HP: 120 | CK: 120 | SA:140 | ST: 03/03
Já haviam passado semanas desde o dia em que foi deserdado, o primeiro adotado havia chego. Pelos boatos que ouvia que se tratava de alguém que foi para a tutoria dos assassinos, tais informações fazia Anzen chegar a uma conclusão mental ” não me interessa, pelo menos não agora. No momento eu preciso focar em mim para voltar logo para as graças do meu, mas que preguiça”.

Havia acabado de colocar uma camisa meia manga branca e short preto, em sua cabeceira estava uma toalha de rosto e uma garrafa de água que tinha pedido aos mordomos anteriormente, mas neste momento antes de começar a ser exercitar a barganha começava:

— Eu preciso mesmo disso, qual é o papel que este treino em específico vai ter? — se deitava na sua cama totalmente inclinado a desistir do seu treino — eu quero voltar para as graças do meu pai, eu alguma vez já fui alguém assim. Sou apenas um preguiçoso que nasceu em uma boa família.

O garoto estava pronto para desistir até que o som de alguém batendo na sua porta o tirava dessa zona onde ele apenas iria dormir ou ler alguma coisa. Mesmo sem dizer nenhuma palavra a pessoa do outro lado da porta se forçava para dentro, aqueles cabelos ruivos já eram um ótimo indicativo de quem se tratava.

— Morgiana, não sabia que queria me ver, se alguém tivesse avisado eu teria ido até você, fugiria até do treino que me propus a fazer — falava com certo desconforto por não querer mostrar esse seu lado preguiçoso a mais pessoas.

A moça com a voz fria e precisa dizia — vim treinar minha velocidade também, por que não fazemos isso juntos?

Ela se virava saindo do quarto, Anzen fazia o mesmo pegando sua toalha de rosto que agora estava apoiada sobre seu ombro direito e sua garrafa de água fresca. Ambos seguiram até um grande salão de treinamento que era usado para lutas simples com seu chão de concreto em blocos e paredes lisas que brincavam com a perspectiva e profundidade do observador.

— Então como iremos treinar, Morgiana? Estava pensando em uma corridinha por algum tempo ou corridas mais curtas dando tudo de mim — deixava a garrafa e sua toalha ali no chão mesmo que estava bem limpo.

Tudo isso ia por água abaixo quando a mulher em um movimento fazia com que o chão sobre seus pés rachasse, ela não passava de um borrão para os olhos do garoto destreinado, um borrão ruivo e mortal. O jovem recebia uma espalmada na barriga não com muita força, mas a velocidade do golpe o fez ter que dar alguns passos para trás enquanto sentia a dor em suas entranhas crescer, sua respiração ficava desregulada. A moça dava uma pausa para o menino recuperar sua respiração enquanto dava a primeira lição:

— Muitos olham para a velocidade como um simples movimento, mas o que muitos esquecem é que é necessário uma grande reação e percepção para ter uma velocidade boa. Hoje você vai treinar isso, tomara que aprenda rápido como aquelas informações e conhecimentos dos livros que meu marido te dá. Pronto vamos.

A moça voltava para a investida, Anzen levantava sua guarda tentando não tomar golpes em áreas muito sensíveis. Seus olhos moviam se de um lado para o outro vendo aquele borrão se mexer, sua visão estava começando a se acostumar, seus braços estavam se movendo com menos atraso sobre os golpes da mulher, até que pela primeira vez ele defendia se devidamente com o cotovelo sobre um soco dela.

— A ha, conse.

Cortava sua própria fala ao ver que Morgiana corria em círculos à sua volta, ”comigo parado nunca conseguirei ver ela, preciso diminuir a velocidade entre nós”. Partia para a corrida da sua vida, não ligava para o cansaço que consumia seu corpo todo, esse era o momento de superar seus limites. Ambos corriam como gato e rato, mas o gato era vagaroso demais para o rato, Anzen começava a perceber a frequência com que ela passava por ele, contava mentamente o tempo até ele ficar consistente, os músculos de suas coxas começaram a puxar, mas ele não queria se importar com isso agora. ”Três… dois… um” ele se virava fazendo um gancho com seu braço em ordem de enganchar o braço da moça, o borrão estava menos borrado, seus olhos e corpo estava se acostumando ao novo movimento a cada segundo que passava.

Seu plano mostrou uma terrível falha, sua força era incrivelmente menor que a de Morgiana, que simplesmente continuava a sua corrida, mas agora carregando o corpo de Anzen como uma simples sacola de plástico vazia. Ele usava de toda sua força para ficar em suas costas:

— Desculpa, mas você não vai gostar de nada disso.

Ele de mal jeito começava a se focar nas pernas da ruiva, aquele movimento que ele conseguia ler com mais facilidade, preparava sua perna dominante para chutar a parte traseira de seu joelho. ”Eu só preciso quebrar o ritmo do movimento que irá tropeçar, eu espero” concluía chutando a área desejada. Morgiana caia de joelhos, a repentina parada fazia o menino ser jogado para frente como um boneco de testes.  Ofegante ele e se mantinha no chão, seu corpo estava todo suado, o treino não havia passado de 10 minutos, porém parecia que horas se passaram em sua mente.

— Ser rápido é tedioso, o tempo não passa para você.

Morgiana se aproximava do garoto o puxando do chão para ficar de pé com apenas uma mão. Ela oferecia a toalha que era dele mesmo para se secar e se despedia com um acenar de sua cabeça, Morgiana estava plena, sequer transpirou uma gota.

— Da próxima vez, que eu espero que não seja tão cedo, a farei transpirar Morgiana, até mais.

Palavras que Anzen pensou que teria peso, mas a inocência de sua idade não deixava ver o quão distante estava da ruiva no quesito de força e velocidade. O menino pegava sua garrafa de água para se hidratar e seguia para seu banheiro novo onde tomaria um belo banho até não se sentir mais cansado. ”Agora chega de atividade física, não quero mais”.

Considerações:

Buffs:

Justus Usados: