RPG ROLEPLAY AMBIENTADO NO UNIVERSO DE NARUTO
Shinobi World
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Lua Sangrenta
Arco 5 - Ano 785
Com a interrupção durante o Torneio Shinobi, Shin mostrou ao mundo seus verdadeiros poderes. O revelado Primeiro Hokage liberou sobre a Nuvem uma gigantesca besta de dez caudas que destruiu grande parte da Vila, se mostrando uma antagonista capaz de se opôr mesmo à quatro das cinco Sombras unidas. Com a união de todos os ninjas das cinco nações e alguns renegados, a besta foi finalmente derrotada.

Mas, para a surpresa de todos, o verdadeiro caos veio quando Shin liberou seu verdadeiro poder — Shinra Tensei —, assolando Kumogakure praticamente inteira. E, com o fim da batalha na Nuvem, um olhar sanguinário brilhou no céu, com a revelação da Lua Sangrenta.Um ano após os acontecimentos no País do Relâmpago, uma grande fissura surgiu na superfície da Lua Sangrenta, causando especulações de todos os tipos. As Nações, mais uma vez banhadas na incerteza e insegurança política, se vêem em uma tensão que pode eclodir em uma guerra à qualquer instante, entre qualquer uma delas. O ciclo, outra vez, se inicia.
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|野郎



Aquele era o dia mais esperado por mim no mês.

Nessa época, eu acabava de sair da primeira infância, novo demais para entender as complexidades do mundo e o quanto a forma como eu vivia era errada. Veja bem, eu não tinha embasamento para saber como outras pessoas viviam, como era o mundo além da vidraça. Mas isso não implica que eu não pensasse sobre isso: Perguntava-me, “onde vivem as outras pessoas?”, “como é o azul do céu que a bíblia do fogo cita?”. Era tudo confuso pra mim, e o que eu via era muito pouco. Vivia como uma criança doente dentro daquela sala esterilizada entre sessões de aplicações de drogas - como cobaia, hoje sei - e rezas intensas, então não era de se estranhar que eu pensasse que todas as pessoas no mundo viviam da mesma forma.

Como uma criança comum que merecia nada menos que uma vida normal, eu procurava encontrar pequenas alegrias no meio de todo o caos. As enfermeiras mascaradas eram normalmente maldosas, assim como os padres, mas… gostava de imaginar as histórias de cada um, criava universos paralelos e oferecia ao meu cérebro minha própria dose alucinógena de paz fora daquelas paredes brancas, ainda que eu tivesse tão material para exercer minha criatividade. Talvez por isso eu amasse tanto aquele dia e esperasse por ele ansiosamente.

Nós, os habitantes do laboratório, o chamávamos secretamente de “dia de sorrir”. Quem sabe aquele fosse o único em que eu podia ver todos reunidos, do Um à mim, o Treze. Era um dia onde os testes cessavam, as enfermeiras e os padres tiravam uma folga e nós éramos reunidos na sala de convivência tão pouco usada. Ali, montavam um pequeno palco com cortina e voluntários da Igreja do Fogo se apresentavam com o que soubessem fazer para nos entreter, provavelmente se sentindo realmente caridosos em meio às suas crenças imundas. Pensavam “elas são crianças tocadas pelo mal, crianças doentes e quebradas, portanto vou fazer alguns malabares e ganhar mais alguns pontinhos com o deus do fogo”, embora pra mim aquilo significasse tudo.

Nesse dia em especial, o Seis havia morrido, provavelmente afetado demais pelas doses de drogas aplicadas. Faziam-nos chamar as crianças que não resistiam de fracos e incapazes, crianças esquecidas por deus. Não deveríamos ser iguais a elas, deveríamos servir ao nosso propósito com resistência e alegria. Sendo assim, obviamente, não pensei muito sobre a morte dele, mas sim sobre a cadeira que ficaria vaga ao lado de Sete na sua ausência. Oras, se o Dia de Sorrir era o mais esperado do mês, ficar ao lado dela era a minha espera de toda a vida. Por isso, não tardei em me esgueirar até perto da garota e me sentar ao seu lado, tímido. Não é como se ela soubesse realmente quem eu era, mas estar ao seu lado enquanto ela sorria de alguma mágica feita por um voluntário qualquer ou apenas poder sentir o cheiro de seus cabelos pálidos e macios era o suficiente para mim. E é engraçado hoje pensar no quanto aquilo era outra base que me mantinha vivo e me fazia superar todo o resto. “Sete”, o número da sorte. Ela nunca olharia para o Treze, o número mais azarão que já existiu.

De repente, tensão. As cortinas abriram e eu vi uma figura exótica e inédita para mim: Um homem com estatura alta, cabelos pintados com tinta vermelha, uma maquiagem branca em volta do rosto e acentuada pelo batom vermelho, assim como o nariz que era uma pequena bolinha vermelha no centro da face sorridente. Meus olhos brilharam. Aquilo era simplesmente magnífico, eu nunca havia visto uma presença tão forte.

— Eu sou WataWata, criançada! — Seus sapatos grandes dançaram sobre o pequeno palco de madeira e isso arrancou aplausos de nós — Estou aqui hoje pra contar uma historinha pra vocês. Estão preparados?

Todos nós vibramos e gritamos que sim. Sete também, e isso aqueceu meu coração. Raramente voluntários contavam histórias, normalmente quando o faziam era sobre histórias do deus do fogo e seus discípulos, e eu não poderia achar mais chato. WataWata fez diferente, trazendo uma história que fez todos prenderem sua atenção de forma intensa, mesmo que as enfermeiras e padres se entreolhassem preocupados, prontos para interrompê-lo ao primeiro sinal de incongruência e heresia contra o grande deus do fogo.

— ...Sim, era uma Carpa, o mais indefeso dentre todos os animais. Nadava pelo rio sempre preocupada se seria comida por algum predador como crocodilos ou peixes maiores —
Enquanto ele contava, eu despregava as costas da cadeira inconscientemente me mostrando muito interessado, sem piscar por um segundo —… Ela nadou, nadou, nadou! Nadou contra a correnteza, enfrentou tempestade e encontrou a maior cachoeira do mundo!

Conforme a intensidade da história ia aumentando, reparei em como Sete prendia a respiração e torcia pela Carpa. Ela vibrou quando a carpa conseguiu escapar daquele pescador, e também chorou quando foi ferida pelo anzol. Em dado momento, assustada, segurou e apertou minha mão com força. Meu coração quase saiu pela garganta, ainda mais emocionado com o toque do que com a história. Um toque humano. Sem luvas. Isso sim era raridade.

— Ela nadou contra a água da maior cachoeira do mundo. Subiu, subiu e subiu. Chegou quase ao infinito, por sobre as nuvens, vencendo a queda d’água e nadando contra todas as probabilidades — Ele fazia uma pausa entre as palavras, aumentando ainda mais nosso interesse — ...E quando ela finalmente conseguiu alcançar o topo da cachoeira foi que aconteceu… Ela se tornou um majestoso Dragão! Ela é chamada de Ryuu… Claro, uma criatura criada pelo grande deus do fogo… cof, cof… Antes, uma carpa que só podia ter medo, mas que hoje é um dragão que voa sobre os céus acima de todos os outros seres. Sejam corajosos como a Carpa e tornem-se Dragões!

Meus olhos estavam marejados, mas os de Sete escorriam como a cachoeira que a Carpa precisou subir nadando. O que será que aquele homem de nariz vermelho queria dizer com tudo isso? Bom… Quem sabe hoje eu entenda melhor o significado de ser a carpa e a vontade em ser dragão. Hoje eu entendo o porquê naquele dia ele me ofereceu o seu nariz vermelho, como também agradeço àquele homem por ser um ninja enviado de Konoha que me salvou. Por você, Kagure. Por você, Sete. Por você, Nobu. Eu me tornarei o Dragão.  







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