風邪

As batidas em minha porta logo cedo me acordavam, parecia que não haveria folga para mim por um tempo. Me levantei e ainda com as roupas de cama e sem as bandagens em meu rosto fui até a porta e a abri pouco, de forma que eu não aparecesse para a pessoa do outro lado.

- Quem é? - Falei quase num resmungo sonolento.

Não tive resposta, mas vi o pergaminho sendo enfiado pela fresta da porta, estava óbvio o que se tratava. Peguei o item e pude ouvir o mensageiro desaparecer com o shunshin no jutsu da frente de minha casa. Voltei para a cama e me joguei de costas nela. Abri o envelope para chegar seu conteúdo e claro, outra missão.

Alguem esta assassinando gennins que são considerados prodígios na vila, seu dever é dar um basta nisso, antes que as pessoas acabem desistindo de enviar seus filhos a academia.

- Assassino de crianças... -

Era hora de me preparar para sair de casa e começar a minha investigação sobre quem era o sujeito. Ao menos a descrição me dava animo para levantar.

風邪

Pouco depois de começar a rotina comum da manhã estava andando rumo à torre administrativa de Suna... Como de praxe, Nagini vinha enrolada em meu pescoço durante todo o percurso. Sentia que os superiores tinham uma grave mania de enviar missões com informações incompletas, nos obrigando a ter de ir à encontro de conseguir por conta própria coisas simples que podiam já ter especificado para que não perdesse tempo.

- Bom dia, eu gostaria de algumas informações, por favor, os genins que foram assassinados, preciso de seus nomes e endereços.

Falava calmamente com o rapaz na recepção, logo ele me respondia positivamente junto a um pedido para que eu aguardasse. Se abaixou e levantou novamente com uma caixa lotada de arquivos, por um segundo pensei que aqueles fossem todos os genins que perderam suas vidas, mas me tranquilizei quando o vi começar a pesquisar.

Fiquei alguns minutos parado ali na frente, inerte enquanto ele folheava calmamente os arquivos até que pudesse finalmente encontrar o que eu havia solicitado.

[color=orange] - Aqui está, senhor. - [ /color] Ao menos, estava tudo em uma só pasta, segurei e me sentei ali mesmo no chão ao lado da recepção, com as pernas cruzadas para verificar as informações com paciência e tentar criar uma lógica para avançar minha progressão na resolução do caso.

風邪

Algumas horas dentro do qg foram suficientes, segundo minha análise, pude identificar que todos os mortos eram da mesma classe durante a academia e possuíam ótimas notas e avaliações. Fazendo a comparação com a ficha dos outros genins, dois possuíam perfis similares, de tal maneira agora faltava apenas arriscar e escolher um deles para vigiar.

O escolhido havia sido um genins de sete anos, era o mais novo dentre os outros três e talvez fosse considerado um prodígio maior que os outros, podia ser um alvo iminente.

O rastreamento do garoto não foi fácil, tive a necessidade de rodar por algumas horas até encontrá-lo, já que o mesmo não estava em sua casa. O garoto se encontrava em um ambiente de encontro, uma praça mais especificamente, rodeado de amigos ele demonstrava alguma de suas habilidades e se gabava por ter sido um dos genins mais jovens da história de Suna.

Durante cerca de quatro horas, segui o garoto sem ser notado. A noite caiu e com isso as crianças se dispersaram, inclusive o protegido. Ele se despediu de seus amigos com um ar de superioridade e então caminhou calmamente pelas ruas e vielas, despreocupado com tudo e todos.
A algumas quadras da casa da criança, pude notar algumas movimentações bruscas por entre os telhados, não conseguia identificar quem era, apenas ouvia seus passos pesados pelas estruturas.

風邪

Os ruídos de passos cessaram e eu não havia conseguido identificar exatamente a localização de meu possível inimigo, o assassino de genins, por isso pretendia fazer uma antecipação ao possível ataque. Desembainhei minha espada sem emitir qualquer barulho e a empunhei preparando-me para o que poderia ocorrer. Eu confiava em minha velocidade e em minha lâmina mais do que qualquer coisa, por isso sentia que poderia impedir uma futura investida mortal na direção da criança, ao menos era esse meu plano, se fizesse movimentos bruscos o sujeito poderia fugir e isso seria péssimo.

O assassino se levantou em cima de um dos prédios baixos, certamente não havia se dado conta de minha presença, um futuro membro do esquadrão anbu, por consequência ele se pôs em uma postura de ofensiva, era clara a intenção dele nesse momento. Com uma kunai empunhada em mãos, ele fez uma rápida e direta investida na direção do garoto, sua velocidade era impressionante o seu instinto assassino era quase admirável, se não fosse contra uma mera criança.. Eu precisava agir rápido. O assassino não tinha intenção alguma de falar frases de efeitos antes de executar a criança, ele era frio e receberia sua sentença em breve pelas minhas mãos.

風邪

Antes que o inimigo desse o primeiro passo, acelerei na direção do garoto e o defendi colocando a espada entre nós e o assassino, que no mesmo instante me olhou assustado, não consegui reconhecer a figura, definitivamente não era alguém de Suna, por que estava fazendo aquilo? Quando avancei para acertar um golpe que pudesse desbancar o outro, ele desapareceu em um monte de fumaça.

- Um clone? - Ele era mais cuidadoso do que eu imaginava. Me virei para verificar se o Genin estava bem e ele tinha um olhar de panico estampado na face, não era por menos, o garoto tinha acabado de assistir a morte bater em sua porta, passar o dedo entre seus cabelos e no último instante ser salvo.

A questão de ser um clone ainda ficava em minha cabeça.. Como ele sabia que apareceria alguém? Para estar prevenido dessa forma...

- Entre e não saia de casa esta noite. - Falava rápido, em minha memória buscava o momento que estava checando as fichas e percebia algo... Eram 4 /genins mortos até o momento... Dois por noite... Se não eram uma dupla de assassinos, ele estava usando um clone da sombra para executar o trabalho. Quando meu raciocínio batia na tecla de confirmação escutava um grito ecoar pela noite densa.

風邪

O grito agudo ecoou por Suna, não era de uma criança, isso podia ser um bom sinal, abandonando aquele garoto que corria para entrar dentro de sua casa, com um só salto subi no telhado mais próximo e acelerei o meu passo, o mais rápido que eu podia ir e além, para chegar ao local de origem daquele grito desesperado. Segundos eram o suficiente para que conseguisse e quando chegava, tristeza era tudo que eu podia encontrar.

Vi uma mulher abraçada com o corpo de um garoto, ela chorava desesperadamente gritando por ajuda, enquanto aos poucos outros chegavam até ali. Desci ainda em alta velocidade para averiguar melhor a situação. - Deixe-me vê-lo. - Disse brevemente enquanto quase empurrava a mãe para que ela largasse a criança, não tinha habilidades medicas, mas os olhos dele piscava um pouco e seu corpo fazia pequenos movimentos, como se estivesse tentando lutar para continuar vivo. Peguei o garoto em meus braços e me levantei, a mulher chorava ainda desesperada pela vida do filho, não falei absolutamente nada, sequer pensei em me explicar para a mulher, saltei para os telhados e voltei a correr em toda a minha velocidade para chegar ao hospital, mesmo que as chances do garoto fossem pequenas.

風邪

- Rápido! Algum médico! Rápido!! - Gritava assim que chegava no hospital, fazendo imediatamente com que todos olhassem para minha direção. O garoto em meus braços estava frio, pálido e eu não tinha como curá-lo, a sua única salvação seria aquele hospital e esperava verdadeiramente que ele tivesse forças para continuar lutando e ficar vivo.

Logo uma equipe chegava com uma maca que já colocavam-no deitado e corriam rumo à ala de emergência. Me sentei ali em uma das cadeiras, estava indignado com aquilo, se eu tivesse pensado nisso antes, talvez se tivesse juntado todos no mesmo lugar evitaria isso... Como poderia agir agora? Se o assassino evitasse cometer alguma outra morte por conta de eu ter visto seu rosto. Droga! Droga! Droga! Podia sentir algumas lágrimas caindo de meu rosto, mas continuei em silêncio tentando manter uma certa compostura de acordo com minha patente.

Algum tempo depois que eu chegara ali com o garoto, sua mãe entrava correndo e ao me ver vinha diretamente em minha direção, limpei as lágrimas de meu rosto e me levantei para recebê-la.

- Como ele está? Como meu filho está!? -

- Eu ainda não recebi noticia sobre ele... Precisamos aguardar. - Finalizava.

風邪

Mais algumas dezenas de minutos se passavam e finalmente uma médica surgia e me chamava a familia para perto, continuei de longe apenas usufruindo de minha boa audição para escutar toda a conversa, mas nem teria precisado disso, apenas pela reação da mãe eu já teria conseguido minha resposta.

- Infelizmente ele não resistiu. - Apesar de todo o meu esforço, aquela pobre criança tinha perdido sua vida. Me levantei enfurecido chutando a primeira cadeira que vi em minha frente, fazendo-a voar alguns metros e cair no chão. Antes que qualquer tipo de segurança ou alarde fosse feito, saí do hospital com sangue nos olhos, enquanto observava minhas mãos e roupas sujas com o sangue daquele pobre garoto que teria um futuro brilhante pela frente.

Era um sentimento de extrema angustia, e agora, o que eu poderia fazer? Como capturar aquele maldito sujeito... Olhei para a lua como se pedisse algum tipo de resposta para o corpo celeste, até que finalmente me surgia algo em mente. Uma cicatriz abaixo do olho, por mais difícil que tivesse sido ver o rosto do homem por completo, lembrava de duas características, uma cicatriz abaixo de olho e cabelos pretos. Era a minha melhor forma de encontrá-lo precisava agir e acabar com isso ainda esta noite... Que certamente ele ainda não tinha fugido da vila.

風邪

Corri outra vez em direção ao setor administrativo de Suna, não tinha muita ideia se isso daria certo, mas eu precisava tentar. Chegando, ia novamente até a recepção e lá fazia o meu pedido.

- Quero um registro de todos os Nukenins de Suna, qualquer que tenha sido o crime, eu quero que me traga imediatamente. - Falava com certa brutalidade, estava ansioso e indignado com a situação, se fosse necessário folhearia quinhentas páginas para encontrar aquele que queria. Cerca de meia hora depois o rapaz voltava com uma caixa repleta de arquivos, e falava calmamente que todos estavam ali, mas eu não podia sair carregando eles, normalmente, não eram cópias.

- Certo. -

Olhei ao meu redor e vi uma mesa onde eu poderia me sentar para fazer a pesquisa, além de constar que o lugar estava completamente vazio.

- Você, me ajude aqui! Precisamos encontrar um homem de cabelos pretos com um corte abaixo do olho esquerdo, um corte na horizontal, ele deve ter por volta de vinte e cinco anos. -

Falava com o rapaz que tinha acabado de me entregar a caixa, eu não tinha muito tempo e toda ajuda para aquilo era bem vinda, se só tinhamos nós dois ali, então seriamos nós a vasculhar cada pedacinhos daqueles arquivos.

風邪

A madrugada se aproximava, eu e Fon, continuavamos olhando atentamente cada um daqueles arquivos, até que finalmente meu colega chamou minha atenção.

- Este não tem cabelo preto.. Mas olha essa cicatriz. - Meus olhos quase saltaram de meu rosto ao ver a imagem do sujeito, mesmo sem o tom escuro no cabelo eu conseguia reconhecê-lo, era exatamente quem eu estava procurando. - Aqui diz que ele já foi preso por pequenos furtos... Mas sair disso para virar assassino de crianças, é meio estranho, não? - Neste momento pouco me importava as motivações do homem, eu precisava e queria vingar a morte de todos os garotos, dar algum conforto para aquela mãe.

- Obrigado, Fon. Estou indo. - Me levantei pegando a espada que deixara ao lado da mesa e saí sem responder a pergunta de meu colega. Corria com grande velocidade em direção ao endereço marcado na ficha daquele que tinha como nome Fudaki Haruna, sabendo que sua vida seria findada nesta noite. Pulei de casa em casa para chegar até o local marcado, no resgistro de Fudaki constava que ele tinha se tornado chunin mas fora expulso do esquadrão ninja de Suna por conta de suas atitudes. Tinha que descobrir os motivos dele para fazer isso, mas não o perdoaria.

風邪

Finalmente chegava até a localização, primeiro rondei toda a casa, furtivamente buscando enxergar quantas pessoas tinham na residência, caminhava devagar prestando toda atenção nas janelas. Pouco tempo era suficiente para isso. Somente uma pessoa estava dentro daquela casa e mesmo que sua silhueta no escuro não me permitisse saber quem era, tinha toda certeza que meu alvo estava ali sentado naquele sofá olhando para o vazio. Entrei pela mesma janela que estava vendo a forma.

- Fudaki Haruna, você está preso.. Seu - Minha fala era cortada quando a pessoa se virava para mim e ali podia ver o rosto de um homem, um senhor com os olhos espantados.

- É minha culpa ele ser assim, é minha culpa.

Tinha certeza de ter verificado todas as janelas, ele não estava em comodo algum, mas olhava ao redor e começava a caminhar pela casa enquanto ignorava os sentimentos do velho, possivelmente o pai do assassino, talvez avô.

- Diga! Onde ele está! Diga!!! - Gritava sacudindo o senhor de idade que parecia se negar em dizer a localização de Fudaki, mas minha paciência estava se esgotando rápido, saquei minha espada e a apontei para a garganta do homem, ao mesmo tempo em que deixava meu chakra fluir densamente pelo local em uma total intimidação.

- Onde ele está? -

- Está fugindo infiltrado em um comboio.. -

風邪

Devia admitir que estava cansado de tanta correria, mas agora, na reta final, eu precisava dar um gás ainda maior para pergar o assassino dos genins. Saí da casa e acelerei indo em direção aos portões do vilarejo, o sol ja começava a surgir no horizonte e ao fundo podia ver o comboio se aprontando sair junto à uma caravana de carruagens.

- PAREM! - Anunciei aos gritos quando chegava perto dos veículos, obviamente um dos homens, provavelmente superior veio ao meu encontro perguntar o que estava havendo, sequer precisei me explicar para ele, vi sair em um pulo sair correndo em direção oposta Fudaki, não perdi tempo me explicando para o Jonin que me questionava.

Dei um salto e saquei a espada ainda no ar, onde utilizava uma técnica de samurai para atacar o sujeito. Iaido. O corte era limpo e preciso em suas costas, fazendo-o cair no chão choramingando de dor.

- Não, por favor, não me mate, por favor, eu precisava do dinheiro, me ofereceram, eu conto tudo. - Feito o verme que era, Haruna implorava pela sua vida. Me abaixei ao seu lado e levantei sua cabeça pelos cabelos.
- Você tem sorte de eu não te matar aqui, sorte que tem muita gente olhando. - O tamanho de meu ódio para com ele sequer me fazia notar que tinham pessoas por trás. Apenas informei ao Jonin o ocorrido e logo ele ordenava que alguns guardas daquele mesmo comboio levassem o assassino para interrogatorio. Minha parte estava finalizada.