Com a interrupção durante o Torneio Shinobi, Shin mostrou ao mundo seus verdadeiros poderes. O revelado Primeiro Hokage liberou sobre a Nuvem uma gigantesca besta de dez caudas que destruiu grande parte da Vila, se mostrando uma antagonista capaz de se opôr mesmo à quatro das cinco Sombras unidas. Com a união de todos os ninjas das cinco nações e alguns renegados, a besta foi finalmente derrotada.
Mas, para a surpresa de todos, o verdadeiro caos veio quando Shin liberou seu verdadeiro poder — Shinra Tensei —, assolando Kumogakure praticamente inteira. E, com o fim da batalha na Nuvem, um olhar sanguinário brilhou no céu, com a revelação da Lua Sangrenta.Um ano após os acontecimentos no País do Relâmpago, uma grande fissura surgiu na superfície da Lua Sangrenta, causando especulações de todos os tipos. As Nações, mais uma vez banhadas na incerteza e insegurança política, se vêem em uma tensão que pode eclodir em uma guerra à qualquer instante, entre qualquer uma delas. O ciclo, outra vez, se inicia.
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[Gaiden] Decepções e erros - Postado Qui Jan 14, 2021 5:59 am
A madrugada estava em seu ápice e nada de conseguir dormir. A mente do jovem Hanma não podia descansar com todos os problemas e as inseguranças que o assombravam de forma impiedosa. Estava ciente de sua mediocridade, mas tudo o que conseguia fazer neste momento era se perguntar o que havia feito para merecer tudo isso. Punição divina? Quem sabe, talvez em encarnações antigas — que sequer tinha certeza de acreditar ou não, fizera atos tão cruéis a ponto de estar sendo punido em sua vida seguinte. Seria um fardo a se aguentar, afinal. Tentava ainda buscar por outras opções… talvez fosse fraco demais e toda esta situação, que em tese não o afetaria se fosse forte o suficiente, o provava a tamanha insignificância.
Mas com tantos treinos, tão cheio de si e extremamente confiante que seu destaque era evidente, de forma alguma acreditava na segunda opção. — O que andei fazendo, Senhor? — Questionava enquanto admirava o teto imóvel de sua residência. Seus níveis de espiritualidades poderiam ser definidos como nulos, mas neste momento de desespero, buscava fortemente crer que tudo isso teria um sentido, que seu sofrimento não era atoa nas visões das potestades maiores.
Buscar significados para a vida em conceitos que transcendem o tangível em busca de maiores conexões o fazia se odiar. Era evidente o quão hipócrita estava sendo, e mais evidente ainda o fato de que se fosse para obter atenção de algum Deus de uma hora para outra, desta forma patética estaria fora de cogitação, ao menos em sua percepção. Uma lágrima escorria de seu rosto e o choro silente advinha de forma tão pesada que se fosse comparada aos treinamentos intensos que realizava diariamente, estes não seriam nada.
O colchão velho em que estava deitado absorvia todo o líquido expelido como plantas sedentas; seu rosto servia como um irrigador bilateral, com reservas tão imensas quanto uma de verdade. Toda a dor interna vinha de forma indescritível, a angústia de seu cérebro era tamanha que podia sentir algo como espécies de dores psicossomáticas em partes específicas de seu corpo, sendo a maior na sua mão direita, onde algo semelhante com um formigamento causava aflições tão intensas que por momentos chegou a desejar não ter aquela mão presente em seu corpo, mas tudo não passou de pensamentos.
Em dado momento, quando podia visualizar o sol raiando através de sua janela que disponibiliza visões privilegiadas e maravilhosas, perguntava-se do porquê de estar tão melancólico. No fundo sabia que tudo envolvia seus problemas familiares, seus medos de descobrir mais sobre o passado destes e as desavenças com a amiga, da qual dos últimos tempos para cá passou a estimar como sua única familiar, como alguém que almeja proteger com a própria vida. Mas seu coração não o permitia culpabilizar outras pessoas por seus problemas, estando este extremamente certo. A responsabilidade suficiente para viver de maneira independente o fez se tornar um verdadeiro Homem desde muito cedo, mas a que preço? Sempre soube que estava incompleto, sempre soube que estava vivendo sozinho no mundo, e mesmo com a máscara que vestia todos os dias, sempre existiram aqueles dias em que disfarçar totalmente se tornava impossível, até a data em que desabaria — como hoje, neste exato momento.
Não somente suas relações interpessoais o haviam deixado desta maneira, mas todas as falhas que considerou ter em suas últimas missões, todos os momentos em que faltaram forças suficientes para atingir seus objetivos, todos os seus defeitos. Dias se passaram e o episódio da Pandora assassinando as hienas que Kaginimaru apenas tentava assustar e expulsá-las do local de vez por todas ainda passava em sua mente. Ficou mais do que claro o quão desolado tudo isso o deixou, a ponto de ficar chateado com a Heinstein; até mesmo o dia em que a encontrou com o rosto coberto de sangue durante o fim de uma missão, sabe-se lá o motivo, mas faltou-lhe forças para resolver sua parte da tarefa e estar lá por ela, talvez poupando-a de ver coisas que a traumatizaria mais ainda do que a vida já havia feito.
Tentava levantar, mas sem sucesso algum. Seu corpo estava tão pesado que nem mesmo conseguia mover um músculo, como se alguém o segurava, como se toda a angústia tivesse tomado forma e estivesse o esmagando. As lágrimas cessaram, dando lugar ao suor envolvendo todo o esforço físico e mental que fazia para se livrar da situação, mas até mesmo Kagi sabia que não conseguiria, estava fadado a enfrentar estes demônios de vez por todas, se é que sabia como poderia enfrentá-los. Por um momento, buscava voz para berrar como nunca outrora havia feito, também sem sucesso. Quando percebia, nem mesmo sua visão funcionava; pouco a pouco todos os sentidos se esvaiam até o instante em que conseguia cair no sono.
Em seu sonho claramente avistava o rosto de todas as pessoas próximas de si sendo acorrentadas e presas em gaiolas suspensas por correntes extremamente resistentes. O ambiente era completamente avermelhado e a presença de humanóides peregrinando pela região assustava ainda mais. Todos os reféns pediam ajuda, mas por mais que tentasse, Kaginimaru nunca conseguia chegar até eles. Era como um looping, que parecia durar eternidades, mas sequer horas eram consumidas.
O despertar do garoto vinha de um desespero que subitamente elevou seu tronco com toda a velocidade possível, ficando sentado em sua própria cama. Estava ofegante e lembrava-se de tudo, as visões eram tão intensas que inclusive se repetiam em seu subconsciente, mas buscaria esquecê-las se distraindo com outras coisas — como sempre fazia com seus problemas.
A primeira coisa que decidia era partir para tomar o banho mais gelado possível, tanto para se refrescar, quanto para se purificar de tudo o que vivenciou nesta madrugada. Em seguida e após completar toda a higienização, faria um grande café da manhã com tudo o que tinha armazenado e comeria até se sentir completamente satisfeito e renovado. Por mais que devesse retirar uma grande lição de toda esta experiência, tudo o que aparentava querer era apenas esquecer e voltar a viver como se nada tivesse acontecido, como sempre costumava fazer.
Mas com tantos treinos, tão cheio de si e extremamente confiante que seu destaque era evidente, de forma alguma acreditava na segunda opção. — O que andei fazendo, Senhor? — Questionava enquanto admirava o teto imóvel de sua residência. Seus níveis de espiritualidades poderiam ser definidos como nulos, mas neste momento de desespero, buscava fortemente crer que tudo isso teria um sentido, que seu sofrimento não era atoa nas visões das potestades maiores.
Buscar significados para a vida em conceitos que transcendem o tangível em busca de maiores conexões o fazia se odiar. Era evidente o quão hipócrita estava sendo, e mais evidente ainda o fato de que se fosse para obter atenção de algum Deus de uma hora para outra, desta forma patética estaria fora de cogitação, ao menos em sua percepção. Uma lágrima escorria de seu rosto e o choro silente advinha de forma tão pesada que se fosse comparada aos treinamentos intensos que realizava diariamente, estes não seriam nada.
O colchão velho em que estava deitado absorvia todo o líquido expelido como plantas sedentas; seu rosto servia como um irrigador bilateral, com reservas tão imensas quanto uma de verdade. Toda a dor interna vinha de forma indescritível, a angústia de seu cérebro era tamanha que podia sentir algo como espécies de dores psicossomáticas em partes específicas de seu corpo, sendo a maior na sua mão direita, onde algo semelhante com um formigamento causava aflições tão intensas que por momentos chegou a desejar não ter aquela mão presente em seu corpo, mas tudo não passou de pensamentos.
Em dado momento, quando podia visualizar o sol raiando através de sua janela que disponibiliza visões privilegiadas e maravilhosas, perguntava-se do porquê de estar tão melancólico. No fundo sabia que tudo envolvia seus problemas familiares, seus medos de descobrir mais sobre o passado destes e as desavenças com a amiga, da qual dos últimos tempos para cá passou a estimar como sua única familiar, como alguém que almeja proteger com a própria vida. Mas seu coração não o permitia culpabilizar outras pessoas por seus problemas, estando este extremamente certo. A responsabilidade suficiente para viver de maneira independente o fez se tornar um verdadeiro Homem desde muito cedo, mas a que preço? Sempre soube que estava incompleto, sempre soube que estava vivendo sozinho no mundo, e mesmo com a máscara que vestia todos os dias, sempre existiram aqueles dias em que disfarçar totalmente se tornava impossível, até a data em que desabaria — como hoje, neste exato momento.
Não somente suas relações interpessoais o haviam deixado desta maneira, mas todas as falhas que considerou ter em suas últimas missões, todos os momentos em que faltaram forças suficientes para atingir seus objetivos, todos os seus defeitos. Dias se passaram e o episódio da Pandora assassinando as hienas que Kaginimaru apenas tentava assustar e expulsá-las do local de vez por todas ainda passava em sua mente. Ficou mais do que claro o quão desolado tudo isso o deixou, a ponto de ficar chateado com a Heinstein; até mesmo o dia em que a encontrou com o rosto coberto de sangue durante o fim de uma missão, sabe-se lá o motivo, mas faltou-lhe forças para resolver sua parte da tarefa e estar lá por ela, talvez poupando-a de ver coisas que a traumatizaria mais ainda do que a vida já havia feito.
Tentava levantar, mas sem sucesso algum. Seu corpo estava tão pesado que nem mesmo conseguia mover um músculo, como se alguém o segurava, como se toda a angústia tivesse tomado forma e estivesse o esmagando. As lágrimas cessaram, dando lugar ao suor envolvendo todo o esforço físico e mental que fazia para se livrar da situação, mas até mesmo Kagi sabia que não conseguiria, estava fadado a enfrentar estes demônios de vez por todas, se é que sabia como poderia enfrentá-los. Por um momento, buscava voz para berrar como nunca outrora havia feito, também sem sucesso. Quando percebia, nem mesmo sua visão funcionava; pouco a pouco todos os sentidos se esvaiam até o instante em que conseguia cair no sono.
Em seu sonho claramente avistava o rosto de todas as pessoas próximas de si sendo acorrentadas e presas em gaiolas suspensas por correntes extremamente resistentes. O ambiente era completamente avermelhado e a presença de humanóides peregrinando pela região assustava ainda mais. Todos os reféns pediam ajuda, mas por mais que tentasse, Kaginimaru nunca conseguia chegar até eles. Era como um looping, que parecia durar eternidades, mas sequer horas eram consumidas.
O despertar do garoto vinha de um desespero que subitamente elevou seu tronco com toda a velocidade possível, ficando sentado em sua própria cama. Estava ofegante e lembrava-se de tudo, as visões eram tão intensas que inclusive se repetiam em seu subconsciente, mas buscaria esquecê-las se distraindo com outras coisas — como sempre fazia com seus problemas.
A primeira coisa que decidia era partir para tomar o banho mais gelado possível, tanto para se refrescar, quanto para se purificar de tudo o que vivenciou nesta madrugada. Em seguida e após completar toda a higienização, faria um grande café da manhã com tudo o que tinha armazenado e comeria até se sentir completamente satisfeito e renovado. Por mais que devesse retirar uma grande lição de toda esta experiência, tudo o que aparentava querer era apenas esquecer e voltar a viver como se nada tivesse acontecido, como sempre costumava fazer.
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Re: [Gaiden] Decepções e erros - Postado Qui Jan 14, 2021 1:17 pm