Ninjas. Alheia a todo este universo por um tempo considerável, sua presença invadiu a minha vida de forma voraz e irrefreável. Meu pai não era exatamente um homem honesto, seus capangas, que sempre lhe acompanham, evidenciam seu temor de retaliação por seus feitos contestáveis. Meus irmãos não eram tão diferentes deste, contratando qualquer farrapo sem condições que acreditasse nas suas palavras idiotas para se sentirem mais especiais ao assustar pessoas ainda mais fracas que eles.

Nem tudo são flores, principalmente para aqueles que escolhem seguir o caminho da importunação. Um fazendeiro que resolveu alvejar era um pouco mais abastado do que a maioria de seus desafetos, o suficiente para desembolsando algum valor conseguir responder a altura. A altura? Não, aqueles que ele trouxe certamente eram muito melhores do que homens sem treinamento, ceifaram suas vidas sem o menor sacrifício, assim como alguns de seus homens, apesar de pouparem alguns.

Não sabíamos se aqueles que pouparam eram um aviso, ou, piedade. Um grupo naturalmente têm diferentes personalidades dentre si e este podia ser o caso, mas, assumindo o primeiro caso e tomando com ofensa e ódio tanto a morte de seus filhos quanto o insulto, meu predecessor investiu uma boa fortuna em outros ninjas para caçar aqueles que eram culpados em sua visão. Não adiantou, não tardou para que a notícia sobre o Nukenin enviado aparecer morto em meio ao oceano com sua cabeça ceifada por alguma coisa.

Foi quando irritado ao seu modo, e, querendo alcançar o patamar de poder que seus oponentes tinham, sua última filha viva foi imergida no meio ninja. Não havia pior momento, uma guerra estourava comigo ainda na academia, e, o que era para ser uma vingança idiota me trouxe para um cenário caótico e conturbado, mesmo minha formação foi bastante apressada como se somente estivessem atrás de alguém para jogar na linha de frente tão rápido quando pudesse. Havia suas vantagens é claro, saúde, recursos, estas coisas estavam sendo priorizadas àqueles e àquelas que muito provavelmente morreriam em nome de sua nação, mas, salvo o deleite de meus pais por seus novos benefícios como pai de uma shinobi, o futuro era incerto.

Era irônico pensar que minha companheira mais confiável naquela jornada era minha pequena e alva serpente, acompanhando-me desde o princípio, às vezes enrolada em meu pescoço. Talvez seja exatamente por isso que eu não tenha tanta facilidade em lidar com pessoas, sendo relativamente fria, como o sangue daquela pequena e dócil criatura. Mesmo sua presença era um sarcasmo tamanho, uma serpente para uma garota de saúde frágil, evidenciando o completo descaso sempre presente de meus genitores.