— Qual é o motivo de sua preguiça? Desde que te conheço, você é assim. — Diz Hajime, uma garota que possui fios alaranjados, olhos verdes, pele clara e traços extremamente femininos, apesar disso, ela já se graduou como Tokubetsu Jonnin, tendo transpassado o cargo de Tsurugi. Ambos estavam deitados sobre a grama, e na verdade, Hajime estava meio sentada, com as pernas grossas juntas, de modo que as as mãos apoiavam o próprio corpo. Daquela vista, debaixo de uma enorme árvore, o sol sequer poderia transpassar aquelas folhas, criando uma grande sombra, de modo que ambos poderiam desfrutar de um local não quente, mas ameno. De todo modo, eles estavam ali, e a vista para a vila era ótima. Era possível ver as construções, residências e prédios, assim como também a estátua dos Hokages ao longe.

— Acho que eu sempre fui alguém de uma vida simples. — Começou Tsurugi, apoiando melhor os braços embaixo do seu queixo, de modo a apoiar melhor aquela região da cabeça ali enquanto a ventania leve fazia seus fios brancos esvoaçarem. — Não quero nada complicado na minha vida, nem mesmo queria ser ninja, mas meu irmão, ele insistiu nisso, disse que eu tinha talento, e que poderia investir nisso, diferente do resto da família, então, eu tô nisso, deixando a vida me levar. E ver até onde eu posso chegar, mas ainda me encontro sem motivações, e sempre preciso dela pra fazer a maioria das coisas. Eu sou naturalmente preguiçoso, e é essa a minha essência desde que eu sou eu. Isso te incomoda, Hajime? — Questionou o Chunnin, fitando a ruiva de lado. Mas ela balançou a cabeça em negação. — Não. Na verdade, é uma personalidade única, é muito diferente das outras pessoas, por assim dizer, esse jeito tão despojado, relaxado e solto, faz com que as pessoas tenham uma visão errônea de você. — Comentou a kunoichi.

— Eu não ligo para o que pensam. Mas pô, minha vida seria tão mais fácil se eu pudesse ser uma nuvem, só fica voando por aí sem rumo, sem preocupações ou responsabilidades. — Resmungou o mancebo. — Você fala isso desde a infância. — Após esse comentário, a arruivada riu.

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— Você geralmente é preguiçoso e não tem motivação nenhuma, mas hoje resolveu aceitar o meu pedido de me levar para casa nas suas costas? — Questionou Hajime, com um sorriso nos lábios vermelhos por conta do batom. — Ah, eu só me senti motivado, nada demais, não é como se eu fosse fazer isso todo dia pra você. — Falou o garoto dos fios brancos, caminhando por entre as ruas de Konohagakure. As pessoas ali passavam uma com as outras, tinham alguns civis conversando entre si, pessoas fazendo compras nos quiosques, comerciantes, ninjas, e crianças correndo por aí. De todo modo, o garoto estava apenas levando Hajime, a carregando nas costas com suas mãos apoiadas nas pernas da jovem para que ela não caísse.

Assim, a moça apertou os braços ao redor do pescoço do garoto, ficando mais próxima dele. — Você pretende ter uma namorada algum dia com esse seu jeito preguiçoso, Tsurugi? — Questionou a kunoichi com um sorriso enquanto ainda caminhavam pela vila. — Por que isso do nada? — Questionou o sem Clã, buscando olhar para frente para não bater em alguém que passasse pelo seu caminho. — Nada, só perguntando, porque você não parece ter nenhuma perspectiva sobre o seu futuro. — Falou a jovem. — Eu não tenho. Mas uma vez, meu pai me disse, que não importa o quão forte é uma mulher, se ela ama um homem, ela sempre demonstrará o seu melhor lado, a bondade. Mesmo que sejam pessoas complicadas de entender, sempre fazendo jogos mentais e as mínimas coisas podem colocá-las em seu pior lado. — Comentou o garoto, soltando o ar pela boca logo após isso. — Acho que se um dia você se tornar namorado de alguém, você vai entender como seu pai se sente, e certamente vai entender o que ele quis dizer com isso. — Falou Hajime, dando uma leve corada com isso, e até mesmo soltou uma risada, olhando para o outro lado. — Eu espero que nunca, eu não sirvo pra isso, essa é a verdade, e o amor é algo tão estranho, sequer sou capaz de compreender a sua lógica. — Falou o garoto, entrando em um estado profundo de reflexão, e até mesmo abaixou um pouco a cabeça como seus olhos grandes e expressivos.

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— De fato, o amor é ilógico. Mas essa é a questão, o amor nunca foi feito para ser compreendido, mas sentido. — Argumentou Hajime. — Ah, sinceramente, eu não ligo. — Falou o garoto, fechando os olhos em seguida, o sono veio e arrancou de si um bocejo, que foi forte o suficiente para que seus olhos pudessem lacrimejar. — Ah, que preguiça. — Resmungou. — Ah, novidade hein. — Brincou Hajime, e ela começou a rir. Nesse momento, alguns Shinobis estavam jogando uma bola ali perto, eram um grupo de alguns Chunnins com outros Gsnnins, quando um deles acabou por chutar a bola errado e ela fez uma curva como uma parábola na direção da dupla que vinha ali, caminhando. Mas, isso poderia ter sido pior talvez se não fosse a interferência de Tsurugi.

A esfera estava vindo na direção do rosto de Hajime em alta velocidade, mas rapidamente ela foi colocada no chão. Com um chute direto no ar, Tsurugi chutou com toda força possível, depositando a força do chute na ponta do pé, o que fez a esfera ser redirecionada para o alto, e esta desapareceu após algumas casas. As pessoas ficaram impressionadas com aquilo, e logo, um dos Chunnins se irritou e foi até o garoto Sem Clã e estendeu o dedo para ele. — Nossa, você acabou com a nossa bola! Eu vou te dar um murro se tu não for buscar ela! — Pediu o garoto, fazendo cara de bravo. — Ah, eu não tô com vontade não, cê pode ir lá buscar … — Respondeu a altura, e assim, o Shinobi deu meia volta para trás, começando a caminhar.

— Ei? Vai buscar a minha bola! — Gritou o Chunnin, movendo a mão para tocar o ombro de Taurugi, e não conseguiu puxar. Sua mão não se mexia e sequer era capaz de arrancar o outro Chunnin do lugar. — Eu já falei, não falei não? A bola é sua, você deve ir lá buscar. — Falou novamente o usuário de Taijutsu, seus olhos cinzas estavam brilhando com uma aura esverdeada ao redor e seu corpo estava começando a transparecer alguns fiapos de chakra esverdeado ao redor, como uma emanação de espírito. O movimento foi veloz, e o garoto foi girado e deslocado do chão como um pedaço de lixo, atirado de cabeça contra o solo, onde desmaiou imediatamente. Pegando Hajime no colo novamente, começou a caminhar como se nada tivesse acontecido. — Vamos, eu preciso de te deixar em casa. — Falou ele. — Ok! — Hajime riu.

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