Ele olhou para mim já sem paciência, estávamos assim a vinte minutos eu esperando ele falar o que precisava e ele esperando que eu me apresentasse, a propósito querido diário eu não sei se você sabe, mas eu sou uma tímida compulsória, na frente das pessoas eu me torno uma verdadeira estátua, e naquela altura do campeonato posso te garantir que ele deveria achar o mesmo, de qualquer forma após perceber que eu se quer diria meu nome ele disse que algumas crianças haviam roubado a peruca dele, pelo amor de minhas filhas, me segurei para não rir da situação, mas novamente, minha timidez me impediu.

--ENTÃO VAI ATRAS DA MINHA PERUCA … não te paguei para brincar de estatua---

Assenti com a cabeça segundo o que ele havia me dito as crianças eram conhecidas e que estavam indo para a academia, mas qual era a direção da academia mesmo? Não me lembrava e na realidade me perdi no meio do caminho, era cômico visto que eu sempre levava minhas filhas para a academia, e mesmo assim, não conseguia encontrar, até que fui forçada a pedir ajuda aos ninjas e guardas, a cada esquina que passava eu perguntava, não queria me perder, apesar de ter certeza que a cada minuto que passava as chances de encontra a peruca inteira diminuía.

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Querido diario, chegar a academia foi um sacrificio digno de uma odisseia no deserto, eu juro que não sabia se ficava feliz ou surpresa com minha capacidade me perder em minha própria vila, em minha defesa eu prometo a você que pretendo melhorar nesse quesito, nunca pude sair de minha casa, logo a liberdade é algo ainda bastante estranho.
Após muito sacrifício eu finalmente consegui achar o caminho da academia, era ali que sempre entregava minha filha nas mãos de pessoas de confiança e era ali que eu ia encontrar os pestinhas da piruca, me aproximei da sala da diretoria, minha confiança estava diminuindo e fiquei receosa de abrir a porta, para minha sorte um dos senseis estavam saindo da sala e logo que me avistou sorriu.

--Ola Aoi-san… veio ver suas filhas? Aconteceu algo?---

Aquele turbante de perguntas me pegava de jeito, eu abaixei a cabeça e senti o rosto enrubescer e as palavras travam, já o conhecia a anos, era o sensei de minhas filhas, mesmo assim as palavras tinham extrema dificuldade em sair.

--Alguns garotos… roubaram a peruca de um… um… um….--- As palavras travaram.

---A eu sabia que aqueles pestinhas tinham pego aquela peruca de alguem, amanha os tres estaram de castigo.---

Ele se direcionou para dentro da sala com uma peruca rosa entre os dedos e entregando-a para mim.

--Aqui está… e peça desculpas ao homem por mim…--- Disse o sensei.

Eu peguei a peruca e logo em seguida sai sem dizer uma última palavra, estava querendo terminar aquilo logo e retornar para poder buscar minhas filhas, demorou mais uma eternidade, para encontrar o caminho, e depois de boas horas procurando eu finalmente achei e a entreguei ao seu dono.

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