I'm the bad guy

duh

Minha vida rumava degrau por degrau na escada da evolução como um ninja, da coleção de missões inferiores, algumas de maior responsabilidade surgiram no decorrer do tempo. Entendi como se a confiança em minhas habilidades e noções estivesse aumentando, e agora entendiam que eu sou realmente capaz de lidar com problemas maiores. Mas na verdade, muitas missões que julgavam exigir mais responsabilidade se pareciam muito com as inferiores, mas não cabia a mim decidir se isso era correto ou não. Durante o inverno de Konoha, era comum acontecerem festivais, festas com comidas típicas, e comemorações para aquecer os corações de todos que moravam ou visitavam a vila naquela ocasião. Assim como em todos os anos, o vilarejo era palco de uma importante competição de danças de inverno, onde aqueles que se inscrevam deveriam preparar uma apresentação com o tema, honrando a estação tanto em sua coreografia, como nos enfeites montados, luzes e música que iria compor toda sua dança. Pela primeira vez, e provavelmente a última, uma das apresentações seria feita por mim, um ninja contratado para aprender a dançar em poucas horas, se disfarçar de dançarina e buscar a vitória na competição de inverno. Para minha sorte, a dançarina era a garota de cabelos prateados, a mesma que tinha acompanhado quando a vila montou as barracas de comida típica da estação.

HP: 140/140 | CH: 140/140 | ST: 03/03 | SA: 130/130

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Já estava a caminho da casa da Prateada, batendo em sua porta com as costas da minha mão esquerda, suspirando. Dessa vez ela demorava para me atender, e pude ouvir alguns espirros mais agudos vindo na minha direção. Mudei meu olhar entediado quando ouvi o som da porta de abrindo, me preparando para parecer feliz para toda aquela maratona de treinamentos de dança. – Eita, você está mal mesmo... – Deixei um comentário solto, que rapidamente enfureceu a garota, vendo que seus olhos se fechavam e seu punho tremia para alcançar o meu rosto. – Fica quieto, Beni. Vem logo, tem muita coisa pra você aprender. – Como de costume, a garota agarrou meu quimono, o puxou com a força que ainda lhe restava, indo para o centro da sala. A Prateada deixava um tapete de danças preparado para as minhas aulas, e mesmo doente fez questão de participar dos primeiros passos para ensinar perfeitamente as anulações de cada movimento. – Eu vou ensinar uma vez só, depois vou assistir e ir te falando onde precisa melhorar.... Primeiro você levanta os braços assim... ai... depois você vai passar a mão em volta da cabeça, depois.... – Imitei seus movimentos durante os minutos de coreografia.

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Demorei um bom tempo para adequar cada movimento nos parâmetros desejados pela garota. Mas no fim, com pouco tempo para as apresentações começarem, a dança era algo decorado pelo meu corpo. Provavelmente iria esquecer todos os passos, mas bastava reproduzi-los uma única vez da melhor maneira possível. – Certo, mas... você não pode ir com essa cara feia. Tenho uma peruca... – A interrompi com a técnica de transformação aprendida na academia. Copiei sua imagem, até mesmo as roupas que usaria durante a performance. – Hm, eu acho que fiquei até mais bonito que a original.. – Obviamente a provocava, e por conta disso acabei levando um chute na canela. – Engraçadinho, há há há. Vamos, já vai começar.. você... quer dizer, eu sou a segunda a dançar. – Arregalei os olhos, já estava completamente atrasado. Deixei a casa da garota e parti para o festival, me apresentando como uma das inscritas na competição de dança do inverno. A primeira a se apresentar era uma ruiva, com uma dança símbolo da queda da neve. Aplaudida, sua saída era a deixa para a minha entrada. A banda nos fundos tocava a música selecionada, que diferente da delicadeza dos balés, tinha uma profundidade de graves maior. Cada passo da coreografia seguia com uma forte finalização, em um ritmo sincronizado com a música. Aquela era a representação da força ninja, da força da Folha, que, mesmo no mais gelado inverno, não deixava de arder no peito dos seus filhos. Ao final da minha dança e do festival, os ganhadores eram revelados. – E o segundo lugar vai para... Yuii Tsai, com a dança A Vontade do Fogo! – Aplaudida, subi pegar meu prêmio. Após a entrega dos troféus pude retornar para a casa da Prateada e somente lá desfiz a transformação. Nunca havia conhecido alguém que comemorou tanto um segundo lugar, eu já estava começando a me sentir mal por não trazer o prêmio principal, mas aquela reação me aliviou. Não houve “pagamentos extras” nesse dia, me despedi e retornar para casa descansar após a longa tarefa de... dançar.

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