The Beggar Tokubetsu Jounin

As mudanças em minha vida e na de Hotarubi começaram a partir de nuances que nos uniram e continuavam a nos unir sem sequer que nós dois percebemos que estava acontecendo.

Nossos encontros continuavam. Meu treino diário passando nas redondezas de onde ela costumava viver, não pararam. As idas no alto daquele lugar horrível com uma vista maravilhosa, nunca cessaram e nossa relação ia se construindo e se fortalecendo cada vez mais. Um amor da juventude nascendo era um verdadeiro conto de fadas escrito em um livro intangível do qual muitos sonham em poder viver.

A evolução dos nossos sentimentos se deram com o dia a dia. Apesar das inúmeras tarefas que eu devia fazer, e o tempo escasso de Hotarubi que vivia sempre atrás de um novo jeito de ajudar financeiramente em sua casa, ainda sim nos encontrávamos sempre. Contudo, houve um tempo em que ficamos alguns dias sem nos ver por causa de mim. Não diria que era minha culpa, mas me sentia culpado. Vou lhes dizer o que houve.

Eu já tinha me graduado como um gennin da Vila Oculta da Névoa. Todos os pais e mães estavam felizes e orgulhosos de seus filhos se tornarem finalmente um shinobi oficialmente, e registrado nas infinidades de papeladas da Névoa. No entanto, meu pai era um homem diferente dos demais. Ele não acreditava tanto nessa graduação. Ele veio de uma graduação diferente da qual jamais ousou contar sobre. Não sei os mistérios que se esconde por trás disso tudo. Alguma trama envolvendo a própria vila em um todo, ou sei lá. O fato, era que meu pai era rigoroso quanto a isso, e por meio dele e de mais alguns membros do clã, eles adotaram um método próprio de avaliarem seus membros que graduassem na academia ninja, para tentar replicar um pouco a graduação que os mais antigos de Kirigakure, tiveram.

Comigo não foi diferente, um mês depois de ser um ninja da vila, meu pai me convocou em um certo dia avisando que haveria um último teste em um determinado momento. Quando ficou claro quando seria, passei a treinar mais e me tornar um shinobi melhor. No dia do teste interno do clã, foi um verdadeiro show de horrores para mim. Um combate intenso que merece ser contado em outra oportunidade. Entretanto, já posso adiantar o resultado. Eu fui massacrado, embora tivesse passado no teste.

Todavia, apesar da aprovação por parte do clã em minha atuação na avaliação Kaguya, eu acabei entrando em coma no fim do teste. O clã foi duramente advertido pelos médicos da aldeia, os detalhes conto depois, também.

Minha estadia no hospital durou cerca de dois meses até eu finalmente acordar. Porém, nesse tempo Hotarubi acabou descobrindo sobre meu estado em certa oportunidade. Ela passava no tio gente boa que apoiava nossa relação e bancava o cupido.

— Olá!

— Ah, Hotaruzinha, como vai.

— Hunf... — Suspirava. — Não muito bem.

— Hã? O que houve? — Questionou preocupado.

— Já faz duas semanas que não vejo Bercontz-kun.

— Ohhh, é verdade. Realmente não o vejo a um tempo.

— Ele andou muito ocupado por causa de um teste da família dele, e treinou bastante. Só que não vejo ele desde o dia do teste.

— Isso é suspeito. Por que não procura o clã dele? Alguém lá pode te informar melhor.

— É... Acho que é o melhor a se fazer, né oji-nsa?

— Sim. Vá agora mesmo e não adie.

— Certo, irei fazer isso. Até depois.

— Não esqueça de mandar lembranças minhas para ele quando o encontrar. E boa sorte!

Ambos se despediram e Hotarubi seguiu até o setor habitacional do vilarejo. Foi até o aglomerado Kaguya e procurou por membros do clã para se informar. Encontrou os dois guardiões na entrada que a barraram antes de mais nada.

— Quem é você e o que quer nos domínios Kaguya?

— Desculpe, sou Hotarubi. Uma amiga de um dos membros da sua família.

— Amiga? Quem é esse seu amigo?

— É o Bercontz, um menino de cabelos azuis.

Os dois guardas se entreolharam. Um se aproximou do outro e começou a cochichar no ouvido do outro alguma coisa que a jovenzinha não podia ouvir. Depois de falar o que queria, o homem que somente ouviu, voltava a falar.

— E o que você quer dele? Nunca te vi por aqui.

— Estou preocupada com ele. Já faz duas semanas que não vejo mais ele. Sumiu sem dar respostas e nunca brigamos. Queria saber se aconteceu alguma coisa com ele. — Disse aflita.

O homem respirava fundo, tomando coragem emocional antes de revelar a verdade para a pobre menina que não sabia de nada.

— Lamento em informar, mas... — Aquele "mas", combinado com o breve silêncio antes do anúncio da desgraça, era torturante. — Bercontz está internado no hospital. Parece que o garoto esteve em uma luta muito perigosa, e acabou sofrendo severos danos que o colocaram em um estado de coma. Não sabemos quando ele irá retornar para casa, tampouco acordar.

A garota arregalou os olhos, assustada. Um medo bateu em seu âmago que fez o coração apertar e as lágrimas descer. Era uma sensação terrível que a pequena menina sentia ao descobrir a dura realidade do estado real na qual eu me encontrava naquele tempo.

Os dois guardas ficavam sem jeito diante a menina que demonstrava verdadeiros sentimentos de tristeza por saber daquilo tão de repente. Contudo, mesmo entristecida, ela questionava.

— Onde... Onde ele foi internado?

— Hum... Acho que no hospital do centro da vila. É o melhor da aldeia, procure por lá. Torcerei para que possa vê-lo. Estou vendo que se importa muito com ele.

— Obrigada, irei agora mesmo.

Hotarubi virou de costas para ambos imediatamente e seguiu correndinho a passos curtos devido a sua yukata que impedia de dar passos mais largos. Seus braços por outro lado tinham mais liberdade para tal. Aqueles minutos que a garota correu, foi a mais difícil de toda sua vida adolescente. Até mesmo quando seus pais morreram futuramente, parecia não ser tão difícil para ela quando ocorreu tal acaso, pois a relação dela com os pais não era das melhores.

Seja como fosse, Hotarubi finalmente se encontrava de frente ao hospital.

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