The Beggar Tokubetsu Jounin

Como de praxe, eu estava mais uma vez na casa de Lizzye. Nosso relacionamento ia bem, embora eu não sei se teria esfriado ou não. O tanto de serviço que ia surgindo para shinobis como eu que tinha estômago para suportar a maldade de quem fosse que estivesse por trás daquilo, eram poucos. Até porque o número de ninjas iam diminuindo recorrentemente por acabarem enfrentando oponentes mais habilidosos que eles

Então lá, deitado na cama da médica enquanto ela dormia, uma ave pousava no espaço livre da janela que ficava no lado externo da residência. Nem me incomodei como de costume, somente me levantei e fui até lá coletar o pergaminho.

— O que temos pra hoje... — Disse ao pegar o rolo com inscrições dentro.

A seguir, abanei a mão espantando o pássaro que voou rapidamente para o alto. Fechei a janela e vire-me de costa para a mesma, retornando até a beirada da cama e sentando nela com o corpo inclinado para frente. Desenrolei o pergaminho e comecei a ler.

— Blá blá blá, "novos indícios de pessoas sendo empilhadas mortas. Suspeitos parecem estar vindo do leste e seguindo para oeste com objetivo de migrar para outra das grandes nações usando algum dos navios do País da Água. Os alvos são extremamente perigosos e cautela é necessária. Cumpra com seu objetivo de segui-los e contê-los. Uma equipe estará disponível para"... O que??? Vão me fazer liderar uma maldita equipe. Aff. — Lendo o restante, notei a observação. — Ah sim, "uma equipe estará disponível para lhe auxiliar se assim desejar." Menos mal, não quero idiotas me atrasando.

Falando em atraso, direcionei meus olhos para o relógio da moça dorminhoca na cama. Era cedo e ela tinha dado plantão. Estava bem cansada e eu ainda dei um trato nela. Dormiria por várias horas.

'' Seria realmente interessante se eu retornasse antes dela acordar. Mas duvido muito disso. ''

Sonhar não custa, afinal irei perseguir criminosos e as chances de uma batalha ocorrer são enormes. Me levantei de onde estava e fui tomar um banho, já que Lizzye me fez suar muito dessa vez. O verão presente também influenciava bastante nisso.

Me aprontei, e recolhi minha katana. Estava arrumado e fui saindo do lugar. Não antes de dar um beijo na bochecha da bela doutora.

Sai da casa e me dirigi aos portões. As pistas estavam frescas segundo o pergaminho da missão, então disparei rumo ao oeste imediatamente até uma vila pequena na qual ambos inimigos estariam por lá pernoitando.

Eram quase 7 horas da manhã quando eu finalmente ia chegando no vilarejo já conhecido por mim que viajava por aquelas bandas com frequência. Cheguei em um beco na qual havia um mendigo conhecido, e lhe questionei.

— Hey Doran, acorde.

— Hã?

— Acorde, caralho.

— Ah, é você Bercontz, o que quer?

— Esteve de olho nos viajantes de ontem a noite? Viu alguém chegar e ficar?

— Hum... Acredito que sim. Vi três pessoas estranhas chegando tarde da noite no principio da madrugada. Suas roupas pareciam sujas de sangue.

— Entendo. Aonde ficaram, sabe me dizer?

— Naquela estalagem do Ferro Enferrujado.

— Tcs... A senhora de lá pode estar em perigo. Na verdade, todos vocês.

— O que está dizendo, Bercontz?

— Estou caçando suspeitos de atrocidades das quais você sabe.

— Puta merda, preciso sumir daqui.

— Acorde todos discretamente e retire-os daqui.

Ele assentiu positivamente e foi chamando todos. Enquanto isso eu adentrei na estalagem já com minha espada em mãos. Aquilo era mais que uma missão, era um teste de alta competência.

Procurei identificar os quartos na qual estavam. As chaves fora da recepção eram do recinto 17 e 21.

'' Droga, dois lugares pra checar. Isso pode ser complicado. São três inimigos. Terei de ser cauteloso. ''

Fui até os quartos começando pelo de número 17. Me deparei com ele e encarei sua porta de madeira pintada a tinta branca já deteriorada.

Minha audição não era perfeita, mas pude escutar um som vindo de dentro. Afastei da porta e notei uma sombra dupla vindo de baixo. Devia ser os pés do sujeito que estava no lado de dentro. Olhei friamente pra aquela porta e depois de alguns poucos segundos pensando, simplesmente mirei minha katana lentamente contra a porta e empurrei com força, perfurando a madeira e atingindo quem estivesse do outro lado.

— Grrrr.... — Gemia a vítima.

Puxei imediatamente a arma, e chutava com o pé direito na porta, arrombando a mesma e empurrando o corpo do meliante que caia ao chão. Saltava logo em seguida com a espada em seu pescoço.

— Calado, verme. Sua morte será rápida e indolor. — Ameaçava tampando sua boca e deslizando a lâmina na garganta do mesmo que não tinha tempo de reagir.

Por mais que esperneasse e o sangue espirrasse, não me comovia nenhum pouco.

Após matá-lo, começava a mexer em seus bolsos e pertences dentro do quarto, procurando por algo. Acabei descobrindo informações de um encontro no porto com outras pessoas. Aparentemente desconhecidos da mesma causa.


Aquela era uma oportunidade boa de adquirir novas informações, porém eu precisava concluir meu trabalho aqui. Faltava dois filhos da puta para serem abatidos.

Tempos sombrios haviam chegado para várias regiões e afetavam diversas vilas. Pessoas estavam sendo assassinadas como se fossem baratas ou formigas dentro de nossas casas. Eu mesmo enfrentei algumas situações do tipo ao enfrentar esses lunáticos que matavam inocentes atoa. Não sei dizer ao certo se fazem por prazer ou se pertencem a alguma seita maluca realizando rituais insanos.

Seja como fosse, a tolerância era zero quando eu encontrava tais casos de morte. Nem sequer questionava o motivo ou tentava entender, se eu encontrava os autores, eu simplesmente os tratava como eles tratavam suas vítimas, com implacabilidade e frieza. Minha lâmina tinia a cada corte e vida ceifada desses inconsequentes. Meu jeito de ser parecia que começava a se modificar pouco a pouco. A cada novo inimigo, meu desprezo e ira aumentava cada vez mais. Eram dias difíceis que se tornariam mais de anos, e nós todos envolvidos nisso nem sabíamos que estávamos apenas no começo.

Um grande problema nascia a partir daquele momento. Se eram dois quartos e o 17 havia somente uma pessoa, então o 21 teria dois adversários. Aquilo seria um verdadeiro teste para um shinobi como eu. Apesar de toda experiência que eu possuía, ainda sim era um grande risco. Depois de fechar a porta do quarto daquele defunto que vasculhei por informações, me dirigi calmamente até o número 21. Passei pelo 19 e finalmente o tal do 21.

'' Estão aqui... Como faço? ''

A dúvida impertinente castigava minha mente.

— Bom dia. Serviço de quarto. Estou passando pra avisar que o café da manhã só vai até as nove. Se apressem.

Acabei falando qualquer coisa que vinha na cabeça. Mal sabia que ali não servia esse tipo de serviço. Quando dei por mim, um som caracterisco de papel se consumindo em fogo, se propagava no ar. Arregalei os olhos compreendendo do que se tratava.

— SHIMATA!

Saltei imediatamente para o lado esquerda por onde eu vim, e no mesmo instante uma explosão acontecia, desfazendo a porta em zilhões de pedaços queimados. Por sorte não houve combustão, dessa forma o fogo não se alastrou para os lados.

Quando era possível passar, avancei até a entrada e vi o quarto vazio.

— Malditos, pra onde foram?

Corri até a janela que havia um rombo nele. Olhei para fora e vi duas figuras correndo em direção ao centro da vila. Havia por ali um corpo caído que fora apunhalado por um dos inimigos que portava uma espada.

Assistir os dois fugirem estava fora de cogitação. Dali mesmo pulei para o térreo e comecei a perseguição. Um deles me viu,  o que estava sem a espada e era mais lento que o espadachim. Lançou contra mim uma shuriken que do nada se multiplicava.

— Não é a primeira vez que vejo isso.

Saltei para o lado desviando e continuei a perseguir ambos. Novamente o mesmo lançava coisas contra mim. Contudo, dessa vez era uma enorme bola de fogo. Olhei para o lado e notei que estava sem muito espaço para fugir. Voltei minha atenção para o alto, e então com grande impulso nas pernas, saltei alto suficiente para passar beirando as chamas que consumiram a barra do kimono que eu usava.

Lá do alto eu consegui olhar com clareza o shinobi arregalando os olhos desacreditado com aquilo. Na hora que ele se virou de costas para correr, eu pousava no chão e mostrava o significado da velocidade. Em um disparo corporal que superava em muito a locomoção daquele inimigo, ultrapassava ele, sussurrando como se fosse um mantra antes do fim.

— Tik tak, tik tak, você não vai escapar!

Logo após isso, ficava diante dele movendo a bainha contra seu olho, empurrando seu corpo para trás, causando desequílibrio. A seguir o corte horizontal em seu bucho vinha agressivo e ignorante ao rasgar sua barriga que fazia suas víceras saltarem para fora.


— Aaaahh!

O grito alertava o espadachim que parava de correr e se virava para trás afim de ver o que tinha acontecido.

— Inútil, sempre causando problemas pra teu irmão mais velho. — Comentou o inimigo.

Balancei a espada fazendo espirrar o sangue no chão no centro da rua.

— Você não parece ligar muito para ele. E ainda o chama de irmão. O mundo não é mais o mesmo.

— Irmão ou não, num passa de um inútil por deixar ser pego assim.

— Rhul, como se você também não fosse cair diante minha presença.

— Pra um velho, você fala demais.

— Vejamos o que um velho pode fazer.

Avancei rapidamente contra o sujeito brandindo a espada até seu braço. Um espadachim precisa ter seu meio de luta debilitado. No entanto, ele era hábil e defendeu o golpe, já aplicando um corte veloz que pegava de raspão em meu ante braço. Recuei e mudei minha postura.

'' Ele é bom... ''

Movia meus pés para o lado fazendo um círculo, pois procurava uma brecha. Logo ele atacava dessa vez, e eu esquivava sem muitos problemas. Ele tentava mais dois ataques, e eu bloqueava o primeiro e redirecionava o segundo. Por um momento vi uma chance, e buscava corta-lo com minha katana. Todavia, o safado deixava a lâmina dele na frente, impedindo o corte. Então simplesmente rotacionei meu quadril e dei-lhe uma bicuda no meio da bunda que ele ficava de cu duro e com o corpo inclinado pra trás.

— Não tem vergonha de lutar com espada e acertar o traseiro dos outros com um chute. Patético!

— Patético é alguém com tal maestria espadachim usando-a para causar tanta maldade. Mas não se preocupe... Irei mostrar o que é patético.

Me posturei lateralmente diante meu oponente, levantando minha espada rende ao queixo sem tirar atenção do alvo. Sem delongas, disparei com tudo contra o alvo em movimentos aleatórios que confundiam os sentidos daquele espadachim.


O efeito de pós imagem que parecia um Espírito Azul que atrapalhava seu raciocínio e quando se dava conta, recebia um corte profundo na mão que segurava sua espada e outro ataque letal em seu pescoço.

— HIKEN!

A seguir novos 6 ataques retalhando o mesmo eram desferidos na perna, barriga, rosto, e demais localidades.

O corpo inerte do sujeito ia desabando sem conseguir dizer um "A".

— Apodreça no quinto dos infernos...

O sentimento de dever cumprido, imperava em meu coração, ou melhor dizendo, a sensação de ter livrado o mundo de uma escória entre milhares, era satisfatória.

Novamente repetia o gesto com a katana para limpar o sangue e deixa-la protegida dentro da bainha. Diante os corpos dilacerados, procurei mais informações e encontrei os mesmos convites da reunião.


— Então é isso. O porto próximo haverá essa reunião. No navio Névoa Carmesim. Interessante.

De alguma maneira eu tinha conseguido superar aquela provação antes de inocentes dali serem mortos por aqueles malditos. Agora restava me encontrar com os demais perturbados. Seria uma missão menos perigosa mesmo eu estando rodeado de inimigos, pois eles não se conheciam e acabariam confiando em mim por possuir o "convite".

A estrada me aguardava e não demorei em segui-la, deixando os "presunto" que proporcionei a mãe terra, para trás.

Segui conforme planejei até o porto. Levou cerca de 2 horas mais ou menos para chegar lá. Atuando com mais calma, passeei pelo cais do local em busca do navio. Mais a frente avistei uma embarcação com velas vermelhas meio roseadas que deveria ser por causa do sol e assim a cor desbotou.

Figuras suspeitas subiam a bordo, e com essa desconfiança eu me dirigi até lá. Os olhos dos marujos na frente da rampa eram implacáveis e me avistavam logo. Uma vez diante deles, os questionamentos vieram.

— De onde vem?

— Leste.

— Você que veio do País do Ferro. Então é o samurai, certo?

Seja lá quem fosse, este seria eu. Provavelmente o samurai era o cara que eu fatiei em pedaços e deixei para os vermes comerem.

