Se parar pra pensar, uma vida de alguém tão preguiçoso, se tornou bem turbulenta. Mas no bom sentido. As coisas ali, começaram a vibrar de uma maneira que quase não se vê aí. Ainda assim, sinto dificuldades para me empolgar, preciso então de motivação. Ainda tenho picos de adrenalina quando menos espero. Mas então, isso me ajuda a fazer as coisas do dia a dia. Mas também, olhando por outro lado, me torno então alguém muito direcionado quando estou focado. Aquela parte da minha preguiça some por um tempo, é como uma bateria cuja qual eu tenho que lidar o tempo todo. E quando ela acaba, eu já não sinto mais vontade de fazer nada, só se eu for me arrastar por aí.

Assim eu acabo admitindo que sou tão problemático quanto qualquer outro ninja que existe por aí. Mas eu sempre fui assim, e nunca quis mudar. Minha mãe uma vez me disse, que se as pessoas me acham estranho, isso é problema delas. Eu só preciso ser quem eu sou, do jeito que eu quiser ser, na maior liberdade possível, porque é o que nos faz humanos. É o que também transforma pessoas em únicas, não dá pra ser igual a ninguém, e quanto mais diferente você for, melhor, mas pior ao mesmo tempo. Seres humanos são estranhos, quando eles estão em sociedade, estabelecem uma série de preceitos, costumes e tradições que devem ser seguidos. Se não tiver, já era. Você pode ser visto como um estranho, porque não pactua com as ideias daquela sociedade.

Pior ainda é quando você vive em uma sociedade de aparências, onde tudo que importa é aparência. O seu interior não é algo que as pessoas vão se importar. E isso é muito ruim, porque você não será valorizado pelos seus costumes e jeito de pensar. Nunca. É uma coisa muito complicada, mas também há uma outra visão sobre a sociedade. Existia um homem que teve um dilema. Esse dilema envolvia salvar seus companheiros ou estar na missão contínua, deixando seus companheiros pra trás.

Companheiros com quem cresceu, e compartilhou tudo, uma vida inteira por ali.

Considerações:

Status:

Bornal:

E bem, o homem foi forçado a fazer uma escolha. Ele preferiu abandonar a missão, ao ponto de que salvar seus amigos era a sua máxima. E ele foi, salvou-os e voltou para a vila. Todos estavam a salvo, assim como ele. Mas ao invés de ser agraciado pela sua escolha, como um exemplo de idoneidade moral ou um exemplo de boa pessoa, de um herói, ele foi vaiado. As pessoas quando estão com raiva, julgando algo, são as primeiras a atirarem uma pedra, mas não são as últimas a pedirem perdão pelos seus atos. No fim, condenado ao ostracismo e ao desprezo público pelas pessoas cujo cargo jurou defendê-las, como um Jonnin da Aldeia da Folha, ele se suicidou. Tirou a própria vida porque se sentia culpado, porque aquilo tudo, aquela pressão, estava o matando. Ele só vivia com seu filho, e no fim, quando o garoto chegou, encontrou o corpo do pai desfalecido, havia tirado a própria vida.

Esse lado da sociedade é algo tão comum, se um lado dela apresenta a sociedade de aparências, do outro lado apresenta a sociedade por mérito. A lei do mais forte. Se você se torna um ninja, é obrigatório que você lute e fique forte, que seja capaz de fazer tudo, como se você fosse multi tarefas e não tivesse nenhuma falha. Mas a questão é essa, a sociedade esquece que ninjas também são humanos. Eles podem ter chakra, coisa que muitas pessoas não tem, mas de toda forma, ainda assim, são humanos, são imperfeitos, e sempre serão imperfeitos. Claro, de tempo em tempo, sempre surge um gênio, um gênio que nasce a cada geração, são pessoas abençoadas pelo seu próprio poder, e corpo, nas nem mesmo gênios estão isentos de erros e imperfeições. Então a sociedade sempre vai esperar tudo de um ninja, mas também irão se decepcionar.

Um ninja pode falhar em uma missão, pode se dar bem em uma missão. Dependendo do seu desempenho, isso poderá acarretar em dois caminhos, ele ser vaiado, ou ele ser aplaudido. No fim, é a sociedade da meritocracia e da lei do mais forte.

Considerações:

Status:

Bornal:

No fim, eu não sei qual é o futuro. Mas estou condenado a estar no espectro entre esses três tipos de sociedade. Cada um misturado entre si, de modo a se sobressair uma hora ou outra. De toda situação, ali é uma questão de conveniência e oportunidade. Uma hora aparece. Mas de todas eu tenho certeza que estou inserido sumariamente na sociedade das aparências. Ainda me lembro de quando eu estava perto do portão, deitado sobre o banco de concreto de cabeça pra baixo, lendo um livro. Estava com tanta preguiça nesse dia que simples me estirei sobre a curvatura do banco e deslizei para dentro, caindo de cabeça no assento. Assim eu fiquei, e confesso que de todas as maneiras, era confortável, comecei a me sentir quentinho. Mas não era o mesmo para as outras pessoas.

A vila está sempre cheia de pessoas de todos os tipos. Crianças, adultos, adolescentes, donas de casa, comerciantes, vendedores, ninjas, pessoas comuns, e tudo mais. O olhar que algumas dessas pessoas me deram foram de desprezo, outros me deram um olhar de julgamento, como se eu fosse um total desajustado da vida. Não era como se eu estivesse ligando para aquilo. Mas eu não me importei, estava lendo meu livro e estava bem Imerso na leitura. No fim, eu pude contornar o primeiro tipo de sociedade, mas ainda assim, eu estou intrinsecamente inserido no primeiro tipo. O segundo tipo e o terceiro ainda não surgiram, mas em breve irão, conforme alguém constrói a sua imagem e o seu trabalho e escala isso dentro da função social da sociedade em conjunto com a contribuição de um governante, isso então começa a entrar na questão do mérito, da lei do mais forte.

Mas ainda não brilhei, e nem sei, se preguiçosos como eu tem seus momentos de brilhos. Já vi tantos heróis brilharem no campo de batalha, exibindo seu sorriso como se o campo não fosse nada além do que uma dose de serotonina absurda. Eles usavam todas as suas capacidades aprimoradas, e estavam lá, sendo a luz do campo. Se eu tivesse a oportunidade, eu seria o que superaria todos eles. O Deus do Campo.

Considerações:

Status:

Bornal: