Eventos estranhos podem ocorrer para quebrar a habitual paz que cerca meus arredores, bem quando pensei que talvez algumas trivialidades da guerra se acalmaria e permitiriam que eu procrastinasse apenas um pouco mais. Não sou tão sortuda, como chunnin eu poderia ser usada de várias formas, e, parecia que aquele teste confirmava talvez até coisas de mais, já que um novo “cargo” ia me sendo empurrado.

Quem me trouxe aquelas notícias que até então poderiam ser descritas como lastimáveis era ninguém menos do que a própria Aka. O sorriso em seu rosto já me incomodava antes mesmo de eu falar alguma coisa com ela, me fazia engolir seco o chá que tomava e lhe encarar com uma feição desconfiada. - Vamos, se apresse, diga logo o que quer dizer. Eu sabia que ela era do tipo que se animava por eventos agitados que eu francamente detestava, o que seria agora? Uma missão rank A suicida? - Você vai ter uma equipe de gennins para lecionar, não é incrível?

Um silêncio ensurdecedor se prolongava pelo ambiente enquanto eu olhava seus olhos na esperança de que fosse uma brincadeira. Chega em um ponto em que ambas inclinamos nossa face em conjunto, ela arqueou suas sobrancelhas e eu estreito meus olhos em resposta física. - To esperando a parte que você fala que está brincando e me conta o real motivo de vir aqui. Esbravejo já meio sem paciência. - Não, não, nem to brincando. Ela diz com um sorriso que claramente demonstra confusão. - Isso não tem graça. Ela ri um pouco e discorda. - Na verdade, tem sim.

Eu a olho, pensando se era ou não sério, principalmente por sua última frase, mas, parecia que minha lástima era real. - Os velhos tão com problemas? Ela se senta ao meu lado, observando o horizonte que antes era o palco do meu contemplar. - Quem sabe? Talvez seja boa nisso e nem sabe. Digo, você ao menos já tentou? Ela me olha de lado esperançosa enquanto eu faço uma cara de repulsa. - Uma vez eu cuidei de uma vaquinha aqui, o nome dela era Hanako. Meus pais tentaram me explicar que precisava matar ela, então eu cortei a cabeça dela com um feixe de sangue repentinamente. Minha mãe não conversou comigo por uma dia inteiro, isso pois ela mesma que tentava me explicar para eu não me importar tanto.

Outra vez um silêncio ficava entre nós, de forma sombria desta vez enquanto ela me olhava meio confusa. - Okay, isso foi uma história bem perturbadora. Eu desvio o olhar meio nervosa, aperto meus dedos, pensando se havia falado de mais. De alguma forma mesmo que eu não ligasse antes, a suposta desaprovação dela parecia me incomodar. - Enfim, você não ia me cortar assim neh? Eu olho para ela enquanto meus lábios se movem por conta própria. - Dependendo… Mas no meio disso eu mesma me pego pensando, pois o vislumbre imaginário da cena de sua cabeça sendo arrancada me faz sentir enjoo e calafrio. - Acho que eu não gostaria disso. Mudo a direção do que estou falando colocando a mão na boca.

Sinto um toquinho leve de sua mão na minha cabeça. - Viu, você é menos inerte à tudo do que você pensa, apesar de ainda ser bastante fria com algumas coisas. Ela dá um sorriso meio incomodada, balançando as pernas no ar. - Digo, coitada da sua mãe. Apesar do clima ela ainda consegue gargalhar ao fim, quase sozinha, sem eu responder nada, apenas guiando-se por minhas feições que mesclam confusão e receio em sua direção. - Coitada da sua mãe, ela deve ter ficado simplesmente chocada por várias razões. Eu consigo notar que a mão dela se apoia estranhamente no cabo de sua espada com suas mãos um pouco trêmulas.

Sutilmente eu encosto a mão sobre a sua, virando meus olhos na direção do, na luz do sol, âmbar trêmulo dos seus. - Aconteceu algo com sua família? Pergunto desconfiada sobre o seu trejeito inseguro. - Eu não sei se você é muito sensível, ou, se não tem sensibilidade alguma quando faz estas coisas. Ela ri provocando, balançando a cabeça negativamente em desaprovação. - Bastava me consolar sem perguntar, sabe? Eu dou de ombros, discordando desta em sua opinião. - Mas eu estou curiosa, e, além disso, você vai me contar de todo jeito. Ela revira os olhos, parcialmente concordando que eu simplesmente tenho um ponto.

- Bem, não é nada de mais. Digamos que nenhuma mãe gosta de ver a filha voltando estourada pra casa de novo, e, de novo. Nós tivemos uma discussão, eu bati com a espada em uma parede que julguei sólida, mas, acabou que um fragmento ainda projetou nela… Ela faz uma pausa, aperta os lábios, consigo sentir sua respiração densa, emotiva. - Não é legal ter sua mãe sentindo medo de você, né? Ela pergunta considerando a situação que eu passei, apesar de não ter certeza se era bem medo que a “dona Solda” sentiu naquele dia. - Não, não é.

Outro silêncio amargurado instaurava-se até que ela logo o encerrava dando uma palma firme à frente de seu próprio corpo. - Mas chega disso, certo? Ela levanta e vai tirando alguns documentos e me entregando, eram identificações, folhas com traços e alguns outros conhecimentos rasos sobre três garotas, folhas que detinham meu quase total desinteresse, se não fosse pelos rostos que quase instantaneamente eram reconhecidos por mim, com exceção de um. - Só pode estar de sacanagem.

A primeira era a garota que encontrei naquela missão de ficar acompanhando a menina na festa, apesar de que no fim só fiquei de escanteio enquanto ela e o Sarutobi ficavam de melação. A outra a garota com síndrome de prodígio arrogante que depois ficou me enchendo o saco, além do pai Jonin dela que contrata gente pra bater na filha e fica putinho quando alguém faz. A terceira, não sabia ao certo, mas, me trazia um sentimento de familiaridade, como se eu devesse reconhecê-la, ou, algo nela. Haru, Tanya e Hanako. - O mesmo nome da vaca.

Meu comentário a priori não causava nada, mas, logo começamos a gargalhar pela situação abordada. Eu reparava que eu nem ao menos sabia o nome da garota para quem trabalhei, na verdade, nem mesmo o Beconzinho e o Sarutobi metido a príncipe sabiam. - Mas que droga em, eu pelo menos espero gostar mais dessa aqui que não sei quem é. Ia olhando mais atentamente a garota de olhos violetas e fios negros, que, assim como eu não parecia ter um histórico familiar no universo shinobi.

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