A MÉDICA DANÇARINA

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As últimas semanas estavam sendo bem caóticas, o céu cinzento parecia ser o painel de fundo para a epidemia que Konoha vinha passando. Um surto de gripe assolava a vila, deixando inúmeros cidadãos doentes, até mesmo muitos dos shinobis havia acometido aquela gripe, doença tal que vinha deixando um rastro de vazio na vila, as salas médicas eram mais ocupadas que as próprias casas.

Por sorte, ou talvez a invejável resistência que nós Senju tínhamos, durante aquela epidemia eu passei ilesa, sendo uma das pessoas imune a gripe, assim como toda a minha família. Por conta disso, muitos de nós tivemos que ajudar com os cuidados da vila, porém, o meu trabalho era dobrado, pois por ser um dos poucos genin que ainda estavam em condições de trabalhar, as missões acabaram por se acumulando. Sendo assim, durante aquelas semanas eu acabei por ser designada para duas missões. Devido a minha imunidade, eu deveria ajudar com o cuidado dos pacientes nos hospitais da vila, e ainda assumir o posto de uma dançarina que havia sido pega pela gripe.

- Cuidar de pacientes não parece ser tão difícil..., mas dançar? - A ideia não me era agradável, mesmo que fosse minha obrigação assumir aquela missão, como alguém como eu dançaria? Apesar da relutância, a nova Hokage acabara por me convencer com seus malditos genjutsus, já que o desespero era tão grande para que economia pudesse girar que infelizmente eu não conseguiria escapar.

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A MÉDICA DANÇARINA

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Cada dia era uma tortura diferente, a ala médica em que eu estava era justamente a da Neko, a tal dançarina que necessitava de uma pessoa para substituí-la e assim dançar com Henge, seu parceiro de palco. Logo pela manhã eu seguia uma rotina intensa de aprendizado, pois assim que eu chegava já era imediatamente encaminhada para uma enfermeira que me ensinava a como produzir o soro, a quantidade correta em ml de cada remédio, além de acompanhar corretamente a ficha na cama de cada paciente para saber exatamente o que cada um precisava. Em seguida, já na última sala daquele corredor, a última paciente a ser atendida era Neko, e assim que eu finalizava todo o seu tratamento, Henge que não saía do lado garota começava a me treinar, seguido por várias broncas e estresses de Neko que temia a minha falta de molejo, algo que eu já sabia, até porque eu era mais travada que um pedaço de madeira.

Eu constantemente ouvia enquanto pausava em alguns momentos para fazer algum tipo de atendimento aos pacientes ou até mesmo quando eu cuidava dela inúmeras reclamações ou insultos como “você é travada demais” ou “você não tem foco algum”, e até mesmo “se eu colocar uma tartaruga e você do lado, a tartaruga dança melhor”. Insultos e mais insultos que eu de forma alguma poderia revidar, pois se fosse em outras circunstâncias, a essa hora já teria deixado ela completamente engessada de tantos ossos quebrados que aquela mulher teria. A gripe seria o menor dos pesares.

Com certo esforço e dedicação, minhas atuações com a dança não encantavam no palco, não havia nada glamour ou encantamento. Contudo, o meu jeito bizarro e torto de dançar causava alegria o público que de alguma forma passou a gostar daquela dança bizarra que tirava da platéia uma enormidade de risos. Inclusive, o público até aumentou, e a arrecadação da bilheteria também, me fazendo repensar se deveria seguir como uma shinobi, ou entrar para o mundo artístico e fazer muito dinheiro.

É óbvio que eu voltei a ser uma shinobi, eu nunca mais queria ver a cara daquela mulher de novo, além de que ouvir um bando de gente rindo não era tão atrativo, por mais que a recompensa monetária fosse altíssima, pelo menos eu havia criado um novo cenário lucrativo para Neko.

Finalmente aquela epidemia havia passado, as coisas pareciam voltar ao normal, e eu não poderia estar mais animada do que nunca para finalmente ser designada para algo grandioso.

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