Após chegar no campo de treinamento da vila, por sinal na parte da noite, estava me preparando para começar um dos meus treinos que sempre eram árduos. Eu não possuía um horário especifico para treinar; as vezes era na parte da manha bem cedo, as vezes na tarde e até mesmo alguns na noite, como este agora.

Treinar em ambientes, horários e turnos diferentes era algo benéfico, já que, a neblina da vila junto ao clima possibilitava variáveis treinos. O treino na noite me ajudava a melhorar meu foco, minha percepção e meu Taijutsu. A baixa luminosidade forçava os olhos a ficarem mais precisos e mais atentos que durante o dia. Captar movimentações do vento, das folhas e até mesmo do som que a neblina gerava era algo que requintava minhas aptidões físicas.

~ Hoje vamos fazer um treino caçada muito louco. Falava para mim após decidir qual seria o treino que exerceria. O treino da caçada era um tipo de exercício que fazia com objetivo de caçar animais e insetos na calada da noite, algo que poderia parecer simples, mas não era nem um pouco; principalmente a noite.

Eu não era um caçador perito, por isso o treino se tornava mais difícil de executar. Contudo, era exatamente por isso que fazia sempre que dava na telha. Os ouvidos atentos e olhos cerrados com intuito de tentar avistar as movimentações, buscava em meio a floresta encontrar animais de pequeno porte, entre eles: sapos, corujas, lebres, coites e por aí seguia.

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Os animais de pequeno porte eram fracos, mas muito ágeis, furtivos e ardilosos. Conforme ouvia os sons, e avistava com a pouca iluminação, avançava entre a vegetação e por meio das árvores com a finalidade de agarrar os animais. ~ Vem cá! Muitos escapavam por suas habilidades natas, apesar de eu ser forte e rápido, ainda assim, não era fácil captura-los.

Quando conseguira agarrar o animal, olhava-o por um instante e soltava-o. Claro que algumas vezes recebia uma mordida ou lambida, mas não me importava tanto. ~ Ráhahaha. Ria graciosamente, pois, treinar na floresta e aproveitar dela era algo que possuía muito prazer, mesmo que as vezes a dor fosse um dos malefícios.

Alguns animais bastante astutos e velozes como coiotes e pássaros, era necessário me ocultar entre arbustos, árvores e até me deitava ficando camuflado pela grama com objetivo de atacar imprevisivelmente. Algumas vezes dava certo, outras nem tanto. De qualquer forma, doutrinar o corpo em variáveis situações era algo bastante vantajoso. Afinal de contas, um ninja tem que estar preparado para todo tipo de missão; seja dia ou noite.

Já havia se passado algum tempo, estava com alguns cortes, arranhões, bicadas e mordidas pelos braços e mãos, mas nada muito grave. Isso apenas mostrava que estava dando frutos o treinamento. ~ Esses bichos se estressam fácil demais. Falava enquanto caminhava por um tempo floresta adentro.

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Para dificultar um pouco mais, vendava meus olhos com a bandana e amarrava na cabeça. ~ Certo, vamos deixar as coisas mais interessante. Falava para mim mesmo expressando um sorriso animado com o desafio. Afinal, caçar animais sem a visão seria algo bastante... complicado.

Inicialmente colidira em algumas árvores, pisava em algumas pedras e até mesmo batia a cabeça em alguns galhos. Algo que eu evitava apenas com a visão de forma inconsciente. No decorrer da minha ida, usava a audição para tentar captar os sons e movimentos mais próximos com intuito de saltar e agarrar o animal. Conseguindo algumas vezes chegar bem perto de conseguir.

Todavia, pela falta de noção e nitidez, toda hora os bichos se debatiam em meu corpo e escapavam. ~ Volta aqui! Gritava achando que isso faria alguma diferença, mas na verdade nenhuma. Usava as mãos tateando o ar, as árvores, me abaixando algumas vezes para ampliar minha atenção e ouvir mais ruídos.

Enfim havia conseguido agarrar um dos animais. ~ Quem é o cara? Eu sou o cara. Ráhahaha! Falava animado enquanto pulava até que... sentia um cheiro muito desagradável. ~ Que cheiro fodido é esse? Falava e então puxava uma parte da venda até notar que havia agarrado um gambá. ~ Errghhh. Soltava o bicho após ser alvejado por uma bomba de fumaça natural dele. *Coffh-Coffh. Tossia tentando me livrar daquele cheiro enquanto abanava com a mão. Era um cheiro terrível, mas fazia parte da minha jornada de doutrina, pois, até mesmo aguentar aquele cheiro uma hora renderia seus frutos.

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Continuava meu treino me desafiando cada vez mais. Foi então que coloquei uns tampões no ouvido e um silencio tomou conta de minha mente. Muitos achariam algo difícil demais para fazer, um caçador tampando seus principais sentidos: visão e audição. E, de fato era extremamente difícil continuar o treino.

Mas esse era o proposito, quanto mais difícil e concluído, maior seria minha evolução. ~ Quem não tem cão caça com gato... ou seria com rato? Pera aí... acho que era: como gato. Ah que se foda. Bora lá! Instigava minha vontade e continuava caminhando, mas desta vez muito mais lentamente.

Usava os pés e as mãos no chão para sentirem a vibração por meio do tato. Sinceramente, no inicio eu não sentia droga nenhuma. Mas conforme fosse me adaptando e acostumando, já se passado algumas horas, percebia que sutis alterações no solo era capaz de notar.

Demorou um bom tempo para eu conseguir perceber movimentações, mesmo nos botes que fazia, nada sentia agarrar com as mãos, exceto alguns galhos, plantas e muitos cocos; quando digo muitos, digo muito mesmo. ~ Eu to na merda, literalmente. Jogava as fezes longe sempre que ocorria, limpava no chão a mão e continuava andando, geralmente de quatro como se fosse um animal.

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Após andar uma boa distancia e sentir uma vibração mais intensa pelo chão, corria em direção da movimentação e dava o bote. – Huh? Notei enfim que havia agarrado alguma coisa, quando tirei a bandana, percebi que era um tamanduá. ~ Ráhahaha! Até que enfim consegui. Começava a mexer o animal de um lado para o outro pelo fato de estar alegre por ter conseguido fazer algo inexplorado.

O tamanduá me dava uma lambida daquelas por causa de sua enorme língua. – Tá, tá. Vou deixar você continuar com seu lanche. Foi então que percebi um enorme formigueiro, onde o animal estava. ~ Ah! Por isso senti tanta vibração... imagina meter a mão aí. Pensei em voz alta, imaginando que seria picado e seria por uma centena delas. Por outro lado, o tamanduá estava se fartando ao enfiar sua língua e comer varias formigas que era sua típica comida.

~ Enquanto uns temem, outros se fartam não é mesmo amigo. Agachava e ficava vendo o animal matar sua fome, algo que era natural na cadeia alimentar da vida. ]~ Tá na hora de voltar. Tá quase amanhecendo. Notava o sol começar a raiar sutilmente, enquanto eu seguia a voltar para a vila sentindo que o treino havia sido concluído de uma forma divergente dos outros; o que era benéfico para mim que buscava o ápice do Taijutsu.

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