RPG ROLEPLAY AMBIENTADO NO UNIVERSO DE NARUTO
Shinobi World
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Lua Sangrenta
Arco 5 - Ano 785
Com a interrupção durante o Torneio Shinobi, Shin mostrou ao mundo seus verdadeiros poderes. O revelado Primeiro Hokage liberou sobre a Nuvem uma gigantesca besta de dez caudas que destruiu grande parte da Vila, se mostrando uma antagonista capaz de se opôr mesmo à quatro das cinco Sombras unidas. Com a união de todos os ninjas das cinco nações e alguns renegados, a besta foi finalmente derrotada.

Mas, para a surpresa de todos, o verdadeiro caos veio quando Shin liberou seu verdadeiro poder — Shinra Tensei —, assolando Kumogakure praticamente inteira. E, com o fim da batalha na Nuvem, um olhar sanguinário brilhou no céu, com a revelação da Lua Sangrenta.Um ano após os acontecimentos no País do Relâmpago, uma grande fissura surgiu na superfície da Lua Sangrenta, causando especulações de todos os tipos. As Nações, mais uma vez banhadas na incerteza e insegurança política, se vêem em uma tensão que pode eclodir em uma guerra à qualquer instante, entre qualquer uma delas. O ciclo, outra vez, se inicia.
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Os cadaveres falam



A

O ar estava úmido e o vento roçava sobre os telhados das casas. As folhas secas dançavam teimosamente sobre as calçadas que os anciões e donas de casa tentavam manter limpos. Era evidente que a teimosia tinha um papel importante naquele bairro, foi com ela que os próprios moradores queimaram a casa de uma mulher suspeita de ter assassinado algumas crianças em nome de uma divindade obscura, ou foi com ela que conseguiram lixar um segundo homem que foi indiciado pelo crime de estupro. Aquele local fedia a moralidade barata e qualquer pessoa que ousasse desafiar o “bairro” e as “pessoas decentes" teriam o mesmo fim.

Os moradores agora viraram seus olhos para o mais novo “serial killer", um velho senhor de pouco mais de setenta anos que trabalhou sua vida inteira nos necrotérios da cidade. Sua vida reservada e de poucos amigos trouxe a desconfiança dos vizinhos quando começou a reforma em sua residência, transformando-a em um novo necrotério para guardar os cadáveres, pois, apesar de sua idade avançada ele ainda era o melhor dissecador da vila e portanto, foi impedido de conseguir sua almejada aposentadoria, afinal, trabalhar com mortos era uma arte que poucos tinham conhecimento e que sempre precisava de mão de obra, que aguentasse o cheiro de alfazema e formol.

Foi quando ele a viu passar pela primeira vez, ele era uma pessoa com forte conhecimento na área de estudo do rosto e das pequenas e insondáveis demarcações que delimitavam uma pessoa fria e calculista de uma pessoa normal, e para trabalhar naquele local era necessário acima de tudo, o sangue frio e uma sociopatia quase mórbida. Compreendeu assim que passou os olhos na ficha dela que ela não era normal, portanto perfeita para aprender o que ele sabia da dissecação e domínio do preparo de cadáveres. A morte logo se aproxima dele e portanto, queria deixar um legado para alguém.









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O Sussurrar dos MortosParte I de X



Tomie estava escorada na parede de um quarto escuro, enquanto baratas e todos os tipos de seres peçonhentos caminhavam pelo lugar. A janela estava fechada e, com isso, todos os odores estavam hermeticamente selados com ela. Os miasmas que viajavam de um ponto a outro da sala, com aquele aspecto fantasmagórico terrível, iam e vinham por entre as narinas irritadas da garota, enquanto, ao lado de uma cama composta por fezes, urina e vômito, o que sobrou de um homem estava dependurado, com o rosto contorcido e a barrigada inchada pelos gases produzidos durante a decomposição de seu corpo.

— Então você conseguiu se matar, papai, e me deixou sozinha... Agora eu estou sozinha. — Ela olhou pela janela, naquela casa abandonada que ficava num lugar muito esquecido da aldeia, viu no horizonte o Sol desaparecendo timidamente, enquanto seus raios de luz abençoavam algumas poucas pessoas daquele mundo. Sentiu uma imensa vontade de abrir a janela e, quando o fez, seus cabelos flutuaram com o vento gélido daquele fim de tarde, pensou em seu pai, nas memórias que tinha com ele, lembrou da mãe e da irmã e, por um segundo, achou que iria chorar, mas não conseguiu. Ela não estava triste, nem de luto, a morte, portanto, não era um conceito, pois a vida, pra ela, nunca existiu, não existia vida naquele mundo, na verdade, a única coisa real era ela e, mesmo isso Tomie questionava, afinal, era incapaz de sentir qualquer coisa, como alguém incapaz de sentir a morte do próprio pai, mãe e irmã, poderia ser de fato alguém? Mas essa, pensava, era a realidade, e não se abateu por ela, aquela frustação inicial de que sentiria alguma coisa por aquela morte desapareceu à medida que o cheiro daquele cadáver putrefato se tornava mais intenso. Se aproximou do corpo, o rosto contorcido e roxo, a língua tumefata, tudo isso compondo aquele quebra cabeça de cores azuladas. Tocou a testa e desceu sua mão até os lábios, sentiu como eles estavam gélidos, depois, pousou seus lábios quentes sobre o dele, enquanto tentava penetrar com sua língua aquela boca cerrada, sentindo o gosto da morte inundando a sua boca. Sua mão escorregou por aquele corpo, e um prazer inexplicável tomou conta de si, assim como um biólogo se empolga ao descobrir um novo vírus que poderia extinguir a humanidade, ou um astrônomo ao notar um cometa em rota de colisão com a terra. Ela se tornou um só com aquele cadáver e sentiu, por um momento, uma explosão tomar conta de sua mente e um choque percorrendo cada célula de sua existência, até que caiu, ofegante, ao lado daquilo. — Tchau, papai — disse, acariciando seu rosto. — Espero que, espero que... — E saiu dali.

