A luz do sol banhava um parque de Kumogakure, mesmo numa tarde de clima extremamente frio. O mesmo se encontrava quase vazio por esse exato motivo, mesmo com a paisagem bela, mas duas figuras ainda andavam por aquele parte, recém-chegados ali. Uma era uma mulher de cabelos castanhos e olhos verdes, que usava uma blusa com pelugem e carregava um sorriso raso mas paciente a aquele ambiente, enquanto a outra presença era a de um homem de cabelo espetado e olhos negros, que usava uma jaqueta de couro com uma característica notável: havia uma gola alta, usava quase como uma máscara. Eram Komiko e Satori, fazendo um passeio naquele dia frio em um parque, tudo por causa de uma mensagem que Satori tinha mandado para ela, que provavelmente não poderia falar mais com ela, então queria conversar com ela uma vez antes de ir em uma missão. Komiko disse algo sobre o clima, meio distraída.
- Esse frio com esse sol é tão... calmo. Sabe, nunca fui muito de frio, mas hoje em específico esse ar frio é muito bom!
- ("Raiva" e "calma"... quantas vezes eu já não usei essas duas palavras juntos para tentar descrever a mim mesmo meus sentimentos?) O frio pra mim é a melhor temperatura do ano. O calor é muito mais cruel que o frio quando forte, como que você se protege de uma temperatura acima dos 26 combinada com o sol ein?
- Hey, eu falei que eu tenho um aprecio pelo frio idiota. Mas... acho que tem um pouco de razão com o que fala. Mesmo assim, ambos frio e quente tem seus altos e baixos não? Olha isso, eu nem posso usar roupas bonitas por causa desse clima! Sou forçada a usar essas rouponas aqui...
- Quem disse que você parece feia no inverno só por causa que as roupas que você usa tem que ser largas? Deve ser apenas seu gosto no fim das contas.
- Não me lembrava de você mostrando tantas emoções boas em um dialogo da última vez que falei com você ein! Que que aconteceu, tá... descongelando é?
Komiko da um sorriso de canto, mas Satori parece não ter tido uma reação muito exagerada ao comentário feito por ela. Isso por que aquilo fez ele pensar um pouco até por um segundo.
- Descongelando?... eu nunca pensei nisso. Acho que depois do que aconteceu ano passado, eu fiquei tentando suprimir meus sentimentos demais... mais do que eu precisava... pera, será que era realmente necessário tudo isso?
Os dois finalmente alcançam o que estavam procurando: um banco. Os dois se sentam, observando a fonte constantemente ligada do parque e as ruas, completamente vazias, com a exceção da ocasional criança de toca e blusa que passava ali procurando os pais ou amigos. Satori começa a falar finalmente sobre o assunto que havia chamado a amiga ali em primeiro lugar.
- Eu vou provavelmente ficar alguns dias fora, e antes de ir eu queria falar um pouco com você sobre algo que só você entenderia provavelmente.
- Hmm, e o que seria?
- É sobre meu estado mental. Tudo, na verdade. Eu pensei que você seria a melhor para falar sobre isso já que você passou com uma experiência parecida em relação a sentimentos.
- Ora... vamos lá, me diz aí, que que tá te atormentando esses dias? - Ela diz, com um tom mais sério do que antes agora.
- Não esses dias... esses meses praticamente. Dês de que eu te conheci, eu comecei a tentar a seguir o que você falava sobre lidar com oponentes. Sempre tomar a opção drástica quando lidando com um oponente... afinal, por que deveríamos poupar eles e deixar eles tomarem outra vida no lugar? E sabe, eu não estou querendo dizer que estou começando a discordar com essa opinião... mais que eu percebi que eu mudei por causa dela.
- Eu... nunca ouvi você falando dessa maneira. Eu acho até meio chocante para mim, seriamente, já que dês da sua mudança, parecia que a sua maneira inteira tinha mudado. Mas ainda sim, estou feliz que está notando a mudança. Eu sei que deve ser difícil, mas-
- Espere. O que eu quero falar é que eu sinto que eu perdi parte do que eu sentia antes. Depois do que aconteceu ano passado, eu comecei ficar tão focado nesse julgamento que eu comecei a negligenciar meus outros sentimentos... comecei a pensar só no trabalho, invés da própria vida. É um preço a se pagar pelo que eu quero fazer... mas ainda sim, será que isso é o melhor para mim?
Komiko segura o rosto de Satori, virando a expressão antes neutra para ela e começa a falar.
- Olhe para mim. Eu nunca esperei que seguiria o que falava... mas eu percebi sua mudança dês de que você voltou da destruição de Kumogakure. Já que você vai tentar pegar dicas minhas, então escute o que eu digo: não se perca nesse seu ódio. É sério, eu já me senti consumida pelo trabalho também. - Ela solta o rosto de Satori e volta a posição que estava sentada, deixando Satori com uma expressão de surpresa. - A vida não é feita só dessas pessoas que temos que diariamente descartar como lixo. Você deveria saber isso muito bem... por que continua a falar comigo, com Kor, com Lanius até se não por que nós te fazemos feliz?
- Vocês ainda são as pessoas mais importantes para mim. A única cois-
- Isso é meio óbvio, o problema aqui não é você não se importar com nós, e sim você não conseguir aproveitar o tempo com nós. Você fica focado demais no que considera seu trabalho, e acaba reprimindo as outras emoções quando elas seriam mais importantes.
Logo em seguida, os dois acabaram ficando quietos por alguns segundos. Satori esticou seu corpo para trás, deslizando as costas pelo banco de um jeito meio relaxado, antes de falar.
- Eu acho que você tem um ponto. No fim das contas, eu tenho que manter o equilíbrio entre fazer uma diferença positiva nesse mundo, e fazer uma diferença positiva na minha própria vida.
- Bem, isso é um jeito de tentar explicar a situação. De qualquer forma, eu já vou indo aqui, já que eu também tinha compromissos hoje. Boa sorte, Tori!
Os dois se abraçaram. Satori perguntou uma coisa para Komiko antes dela ir.
- Por que você me chamou de Tori?
- É só um apelido. Esse papo todo me fez sentir que eu precisava deixar mais leve a atmosfera, sabe? De qualquer forma, tchau! Te vejo quando voltar!
Enquanto Komiko sumia do campo de visão de Satori, virando uma das esquinas ali na praça, Satori teve apenas um pensamento, enquanto sorria de uma forma genuína que já fazia um tempo que não fazia.
- Você é realmente incrível, Komiko.

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