O sol neste dia realmente brilhava mais do que o comum, a intensidade de seus raios solares penetrava na pele e trazia a verdadeira sensação de vida no mundo, uma exclusividade que países mais frios nunca tinham, por isso em sua grande maioria eram povoados por pessoas negativas. O calor escaldante em conjunto com a rotina matinal de treinamentos de Kaginimaru ocasionava transpirações maiores do que as costumeiras. Por conta disto, precisava de uma pausa para recuperar o fôlego. Estava no centro da vila, tomando água em uma torneira qualquer que teve acesso sorrateiramente, quando um resplandecente feixe de luz passava por seu rosto lentamente, da esquerda para a direita até o fim. Era como se o astro mor o chamasse, como se quisesse sua atenção, e de fato conquistava. o Hanma encarava o sol com certa dificuldade, pondo uma de suas mãos rente às sobrancelhas para garantir não danificar a visão com tamanho brilho, tinha a visão do que o chamava; se não bastasse a beleza solar, em sua volta, arco-íris o circundavam de maneira estranha porém perfeita. Lembrava-se de velhos dizeres sobre este tipo de evento, mas antes mesmo que pudesse racionalizar tais memórias por completo, ouvia alguém o comunicar: Ei, uma médica me pediu para te avisar que a Pandora está de volta na vila. — Um grande homem de óculos e com algumas cicatrizes em seu rosto o dizia.

Sequer houve tempo para agradecer, embora fosse muito grato. A aceleração era quase que instantânea, deixava seu chakra fluir livremente de modo que o direcionava totalmente para aumentar sua velocidade. Ao longo do caminho, sentia dores internas devido ao desfalque nos tenketsus, mas não se importava, os batimentos cardíacos no ritmo de seus sentimentos aflorados tomavam conta do seu corpo de modo que nem seus limites naturais o parariam. Kaginimaru não precisou pensar sobre onde iria, seu instinto o direcionou até a antiga casa da mesma, onde vivia com seu avô. Chegar até lá não demorou mais que um minuto. Sua velocidade e voracidade eram tamanhas que não conseguia frear o corpo, atropelando a porta e parando somente depois de quebrar algumas paredes. No momento da invasão domiciliar, pôde ouvi-la falar sobre o Arco-íris, o que era um gatilho completo para que se recordasse do que estava pensando antes de receber esta incrível notícia.

— Os arco-íris, antigamente, simbolizavam cobras... e dizem que elas sempre levam o mal. — Começava a falar enquanto se aproximava, limpando o excesso de poeira do corpo devido ao impacto destrutivo. — Mas algo tão bonito assim... dá pra acreditar? só pode ser mentira — Continuava, parando rente a janela, exatamente do lado da mesma, a olhando diretamente em seus olhos. Não podia e nem queria negar que ela estava deslumbrante como sempre, tamanha beleza não o permitia pensar, limitava suas ações e mais do que nunca o fortalecia MUITO. Ainda estava um pouco suado por conta dos treinamentos, e agora do esforço excessivo para chegar mais rápido, o fato de estar sem camiseta deixava este elemento muito notável. Pandora poderia perceber facilmente que o garoto estava muito maior do que a última vez que se viram, ele não havia parado seus treinamentos em nenhum momento, almejando sempre alcançar o pináculo da força para restituir a liberdade da amada.

Considerações:

Não compreendia nada da explicação recebida sobre o fenômeno dos arco-íris, mas se sentia tão bem de ouvir a voz da Pandora novamente que o tempo ao seu redor parecia desacelerar. A surpresa não acabava por aqui, de repente um profundo beijo lhe era dado com extrema atitude, acelerando mais ainda seu coração. Kaginimaru correspondia levando suas mãos a nuca e ao rosto dela, e o que duraria um minuto acabava por ter um aumento considerável de tempo. O toque forte das unhas o instigava ainda mais a continuar, aumentava seu desejo como se apenas vivesse para este momento. Todos os músculos em seu corpo de nada serviam se fosse olhar como estava indefeso nas mãos daquela mulher, aquelas garras delicadas trazia o anseio de querer recuperar todo o tempo perdido neste mesmo instante. Se sentia grande, se sentia pleno como se todos os seus desejos estivessem sendo concretizados.

No cessar do beijo, o toque em seu peito com o questionamento fazia o coração do garoto palpitar ainda mais, como se ela o controlasse. — Não é a mesma coisa sem você por aqui... — Respondia sobre como a vila estava, parcialmente corado. Acompanhava com os olhos os movimentos de Pandora e agarrava com sucesso a toalha que lhe era lançada. Mesmo com a casa abandonada por tanto tempo, aquele tecido ainda tinha um perfume como se recém tivesse sido lavado, sentia mesmo de longe. Partia então ao banheiro, sem notar com muitos detalhes o teor da frase dita.

