Entendia o motivo da falha após o feedback dela. Absorveria o motivo e se lembraria disto da próxima vez. Havia escutado de muita gente que temperos eram os principais meios de deixar uma refeição perfeita, mas não sabia que poderia chegar na ruína delas com algo tão simples. Ria junto de Pandora quando ela falava sobre o excesso de comida que trouxeram. O jovem estava com muitas dúvidas sobre o que levar, por conta disso, além de pegar muitos alimentos fáceis de preparar, havia garantido também um pouco de cada coisa das com a necessidade de preparos mais complexos, pois nunca se sabe qual seria a necessidade — além de estar com uma mulher grávida que poderia ter desejos inusitados a qualquer momento.

Quando ela começou a preparar a refeição, embora ficasse preocupado de que esforços demais fossem feitos, Kaginimaru sentiu-se aliviado de não precisar mais decidir o que comeriam. E então ouvia o pedido do suco, esbugalhando os olhos. — Hã? desde quando tem problema nas pernas? Eu hein... — Dizia confuso. Independentemente do que ela respondesse, e se respondesse, Kaginimaru partia para a barraca e pegava um bom suco de laranja para ela. Retornando, se depararia com os três sanduíches e seus olhos quase que se enchiam de lágrimas. Era exatamente o que queria; quantidade, simplicidade e sabor excepcional. Devoraria os três antes mesmo que ela terminasse o único que comia, a fome do jovem era tremenda devido aos esforços feitos para chegar até onde estavam. Além disso, muito provavelmente a retração da marca da maldição da Terra acabou intensificando ainda mais a fome que sentia, pois os instintos animais que tinha durante o uso da habilidade sempre traziam efeitos colaterais que o atrapalhava de alguma forma.

Depois da refeição, novamente deitaria ali, observando aos céus e toda a imensidão. Hora ou outra também voltaria seu olhar para baixo, onde também enxergaria a imensidão de Iwagakure no Sato. Refletia consigo mesmo sobre como o mundo era vasto e mesmo assim, em meio a todos os fatores, este momento de conexão mor entre o casal existia. Se perguntava qual era a chance disso acontecer, quer dizer, em meio a tantas pessoas, se por algum acaso do mundo não chegasse a ingressar na academia ninja de Iwagakure e não viesse a conhecer Pandora, o que seria de sua vida? Só tinha a agradecer por tudo que havia ocorrido do próprio jeitinho para colaborar até a existência desse momento, seu pai ser um megalomaníaco assassino demonstrava pela primeira vez o lado bom.

Considerações:

Não compreendia exatamente a relação existente entre gravidez e problema nas pernas, mas relevaria a situação e simplesmente prosseguiria com as ações, sorrindo com a confusão interna que ficava. Passado o tempo, ouvia atentamente tudo que Pandora dizia, inclusive rindo bastante no começo onde a mesma relembrava o passado do Hanma. — Devo tanto a você, garota... Desde o dia que me protegeu na academia ninja, colaborou para que o futuro se alinhasse ao que chegamos hoje... e ainda temos muito pela frente. — Dizia sorrindo, refletindo quanto ao futuro. Parava, por um momento, para observar a lua avermelhada que praticamente estava para fazer aniversário sua duração. — Todo dia que acordo e vejo o vermelho do céu, tenho o lembrete dos acontecimentos naquele lugar. Mesmo que seja impossível sabermos o que possa vir pela frente, busco me aperfeiçoar diariamente cada vez mais. Sempre estou pronto. — Discursaria para a noiva. Embora parecesse que estava tentando de alguma forma se reafirmar, não mentia em sequer um ponto. Mesmo com tantas obrigações diárias, sempre arrumava tempo para realizar treinamentos físicos, não era atoa que possuía praticamente uma academia dentro de seu Gabinete e também dentro da própria casa.

Kaginimaru acompanharia os passos dela para também observar tudo na mesma perspectiva. Refletia sobre o que faria e como agiria diante de grandes eventos em sua nação. Não seria uma novidade, mas odiava combates no próprio vilarejo pois tinha de se importar demais com a integridade das pessoas e das estruturas locais — muitas vezes podendo ficar sem opções de ações. Nada disto perduraria em seus pensamentos, a segurança do vilarejo era extremamente alta e sabia que os dois principais pilares estariam prontos para tudo e todos que surgissem. Focava-se, então, em simplesmente observar a beleza do horizonte, afastando pensamentos ruins.

Passado o tempo, partiria para a barraca armada, seguindo a Heinstein. O pôr-do-sol naquela vista havia sido excepcional, o que o encantava de tal forma que ficava ainda mais satisfeito com o passeio do casal. — Está se sentindo confortável? Quer uma fogueira? Qualquer coisa que precisar basta me falar! — Desejava ser prestativo ao máximo visando também poupar esforços da mulher.

Considerações:

Mesmo que de longe, para alguém que não a conhecesse ao máximo, fosse praticamente impossível visualizar emoções, Kaginimaru percebia com clareza o estado em que a mulher se encontrava. Momentos como este eram extremamente raros, portanto Kaginimaru sorria em vê-la assim. Possuía total certeza de que ela estava alegre e satisfeita com o momento e as lembranças, sem dúvidas tornando o momento ainda mais especial. O Hachidaime Tsuchikage chegava a sentir uma certa fraqueza interna semelhante a sensação de borboletas em seu estômago, tudo isso fruto de um misto de diversos sentimentos positivos em ver a amada naquele estado.  

As respostas tranquilas e amáveis convenciam o homem de forma que passava a acreditar que não podia melhorar mais nada. Aos poucos também se deitava em sua companhia e começava a se aconchegar. Embora estivesse distraído, era impossível não notar as respirações aceleradas e profundas de Pandora. — Está com dores?! — Questionava com extremas preocupações. Seu coração acelerava neste momento e em sua mente só se passava a possibilidade dela entrar em trabalho de parto ali, distante de tudo e todos. Tinha um grande problema com necessidade de resolução imediata, portanto começava a se levantar. Já estaria de pé quando o exercício fosse explicado, assim se acalmando e entendendo a situação de verdade.

Voltaria a deitar e então se perdia em seus pensamentos, assim como a parceira. Os assuntos eram os mais diversos e nada interessantes, apenas brincava com a própria mente para que, gradativamente, o sono chegasse. Mediante ao anúncio de sua esposa. — Eu também tô assim, então boa noite... — Respondia, relaxando totalmente e sentindo as dores de todo o esforço que havia feito no dia. Este momento era divino! Sem dúvidas a escolha do ambiente afastado deixava tudo ainda mais especial, colaborando para que o dia fosse tão relaxante quanto uma temporada de férias inteira.

Logo o sono lhe dominava. Sonhava com momentos de felicidade e alegria, com tudo dando certo em sua vida da mesma forma que na realidade estava andando. Percebia, inconscientemente, que de verdade estava vivendo um sonho. Mesmo com os problemas que a Fênix vivente no interior da Heinstein trazia, esta não chegava nem perto de tirar a felicidade do Hanma.

Considerações: