I'm the bad guy

duh

Com o surgimento dos primeiros raios solares, a janela do jovem ruivo era presenteada com o caloroso poder da estrela, que o atingia na região dos olhos enquanto recuperava suas forças de uma longa jornada no restaurante. Não demorou para que o incômodo nas pálpebras incomodasse seu sono e o retirasse daquele universo totalmente moldado pelo sei subconsciente. — Enkai? Para com isso cara! Não...a gente não pode devorar a alma das pessoas... aa... ainda não podemos... — O espírito da gula, mais conhecido como Enkai, habitava o corpo do jovem Benimaru desde a perda de seu pai. Reconhecido por sua bondade plena e genuína, ninguém sequer suspeitava que uma luta diária era travada para conter aquele pedaço caótico que se alimentava dos sentimentos mais sombrios que qualquer humano continha em seu âmago e alma. — Puta merda... essa foi quase. Merda, eu to atrasado. — Resmungava sozinho enquanto se levantava aos chutes, afastando o amontoado de cobertas, buscando um par de pantufas azuladas que completavam um pijama quase infantil. A porta do quarto dava acesso a um extenso corredor e por fim para a cozinha que se ligava com a sala. A rotina de cozinheiro tomava todo o tempo do jovem, mas não deixava de preparar o café da manhã para sua mãe. As torradas devidamente esquentadas, o chá preparado e dois ovos fritos com a gema cremosa para começar a manhã. Não precisou acordá-la, os passos calmos e delicados anunciavam que a mulher de cabelos rosados havia acordado e se sentado na mesa enquanto observava seu filho. — Não vai me deixar cozinhar nunca mais, Beni? Ta me mimando muito, rum — A voz era de quem havia acabado de acordar, calma, com um bocejo no fim. Todas as manhãs era comum receberem as correspondências, e não poderia ser diferente. A dama de cabelos rosados fazia questão de recolher cada envelope. — Filho, chegou um pra você hoje. Parece importante, olha — Ela entregava um envelope com o nome do ruivo em Kanjis. — É uma missão. Parece que o senhorzinho da floricultura perdeu outra muda, aiai ele sempre faz isso.— Contava logo após romper o lacre e ler o conteúdo da carta. Sem que percebesse, sua mãe o observava com um sorriso orgulhoso. — Você está cada dia mais parecido com seu pai, sabia? Pode deixar que eu cuido do almoço no restaurante, vai ajudar na floricultura, Beni. — Não teve tempo de concluir se iria ou recusaria a missão, mas não teria como recusar depois de ouvir aquilo. O pai de Benimaru era um ninja de alta patente, conhecido pela sua maestria nas ilusões e sepultado como herói ao se sacrificar para que seu esquadrão fosse salvo.

HP: 120/120 | CH: 120/120 | ST: 03/03 | SA: 120/120

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I'm the bad guy

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O café foi tomado com calma, afinal faltava um tempo para a loja abrir. Satisfeito com a comida e com o chá excessivamente doce, Benimaru se retirou até o corredor e posteriormente ao seu quarto, onde fechou a porta pela privacidade de trocar suas roupas. Um quimono avermelhado foi colocado, marcado com uma parte metálica onde carregava o símbolo da aldeia. Com a carta em mãos e um beijo no rosto de sua amada mãe, o ruivo esperou o senhor da floricultura levantar as portas. — Heey, bom dia Senhor... Senhor... — Benimaru parava, olhando para o céu na tentativa de ter alguma ideia do nome do dono da loja. — Esqueça isso menino. Essa muda foi reservada pra uma cliente importante! Eu acho que ela está perdida lá no jardim, ontem eu separei umas mudas e ela deve estar no meio. Se você encontrar uma planta com manchas brancas em formato quase triangular, pode trazer. — Explicou o dono da loja enquanto o garoto ia o acompanhando até os fundos da loja onde se encontrava o jardim. — Pode deixar co.. comigo... — Benimaru paralisou por alguns segundos. A maioria das plantas possuíam manchas brancas, mas teria que encontrar aquela com formato que lembrariam um triângulo. O ruivo se abaixou vaso por vaso, observando os formatos e padrões das manchas. — Isso é um quadrado? Que planta é essa. Círculo, círculo, círculo, quadrado. O que??? Isso aqui é um rostinho? Eu to ficando louco, to vendo rosto em planta. — As costas do ruivo já estavam pedindo um descanso, mas ele não conseguia parar de procurar nas fileiras de vasos que estavam alinhados no jardim. Demorou mais do que esperava para encontrar a bendita planta de manchas triangulares, mas lá estava ela, em meio a manchas quadradas. Separou o vaso, levando para o dono prepará-la para a venda. Mal conseguia acreditar que era realmente uma missão, mas a sensação de dever cumprido estava em seu interior, e por isso poderia voltar orgulhoso. — Obrigado!! Peça para sua mãe deixar guiozas de porco prontos que mais tarde vou passar comprar! — Agradeceu ao ruivo, que se retirava voltando para a casa acenando com um sorriso enfeitando seu olhar tímido.

HP: 120/120 | CH: 120/120 | ST: 03/03 | SA: 120/120

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