Frio. Um tórrido e desagradável frio. Meus olhos fechados mantinham-se em certa meditação, apesar de já não estar mais dormindo quando o som daquele pássaro batendo na janela. Só um pássaro chato qualquer. Tentei pensar em vão, colocando a coberta sobre o rosto. Não parou. O som seguia e seguia até que eu joguei o tecido para frente esbravejando enfurecida. - Merda de papagaio de cemitério, para com essa p*rra. Inferno! Ia caminhando ainda nua para abrir a janela de uma vez, o que talvez até fizesse o pássaro cair para dentro. Não me importava e ia pegando o bilhete.

Amasso nas minhas mãos rangendo os dentes, arfando descontente. - Se eu te matar eu posso fingir que não vi... Balbucio fitando o corvo com olhos sombrios, apesar de afastar o pensamento por fim para me preparar lentamente pegando meus equipamentos. Vestia minhas calças, meu colete chunin e minha roupa mais habitual de trabalho com a longa tesoura apoiada em minhas costas. - É melhor não furar agora, está tão perto ooaaar.... Bocejo descendo as escadarias para comer algo e prosseguir por meio da bruma na direção do portão da vila onde o tal "cão" devia estar me aguardando, ou, assim eu acredito.

No caminho vou preparando algumas coisas por habito, enrolo duas senbons em duas agulhas e uma terceira em uma das tesouras, faço o mesmo ao prender uma hikaridama na outra pequena tesoura e mais uma em um senbon, guardando-as por fim na minha bolsa novamente. Ajeito a bandana sempre em meu pescoço, agora não só protegendo este de uma perfuração frontal, como também cobrindo visualmente a marca que eu mesma fiz em meu pescoço. - Espero que seja um trabalho breve... Digo, pensando porém em angústia que por se tratar de um local distante não deve seguir essa lógica. - Ou pelo menos que essa vila da Lua tenha camas confortáveis... Ou país, sei lá.

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Um homem misterioso aparece diante de mim, e, logo a sensação de familiaridade se traduz por suas falas enquanto escuto em silêncio. "Warui", o nome citado demonstra que provavelmente já esbarrei com o tal sujeito por trás da mascara, ou, se não o fiz, ao menos deve provir de uma comportamento e opiniões "comum" entre ambos, sendo estes dotados de algum tipo de vínculo. Ele ia explicando e explicando, e, inevitavelmente um outro bocejo escapava antes do momento em que ele finalmente esvaía-se em meio a névoa.

Olho Aka meio curiosa, levantando a sobrancelha, observando o quão silenciosa esta encontra-se neste momento. - Aconteceu alguma coisa? Ainda está chateada pelo Juinjutsu? Lhe observo um pouco curiosa, incerta, afinal, normalmente ela é bastante ativa e, pelo selo que coloquei nesta, esperava que ela tivesse afastado o pensamento da minha quase morte alguns dias antes. Bem, pode ser que o selo que eu tenha colocado nesta para mexer com suas memórias tornando-as mais brandas seja o problema em si se ela descobriu. - Bem, me desculpe. Não me faça dar outro daqueles para você me perdoar. Caminho em sua direção tocando seus lábios sutil e brevemente antes de voltar minha atenção ao mapa.

Observo rotas, escolhas, caminhos, tudo que é possível ali, assim como se há alguma informação militar para termos em mente pontos de percurso que deveriam ser evitados. Tentaria me afastar de possíveis conflitos desnecessários no percurso tanto quanto fosse possível. Não éramos mais as mesmas da luta contra o garoto Plim Plow, ambas estando consideravelmente mais poderosas, mas, ainda assim é preferencial evitar ter de entrar em um combate com alguém no seu nível. - Pelo amiguinho do cara que mandou pro hospital antes, imagino que essa missão aqui vai ser um porre... Tenta ficar viva, tá. Brinco, apesar de meu semblante demonstrar em meio ao sorriso forçado uma preocupação real enquanto começo a avançar na direção da nossa viagem.

Não sou tão veloz, então certamente nosso percurso levaria algum tempo. Por outro lado, o ritmo mais controlado permite atenção sempre presente e olhos que foram treinados para conseguir lidar com certa destreza com pessoas que gostam de brincar de serem furtivas. Aparentemente, não devia ter nenhum problema, ainda que eu continuasse alerta sobre eventuais investidas que pudessem ocorrer. Chegando ao local em segurança, se acontecesse, apesar de cogitar um lugar com uma cama quentinha, Aka estar ali já me provinha bastante conforto. - Vamos montar um acampamento na orla, não quero me expor antes mesmo de alguma ação. Depois vamos investigar a vila.

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Longa... Longa até de mais. Me perdia por vezes no meio de tanta falação que o grupo de pessoas ia fazendo enquanto meus olhos se distraiam até com a parede. Que tijolo interessante. O bocejo seguido de um pescotapa de Hoshi era quase inevitável, o que eu poderia fazer se eles continuavam falando e falando até que por fim eu batia uma mão contra a outra em um pequeno soco e uma feição que demonstrava a mensagem de "entendi". - Saquei, então vocês quase mataram um entre vocês para testar duas chunnins que podiam ser ou não aptas. Vocês são mesmo amigos daquele cara. Não precisam nem dizer o nome.

Sorrio de uma forma um pouco sarcástica enquanto Hoshi já devia ir se desculpando por mim e a forma um tanto, rude, que eu podia ser as vezes. Por outro lado, qual era a mentira em minhas palavras? Parava com as "brincadeiras" porém quando ia sentindo que o teste, em suas próprias palavras, desta vez era uma promoção, me colocando mais perto do meu objetivo. - Opa, mudei de ideia, foi genial, vocês são in crí ve is. Dizia já ansiosa pelo meu novo salário, e, mais um passo na direção de ser uma espadachim da névoa. Ignoro, de certa forma, por hora, a parte que diz sobre uma nova ida ao país da Lua esperando que isso não viesse tão cedo.

Eu não entendia muito bem algumas coisas, como por exemplo, se é uma venda, e, os lances são em compras, não ter sido eu vendida é estranho. Pode ser por um senso de honra daquele homem, mas, então, como foi que os que são vendidos chegam até ali se meus assassinatos não foram bastantes? Bem, estranho de fato, eu deveria dizer, o que me deixa até confusa, levando a mão ao queixo pensativa por um breve instante antes de dar de ombros. Tanto fazia, a promoção me apetecia mais pensar.

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