Biskka acordou empolgada para o dia que tinha pela frente. Ela se levantou e olhou para o relógio ao lado da cama, eram 9 horas da manhã e ela precisava se arrumar para ir até a casa do seu "amigo" Tsurugi. Depois de escovar os dentes, ela foi até o guarda-roupa e escolheu um short jeans azul claro, uma camiseta branca básica. Biskka vestiu o short, que se ajustava perfeitamente em suas curvas, e a camiseta, que tinha um caimento soltinho e confortável. Ela amarrou o cabelo em um rabo de cavalo alto e passou uma maquiagem leve, usando apenas um pouco de corretivo e rímel. Finalizou com um batom rosa claro e estava pronta para sair.
Não demorou e já estava em frente ao portão da casa de Tsurugi, tocou a companhia e aguardou um pouco. O grande muro da residência chamava-lhe a atenção, ficou imaginando o quão grande poderia ser a residência do rapaz, o que a fez perceber que conhecia muito pouco sobre o seu parceiro. “Ele tem família? Do qual Clã pertencem? Por que uma propriedade tão grande?” Eram os pensamentos de Biskka enquanto aguardava. Sentiu até mesmo um pouco de vergonha por saber tão pouco, mas tentaria contornar isso nas próximas vezes que se encontrassem.

Estava um pouco distraída quando finalmente o portão da entrada principal foi aberto e lá estava Tsurugi, a recepcionando com toda educação e boa vontade que lhe cabiam.
— Helloow ~ — Disse ela em tom de graça, retribuindo o sorriso. Fazer cerimônia não fazia parte da personalidade de Biskka que fora entrando assim que lhe foi permitido. O jardim da frente era grande, bonito, bem ornamento e cheirava bem, o que fez com que a menina adotasse um semblante de surpresa, seguido de um largo sorriso.

— Caramba, você mora aqui?! — Indagou a jovem ainda admirando a beleza no lugar. Ao fundo estava a casa propriamente dita, demasiada bela em sua simplicidade, mas ainda com ar aconchegante. — E esse cheiro... É bom...
Tal como um cão farejador, Biskka conseguia localizar comida onde quer que estivesse. Talvez fosse um defeito, talvez fosse sua personalidade ou simplesmente fosse parte do seu ser. O inegável era o bom humor e simpatia da menina que não deixava de lado. Biskka não era nem um pouco tímida, tampouco introvertida, portanto não achou estranho quando a própria fez menção de que Tsurugi deveria mostrar o lugar para ela, afinal, não acreditava que iriam ficar no jardim o dia inteiro.
 

Considerações:

Tsurugi tinha um jeito um tanto quanto relaxado, sempre parecia demasiado despreocupado com tudo ao seu redor, além de ter um ”falar” leve e descontraído. Tudo para ele parecia ser um tédio, o que preocupava Hanami no começo do seu suposto relacionamento, porém, com o passar do tempo ela fora se sentindo mais segura ao entender que era apenas o jeito do rapaz. Apesar dos apesares, Tsurugi sempre fora gentil com Hanami, respeitando-a tal como um cavalheiro faria, o que fazia ela se sentir segura ao seu lado. Ela seguiu pelo amplo jardim enquanto ouvia sobre sua família e foi então que percebeu que aquela foi a primeira vez que Tsurugi falava sobre isso com ela.

— Morar sozinho? Então você tem família... — Disse ele apresentava a sala de estar e logo em seguida a melhor parte da casa: a cozinha. — E me chamou aqui quando eles não estão por que mal intencionado ou por que tem vergonha de mim? — A principio o tom da menina era bastante sério, ela o encarava fixamente em seus olhos como quem busca uma resposta sincera e tão séria quanto, supostamente, havia sido a sua pergunta. Mas no final das contas não passava de uma brincadeira. Hanami colocou-se a rir poucos segundos depois, talvez com tempo o suficiente para deixar o rapaz sem jeito.

— HAHAHAH! Eu tô zoando com sua cara, relaxa... — Talvez ele se sentisse um pouco mais aliviado. Enquanto ouvia mais sobre a família de Tsurugi, Hanami tratou de sentar-se em qualquer cadeira ali da mesa da cozinha, afinal de contas, seria muito estranho se ela não aproveitasse o banquete que fora preparado para ela.
— Peixes, uhm... Parece legal ter um negócio de família. — Começou falando quase de boca cheia enquanto servia-se de alguns udon com o hashi. — Se meus pais fossem vivos, provavelmente eu ainda seria uma kunoichi. Eles eram Shinobis da Folha e morreram em missão, então penso que morreram por uma boa causa...

Falar dos seus pais já não lhe trazia sentimentos ruins como mágoa, porém sempre havia um pequeno pesar quando eram lembrados. Hanami entendeu desde cedo como funcionava o ciclo da vida e que pessoas morrem e estava tudo bem.
— Se não se apressar não vai sobrar pra você.

Considerações: