos?

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