O despertador tocou, indicando o horário em que Nanami deveria iniciar as atividades de seu dia. Sendo o tipo de pessoa que já é funcional ao acordar, não teve dificuldade em levantar; saiu com cuidado de sua cama para não despertar Momo - a coelha de estimação - que dormia em seus pés. Começou sua rotina diária, dirigiu-se ao lavabo para se banhar, e sem demoras, logo saiu com um roupão e toalha na cabeça que cobria os cabelos molhados.
　　Após, seguiu até a porta da residência para buscar a revista de astrologia que assinava e recebia a cada 15 dias; a redatora da revista era uma grande amiga de Nanami, a astróloga Mitsuki, que dificilmente errava suas previsões. Com a publicação em mãos, retornou ao quarto, sentou em sua cama e afagou a pelagem de Momo para acordá-la.
　　— Momo-chann, vamos tomar café.
　　Sem sucesso, a coelha dorminhoca nem ao menos se moveu. A kunoichi riu, pois entendia a personalidade de Momo e resolveu deixá-la descansar até que o café da manhã estivesse pronto. Então iniciou a leitura da revista, que na primeira página continha um bilhete escrito por Mitsuki dedicado à ela: “Tudo certinho, Nanami-chan? Se não tá, vai ficar e quem garante é Vênus, que começa a circular no seu signo às 10h25 e promete blindar o seu astral. Além de realçar seu lado charmoso, carinhoso e encantador, Vênus vai abrir os seus caminhos, inaugurando uma fase de sorte, harmonia e oportunidades na sua vida.”
　　— Yaaay~~ Parece que hoje vai ser um bom dia!
　　Continuou a leitura do horóscopo da semana até que percebeu o horário e decidiu preparar o desjejum. Para ela, preparou um chá de gengibre e torradas com geléia de frutas vermelhas. Para Momo, trocou a água de seu pote e separou algumas folhas e frutas frescas em quantidade suficiente para o dia inteiro. Seguiu para o quarto, pegou a coelhinha com as duas mãos e a levou para a cozinha, onde estava seu café da manhã. Momo tentou se debater no caminho, meio mole, mas por fim aceitou que deveria acordar e se alimentar.
　　Ao finalizar a refeição, Nanami se apressou para organizar a casa antes de partir para sua nova missão: um pescador de uma pequena ilha ao sul de Kirigakure encontrou, por acaso, uma das pérolas mais caras e raras existentes e solicitou o serviço de um shinobi para escoltá-lo à Kirigakure, onde venderia a pérola para um famoso colecionador. A kunoichi aceitou a missão com entusiasmo mas permanecia um pouco inquieta, pois passaria por uma provação: deveria pegar um barco para se transportar até o pescador e novamente para retornar para a Vila da Névoa - e seu enjoo de movimento seria um tremendo empecilho durante o percurso.
　　Terminando a organização da casa, Nanami vestiu as roupas que geralmente trajava em missões, prendeu seu cabelo em um penteado com três tranças volumosas, arrumou seus pertences e preparou também um litro de chá de gengibre, eficaz contra enjoo, em uma garrafa térmica e guardou tudo em uma pequena mochila que levaria na viagem. A jovem se despediu de seu animal de estimação e seguiu para o porto, onde pegaria o barco para viajar.

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Objetivo

Missão Rank C — O pescador de tesouros
Descrição: Um pescador se deparou com uma pérola rara conhecida como Melo Melo enquanto pegava conchas de ostras com sua família. Ele solicitou escolta para transportar seu tesouro recém adquirido, com medo de que fosse roubado.

Considerações

Total de palavras: 534

　　A névoa densa comum da região se fazia presente. Não se enxergava há mais de três metros de distância, então Nanami demorou para achar o pequeno barco que a transportaria até a Ilha da Boa Ventura, localizada ao sul de Kirigakure no Sato. Avistando-o, aproximou-se e chamou a atenção de quem julgou ser o encarregado.
　　— Com licença~ Nakajima-san? — Esperou ele voltar a atenção para ela e continuou: — Me chamo Nanami. Foi combinado com o senhor meu transporte até a Ilha da Boa Ventura, certo?
　　— Sim, sim. Pode embarcar. Os outros passageiros já chegaram, então podemos partir.
　　Ela deu um sorriso amarelo, claramente nervosa. Antes de subir no barco, sacou em sua mochila a garrafa térmica e bebeu um gole do chá de gengibre. O transporte estava vazio, apenas três outras pessoas ocupavam os bancos, em espaços dispersos. Nanami sentou em um lugar na beirada do barco e agarrou-se em uma barra de segurança metálica que cobria todo o perímetro. O movimento de Nakajima recolher a corda náutica que encadeava o barco ao cais balançou a embarcação, e imediatamente a kunoichi sentiu um desconforto no estômago.
　　“Calma, calma. É psicológico.” Buscava se acalmar.
　　O barqueiro se dirigiu até a cabine de condução, iniciou o motor e logo partiram em direção a ilha de destino. As mãos da jovem permaneciam geladas, suadas e o desconforto estomacal apenas aumentava. Nanami bebericou mais um gole do chá de gengibre e vez ou outra fazia um exercício de respiração que havia aprendido para combater o enjoo. Porém, nada adiantava e o mar agitado apenas agravava sua condição. Uma hora de viagem passou e ela estava em seu limite. Virou o corpo em direção ao mar, ainda segurando na barra de segurança, e pôs para fora tudo o que tinha direito.
　　Pendurada na beirada do barco, quase desfalecida e pálida como um fantasma fora a sua situação durante o percurso inteiro; dois dos passageiros, espantados e desassossegados, evitaram contato visual com Nanami o tempo todo. De fato, ela só não estava tão constrangida quanto estava enjoada. Uma das tripulantes, uma senhora, puxou assunto com a kunoichi quando seu estômago resolveu lhe dar um alívio.
　　— Minha nossa! É difícil encontrar pessoas que passam tão mal quanto você.
　　— S-Sim... — Um pouco melhor, ela se ajeitou no assento e direcionou o olhar para a senhora.
　　— É a sua primeira vez indo pra ilha? — Nanami acenou com a cabeça. — São cerca de três horas de viagem. Já estamos chegando, veja.
　　A senhora apontou para a névoa, que aos poucos se dispersou e revelou um píer a poucos metros de distância.
　　— Graças aos deuses. — A genin deixou escapar baixinho, aliviada.
　　Quando atracaram, Nanami foi a primeira a sair. Quando pisou no píer seu senso de equilíbrio ainda parecia estar sincronizado com o movimento do barco em alto mar e demorou alguns minutos para normalizar. Ela tomou um gole do chá de gengibre para forrar o estômago; juntou o mínimo de dignidade que lhe restava e se despediu do barqueiro e da senhora. Seguiu o caminho do píer em direção a praia, onde encontraria o pescador que solicitou a escolta.

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Objetivo

Missão Rank C — O pescador de tesouros
Descrição: Um pescador se deparou com uma pérola rara conhecida como Melo Melo enquanto pegava conchas de ostras com sua família. Ele solicitou escolta para transportar seu tesouro recém adquirido, com medo de que fosse roubado.
*Desenvolvendo superação do defeito enjoo de movimento. (1/3)

Considerações

Total de palavras: 523

　　O nevoeiro do alvorecer aos poucos se desvaneceu. A jovem permanecia em frente ao mar enquanto aguardava a chegada de seu contratante. No horizonte, apenas se enxergava a imensidão marítima - a falta de barcos e indivíduos chamou a atenção da jovem. Respirou fundo, ainda se recuperando de seu enjoo de movimento. Voltou a olhar para seus arredores e avistou uma silhueta masculina se aproximando.
　　— Nanami-san?
　　— Masayoshi-san?
　　— Desculpe a demora! Seja bem vinda. Você não parece muito bem... O mar estava muito agitado?
　　Ela acenou com a cabeça. A última coisa que queria lembrar no momento era de seu evento traumático.
　　— O barco retorna para Kirigakure apenas no início da tarde. Enquanto isso vamos até a minha casa, minha esposa faz uma sopa maravilhosa que cura tudo! Com certeza você se sentirá melhor.
　　— C-Certo.
　　Os dois caminharam cerca de vinte minutos até chegarem no lar do pescador. Durante o percurso, Nanami se apresentou e explicou sua dificuldade em se locomover de barco, ou qualquer meio de transporte; mas garantiu que estaria apta a protegê-lo no decorrer da missão. Masayoshi foi muito educado e receptivo, aparentando ser uma boa pessoa. Ao adentrar a morada foi recebida por três meninos pequenos, filhos do pescador. As crianças, todas energéticas e tagarelas (assim como Nanami), estavam extremamente animadas com o fato de conhecê-la pois nunca tiveram contato com um shinobi antes; e não se silenciaram até o pescador despistá-las, quando pediu para as crianças prepararem um presente para a convidada.
　　Logo a esposa de Masayoshi se apresentou e assim como ele, foi muito receptiva à chegada da genin. Após as devidas apresentações seu esposo a deixou ciente da condição de Nanami e ela se dispôs a fazer a sopa que cura tudo. Masayoshi convidou a kunoichi a sentar-se em uma mesa na sala enquanto aguardavam a refeição ficar pronta. Em mãos ele tinha uma pequena caixa de madeira, que ao abri-la continha o tesouro protegido por um pedaço de algodão.
　　— Veja Nanami. A coloração dessas pérolas pode variar de laranja brilhante a marrom. Uma das características mais marcantes da Melo Melo é o padrão interno que se assemelha a chamas e que se espalha por toda a superfície da pérola. Encontrei ela em uma concha em formato de caracol, e parando para pensar, foi muita sorte.
　　— Ela é muito bonita! — Disse a genin, maravilhada com o item.
　　— Hahaha é mesmo! E também valiosa. Por conta da raridade, não existe um preço padrão para as pérolas Melo Melo. O valor é baseado na qualidade, aparência e no peso. Pretendo vendê-la por 30 milhões de ryou.
　　— Ehhh, incrível~ Não consigo nem imaginar o quanto eu poderia comer com 30 milhões de ryou... — Seus olhos brilharam e seus pensamentos vaguearam por um momento, como se ela tentasse calcular a quantidade de comida.
　　Ele sorriu e continuou a fala: — O dinheiro não mudará apenas a minha vida, mudará meu destino. Minha família inteira terá uma vida melhor.
　　Nanami sorriu, ainda mais motivada a prestar o serviço para o pescador. Continuaram a conversa até as crianças retornarem com o presente da kunoichi: uma grande concha branca em perfeito estado. Ela agradeceu e pouco depois a esposa de Masayoshi convocou todos para almoçarem.
　　Após a refeição, Nanami e Masayoshi iniciaram o diálogo sobre a logística da missão; combinaram como agir se houvesse algum imprevisto e mais alguns detalhes relacionados. As crianças aguardaram inquietas o término da conversação e assim que surgiu uma brecha solicitaram a kunoichi uma demonstração de suas habilidades como ninja. Ela abriu um grande sorriso, enternecida com o pedido do trio; ela entendia a euforia pois em sua ilha natal também era raro a visita de shinobis. A genin fez uma demonstração simples de uso de chakra, como andar pelas paredes e o Henge no Jutsu. As crianças, maravilhadas e curiosas, inundaram Nanami de perguntas sobre Kirigakure, a Academia Ninja e suas missões. O que pode revelar, ela respondeu.
　　Com o início da tarde chegou o horário de partida. Nanami e o pescador ajeitaram seus pertences e se despediram da família. Masayoshi retornaria na manhã do dia seguinte, afortunado e vitorioso sobre sua conquista. Durante o caminho pela praia até o píer, os dois conversaram mais um pouco:
　　— Você sabe por que a ilha tem este nome? — Ela negou balançando a cabeça, então ele continuou. — Porque os pescadores costumam ter sucesso aqui, embora o mar seja consideravelmente agitado; então, ela foi nomeada de “ilha da boa sorte”.
　　— Masayoshi-san, não quero ser rude, mas se os pescadores encontram sucesso aqui, por que a praia está tão vazia? Não deveriam ter mais barcos, pessoas?
　　— Infelizmente, há muitos anos atrás a ilha ficou tão famosa que atraiu a atenção de piratas. Foi um caos, muitos crimes aconteceram e os responsáveis nunca foram punidos. Sem ter como se sustentar, eventualmente a maioria dos habitantes deixaram a ilha. Ainda é muito perigoso viajar e transportar mercadorias nesta região e foi justamente por isso que solicitei a escolta. Não acredito que a notícia da pérola se espalhou, mas não posso arriscar.
　　— Entendo...
　　A dupla chegou no píer e se dirigiram até o barco que estava atracado. Por enquanto, apenas o capitão se fazia presente. Nakajima e Masayoshi pareciam velhos amigos, o que não surpreendeu Nanami, devido às circunstâncias da ilha; a maioria dos habitantes deveriam se conhecer.
　　— Yo! Será que o mar ainda está muito agitado? Parece que a Nanami-chan não consegue lidar muito bem com a travessia. — Disse Masayoshi.
　　— Ah, ela tá com você! Estava me perguntando o que essa pobre coitada veio fazer aqui. Você precisava ver ela hoje cedo. — Respondeu Nakajima.
　　— Já estou melhor graças a sopa da esposa do Masayoshi-san~ Dessa vez tenho certeza que não vou passar tão mal!
　　Os três riram, a kunoichi um tanto constrangida. Realista, ela apenas esperava que não passasse tão mal quanto pela manhã. Escolheu o mesmo assento que havia pego pela manhã, na beirada do barco, e logo o resto da tripulação chegou; ao total oito passageiros seriam transportados. Nanami analisou-os, não pareciam suspeitos ou piratas. Sem demoras, Nakajima iniciou o motor e todos partiram para a Vila da Névoa.

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Missão Rank C — O pescador de tesouros
Descrição: Um pescador se deparou com uma pérola rara conhecida como Melo Melo enquanto pegava conchas de ostras com sua família. Ele solicitou escolta para transportar seu tesouro recém adquirido, com medo de que fosse roubado.

Considerações

Total de palavras: 1036