No banheiro, finalmente tirava suas roupas que a um bom tempo o incomodava. Ligava o chuveiro e sem enrolação tomava seu breve banho. Ao término, passou a se secar, começava pelo rosto, onde aspirava fundo o aroma de Pandora, e prosseguia até terminar nos pés. Enrolava então a mesma em sua cintura e partia para o quarto. A maneira com que a toalha o apertava fazia esquecer-se totalmente de que precisava de roupas, estava com o misto de tantos sentimentos e sensações interiores que esta se tornava a menor das preocupações. Ao chegar, vendo que a mesma estava deitada, deitar-se-ia ao lado, em silêncio, nervoso com a situação.

Considerações:

Durante todo o período em que passava envergonhado sem conseguir encará-la diretamente, sentia um aperto em seu peito. Olhava para o teto, assim como a mesma, nervoso sobre como deveria agir. "Eu tô sentindo, a respiração dela... Que perfume gostoso! Será que é o shampoo? o hidratante? Ah, que se foda! Meu coração tá batendo forte demais, assim ela vai se ligar que eu tô travado, ela deve estar decepcionada por eu não conseguir fazer nada" — Brigava internamente consigo mesmo, insatisfeito com a falta de atitude. Seus olhos se esbugalhavam e mais sentimentos tomavam conta do garoto no momento em que ouvia o pedido de namoro reverso. — Na hora das refeições e até mesmo quando leio um livro... quando tô sorrindo ou chorando, qualquer coisa que eu faça, você sempre está na minha cabeça. É como se fosse um vício, você simplesmente não sai dos meus pensamentos... posso até tentar, mas não consigo pensar em mais nada. — Se declarava. Não era um pedido de namoro direto, mas esta era sua forma desajeitada de pedir. As unhas dela o arrepiava, sua resposta era um sorriso parcialmente malicioso quanto ao questionamento das cobras. Com os seguintes dizeres sobre as fontes termais enquanto tinha o abdome baixo acariciado, Kagi engolia em seco. — "Que merda! Eu fiz muito barulho engolindo essa saliva... ela tá me tocando, o que eu faço? Eu preciso reagir, ela tá no meu ombro, eu não posso mais ficar parado! É, eu tô pronto, eu vou transar com ela!!" — Se decidia, virando-se para o lado da mesma.

No momento em que dirigiu seu corpo completamente para a esquerda, com ela ainda em seu ombro, teve uma visão que o assustou de modo que seu coração parecia querer sair ainda mais pela garganta. Um homem extremamente alto, musculoso e ruivo estava no canto, observando o casal. Se tratava de ninguém menos que o próprio Yujiro Hanma, aquele que não dava as caras em Iwagakure fazia muitos anos. Kaginimaru de imediato sentou-se na cama e tentou fazer com que Pandora fizesse o mesmo, a envolveria em seus braços, de modo que, uma das mãos ficaria em sua barriga e a outra em sua boca. — Sabia que é doentio espionar o momento íntimo do próprio filho? — Kaginimaru dizia. Relembrava-se dos arco-íris naquele formato único em volta do sol. A profecia estava correta! Sempre trazem o mal.

Seu pai ria. — Essa é boa... você estava quase de costas para a menina, tremendo de medo, e chama isso de momento íntimo? Com certeza essa é a melhor piada da história. — Parava para sorrir, enquanto que Kaginimaru cerrava seus dentes, furioso com aquela presença. — Eu vim pra te deixar um recado... Enquanto você aproveita o seu romance, aparecerão muitos no seu caminho para atrapalhar a sua felicidade, se intrometendo e trazendo conselhos inúteis. Você entendeu? Você não pode dar ouvidos a eles... Chegar ao topo tem um limite, Kagi. Mas se você quer ficar mais forte, tome esse doce veneno! tome de manhã, de tarde, de noite, na rua ou na chuva! você deve tomar, tome até não aguentar mais! Tome tudo até que não sobre, não sobre nada! — Dizia com extrema seriedade, surpreendendo até mesmo ao filho. O ogro então virava-se de costas para o casal, em direção a saída. — E você, Pandora, como mulher, continue transbordando o seu veneno! Mesmo quando ele achar que tomou tudo, continue transbordando... Você deve ser insaciável. — Finalizava, caminhando para se retirar. — A minha benção está dada. — Nunca esperaria ter um momento destes em sua vida, era confuso.

Liberaria a Heinstein de seus braços, havia buscado segurá-la e tampar sua boca para garantir que a mesma não corresse nenhum tipo de risco, afinal certamente não conhecia a periculosidade que aquele homem representava como o próprio filho tinha noção. Depois de alguns segundos refletindo sem a presença do invasor, Kaginimaru estava decidido sobre suas próximas palavras. — Eu vou transar com você! E saiba que isso não tem nada a ver com aquelas besteiras que meu pai disse — Olhava no fundo dos olhos da mesma, esperando que a situação não tivesse sido mudada.

Considerações: