A garota estava de frente a um templo, qsentada, com as pernas cruzadas, numa das escadas enquanto tomava um chá. O vapor levantava-se delicadamente, enquanto a face da garota corava com o seu corpo expulsando um frio matinal atípico para Konoha. A sua frente, um cachorro de rua corria atrás de seu próprio rabo, e ela observava isso, vendo passar pela sua cabeça o Sol, que indicava que aquela manhã seria tão apressada quanto o seu deslocamento ininterrupto em direção ao oeste.

Enquanto bebia, a primeira alma viva se aproximou dela. Uma garota de cabelo rosa e olhos vermelhos, ela parecia tímida ao ponto de não saber como iniciar uma conversa com a morena de longos cabelos negros. Tomie levantou a cabeça e mediu a menina com seus olhos. De cara já percebeu o desafio que teria ao se tornar mestre de três pirralhos desconhecidos, ao mesmo tempo que, de certa forma, se sentiu estranha com isso. O olhar de respeito que a genin tinha para ela, ao mesmo tempo que transparecia certo medo e ansiedade, fazia com que a mulher avaliasse seu sentimento de importância.

— Você é a primeira a chegar… Vamos, sente-se do meu lado — disse a moça, apontando para um lugar na escada imediatamente do seu lado.

A garota de cabelos rosas seguiu conforme ordenado, sentando-se ao lado da mestre. Até que a segunda figura apareceu, um rapaz com olhos parecidos com o da primeira moça e cabelo que variava de um tom alvo até um cinza, que se espalhava nas pontas numa tonalidade quase azulada. Ele vinha da direção do templo e estava acima de Tomie e da outra garota.

— Cheguei! AAAAAAAAA — ele gritou — Obrigado Senhor por me dar esse time! — exclamou, eufórico diante da beleza das duas garotas…

Tomie levantou-se e ficou parado diante dele, que abrandou-se numa expressão de medo, tomado pela ansiedade de estar diante da mulher.

— Quando o nosso sensei vai chegar? — perguntou à Tomie olhando de um lado para o outro — espero que ela seja tão bonita quanto as minhas colegas — pensou, por fim, ainda diante dos olhos da morena.

— Ela é… — começou a menina de cabelos rosas.

— Calada! — respondeu Tomie rispidamente.

O rapaz, com o olhar de surpresa com a resposta contundente da morena, voltou seu olhar para o horizonte, que formava-se vaidoso a partir do ponto em que estavam, a montante de um dos morros mais altos e paisagísticos da aldeia, de lá, ele via toda a vila, não conseguindo diferenciar as pessoas dos objetos, seu coração se aquiesceu ao pensar que sorte ele tinha!

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Um sorriso se abriu no rosto da mulher ao ouvir o nome do terceiro integrante de seu time e que momento oportuno! “U-chi-ha”, disse, de maneira pausada e baixa, degustando cada uma daquelas sílabas como se elas descrevessem alguma coisa de ancestral, de perverso. Um sobrenome que ela própria não tinha dado a si.

— Se o Manza tá aqui e ele é o terceiro integrante do nosso time então essas mulher… quem é ela? — pensou Aoi, surpreso.

A face pálida de Tomie pareceu, por um momento, parecer ser cada vez mais fantasmagórica e esse é um momento importante para retrocedermos um pouco mais nessa história.


A ninja tinha ido para aquele tempo no tardar da noite e tinha a autorização do sacerdote dali, para que ficasse o tempo que quisesse e, aproveitou esse espaço vazio para desenvolver o que chamaria de seu jutsu supremo, embora ele próprio fosse simples demais e a fala da garota não escondesse o quanto era pretensiosa com tudo o que fazia.

Deixou seu sangue ferver em suas veias e seus olhos se tingirem com aquele vermelho escarlate, contracenando com a noite avermelhada daquele dia. Depois, fez com que seu chakra começasse a afetar a mente do sacerdote que estava imediatamente ao seu lado, escondeu-se dele, num quarto cedido a visitas, e tentou formar uma criatura humanóide que pouco a pouco foi se tornando menos disforme.

— Não está bom o suficiente! — pela primeira vez deu conta de que não seria assim tão fácil.

Por aquela ideia no papel requisitaria da mulher um grau de conhecimento de si próprio grande o suficiente, além disso, deveria ter consciência de que seu alvo não poderia perceber a diferença entre uma realidade inteiramente forjada e a ficção perversa da técnica que criava. Qualquer pessoa que viajasse entre esses dois mundos poderia perceber isso e, num jogo de tentativa e erro, voltou ao seu treinamento.

Deixou mais uma vez seu chakra fluir e delicadamente afetar a mente de seu alvo, usou seus olhos como meio de contato e, embora o sacerdote tivesse visto aqueles olhos vermelhos com encanto, tudo que ele fez foi rezar, como se estivesse encarando o próprio diabo, não era por menos, afinal, a mulher se escondia na penumbra, como se esse fosse seu véu, algo que ocultasse toda aquela tramóia diabólica que ela forjara contra aquele que tão bem lhe recebeu.

— Devo ser mais cuidadosa, a perfeição para essa técnica não será tudo, mas os movimentos, a indubitabilidade da alma que habita a criatura ilusória que eu criei, por mais simples que pareça, essa criação é uma prova da minha divindade — pensou, mais uma vez aplicando do conhecimento que tinha de si, e das técnicas de ilusão, para dar forma de vida a algo.

Se da outra vez ela errou, dessa vez a criatura foi tomando forma, se fazendo e desfazendo quase como uma entidade calamitosa, anunciando a chegada de algum sinistro, daquelas pragas bárbaras que invadem as vilas mais pobres com sua face e fala caótica e mal agourenta, mas a velocidade com que a criatura se formou ainda não tinha sido satisfatória.

— Preciso de mais velocidade e precisão!

E voltou a moldar a técnica, até que, nessas tentativas, a figura assumiu perfeitamente a sua forma, dando um passo em direção ao homem.

— Senhorita, você consegue ver, naquela escuridão, alguma coisa?

A cópia sorriu e disse:

— Não vejo nada!


Já sentada naquela escada, ao lado dos seus três queridos alunos, a cópia continuava sorrindo, aquele sorriso irônico à espera de que alguém percebesse a maneira traiçoeira com que agia.

— Muito bem, meus alunos… — ela disse num tom sério, austero. Aoi sobressaltou-se, seguida de Aka que virou sua cabeça em direção a mulher que estava do seu lado e que parecia com seus olhos bizarramente virados em direção a Manza.

— Você não… não pode ser nossa sensei, ela tem quase a minha idade — disse o rapaz, que tinha saído da academia com quatorze anos, sendo um dos mais velhos da turma.

— Se não acredita, quero que peguem a bandana da minha cabeça — disse, apontando para o símbolo da folha que agora ela prendia a testa.

Jutsu Treinado:

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