A vida é um mistério. Se perguntar porque somos concebidos, não escolhemos nossa religião, a sociedade em que nascemos, ou o que poderá vir daquele ambiente. Somos jogados no mundo, sem propósito nenhum, claro, algumas pessoas fazem filhos para que estes possam herdar alguma coisa. Homens ricos, fazem herdeiros para suas fortunas, para seus negócios, para sua vida, ter um propósito pré-destinado, onde as pessoas apenas nascem para compor esse desejo que nem é dela. No fim, não escolhemos nada, não temos liberdade inicial, e somos moldados de acordo com o que recebemos de nosso ambiente, de nossos pais, são os costumes e tradições.

Assim, passamos a ter uma formação de identidade a partir dos catorze anos de idade para frente, é onde nossa liberdade começa a aumentar, mas ainda assim, a depender do modo como somos criados, repetimos ações e costumes do que aprendemos quando criança, o que nos faz refém do passado mesmo que estejamos ganhando uma liberdade crescente a cada ano que passa. Mas ainda assim, é algo tão complicado, é uma faca de dois gumes, algo que te limita mas também que te alavanca. Que coisa mais hipócrita não é mesmo? Mas é assim que se constitui a integridade de um indivíduo dentro de uma sociedade. Não é a melhor forma, mas também não é a pior. Humanos são tão diversificados em sua cultura, sua criação, que a cada nascimento de uma criança gera uma quantia infinita de possibilidades, são tantos caminhos que alguém pode trilhar, de acordo com as probabilidades, fatores externos, internos, influência de meio, tradições, costumes e crenças, valores e princípios, sanidade mental e insanidade mental, criação e apego, afeição, educação, família, sociedade.

Algo complexo demais. Mas então, enquanto avançamos, ganhamos liberdade, e tudo que aprendemos, nos faz voar, ou estagnar. Um homem com uma péssima educação, tem a probabilidade de ir para o mundo do crime, mas também, tem a probabilidade de ser bom na vida dar a volta por cima, deixando de ser alguém fraco de recursos, para alguém com muitos recursos. Mas, há a questão da falha, ele pode não conseguir.

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Então, com a sua falha, ele pode estagnar novamente, dar a volta por cima e falhar novamente. Morrer no meio do percurso e assim por diante. São tantos fatores que influenciam numa escolha, em um momento, em um segundo, em um minuto, em uma hora, em um dia, uma semana, um mês, um ano, uma década. São 6,5 bilhões de probabilidades pelo próximo momento da vida de alguém, algo que pode definir o futuro de uma pessoa. Onde essa pessoa pode morrer, mas também pode continuar vivendo. Contraindo uma doença para acabar acamada pelo resto da vida, para ficar aleijada, para ficar em coma por uma vida inteira. No fim, a questão é que muitos humanos dizem que não sabem porque isso acontece, mas é apenas senão fatores externos e internos que levaram para aquele momento. E, ninguém pode mudar o futuro, muito menos prevê-lo, é tão imprevisível o quanto a esfera de influência humana é limitada, se o homem pensa que pode ser o centro do universo, tendo o planeta em sua mão, ele está redondamente enganado. A capacidade de um ser humano de poder controlar as coisas varia de pessoa para pessoa. E quais são os fatores que permitem?

Influência. Influência por poder, por fama, por prestígio, por mérito, religião, política, simplesmente má fama ou meios ilícitos. vários tipos de influência podem sobrepor a mente humana e fazer com que uma determinada pessoa por um determinado fator permita ter influência, e a partir dali, alguém pode usar para o bem ou para o mal, ou simplesmente não fazer nada com ela, mas quanto mais grande for essa influência, mais ela é capaz de controlar o mundo ao seu redor, as pessoas e as coisas que ela quer na palma da sua mão. Enquanto isso, pessoas com este fator mais baixo, são incapazes de fazer o mundo girar em torno de si, e aí, não conseguem influenciar nada. Mas por mais grande que seja, a influência não alcança o futuro, nem o passado, somente o presente, ou não alcança nada se tiver influência zerada, um homem com péssimo carisma, sem nenhum tipo de feito, é incapaz de fazê-lo.

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Mas então, eis o ponto da questão, por que raios eu existo? Sou um preguiçoso nato, sem propósito nenhum. Meus pais não queriam me fazer, apenas por acidente, eles me tiveram, tiveram a mim e meu irmão. Na verdade era só eles dois, antes de nós, mas meu pai já disse que também, mesmo só com ele e a mãe, nós dois fazemos a vida deles mais felizes do que já é. Mas, por fatores externos, por probabilidades alheias a sua vontade, eu poderia ter nascido como um feto morto, ou simplesmente nem ter sido criado pela fecundação. Mas seria só uma possibilidade. Ainda assim, não faria nenhuma diferença pro mundo, talvez para os meus pais, mas não pro mundo, para o universo. E aí está, eu realmente deveria ter nascido? Que tipo de futuro eu poderia ter se não tivesse uma série de influências? Seria eu, preguiçoso? Seria um shinobi?

Seria um cara mais proativo? Poderia ter herdado o comércio dos meus pais, administrando o mesmo com o meu irmão, ou simplesmente poderíamos acabar falindo com o mercado, e viveríamos numa pobreza, até conseguirmos nos reerguer, ou morremos antes disso. Mas ainda assim, qual é o meu propósito? Eu poderia descobrir se eu retirasse uma série de fatores que aconteceram na minha vida que me levaram a ser o que eu sou hoje, mas disso, eu acabaria indo por outro caminho, e pela natureza humana, retirar essas influências podem levar a uma mudança completa de minha pessoa, e com isso, mudar totalmente o rumo da minha história, e aí, as coisas sairiam do controle,e não poderia entender tão completamente a minha mente e os meus fatores de ações, podendo gerar um organismo estranho que eu sequer seria capaz de entender, uma nova pessoa, alguém diferente. Poderia ser bom ou ruim a depender do modo como reagiria.

No fim, eu ainda me amaldiçoo, por ser alguém nada proativo. Se não fosse por Saito, eu nunca teria atingido a posição que eu estou, e não teria feito uma série de coisas que fiz. De fato, essa reflexão resume a vida em uma bagunça. Uma bagunça sem precedentes.

[...]

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