Após o breve descanso de apenas algumas horas, Kaginimaru ainda permanecia nos campos de treinamento, deitado e refletindo sobre a dualidade de sua técnica assinatura que até pouco tempo atrás desconhecia. Os danos que a abertura dos portões mais elevados causavam em seu corpo eram irrefreáveis, portanto tinha de usar com tanta sabedoria que passava a perguntar em que momento valeria a pena sacrificar-se de tal forma para driblar os seus limites físicos. Não precisou nem pensar, em sua mente vinha a imagem de Pandora no exato momento, e mais ao fundo estava Iwagakure, seu subconsciente e a sua personalidade respondiam aquele questionamento egoísta de forma que o jovem se animava e recordava-se de suas origens.

As sensações das dores causadas pelo Sexto portão havia o feito esquecer por um momento os motivos pelo qual lutava, afinal, abri-los somente por abrir, como estava fazendo em seus treinamentos, fazia com que aquela habilidade perdesse o sentido. Levantava-se lentamente, com um sorriso solitário em seu rosto. Estava cansado e ainda sentia dores intensas por todo o seu corpo, mas ainda estava determinado a continuar para os próximos portões; restavam apenas o sétimo e o oitavo e desejava tê-los em seu arsenal antes de descansar de verdade neste dia.

Com sua atenção interiormente abaixo do estômago, o Hanma focalizava no Sétimo e último Tenketsu bloqueador daquela reta. Sabia que o oitavo localizava-se próximo de seu coração e o método de abertura era diferente de todos os outros, portanto não precisaria e muito menos podia colocá-lo em prática durante um treinamento, afinal ele significava a morte. Tentaria abrir o sétimo sem utilizar nenhum outro, mas do contrário de como havia sido com o quinto e o sexto, este em específico não dava nem sinal de sucesso. Seu Tenketsu era de extremo difícil acesso e parecia sequer se mover com o foco de energia que centralizava na região.

Entendia que não havia maneiras de trazer sua abertura sem antes passar por todos os outros, então, assim como no treinamento anterior, faria a abertura de todos os outros para então somente trazer à tona o portão que desejava adicionar ao seu arsenal. Foi somente ao abrir o primeiro que recordava-se da possibilidade de ir diretamente ao sexto, e que poderia tentar abrir o sétimo dali, sem ter de realizar o caminho chato de abrir seis portões um a um.

Depois de se focar na região do cérebro onde se encontrava o primeiro portão, faria algo inédito para si que seria pular diretamente para o sexto portão. Concentrar-se-ia, agora, na região do estômago, puxando todas as suas energias para romper o bloqueio de chakra que limitava seu poder na área. Esforçava-se tanto que tinha de fechar os olhos, gritar, forçar os punhos e pés e todos os músculos de seu corpo, estava em uma posição que o permitia aplicar toda a força interior da maneira que quisesse, e isto era o que mais o ajudava. Seu brando de força ecoava em meio as rochas longínquas, tamanha força aplicada acabava resultando na abertura do sexto portão.

Era surreal de se acreditar que aquele ainda era somente o sexto, os esforços imensuráveis em conjunto com as dores que sentia ao mesmo tempo que o poder irradiava por todo seu corpo o fazia perguntar-se do estrago que a próxima abertura poderia fazer — tanto em si mesmo quanto contra oponentes que o fizessem chegar neste estado durante uma batalha. Sentia-se com vontade de enfrentar um exército inteiro sozinho, era como a sensação do pecado capital da luxúria, o mesmo desejo surreal mediante aos gatilhos pessoais, mas ao contrário do pecado, conseguia controlar-se e conter seus desejos de guerra. Ficava ainda mais claro que era um erro fazer uso desta técnica sem um propósito grandioso, pois ficava difícil de manter o controle pela a destruição que era capaz de efetuar com somente simples movimentos.

Voltando ao foco do motivo de sua abertura, agora tinha de uma vez por todas ir além e conhecer o Sétimo portão. Focava-se, mais uma vez, na região abaixo do estômago e se esforçava tanto quanto com o sexto portão. Existia uma facilidade maior pois a força que todos estes portões liberados davam , do primeiro ao sexto, agiam em conjunto com os esforços que Kaginimaru fazia para abrir o Sétimo dos oito portões. — O Sétimo Portão! O Portão da Maravilha!! — Ele urrava. A aura verde que o circundava crescia de maneira exorbitante, era como que ela abrangesse metros e mais metros além do usuário. Tratava-se do seu suor saindo de cada centímetro de seu corpo, dado a imensidão de esforços que realizava.

Até o oxigênio saindo de seu organismo através das narinas era agressivo, seu corpo para si mesmo tinha o peso de uma pena, mas a força que exalava era a mesma de toneladas viajando à diversos quilômetros por horas. Sua velocidade havia aumentado ainda mais, a sua força então havia praticamente dobrado. Em um estado de anseio para medir o próprio potencial, o jovem ajoelhava-se ao chão e desferia diversos socos no solo. O estrondo era tamanho que seus tímpanos doíam e o estrago viera a ser tão intenso que o chão rochoso virava pedregulhos que voavam e viajavam pelos céus naquele campo de treinamento.

Do contrário de quanto tempo conseguia manter o sexto portão aberto, sua capacidade de ficar com o sétimo parecia ser inferior e ele fechava-se antes mesmo do Tsuchikage esperar. A dor mais uma vez o consumia, mas desta vez era ainda mais inacreditável. Como já estava ao chão, sentia seus joelhos romperem e doerem de uma maneira surreal. Jogava o resto do corpo na intensão de aliviar o estresse naquela região, mas toda parte do corpo que entrava em contato com algo sólido parecia que se rasgava no mesmo momento.

Mas não poderia ficar por ali permitindo que seu corpo se rendesse às dores. Levantava-se com extrema dificuldade e sentindo dores intensas por todo o corpo e dirigia-se ao hospital da vila. Sentia como se seus pés fossem se rasgar e evaporar no ar como pó a cada passo que dava, mas não cessava o caminhar, precisava voltar para seus serviços o quanto antes. Toda Iwagakure precisava daquele jovem e não os desapontaria somente pela dor, muito embora aquilo o afetasse profundamente.

Não tinha nenhum mentor por ali para ensiná-lo, mas entendia por si só o significado de sacrificar-se fisicamente em busca de mais poder; Tinha de usar apenas por quem amasse tanto ao ponto de não se importar em sacrificar a própria vida, assim, toda esta dor de nada seria perante ao sentimento positivo de estar fazendo o melhor para sua alma. Nem mesmo o fim torturante causado pelo oitavo portão seria doloroso se assim fosse feito.

Considerações:

Bolsa de Armas:

Jutsus Utilizados: