Não tardara até que finalmente chegasse nas fronteiras de Hi no Kuni. A mudança brusca de vegetações trazia incômodos indescritíveis no Tsuchikage, que passava a acelerar a medida com que caminhava. Justamente em seu ombro direito, exatamente na região que a besta de cinco caudas havia sido selada, Kaginimaru sentia um misto de sensibilidade e agitação. Parecia inacreditável, mas chegar nas florestas do País do Fogo parecia estimular aquela coisa em seu interior.

Foram mais longos períodos de caminhada, muitas conversas bisbilhotadas em bares e nas ruas dos pequenos povoados até que o Hanma conquistasse seu primeiro objetivo. Um templo misterioso nas imediações parecia amedrontar a população local; diversas eram as histórias contadas, desde que o local estava amaldiçoado até as lendas de que os cavalos de todos os viajantes que passavam pelas redondezas misteriosamente eram atraídos para o local, como se seus instintos fossem seduzidos a guiá-los até lá. Seria o local ideal para meditar e visualizar como a fera interior se comportaria em descanso, tendo em vista que o gigantesco ser galopava da mesma forma que um equino, além de possuir parte da mesma fisionomia.

Em frente ao templo, um nervosismo inexplicável se intensificava no interior do homem. Desde o primeiro dia que estava com a cinco caudas selada no seu corpo, sentia como se houvesse perdido a autonomia de seus próprios sentimentos, sempre compartilhando de sensações incompreensíveis se observado do ponto de vista do próprio. O grande exemplo estava aqui e agora; por qual razão se sentiria tão nervoso e angustiado com simples lendas? Sentia vontade de ter raiva diante desta situação, mas nem isso era possível; raiva não mais parecia existir em seu imo.

O Templo Perdido — 1/5 posts
Dificuldade: B
Descrição: O hospedeiro deve encontrar o Templo localizado em algum lugar do País do Fogo e iniciar seus estudos sobre a criatura.
Recompensas:
— Conhecimento sobre os status da besta;
— Conhecimento sobre antigo título de Deus da Floresta;
— Localização de outros templos;
— Permissão para realizar Fantasmas Brancos.

Considerações:

3 Bolsas de Armas + Colete (65 espaços):

O dia se encontrava em sua plena metade; o sol estava forte como nunca, iluminando toda a região de maneira uniforme — ou quase. Sem explicações plausíveis, o templo parecia completamente escuro, como se estivesse sendo ignorado pelo astro solar. A impressão transpassada era que sua escuridão superava, ou simplesmente absorvia, qualquer claridade que tentasse adentrar em seu terreno. Kaginimaru engolia em seco e então realizava lentos passos para finalmente adentrar no templo.

Mesmo abandonado e sem indícios de presença humana, o local era completamente aberto. Sua má fama em conjunto com a visão tenebrosa certamente mantinha qualquer humano em plena consciência bem longe dali. Caminhava em meio a escuridão plena, sem visão alguma do que se encontrava adiante. Foram alguns segundos em breu total até que uma estranha neblina passasse a acompanhá-lo. Diferente de qualquer tipo de névoa que já havia encarado, esta possuía um aspecto estranho, muito mais próximo do estado de um vapor do que qualquer outra coisa.

Mais uma vez, uma repentina mudança de humor tomava conta do seu interior. Sentia a calmaria o dominar, como se estivesse chegando em casa após uma longa jornada. Suas pálpebras se tornavam mais pesadas do que o comum; assim como a escuridão parecia lentamente desaparecer e revelar os cômodos do templo. Enxergava embaçado, mas via alguns pergaminhos em um pedestal rodeado por fogo, demonstrando intensos graus de interesse para quem ali adentrasse.

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Descrição: O hospedeiro deve encontrar o Templo localizado em algum lugar do País do Fogo e iniciar seus estudos sobre a criatura.
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— Conhecimento sobre antigo título de Deus da Floresta;
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A principio, ainda relativamente distante do pergaminho, não conseguia de maneira alguma compreender a escrita em questão. Mesmo assim, a confusão não parava seu avanço até o pedestal, onde encostaria sua mão diretamente para sentir aquele tesouro. Era como se o ser interior estivesse o instigando a se aprofundar cada vez mais nos mistérios deste templo; sentia a energia o dominar. Quando se dava por conta, as palavras soltas começavam a fazer cada vez mais sentido, ao ponto de conseguir realizar a leitura interna.

O primeiro grande trecho relatava sobre a fusão da energia física com a mental que aquele ser possuía; O chakra. Suas quantias eram tão intensas que se aproximavam aos valores que o próprio Hachidaime Tsuchikage possuía. Por um momento, ficava incrédulo. Por toda sua vida, acreditara que apenas os seres humanos fossem capazes de nutrir altas reservas devido a racionalidade que intensificava as energias mentais. Não somente isto, também compreendia que aquele ser possuía sua própria Vontade em níveis alarmantes. Era quase como se estivesse recebendo a confirmação que estava lidando com uma vida pensante e questionadora. Isso explicava as mudanças em seu próprio humor sem explicações próprias, certamente estava sendo dominado pelos sentimentos da grande Besta.

Ainda não havia diretamente se comunicado com esta e muito menos possuía certezas de que isso fosse possível, mas Kaginimaru encontrava-se totalmente confuso sobre como estava conseguindo ler aqueles manuscritos. A misticidade do momento pairava ao inacreditável, mas sentia, pela primeira vez, um pequenino grau de conexão, pois se tornava evidente que sozinho jamais seria capaz de estar lendo todas estas informações, como se inconscientemente houvesse sido levado até o local.

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Indo além, todo aquele extenso manuscrito revelava muito mais coisas do que apenas as energias e a vontade da Gobi. Logo descobria sobre o título de Deus da Floresta e como havia conquistado; por vontade própria, a mesma se isolava em florestas e vivia correndo por elas, divertindo-se e esbanjando sua própria natureza. Aqueles que visualizavam de longe, viam o ser muito maior do que as próprias árvores percorrendo em intensas velocidades com extrema graciosidade. Muito embora seu tamanho desproporcional para com o mundo real, a cinco caudas nunca derrubava sequer uma árvore ou muito menos esmagava a mais minúscula das flores, demonstrando o pacifismo nato até mesmo perante a vegetação.

Verdadeiramente, cinco-caudas era como um Deus da Floresta. Aqueles que possuíam intenções malignas contra a região sempre acabavam desistindo, pois ninguém ousava desafiá-la. Fossem animais ou seres humanos, enfrentá-la aparentava ser uma tarefa impossível. O que ninguém tinha noção, segundo as escrituras, era que a Besta prezava pelo pacifismo, detestando a ideia de entrar em qualquer combate — por sorte, sua forma física e as intensas energias espirituais sempre a poupava de ter que entrar em conflitos.

Kaginimaru se sentia tocado. Não imaginava que grande monstro pudesse ser pacífico. Por qual razão, então, estava tentando atacar Pandora no momento em foi selada? Relembrava-se, neste instante, as palavras da mulher relatando que Gobi estava sendo controlada por um outro alguém. — Talvez fosse isto mesmo... — Concluía.

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Não imaginaria, mas a leitura prosseguia supondo não somente a existência de outros templos como também suas localizações. Já aparentava ser um absurdo a existência de algo tão único assim; quem teria criado estes templos especiais para a cinco-caudas? Parecia ser completamente impossível algo assim vindo da parte dela, mas se já não bastasse um templo, a existência de outros cativava ainda mais a curiosidade de Kaginimaru.

Como o esperado, conhecer o que estava dentro de si não levaria pouco tempo. Existia uma longa jornada pela frente e esta estava sendo apenas a primeira interação direta entre eles — mesmo que distante. Não havia tido nenhum contato muito complexo, mas sentia com clareza que Gobi estava envolvida neste assunto, talvez por interesses próprios ou simplesmente sendo inevitável para ela, por ser um lugar que visivelmente a agradasse ao extremo. Ao fim da leitura, não perderia tempo, o jovem partiria dali para o templo mais próximo que agora possuía conhecimento direto sobre.

A curiosidade dominava seus sentimentos. Queria cada vez mais conhecer ainda melhor o ser que vivia consigo. Ter o Deus da Floresta sobre domínio parecia ser algo surreal, mas estava dedicado a tornar isto realidade e voltar ao normal. Seus interesses não se resumiam somente a isto, sentia que se fraquejasse, poderia a qualquer momento perder o controle de seu próprio corpo, como por vezes já havia presenciado acontecer com outro alguém, além de sentir isto levemente interferindo em seus desejos desde que havia concordado com o selamento.

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