A menina estava sabe-se lá aonde, andando em direção a alguma coisa que mesmo eu, um narrador onipresente, não sei. Ela não sabe o que encontraria, mas, se encontrasse, esperava que fosse o grande amor de sua vida, a morte!


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Os cadaveres falam



Os passos da emissária da morte a levaria ao ponto entregue na carta. Uma casa que aparentava ser diferente de todas as outras dos arredores, sua construção não seguia o padrão nipônico. Os gigantescos muros impediam os curiosos de verem o que havia alem de suas barreiras de concreto, porém, pelas frestas do gigantesco portão de ferro com o símbolo Shi empregado nele era possível ver uma casa com tons europeus, quatro colunas davam sustentação nas bases laterais de uma varanda, sua pintura era de tons pastéis claros e a grama estava bem aparada. Duas grandes árvores de cerejeira ressequidas pela velhice gemiam tristemente à medida que o vento percorria suas galhas secas.

Assim que se aproximou mais um pouco o portão se abriu lentamente, ativado por velhas engrenagens que aparentavam saber da visita da kunoichi. A frente havia um homem de uns setenta ou oitenta anos de idade, as rugas criavam sulcos profundos por entre as pálpebras caídas, suas mãos repousavam sobre uma pequena muleta e apesar de ao longo dos anos a idade ter conseguido curvar o corpo do ancião ele ainda era bem mais alto que a jovem, tanto que ao se aproximar precisou se curvar levemente para poder enxerga-la melhor.

— Você é a ninja que eu vi nos relatorios, criança, tenho trabalhado como medico legista por minha vida toda, e creio que ja esta na hora de passar meus ensinamentos para os mais jovens.— Ele tossiu.— Você estaria interessada em aprender?—

Caso a ninja aceitasse a proposta do senhor, ele a encaminhará para dentro de sua mansão.

A casa era ainda maior por dentro do que aparentava, o primeiro cômodo era a sala de estar, um local com cerca de cinquenta metros quadrados onde uma mesa de centro havia sido perfeitamente posicionada com um gigantesco lustre de esmeralda e pedras preciosas, quadros enfeitavam suas paredes, a maioria dela de natureza morta, exceto por um em que mostrava o medico com uma aparencia muito mais jovial ao lado do que aparentava ser sua familia, no entanto, não era nada disso que atraia a atenção e olhares, mas sim a quantidade inimaginável de animais empalhados, sua pele, textura e penas eram tão bem conservadas que somente um olhar muito atento para ver que aquelas criaturas jaziam sem alma.

— Por favor, fique aqui por um instante, uma de minhas criadas estara trazendo um chá para você… eu preciso assinar algumas papeladas do ultimo trabalho que fiz.—









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O Sussurrar dos MortosParte II de X



Tomie não era adepta a arquitetura, de maneira que ao notar cada aspecto da construção que se projetava sobre ela, não denotou mais que uma expressão de indiferença. Para ela, as construções, simbolizavam algo, ou seja, elas eram mais simbólicas que físicas e, sua manifestação no espaço, estava associado a mensagem que essas trolhas de concreto queriam passar. Para além da arquitetura, portanto, mais importante era entender o que estava por trás das coisas, essas sim significavam algo, embora ela, na maioria das vezes, não pudesse indicar o que era.

Ao se aproximar do portão ela se abriu num rangido, Tomie foi pega de assalto, mas, não demonstrou isso, tanto por que já estava acostumada, quanto que não seria surpresa algo do tipo acontecer em uma construção tão espalhafatosa. Foi recebida por um velho esguio, com uma aparência corroída pelo tempo. Sua altura, depois de sua idade, era o que mais chamou atenção da shinobi, assim que o viu realizou o tradicional ojigi, uma mesura, e então exibiu um sorriso opaco, não revelando em sua expressão, nem ansiedade, nem alegria.

Ouviu as palavras do velho com certo desdém, como assim criança? Aquele verme sabia que estava falando com uma deusa? Ainda assim, deixou que prosseguisse e ficou realmente empolgada com o que o ancião propôs. Quem visse Tomie, naquele momento, conversando com o velho, poderia até pensar que ela era só mais uma adolescente comum, indo atrás de conhecimento, ansiosa pelo futuro e outras coisas mais. Respondeu que sim, balançando a cabeça para reforçar sua resposta, enquanto seus cabelos negros escorriam pelo seu rosto. Retornou, após o movimento, seu olhar para o rosto carcomido do ancião e seguiu para dentro da casa. Por dentro as coisas se tornavam ainda mais interessantes, Tomie observou aquele quadro onde o velho aparecia numa versão mais jovem, ao lado do que poderia ser sua família, além dos diversos animais empalhados, espalhados como alguma espécie de troféu.

— Ok — disse Tomie.

Enquanto esperava o retorno do homem e da criada com o chá, Tomie andou pela sala, olhando cada detalhe que compunha aquele lugar, os animais empalhados e a mobília, bem como dedicou grande parte desse tempo livre para olhar melhor para o quadro, enquanto caminhava de canto a canto, lentamente, a espera de seu anfitrião.



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Os cadaveres falam



Os  Todo aquele ambiente sinistro era relativamente interessante para a menina com a alma de Kali. Pouco após a saída do médico, uma mulher com roupas de empregada se aproximou com uma xícara de chá. Suas vestes cobriam quase todo seu corpo, exceto pelas mãos pálidas com dedos anormalmente longos e finos, mas havia algo de anormal naquela mulher, algo que a fazia qualquer um que olhasse para ela ter a sensação de estar caindo diretamente no vale da estranheza, talvez fosse sua pele pálida ou os lábios tingidos de vermelho mas que demonstravam pequenos sinais de ranhuras, ou fosse o fato dela nunca aparentar piscar ou seus olhos parecem estranhamente mortos e sem vida.

Havia outros aromas estranhos na mulher, acetona, alcatrão e álcool isopropílico.

— Seu chá, senhorita— Disse a mulher em um tom metalico e automatico.

Pouco tempo depois ela se retirou do local com um breve aceno da cabeça.
O medico voltou com uma pequena papelada em mãos, algumas fotografias de pessoas mortas e outros documentos de termo contratual.

— Desculpe pela demora.— Disse em um tom calmo.— Por favor, quero que olhe essas fotografias, elas são dos corpos, quero que esteja ciente do tipo de profissão que ira seguir, muitas pessoas não podem compreender o nosso trabalho aqui, e de um tempos para cá, estou convicto de que querem me expulsar desse bairro, então se eu tivesse uma assistente mais nova era capaz deles não me importunar mais.—

Ele levantou com certa dificuldade uma bolsa de ferramentas ninjas e com o cuidado de um verdadeiro mestre a depositou sobre a mesa.

— Essas são as ferramentas de trabalho, no meio dessa papelada estão os nomes de cada uma delas, quero que decore elas para que após isso possa te levar para o salão de preparação de corpos.—









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O Sussurrar dos MortosParte II de X



A mente é como um cristal, tão bonito, complexo, criado em condições específicas e, a depender, se quebra tão fácil quanto um papel pode ser rasgado. Enquanto deixava sua mente viajar por entre as paredes, pelos objetos e história, Tomie pensava em si, em tudo que acabara de acontecer em sua vida e, como mesmo assim, ela permanecia impassível. Talvez, pensou, seria mais fácil matar o homem e a suposta família dele, talvez, só talvez, colocar a cabeça dele como troféu na parede de sua casa, vendo seu rosto contorcido fosse uma coisa boa. Aquele desejo quase insano a qual se submetia, abriu-lhe um sorriso, quase como um prêmio, enquanto permanecia, assim como um fantasma, olhando para a parede.

Seus pensamentos foram interrompidos pela chegada de uma mulher, se é que ela podia ser chamada de mulher, seu cheiro e corpo, lembravam Tomie um fantasma, ou algum tipo de criatura, fruto da profanação do mundo dos mortos. Ela olhou a mulher e deu-lhe um sorriso, pegou a xicara e, não escondendo a curiosidade, perguntou quem era aqueles a quem estavam pintados no quadro. Depois viu a mulher sair, acompanhando seu movimento, interessada pelo tom melancólico dela, afinal, onde a ninja tinha se metido, afinal?

Com a chegada de seu anfitrião, mais uma vez Tomie assumiu aquela sua expressão de alegria comedida, pegou as fotos e enquanto analisava, absorvia o que era dito pelo velho. Os corpos não impressionaram a garota, isso é óbvio, até porque, para ela, os corpos eram o fim, o prêmio para algo que, sim, valeu a pena, que é a violência. A violência de um homem contra outro, ou de uma doença, de um acidente, tanto faz, para ela mais interessante era saber a causa mortis, entender porque estava olhando corpos e não gente viva.

— Espero ser útil — comentou, ao ouvir o que o homem disse sobre a vizinhança. — É estranho pensar que as pessoas são tão supersticiosas. — Sentou-se, após fazer uma leve mesura, e começou a analisar cada um dos equipamentos, tentando decorar seu nome e, quiçá, a função de cada um deles — Acho que decorei — disse.


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Os cadaveres falam



Houve um misto de surpresa e fascinação no rosto do homem. As covinhas de seus lábios se torceram em um meio sorriso em uma clara tentativa de parecer ser simpático. Algo que claramente não parecia se encaixar em sua carranca e cara de poucos amigos.

— Você parece bem familiarizada com armas de corte e de perfuração e dissecação— Ele fez uma pausa antes de se levantar e pedir para que a mesma o acompanhasse— A maioria dos jovens de hoje em dia erram nos nomes das ferramentas, talvez você tenha nascido com aptidão para o ramo mortuário— brincou.

Uma escadaria levava a uma área subterrânea fria e úmida. No local havia várias câmaras para guardar corpos de ninjas, ao centro uma mesa de cirurgia, nos arredores havia uma dezena de líquidos e fluidos estranhos e anomá-los para a gennin, a maioria deles com cheiro forte de alfazema. Bandejas e outras ferramentas de cirurgia estavam dispostas sobre uma bandeja de prata.

Um silêncio desconfortável surgiu entre os dois, o médico não estava habituado com pessoas em sua “sala de estar” ou mesmo conversando com pessoas vivas. O som de um carrinho se fez presente em um corredor lateral escuro e sombrio, a empregada trazia sobre a maca um cadáver de um homem caucasiano, cabelos vermelhos e despenteado, em seu pescoço havia um tipo de vermelhidão como se uma linha tivesse enroscado em seu pescoço, a artéria também estava rompida por algum tipo de lâmina curva, havia outros ferimentos menores como as pontas das unhas feridas.

— Nós somos a segunda linha de investigação, acredite minha jovem, os mortos também falam.— Ele fez um breve silêncio, seus olhos fitavam o cadáver nu do caucasiano.— Só é preciso aprender a ouvi-los.

A empregada se aproximou do médico, ela aparentava falar em uma língua estrangeira, seus olhos se vazios se voltaram para a menina e logo em seguida para o médico.

— Sim por favor, deixe alvejante e outros itens de limpeza prontos.— Ele olhou para a chunin.— Acredite, a maioria dos alunos que vem aprender a dissecar um cadáver acabou por vomitar e sujar todo o local. Agora me diga, como você acha que esse ninja morreu?—








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O Sussurrar dos MortosParte IV de X



O mundo precisa de um vilão. O bem e o mal se confundem numa dança hipócrita onde cada um segue o ritmo daquela música moral, a qual todos estamos sujeitos, e que transforma a carne, banal e falível, em algo além disso, o que chamamos de humanidade. Um corpo é apenas um corpo, uma parte do que fomos e que deixou de dançar conforme o bem e mal e não pode mais ser mesurado pela escala moral de uma sociedade corrupta e degenerada, mas que, fingidamente, recorre corriqueiramente aos costumes e a ética quando lhe convém. Tomie se sentia diferente disso toda vez que via alguém, o outro pra ela era nada mais que um corpo, assim como os mortos são apenas corpos para quem está vivo. Para ela, não existia diferença entre alguém vivo e morto, com exceção de uma única coisa, os gemidos dos vivos eram deliciosos de se ouvir, a lamúria, as faces contorcendo de dor e desespero faziam parte de um quadro de tonalidade rubra, em que todos tampavam os ouvidos, temendo pelos gritos do arredor, como se o mundo estivesse dizendo que em breve seremos apenas corpos e por fim poeira — e isso lhe enchia de tesão.

Tomie deixou seus olhos correrem pelo aquele corpo gelado e viu ele misteriosamente se levantar, tocar a mão dela e com seus olhos plácidos desejar todo seu corpo, ao mesmo tempo que trombetas tocavam de algum lugar do além. Os dois dançavam e dançavam, enclausurados por aquela linha vermelha que unia realidade e ficção e que os fundiam num estado quase simbiótico! Ah, como era maravilhosa a sensação de estar com os mortos! O estado perfeito a qual todos podemos estar é a morte pois, diferente da vida, ela é eterna, os fracos, ao morrerem, se tornam deuses, e podem dançar ao som de uma música exotérica, como se os anjos estivessem ali. Fechou os olhos, tombando a cabeça para seu ombro esquerdo, sentindo os toques suaves do morto vivo, até que ouviu uma voz súbita, suave, porém concisa, que dizia:

— Irmã!

Ela abriu os olhos e o corpo continuava no mesmo lugar que estava, se aproximou dele, deixando que aquele aroma de morte preenchesse suas narinas, claro, a morte ali, já havia feito seu trabalho e partido, o que sobrou era apenas a química aplicada pelos homens, ainda assim, sem sombras de dúvidas, o cheiro remetia a morte. Observou o corpo de cima em baixo, medindo cada pedaço do corpo com seus olhos, viu o rosto do homem e o contorceu numa careta, quase como uma carranca. Mais uma vez sua mente brincava com ela, pobre Tomie! Ela não conseguia se controlar, ver aquele corpo ali, lhe dava tantas sensações e, por isso, deixou escapar um gemido baixo e abafado, entretanto seus olhos continuavam aquela dança mórbida pelo corpo morto. Aquele prazer imoral e imundo que confundia seus sentidos, se transformava na coisa mais pura, assim como uma moça, casta, ao encontrar seu mancebo, tem seu coração tomado por irregulares batidas, brincando, quase como uma criança, com as madeixas de seus longos cabelos negros e rindo de qualquer idiotice dita por aquele amado, como se a piada mais infame estivesse sendo contada.

Fechou os olhos mais uma vez tentando se controlar, enquanto ouvia da boca daquele corpo, dizeres dos mais confusos e de difícil discernimento. Precisava se controlar, mas ainda assim seu rosto suava e sua boca salivava e todo seu corpo era tomado por uma pulsação indecente. Mas ela se controlou, afastou-se do corpo, como uma cadela no cio é desgrudada a pedradas de um cão, no momento de seu coito. Voltou a fitar o velho, e logo aquele sentimento foi se desfazendo. Como aquele senhor era patético, aquele rosto feio consumido pelo tempo, aquele corpo nojento, ofensivo para qualquer tipo de manifestação da existência. Ela jamais deixaria seu corpo chegar naquele estado: ou morreria para preservar a beleza de seu corpo ou descobriria um jeito de contornar a morte e isso sim, a tornaria uma deusa. Deuses são seres que não envelhecem e que não precisam morrer para encontrar a perfeição. Ao ver aquele velho amorfo, com aquela voz nojenta, teve certeza dos objetivos que deveria seguir e o que perseguiria no auge de seu egoísmo. Mas havia algo mais, ela decidiu que aquele velho deveria morrer, a sua existência no mundo era ofensiva demais, ofensiva pra quem caro leitor? Para ela, óbvio, Tomie jamais pensou na sociedade, em ordem ou desordem, bem ou mal, nada disso era real e, enquanto ela estivesse sujeita ao envelhecimento e ao desaparecimento, ela também não existia.

Abriu aquele sorriso inocente, mostrando os dentes brancos e tentando expressar algum tipo de emoção, mas obviamente era péssima com isso. Nunca havia pensado em que tipo de careta vazia enquanto sorria, mas dessa vez pensou, ao mesmo tempo que sentia as próprias células de seu corpo envelhecendo e caindo ao chão. Mas continuou com aquela careta que, ainda assim, supunha ser um sorriso, afinal, não era essa a expressão que viu sua mãe fazer quando ela, ainda criança, balbuciou a sua primeira palavra? Ou quando seu pai a viu defender a sua irmã defeituosa e paralítica do ataque de alguns patifes mirins da aldeia? Ela apenas tentou reproduzir isso, como sempre fazia, tendo surtido efeito ou não, tanto faz, ela disse:

— Acredito que ele foi  enforcado com fios laminados, por isso as marcas no pescoço, os dedos feridos vem do desespero de tentar arrebentar os fios — falou em um tom analítico —, mas isso não é tudo, provavelmente isso pode ter acontecido em duas situações, numa missão ou numa tentativa de suicídio, no primeiro, tentar sair é o óbvio mas me assusta o fato dele, se for um shinobi, não ter tentado cortar o fio com uma kunai e sim ter se desesperado ao ponto de usar as mãos. Já no outro caso, normalmente alguém que tenta se matar pode se arrepender enquanto executa o suicídio e, como reação natural, usou as mãos para fugir do destino que de todo jeito o alcançou. Por ser um ninja, também não se descarta a tortura — disse e, nessa última parte não conseguiu evitar a risada, imaginando o quanto aquele pobre coitado deve ter sofrido nas mãos de supostos torturadores, colocou a mão sobre a boca subitamente e se desculpou.


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Os cadaveres falam

[Profissão] O sussurrar dos mortos. Tomie-Banner-750x422

Ele sorriu, mas de uma forma estranha.

O doutor deu pequenos tapinhas de felicidade ao ver as deduções da ninja ela estava certa… Como ela poderia errar? Sua respiração estava entrecortada, e a empregada o olhou com certo desprezo.

— Parabens… agora vamos para o próximo corpo.—

Diferentemente do primeiro, o corpo que estava a sua frente era de uma mulher. O corpo daquela mulher era um retalho de partes mal costuradas, sua pele havia sido costurada, o nariz e até mesmo o escalpe dos cabelos, tudo era montado como uma boneca de pano cujas partes haviam sido montadas às pressas. Estranhamente aquele pedaço de carne costurado tinha características muito próximas a da chunin.  Como se uma mente deturpada tivesse tentado remontar sua beleza com os pedaços de suas vitimas.

— Existe um doente que esta fazendo isso com as meninas de nossa vila e das vilas ao redor… demorei para tentar encontrar quem era o objeto de sua obsessão… Me diga minha jovem… você sabe quem esta fazendo isso?—

O doutor a encarava com seriedade.

— Quando vi sua ficha eu percebi a semelhança entre as vitimas e você, e queria saber se sabe de algo sobre esses incidentes?—









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O Sussurrar dos MortosParte V de X



A jovem não deu a mínima para os elogios do homem, embora tenha ensaiado um sorriso, para que não ele não se apercebesse de sua total apatia por tudo aquilo. O próximo convidado, ou melhor, convidada, foi capaz de surpreender a menina, além do corpo que carregava marcas visíveis de tortura, e do rosto completamente marcado por uma violência irracional, a semelhança de Tomie com a mulher era algo que não poderia ser só mera coincidência. Tomie reagiu a fala do homem, encarando-o por alguns segundos e depois retornando a fitar o cadáver. Aquele corpo era sem sombras de dúvidas ímpar, a feição de medo estava eternizada em sua expressão facial, algo que a menina nunca conseguiu reproduzir em nenhuma de suas vítimas; a morte é sempre o fim, mas, naquele caso, ela parecia ser só o prosseguimento da tortura e da violência a qual aquela mulher tinha sido cruelmente submetida.

Muito provavelmente aquele tinha sido um crime passional, provocado por um homem, sempre eles. Tomie, inclusive, pensava que todo homem tinha um ser oculto dentro de si, um demônio psicopata que se crê dono das mulheres e de seus destinos, ela sorriu ao pensar nisso e, como de fato, gostava de fazer sofrer mais os homens do que as mulheres, não por sororidade ou qualquer coisa do tipo, mas porque que a ideia de que esses fracassados poderiam se achar superior a ela, era realmente irritante. Imaginou como seria o rosto do homem, mas logo desistiu da ideia, os maníacos são menos aparentes do que as pessoas em geral imaginam, afinal, quem poderia julgar, pelo rosto da moça, que algumas horas atrás ela tinha mantido relações sexuais com o corpo de seu próprio pai?

— Não faço ideia de quem possa ser — respondeu a menina —, mas eu não me importaria de descobrir, e creio que ela também não — disse, apontando para o cadáver.


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O velho sorriu. Suas mãos trêmulas alcançaram as ferramentas de dissecação. Apoiou seu braço esquerdo sobre as costelas do cadáver e com a mão direita fez um corte preciso e reto nas entranhas da vítima.

Ele aparentava certa perplexidade, analisou o baço e logo em seguida o coração, entregando cada um dos orgãos para que a menina pudesse por sobre uma balança e pesar.

— A muito tempo atrás, quando eu era um shinobi jovem enfrentei um grupo religioso que acreditava que após a morte uma entidade divina pegava o seu coração e o colocava sobre uma balança, do outro lado do pêndulo, havia uma pena, se o seu coração pesasse mais do que a pena você era jogado no inferno…— Ele meneou um sorriso.— Claramente a divindade deles nunca aprendeu sobre anatomia..—

Após a pesagem dos órgãos internos a empregada retornou com um bilhete murmurou algo no ouvido do doutor e ele logo se prontificou a retirar as roupas protetivas.

— Parece que o delegado deseja respostas sobre os cadáveres que encontrei, por favor, continue a incisão removendo o cérebro de nossa pobre paciente.—

Os dois então desapareceram em meio às escadarias íngremes do necrotério.
O ambiente retornou a sua calma morturaria, quebrantado apenas pelas ferramentas utilizadas pela ninja, quando de repente ela escutou dentre as gavetas dos cadaveres o som de algo sendo batido contra o metal.

— Alguem me ajude por favor… — Era uma voz feminina e abafada.










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O Sussurrar dos MortosParte VI de X



Os mortos não deveriam falar.

Enquanto Tomie delicadamente pesava cada um dos órgãos que o legista entregava a ela, a sua mente pregava diversas peças, como se estivesse diante de uma tortura única a qual jamais tinha pensado. Um corpo é um quebra cabeça, se uma peça está em falta ela não faz sentido, muito embora você consiga entender o que ali está representado, então imaginou quanto daqueles órgãos poderia retirar de uma vitima viva, ainda consciente, até que ela desaparecesse no umbral.

Foi desperta daquele pensamento malicioso, ao ouvir as divagações daquele velho senil, sobre alguma coisa que envolvia medidas e “deuses”. Deu um sorriso com as palavras do mestre, afinal, ele não tinha ideia de que estava diante de alguém que no auge da soberba, egoísmo e narcisismo, pretendia se proclamar deusa desse mundo.

(...)

O velho deixa o local pouco tempo depois que recebe uma mensagem daquela mulher de aparência bizarra. Ele encarrega a menina de remover o cérebro que, para ela, era a mais bela das peças que compunham a humanidade. Deu uma batidinha na testa do cadáver, depois um movimento circular na testa. A pele estava em retalhos, mas ainda assim fingia defender aquele rosto já entregue aos anjos da morte.

— Você realmente parece comigo — disse, encarando a moça, cada centímetro de seu corpo, quando ouviu uma voz.

Os mortos não deviam falar. Virou-se na direção onde aquele som possivelmente tinha saído. Não sentiu medo, embora em seu corpo corresse uma sensação estranha, talvez de surpresa. Será que o velho por engano havia prendido alguém que estava vivo? Ela caminhou paulatinamente até a gaveta e disse numa voz abafada, fingindo preocupação:

— O que aconteceu? Eu vou te tirar daí, aguente firme!

Escorou-se na parede e apoiou o queixo sobre a mão direita, enquanto a mão esquerda, em posição vertical, dava apoio a mão direita. Mantinha aquele sorriso de superioridade no rosto, esperando uma resposta da criatura, muito embora tivesse quase a certeza, como é comum de criaturas tão fracas, de que ela fosse incapaz de dizer qualquer coisa.


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Os cadaveres falam



A

Escute... Neste mundo, sempre que houver uma luz, haverá também sombras. Enquanto o conceito de vencedores existir também deve haver perdedores. O desejo egoista de querer manter a paz provoca guerras e o ódio nasce para proteger o amor

Madara Uchiha



O pequeno ambiente se tornava cada vez mais claustrofóbico. O som do metal se chocando contra os pés de alguém que em tese deveria estar morto ecoava por todo o ambiente perfeitamente higienizado.
A cada passo em direção ao caixão de metal mais distorcido se tornava a voz.
Com um único movimento a ninja abriu a gaveta que guardava a vítima e ao abri-lo viu uma das coisas bizarras de sua vida. O corpo que estava ali era idêntico ao dela, rosto, fisionomia e até mesmo a pequena pinta próxima ao lábio.

As duas se entreolharam e então o semblante da figura se distorceu em uma raiva.

— Esse maldito doutor não cansou dessas brincadeiras, me liberte agora sua copia fajuta.—










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O Sussurrar dos MortosParte VII de X



Os mortos não deveriam falar desse jeito. Tomie ao ver aquilo, o que quer que fosse, começou a gargalhar, que piada de mau gosto! Mas quem poderia julgá-la de estar numa situação tão anedótica quanto aquela? Escorou-se próxima a uma parede, colocou a mão sobre o rosto e começou a rir, uma risada que se tornava cada vez mais intensa, fazendo com que sua barriga doesse. Lembrou-se das inúmeras vezes em que se olhou no espelho e viu a irmã gêmea, agora não conseguia discernir mais sobre o que era real ou falso, afinal, aquele maldito velho estava usando-a, aquele velho imundo numa jogada sádica a colocou ali, qualquer que fosse o motivo.

— E então, qual seu nome, oh! Versão verdadeira? — perguntou num tom teatral. Não fazia questão de ser a cópia ou a original, afinal, sequer entendia o que estava acontecendo. Pelo que sabia a única “cópia” dela havia morrido há muito tempo e, aquela que estava ali, de maneira nenhuma poderia ser Meiko, afinal, se sua memória não estivesse pregando uma daquelas peças, ela realmente estava diante de outra pessoa, tão identifica a ela, ou contrário, conforme pensou, que ela mesma poderia ser o terrível doppelgänger daquela criaturinha, e ela gostou da ideia.

— Não posso te libertar se não foi eu que te prendi, mas eu nunca ri tanto na minha vida.

Tomie poderia se sentir ofendida, ao se proclamar deusa desse mundo, de ter seu corpo profanado numa criaturinha vil e insignificante como aquela, mas queria ir mais a fundo, apontou para o corpo em direção a mulher com o rosto desfigurado na mesa.

— Aquela ali, é outra cópia sua? — perguntou.


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Os cadaveres falam



A

A menina tomou um ar mais sério, o suor escorria de seu rosto. Ela desdenhou com os ombros.
— Tomie, meu nome é Tomie, agora me solte.—

Nesse mesmo momento o medico desceu as escadarias. Seu olhar tinha um tom de alegria ao perceber as duas figuras tão proximas, ele olhou para sua empregada que mantinha seu olhar metalico e frio para as duas meninas.

— Incrivel, eu não imaginava que ao aproximar as duas uma delas voltaria a ser reanida, se isso se manter então…—

O cadaver que estava deitado na maca se levantou. A gigantesca abertura no meio do seu torax revelava pequenos órgãos sendo construídos internamentes, primeiro pelo baço, pulmão e coração, até que após cerca de doze minutos o estranho cadáver olhou para as duas gemeas.

— O que aconteceu, onde eu estou?— Gritou a menina enquanto as cicatrizes se fechavam em uma velocidade alarmante.

— Calma senhorita, logo irei explicar tudo o que sei…—

— Meu nome é tomie gritou o ex cadaver.—










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O Sussurrar dos MortosParte VIII de X



Tomie permaneceu em silêncio enquanto sua mente flutuava para um lugar no tempo muito distante, aconchegante e reconfortante.

(...)


Uma chuva torrencial caía, ela estava com muito medo, que sensação estranha, cobriu-se como se estivesse retornando ao útero, útero! Lembrou-se de sua mãe e que poderia buscar refúgio nela sempre que quisesse. Levantou-se e quando estava prestes a sair do quarto viu sua outra parte, sua gêmea defeituosa que a olhava aflita, impedida de mexer um músculo, com uma expressão que dizia, você vai mesmo me abandonar, mas ela jamais faria isso... pegou a irmã e com dificuldades carregou ela até o quarto da mãe.

— Você é demais — diria a irmã.

Enfim as duas entram no quarto, a mãe abre suavemente os olhos e observa as suas filhas se distribuindo na cama, Tomie nunca se sentiu tão protegida e feliz como naquele dia.

(...)


— Meiko... Minha irmã gêmea Meiko — disse Tomie subitamente, acordando daquele sonho estranho, onde em algum momento ela parecia ter sentido alguma coisa, que não o mais profundo desprezo por todas as coisas viventes —, por acaso ela? — ela não soube o que dizer, ficou parada com as dúvidas martelando a cabeça, mas precisava se acalmar, como uma deusa poderia se irritar? Como poderia existir outra versão dela se ela tinha feito questão de matar a única que existia, sua irmã, Meiko? Aquela ofensa a seu corpo, a sua própria superioridade, ela não era um ser único, mas, no fim, o que ela era?

Mamãe, a Tomie me defendeu, o papai viu, ela é demais!

É verdade, Tomie?

Meiko e eu somos quase como uma só, eu sempre vou cuidar dela, eu serei as pernas dela e ela a minha alegra.


Naquele momento ela só era um pedaço de carne ambulante, algo que poderia muito bem ter sido reproduzido em laboratório, sem amor, sem ódio, sem nada, uma boneca com algumas peças chamadas órgãos e não é que, por um segundo ela pensou em chorar, ela pensou em dizer:

— Meiko, me diga o que eu sou, por favor!

Você é demais, Tomie.

Demais...
 

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Os cadaveres falam



A

O homem sorriu e se aproximou das tres figuras, seu rosto começava a descamar como se houvesse uma segunda pele escondida sobre aquela camada adiposa, dando-lhe um ar bizarro.
A sala aparentava ficar ainda mais gelada e o silencio era apenas quebrantado pelos passos do velho senil.

— Como disse, eu encontrei com uma seita que adorava uma garota que acreditavam ser uma deusa.— Fez uma pausa dramática— Infelizmente ela havia sido assassinada por ninjas de konoha e aquilo foi extremamente decepcionante, como alguém poderia acreditar que uma deusa poderia morrer. Ele fez uma pausa então, eu incubar as células daquela mulher e comecei a fazer experimentos, réplicas que tivessem as mesmas características físicas e psicológicas, todas acreditando ser Tomie, assim em uma sequencia infinita de morte e destruição, apos anos de falha alguma poderia se aproximar da divindade que eu encontrei…Por isso que todas elas tentam se matar no final, pois isso esta escrito em seus genes, nas caracteristicas que eu incurti dentro de cada celula do corpo de vocês…—

A empregada se aproximou e pos a mão sobre o ombro do doutor.

— Temos que ir…— Murmurou a figura.

— Eu sei.— Murmurou.— Agora minhas queridas Tomie… façam o que são nascidas para fazer.—

De repente uma das copias entrou em um frenesi de raiva, saltando em cima de Tomie, a outra Tomie dissecada entrou ao mesmo tempo no mesmo frenesi, caindo as tres no chão em uma briga bizarra de copias.

— Eu sou a verdadeira Tomie.— Gritou um dos clones puxando o cabelo de Tomie.

— Eu sou a verdadeira— Gritou a segunda esmurrando.

A unica pessoa que parece não ter sido afetada pela ordem do medico era justamente a protagonista que apesar de sentir um impetuo de furia e raiva ainda poderia se controlar.
Ao mesmo tempo o cientista e sua cobaia desapareciam em meio a uma fumaça branca, deixando apenas as tres figuras lutando umas contra as outras.










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O Sussurrar dos MortosParte IX de X



“Não tivemos tempo para envelhecer.”

“Foi difícil desde o começo…”

(Mas você segurou minha mão!)

“Nós somos tudo o que temos.”

As duas garotas estavam de frente uma para a outra, sentadas, cada qual numa cadeira, nuas, trocando olhares, fitando dentro da pupila uma da outra, tentando encontrar alguma coisa que diferisse as duas, mas no final sempre foram o mesmo ser.

“Eu choro quando você se machuca.”

“E eu me machuco quando você chora.”

“Eu não quero mentir… eu amo quem você é!”

Tomie aproxima-se da irmã, toca a face dela, sentindo o calor de seu corpo, e mais uma vez aquela sensação de ódio parece percorrer seu corpo, aquele amor fraternal que lhe preenchia o corpo era substituída pela inveja, pelo rancor, como se uma terrível maldição estivesse correndo por suas veias, assim como correm nos rios toda sorte de dejetos.

“Eu faria qualquer coisa por você, te daria tudo.”

“Eu vi onde você estava pelos seus olhos.”

O corpo da menina, que não se contia mais, aproximou-se do da irmã e cheirou-lhe o cabelo, sentindo não mais que um aroma forte, distante e nostálgico, como se tudo no fim fosse apenas uma brincadeira. Não era a mesma coisa, afinal? A piada que o mundo conta é tão sem graça que ninguém ri.

“Suas feridas e cortes?”

“São fantasmas do passado.”

“Mas não há nenhum lugar no mundo para onde possamos correr ou nos esconder.”

Tomie segurava o braço da irmã, onde cortes transversais distribuem-se por todo o corpo, nas pernas em especial, os cortes eram ainda mais profundos. Meiko odiava viver.

“A dor está desaparecendo…”

“Eu demorei a perceber, desculpe-me, eu sinto tanta saudade de você! Eu quero estar onde você está!”

Ela abraça a irmã, chorando, que vai fechando os olhos lentamente, enquanto suas lágrimas formavam um domo onde aquelas duas almas, ou melhor, onde aquela única alma se fundia numa coisa só.

“Eu também faria qualquer coisa por você, desistiria de tudo por você! Eu vi minha irmãzinha, eu vi o inferno quando olhei dentro de seus olhos! E tudo que queria era viver até o dia que você morresse, eu estou morta Meiko, você me matou.”

(...)

Então ela não havia matado sua irmã ou sua memória pregou-lhe peças? Não, agora tanto faz, descobriria a verdade, custe o que custar, e imbuída desse pensamento, aproveitando-se da situação caótica, tentaria caminhar até a porta, daria uma última olhada naquelas criaturas e diria:

— Eu matei a única criatura nesse mundo que eu amei, vocês não são nada pra mim, nem vocês nem essa humanidade fraca e decadente.

Se queriam ser Tomie que fossem Tomie no inferno. Lançou um papel bomba preso a uma kunai contra aquela briga sem sentido, ofendida por ver seu corpo representando em três entidades corrompidas, ela correu, deixando para trás seu sorriso, o que restava-lhe de humanidade e (talvez) uma explosão.

Observações:

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Os cadaveres falam



A

As chamas arderam sobre a casa velha. Os gritos das duas cópias se mesclavam aos gritos e murmúrios dos vizinhos. Era tudo em vão, o fogo abraçava a mansão como um amante abraça sua amada, a fumaça rodopiava em halos concêntricos e circulares. Os que o viam se assustavam com a forma anormal de uma espiral perfeitamente gerada pelos fumos da mansão.
Ela era a unica coisa viva que saiu daquele local, cercada de seus próprios pensamentos e desesperos, suas lembranças seladas eram desbloqueadas como pequenas faíscas de um passado que não era verdadeiramente dela, mas sim da mulher que outrora fora considerada como deusa pelos cultistas, inicialmente como um sussurro baixo como se algo quisesse tomar sua mente.
Até que a menina viu o que apenas ela poderia ver, parte da fumaça girou dos céus e desceu ao seu lado, como se fosse uma entidade morfológica ela tomou forma na figura de sua irmã morta.

— Ola One-chan… estava com saudade?— Havia um sorriso, uma malicia, uma sombra projetada sobre o subconsciente da menina que demonstrava que aquela coisa, aquele ser impronunciavel não era sua irmã e sim outra coisa, algo sombrio que apenas a menina via, mas que a acompanharia pelo resto de sua vida.









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O Sussurrar dos MortosParte IX de X



Tomie não tinha motivos para olhar para o céu ou para trás, mas o fez, deu aquela última observada nas chamas que consumiam parte de seu passado mais indesejável. Se um dia se declararia a deusa desse mundo, como tal, deveria quebrar seu último laço com a humanidade e o fez, assim que viu a figura no céu, brincando com suas apreensões e seus medos que até então ela julgava ser inexistentes. Precisava daquele choque mais do que nunca pois, munida dele, descobriria tudo que estava por trás da sua existência e daquelas cópias caóticas e imperfeitas, puniria o pecador responsável por aquilo, como um deus que castiga com fogo e destruição, uma civilização inteira pelo simples motivo de não seguirem seus desejos.

— Saudades… — pensou, depois abriu um sorriso.

Os desígnios de um deus não pode ser medido na escala humana, a sua forma e providências viriam de si como uma lança de fogo, perpassando o coração da humanidade. Ela riu com aquela fumaça, pois a medida que o vento a dissipava, ela percebeu que das criaturas lá dentro, ela foi a única que saiu com vida, pelo menos era o que achava, e se alegrou em saber disso, imaginando cada um daqueles malditos corpos carbonizados.

— Você está bem moça? — disse um transeunte, preocupado com o incêndio, que poderia espalhar para as demais casas, e com possíveis vítimas.

— Mais do que nunca! — ela respondeu de imediato.

O homem sentiu um terrível arrepio ao olhar para a moça, alguns podem dizer que ele estava encantado com ela mas, pelo contrário, ele tinha a certeza, e contaria isso futuramente para seus filhos, que estava olhando para o próprio demônio.



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