Yume sentia a intensidade do sol queimando sua pele, fazendo-o suar abundantemente e ressecando sua garganta. Cada passo afundava na areia quente, uma batalha constante para manter o equilíbrio nas dunas em constante movimento.

As roupas largas e escuras que Yume vestia, que antes caíam com uma certa elegância em seu corpo, agora pareciam um pouco desajeitadas. A regata preta colava levemente em sua pele devido ao suor, revelando o contorno de seus músculos esbeltos e bem definidos. Os shorts folgados, que antes proporcionavam conforto e liberdade de movimento, agora balançavam levemente com o vento, ocasionalmente agarrando-se às pernas de Yume por causa da areia que se acumulava ali. Seu rosto, normalmente sereno e expressivo, mostrava pequenas gotículas de suor que escorriam pela testa, revelando os esforços físicos que ele empreendia. Apesar dos efeitos adversos do sol, vento e areia em seu cabelo e roupas, Yume permanecia resiliente, com uma beleza notável que transcendia as adversidades do ambiente

Ao testemunhar a figura sinistra de Kurogami emergindo das sombras, Yume sentiu um calafrio percorrer sua espinha. Seus instintos o alertaram para o perigo iminente, e uma sensação de desconforto toma conta de seu ser. A escuridão que envolve o vilarejo em chamas era opressiva, alimentando sua sensação de vulnerabilidade.

A terrível cena diante dos olhos de Yume trazia à tona as memórias dolorosas do passado. A sensação de impotência e o sentimento de perda o envolviam mais uma vez, fazendo seu coração apertar. O fogo ardente e a agitação ao seu redor eram como um eco das chamas que haviam consumido a vida de seu pai adotivo, deixando uma ferida profunda e permanente em sua alma.

Enquanto olhava para Kurogami, uma onda de tristeza e raiva percorria Yume. Ele se via confrontado com a mesma sensação de desamparo que sentiu quando a vida de seu pai, inocente, fora tomada em um vilarejo como aquele.

Observando os olhos vazios de Kurogami, Yume sentiuy uma onda de repulsa tomando conta dele. A visão da figura grotesca e a ausência de vida em seu olhar despertam nele uma urgência para confrontar essa aberração e restaurar a esperança que foi roubada daquela vila. Embora seu coração batesse em ritmo acelerado e suas mãos tremessem levemente, Yume se manteve focado, determinado a enfrentar o desafio com todas as suas habilidades e força. Ele sabe que a batalha será difícil e que suas próprias sombras internas poderiam tentar detê-lo, mas ele precisava tentar salvar aquelas pessoas.

Yume concentrou seu chakra, permitindo que o poder do fogo fluísse através de seu corpo. As chamas internas crescem, ardendo como o ódio que ele sentia. Com um movimento ágil, ele libera o selo de mão necessário para realizar a técnica de fogo que aprendeu: Katon: Karyū Endan, a Explosão do Dragão de Fogo.

Um redemoinho de chamas se forma em torno de Yume, crescendo e ganhando força. Ele direciona seu olhar para o Ceifador das Sombras à distância, a energia incandescente transbordando de suas mãos estendidas.

Enquanto o dragão de fogo estivesse se aproximando do oponente, Yume correria em sentido horário, mantendo a distância do oponente, afinal, o rapaz não era conhecido por sua força física. Seus pés tocavam o solo com leveza, impulsionando-o rapidamente enquanto mantinha seus olhos fixos na trajetória das chamas.

Yume estava decidido a salvar as pessoas do vilarejo porque, para ele, salvar essas pessoas poderia ser o primeiro passo para fazer as pazes com o seu passado e se perdoar por não poder ter salvo seu pai. Era chegada a hora de por todo o tempo de treinameto em prática, e impedir que mais pessoas inocentes sejam atacadas por Kurogami.

Considerações:

HP: 160 | CH: 360 | SM: 180 | ST: 05 | VO: 05 | 605 PALAVRAS

Os olhos de Kurogami, o Ceifador das Sombras, brilharam com um vermelho intenso e perturbador, revelando seu poder sinistro. Três tomoes pretos se destacavam ao redor de suas íris, denotando sua conexão com um poder obscuro. Sua risada ecoou pelo vilarejo em chamas, enquanto suas mãos se estendiam de forma grotesca, assumindo uma forma de garras afiadas. Com uma crueldade inimaginável, ele agarrou duas vítimas indefesas, usando-as como escudos humanos contra as chamas.

Kurogami, imerso em sua insanidade, encontrou prazer na agonia alheia, rindo sadicamente enquanto as vítimas suplicavam por misericórdia. Sua habilidade de manipular seu próprio corpo, estendendo suas mãos deformadas além dos limites humanos, faziam com que ele parecesse ainda mais imprevisível e ameaçador do que antes. Enquanto segurava as vítimas como escudos, ele lançou palavras cruéis e sarcásticas na direção de Yume, atribuindo a ela a culpa por aquela situação terrível. A voz de Kurogami ecoava, carregada de desprezo e provocação, mergulhando Yume em um abismo de culpa — no qual já estivera antes. Acontece que, dessa vez, Yume não iria ficar de braços cruzados.

No instante em que Yume captou a sinistra intenção do homem ao colocar o papel explosivo no corpo carbonizado, algo dentro dele se rompeu. Um poder ancestral, adormecido em seu sangue Uchiha, despertou sem aviso prévio. Seus olhos, sem que ele percebesse, ganharam a famosa coloração vermelha do Sharingan. O mundo ao seu redor desacelerou, como se o tempo se curvasse diante da gravidade da situação. Com agilidade e reflexos aprimorados, ele lançou-se para o lado, desviando do terrível projétil humano.

O coração batendo freneticamente, Yume se viu imerso em uma sensação desconhecida. O Sharingan havia se manifestado, trazendo consigo uma promessa de poder e fazendo com que Yume tivesse ao menos alguma chance na luta, mas também uma perturbadora revelação sobre suas origens e o peso de sua herança Uchiha.

Apesar de não ter entendido completamente o que acabara de acontecer, a adrenalina no corpo de Yume queimava rápido demais para que ele pudesse parar para pensar nisso agora. Ele precisava contra-atacar, não apenas para salvar o vilarejo, mas para salvar a própria vida.

Até aquele momento, Yume tinha visto o Ceifador das Sombras fazer apenas ataques físicos. Devido a capacidade de se esticar, era possível considerá-lo um oponente de alcance mediano, enquanto Yume era um lutador de longas distâncias. O jovem sabia que não era forte fisicamente e estaria acabado se Kurogami conseguisse pôr as mãos nele. Ou seja, a regra era clara: Yume precisava manter uma distância segura do oponente durante todo o combate, ou seria o seu fim.

Além disso, ninjutsus não pareciam ser muito efetivos contra o maníaco, afinal, era era extremamente ágil e podeira simplesmente usar uma pessoa inocente como escudo. Yume precisava pensar, e precisava pensar rápido.

Yume pensou em contra-atacar com Bushins mas, caso o inimigo conseguisse identificar o ninja verdadeiro, ele poderia ser atingido e isso seria seu fim. Foi então que ele teve a ideia de utilizar Kawarimi no Jutsu, contudo, ainda não tinha noção de todas as habilidades do inimigo, podendo ser surpreendido por um jutsu poderoso demais para a técnica bloquear. Não, Yume tinha uma ideia melhor.

O jovem Uchiha se aproveitaria da crueldade de Kurogami para fingir ter caído e, no momento em que fosse atacado, ressurgir de surpresa utilizando String Bean Binding Illusion, de maneira a manter o oponente imóvel por ao menos um turno — o que possibilitaria que ele desferisse um ataque vital sem que o inimigo tivesse a chance de contra-atacar ou se esquivar.

Yume era pequeno, magro e parecia, até mesmo, um tanto mais novo do que realmente era, mas havia uma coisa na qual era indiscutivelmente habilidoso: em Genjutsu. Se eles não funcionassem, nada mais iria.

Considerações:

HP: 160 | CH: 360 | SM: 180 | ST: 05 | VO: 05 | 620 PALAVRAS | POST 02/05

O mundo parece desacelerar e os movimentos de Kurogami se arrastam diante de seus olhos aguçados. Aproveitando essa vantagem temporal, Yume concentra-se, absorvendo as informações captadas por seu Sharingan e elaborando uma estratégia ousada.

Yume tropeçou enquanto corria do ataque de Kurogami, o Ceifador das Sombras, e, como e era de se esperar, foi atacado pelo terrível ninja descontrolado. Entretanto, ele aproveitou esse momento para colocar o oponente sob um genjutsu: String Bean Binding Illusion.

Aproveitando a brecha, Yume imediatamente lançaria seu genjutsu: String Bean Binding Illusion. Nesse instante, uma ilusão se materializaria diante de seus olhos e Yume desapareceria completamente da vista de Kurogami. Enquanto isso, cipós sinistros surgiriam do chão e envolveriam o vilão, erguendo-o no ar e imobilizando-o em uma prisão vegetal.
Neste momento, utilizando toda sua destreza e agilidade, Yume ressurgiria, utilizando o mesmo jutsu da última vez.

— Katon: Karyū Endan! — Ele gritaria, tentando pegar o inimigo de surpresa. — Morra, seu maldito! Vire cinzas você também!

Yume estava coberto de sujeira, não sabia se era areia ou fuligem. As feridas em seu corpo doíam, mas ele sabia que não poderia deixar isso transparecer. Yume precisava ser forte naquele momento, mais do que nunca. Precisava ser forte por todas as vezes em que não tivera a chance de ser. Aquela era única chance de salvar o vilarejo, e de provar para ele mesmo que poderia ser um ninja poderoso.

Os olhos de Yume ardiam intensamente com a chama da fúria despertada pelo Sharingan. Era como se todas as emoções reprimidas, todo o ódio acumulado ao longo dos anos, estivessem jorrando para fora. O coração de Yume pulsava com uma energia sombria e avassaladora. Ele esperava que tantas horas de treinamento tivessem um bom resultado agora. Do contrário, o vilarejo, e ele próprio, poderiam ter um fim ali mesmo.

Considerações:

HP: 160 | CH: 360 | SM: 180 | ST: 05 | VO: 05 | 301 PALAVRAS

Yume, aproveitando a vantagem que fazia o tempo parecer mais lento, concedida pelo seu Sharingan, lançou um genjutsu, prendendo Kurogami no “String Bean Binding Illusion”. Enquanto o vilão lutava para se libertar das garras da ilusão, Yume utilizou seu jutsu "Katon: Karyū Endan", para consumir Kurogami em chamas. A fúria e a determinação de Yume se manifestaram plenamente, e ele emergiu triunfante da batalha, seu corpo marcado por feridas, mas seus olhos eram implacáveis.

O Ceifador das Sombras foi reduzido a cinzas, e os gritos agonizantes dele ecoaram pelo vilarejo em ruínas. Yume permaneceu firme, um ninja jovem que enfrentou seus medos e desvantagens. Ele provou a todos, e, principalmente, para ele próprio, que ele era forte o bastante para proteger a si e a todos que quisesse. Talvez as terríveis memórias do dia em que seus pais foram mortos diante dele próprio em circunstâncias muito parecidas com aquelas parassem de o assombrar a noite, ou, ao menos, o visitassem com menos frequência.

Contudo, seu triunfo era amargo, pois o vilarejo sofreu danos irreparáveis. A sensação de vitória se misturava com a tristeza enquanto ela contemplava os destroços ao seu redor. O fogo consumiu as casas e muitos destinos foram interrompidos. A dor é uma ferida profunda que se estende além das cicatrizes físicas. Yume percebe que sua luta não termina com a derrota de Kurogami.

Kurogami era apenas um entre tantos, um ser desprezível que não valorizava a vida alheia e encontrava prazer em matar. Yume sentia um conflito interno, uma parte dele tentando se importar com sua primeira morte, enquanto outra parte ansiava por um destino sinistro, determinado a deixar um rastro de sangue até que todos esses criminosos fossem erradicados. A dualidade em seu coração a impelia a encontrar um equilíbrio entre justiça e a sede de vingança. Apesar de seu conflito interno impedir que ele degustasse a vitória, Yume optou por recompor-se e vasculhar o vilarejo em busca de sobreviventes e feridos que pudessem estar precisando de ajuda. Caso encontrasse, ele se apresentaria e tentaria chamar reforços de uma equipe médica na vila.

HP: 160 | CH: 360 | SM: 180 | ST: 05 | VO: 05 | 347 PALAVRAS

O jovem ninja sentia o peso da desconfiança lançada sobre ele pelos sobreviventes do vilarejo que recém salvara. Seus olhos carmesins eram vistos como uma marca associada ao mal que se abateu sobre aquelas pessoas. O grito de Akira, a criança corajosa, revela a dor e a descrença de alguém que teve sua inocência roubada — assim como o próprio Yume.

Yume fica atordoado ao ouvir as palavras dos moradores do vilarejo, comparando seus olhos aos do terrível assassino, Kurogami. O peso da acusação é como um soco no estômago, deixando-o confuso e perturbado. Ele se questiona sobre a relação entre Kurogami e seu próprio passado desconhecido, sentindo-se amarrado por uma teia de mistérios.

Enquanto a suspeita paira no ar, Yume percebeu que sua presença ali não era bem-vinda. Os olhares cheios de temor e acusação lançados em sua direção são como flechas perfurando seu coração, já machucado demais para um dia só. Ele se sentia traído, como se suas ações fossem jogadas pela janela porque ele e o maníaco compartilhavam da mesma característica física.

No entanto, Yume decidiu que não podia permitir que o rancor e a desconfiança dos moradores o consumissem. Ele permite que seu Sharingan se dissipe, voltando ao seu estado normal.

— De nada. — Diria, limpando a sujeira e o suor do rosto com os punhos.

Yume caminharia pelos destroços do vilarejo, tomando o cuidado de não olhar para trás. Ele sentia o peso das cicatrizes visíveis e invisíveis, mas sabia que era maior do que qualquer acusação injusta. Então, finalmente, daria as coisas para o vilarejo, retornando para Kumogakure no Sato. Ele estava decidido a reportar o acontecido diretamento ao Raikage-sama, mas pretendia ocultar os detalhes que o ligavam ao criminoso — ao menos em um primeiro momento. Ele próprio planejava descobrir qual seria o elo entre ele e o Ceifador das Sombras.

Considerações:

HP: 160 | CH: 360 | SM: 180 | ST: 05 | VO: 05 | 305 PALAVRAS