— Muito bem, entre. O baquete já vai começar.

Era almoço e a comida estava sendo servida em uma mesa grande e redonda. Eu imitei a todos e fiz como deveria, mantive a calma e aguardei. Durante a refeição um dos presentes começou a falar e falar.

— Muito bem meus queridos. Teremos novidades em breve do que precisamos fazer. Então tudo que restam a vocês, é continuarem com o que já começaram.

Eu realmente não entendia bem aquele papo enigmático, mas sabia que se tratava das matanças. O que eles buscavam com aquilo?

— Quando vamos poder encontrar ele? — Perguntou uma mulher aleatória.

— Não posso dizer, mas será mais em breve do que imagina, pedacinho de mel.

— Está cansativo esperar. Só não reclamo porque estou aproveitando tudo isso. As vilas estão atordoadas, hahah.

Uma risada eufórica de quase todos presentes foi emitida. Pareciam se divertir realmente com a desgraça alheia.

Cocei queixo e franzi o cenho um pouco pensativo do que estava acontecendo.

'' Isso é só uma espécie de reunião para situar os membros envolvido nessas merdas tudo sobre alguma progressão no objetivo deles? ''

As perguntas eram várias em minha cabeça, então tentei conseguir respostas.

— Quando você acha que poderemos dar o próximo passo? Acredito que todos estamos ansiosos pelo que vem a seguir.

O questionamento era válido. Todos por um instante ficaram quietos e voltaram seus olhos para o anfitrião que começava seu monólogo para me responder.

— Imagino que todos estão realmente ansiosos em saber. Então colocarei em risco minha vida e darei esse pequeno presente a vocês. — O silêncio se instaurou. — Não posso afirmar nada, mas provavelmente este ano ainda teremos novidades após 2 anos de aguardo.

— Ohhhh — Alguns suspiraram de emoção.

— Heh, não vejo a hora então. Estou emocionado, hahaha!

Emocionado em poder cravar minha lâmina no coração desses palhaços que mal sabia que eu estava infiltrado.

O almoço se encerrava e todos eram despachado logo a seguir. Cada um tomou seus caminhos e eu fiz o mesmo para Kirikagure com novidades. Eles não esperam por esperar.

Considerações

Missão Rank A 827 Palavras
Exame Jounin 1.053 Palavras
Missão Rank B 611 Palavras

Total: 2.491 Palavras

Jutsus Usados

Nome: Tik Tak
Rank: C
Requerimentos: Mestre em Kenjutsu e Destreza Aguçada
Classe: Ofensivo
Selos/Tempo de preparo: 1 s
Alcance: Curto
Descrição: O espadachim realiza um ataque com a bainha ou algum outro instrumento semelhante para golpear um dos olhos da vítima para empurra-lo para trás, causando desequilíbrio e perda de reação para facilitar o ataque com a espada que vem logo em seguida.

A técnica abre brechas na defesa do adversário, expondo algumas fraquezas para ser punidas com o corte da espada de Bercontz.

Nome: Hiken
Rank: A
Requerimentos: Mestre em Kenjutsu, Versado em Nintaijutsu, Destreza Aguçada, Oborozukiyo e Afinidade em Raiton.
Classe: Ofensivo
Selos/Tempo de preparo: 1.5 m/s
Alcance: Alcance da Espada.
Descrição: A Espada Oculta (Hiken), é uma aprimoração da técnica "Oborozukiyo". Bercontz se postura lateralmente diante seu oponente, levantando sua espada rende ao queixo sem tirar sua atenção do alvo. A maneira na qual o espadachim fica posicionado "pode" causar duvidas em relação a seu movimento por devido o tipo de técnica que está sendo executada. Em seguida, o ataque se inicia com uma movimentação difícil de acompanhar por influência das pós imagens causadas durante a execução do jutsu.

No momento que de fato o espadachim brandi sua espada ofensivamente, o shinobi causa na vítima falsas imagens de si mesmo e da lâmina se movimentando para lhe atingir com 2 cortes após seu avanço. Quando usada, diminuirá a percepção de velocidade do inimigo em 3m/s.

O jutsu pode ser aplicado Chakra Flow que Bercontz possuí afinidade, causando o efeito de paralisia no membro atingido provinda do Raiton.

Arsenal

Kunai: 3 Unidades
Shuriken: 3 Unidades
Kibaku Fuuda: 8 Unidades
Kemuridama: 1 Unidade
Hikaridama: 1 Unidade
Katana: 1 Unidade Rank C