— Caramba, Keiko. Esse treino me serviu para muita coisa. Muitas lições. — Falou o moreno, sentando sobre um telhado da Aldeias da Folha. O vento, a brisa era amena, boa demais, o suficiente para bagunçar o seu cabelo negro. Ali, a Vila parecia bem iluminada, só tinha as lamparinas acesas e a luz da lua como fonte de iluminação durante a noite. Os olhos de Reo estavam longes, observando o horizonte, onde a vista se perpetuava para o portão da Aldeias. — Pude aprender que ainda há muito caminho para que eu possa ser alguém forte. E que, existe um abismo entre eu e o Shōei. — Comentou com um sorriso enquanto seus olhos azuis brilhavam. Seu corpo estava cheio de bandagens e alguns curativos, isso porque aquele treino intenso havia deixado Reo naquele estado, assim como Keiko, mas ela parecia estar pior do que o Senju.

— Preciso ficar ainda mais forte se eu quiser lidar com mais coisas como essas. Mas nada é fácil, então… Mas tô sempre lutando por isso. Pela liberdade. — O garoto falava, se movendo para trás e se deixando descansar a costa sobre um objeto do telhado, grande o suficiente para que o garoto pudesse se colocar ali. — Falando nisso, você perguntou se o Shōei tinha sido um tutor né, bem, sim, mais ou menos isso. Ele costumava dar aula de reforço para aqueles alunos que precisavam de ajuda, então meio que ele sempre estava por lá na época que eu estava na Academia. — Explicou mais brevemente sobre Uchiha Shōei, o Uchiha que havia deitado tanto Reo quanto Keiko como se eles dois juntos fossem um pedaço de bosta. — Mas foi lá que eu conheci ele, e desde então, viramos amigos. Conforme ele foi crescendo, foi ficando mais ocupado e então, isso. Hoje. Ele apareceu tão repentinamente, que nem sabia que ele tinha voltado. E agora, estou surpreso pela sua evolução. — Comentou.

— Aquele Rámem que comemos juntos, estava bem gostoso pra falar a verdade, eu acho que não vou precisar me preocupar em jantar hoje porque a quantia de comida que eu comi hoje, nossa, pode sustentar mil homens. — Falou em tom de brincadeira.

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— Eu vou ficar forte, não importa o quê! — Falou para a garota, erguendo o punho no ar e exibindo um olhar determinado por meio daqueles olhos azuis expressivos que tinha. — Não importa que seja, pode ser um caminho de espinho, de gelo, de fogo, de pedra, caminho pedregoso, eu vou meter o cacete! Eu não sou fraco coisa nenhuma! — Falou, fechando os olhos e fazendo um bico. Mas então ele volta ao normal e ergue as sobrancelhas. — Exatamente, ele pode ser longo, mas não vou desistir. A única coisa que pode me parar é a morte! — Os olhos azuis do garoto brilhavam, aquilo era a determinação de um legítimo Senju.

— Ah, foi só ele que eu conheci. Ele foi ministrar aula na minha turma na época. — Falou o garoto. — Tenho alguns outros amigos, se você quiser eu te apresento, mas eles ficam em missões, então passam só temporadas aqui na Aldeia. — Comentava, erguendo a mão para que pudesse gesticular. Mas então, Keiko também tratou de comentar sobre seus amigos de infância, citando uma garota chamada Chiharu. — É-é o quê?! — Reo arregalou os olhos e tombou para o lado, batendo com a cabeça de lado no telhado. — C-como assim?! — Questionou o garoto, com um semblante confuso. — Eu não tenho nada de especial uai, por que ela iria querer isso? — Perguntou.

Mas Keiko voltou a concordar sobre o Ramen, que Reo também achava delicioso. — Claro. Acredito que no futuro eu vou ver o Shōei de novo, então, a gente vai treinar de novo. Até lá, eu tenho que ficar ainda mais forte para que aquilo que aconteceu não se repita! Eu vou superar o Shōei, ou melhor dizendo, irei devorá-lo! — Falou com sua convicção motivada, movida pela sua determinação colossal. Os olhos do garoto brilhavam em um tom azul, como se chamas dançassem no fundo dos seus olhos enquanto um sorriso era desenhado sobre seus lábios. Era como seu pai costumava dizer: Um dia ele iria se tornar um bom homem também. Mas, Reo acreditava naquele conceito ainda que se recusasse, o fato de que seu pai havia dito algo como aquilo. Mas tudo bem, ele iria se tornar um bom homem por si mesmo, pelo seu próprio mérito, pela sua própria liberdade, sem que os pais pudessem ter controle disso o tempo inteiro, sem que eles pudessem sempre ikpor uma pressão além do seu limite. Reo iria conseguir tudo sozinho, sem eles, essa era a premissa da sua vida.

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— Ah? — O Senju ergueu as sobrancelhas. "Alguém que ela quer matar?" A pergunta passou por um segundo na mente do garoto, e ele percebeu aquele olhar frio e distante, os mesmos que ele possuía quando entrava no fluxo ou ficava irritado. Mas também, era o mesmo que ele havia dito sobre o trio de valentões, sobre um membro que ela quase matou. Mas foi ali, que ele ouviu as palavras sinceras da Uchiha. Algo que fez com que uma brisa levantasse seus cabelos negros, os bagunçando no caminho. Assim, entreabriu os lábios. — Bem, sobre isso, eu não tenho problemas em matar ninguém se for preciso. Desde que se tenha a devida justiça e o contexto sobre isso. — Respondeu o Chunnin, erguendo o olhar para além da vila, no horizonte.

— Eu tento me controlar e não matar ninguém, mas matarei se não tiver escolha. Ainda mais quando eu entro no estado de fluxo, aí fica mais fácil matar alguém. — Falou Reo. Ele sabia que tinha um demônio interior, mas esse demônio só se manifestava sobre extrema vontade ou raiva. — É mais definido como se fosse estar à vontade, emitindo alegria ou foco no que faz. — Falou, repetindo as palavras de seu mentor. — Mas vou dar meu melhor, se caso eu estiver passando da linha, com certeza eu vou parar. Afinal, eu também tenho limites. Mas em uma batalha de vida ou morte, esses limites, eles meio que desaparecem, então é comum que seja diferente. Em um estado de sobrevivência, é o único pensamento que cai sobre nossas mentes. Algo como "Eu quero viver." — Falava, pensativo.

— Ah, foi mal. — Reo ergueu as sobrancelhas e fez um bico, fitando Keiko. — Eu não tenho interesse em garotas. Estar em um relacionamento só me atrapalharia. Acho que gostaria de tentar no futuro, quando eu já estivesse, deixado minha marca nesse mundo. Ver que pela liberdade, as próximas gerações estariam seguindo com o meu legado. Aquela marca que seria a fagulha do início de um mundo livre, onde as pessoas não podem ser controladas ou pressionadas em seu próprio tempo, devendo a elas seguirem conforme suas limitações e defeitos. — Comentou. Aquele era o seu objetivo de vida. Por isso queria se tornar um grande ninja. Um ninja forte. Não por seus pais, mas por si.

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