破滅

Hametsu

Dentre as grandezas da vida, a mente humana se destaca entre tantas outras como um objeto frágil, facilmente acessado por aqueles que conhecem seus caminhos e dominam toda a estrutura mental que mantém os pilares da consciência em pé. Como a poderosa arte das ilusões nos permite fazer, ela entra em suas vítimas e os priva da maior dádiva de suas vidas, privam os seus alvos de viver com suas próprias vontades. Na noite fria da Aldeia da Folha, apenas um objetivo estava cravado na minha mente, fixado para trazer a tona todo o ódio acumulado pela raça dos shinobis, a oportunidade de aliviar as tensões que me consomem diariamente, preenchem meu coração com a escuridão e o desejo de afundar a mente dos inimigos em morte. Um irmão de arte, mas apenas um covarde infanticida. Sua vilania estava resumida em assustar crianças, traumatizar suas pequenas cabeças que um dia viriam a se corromper com o mal dos ninjas. Tornando o puro, impuro, a missão entregue a mim me permitia decidir os meios para encerrar as atividades do maníaco, e nada, se não a morte, terminaria com o terror espalhado. Esse era o final dos vilões, afinal. Deixando o casebre, o fumo aceso em meus lábios, rumei para a Academia Ninja.

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破滅

Hametsu

Os relatos espalhados por todo o vilarejo contavam que o mascarado agia durante as noites, priorizava as pobres crianças que brincavam pelo vilarejo e os alunos que rondavam a Academia Ninja durante o mesmo horário. Lembro-me das palavras do velho Sirus ao me entregar o pergaminho com missão. Enquanto me servia uma singela dose de sake, seus olhos pareciam preocupados, apesar de sabiamente confiar nas minhas habilidades para o caso. – Logo não haverá uma criança saudável no vilarejo por conta deste lunático... você precisa acabar com ele, Benimaru. – Meu senso de justiça não era abalado pelas minhas convicções. Apesar das minhas motivações e meios escolhidos, era repugnante o mal pelo mal, pelo prazer de trazer a dor, sem motivações ideias, sem fins justificáveis. Passando pela Academia Ninja, meu corpo e minhas vestes estavam cobertas por um longo manto preto, mantendo meus ombros aos pés protegidos da coloração chamativa do quimono branco e avermelhado. O término da uma tragada antecipou o uso de uma das técnicas mães da academia, a técnica de transformação. Minha aparência se tornava a desejada pelo alvo dessa caçada. Um jovem estudante inocente, que agora caminhava pelos arredores da Academia com seu rosto marcado pelo sorriso, desavisado dos perigos, mas atento por baixo dos disfarces.

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破滅

Hametsu

Andando pelas extremidades da Academia Ninja, transformado na forma de uma criança inocente, me mantive atento aos arredores para maximizar minhas chances de atrair o maníaco das ilusões. Confesso que a sensação de ser observado por outras pessoas enquanto uma criança sozinha nas ruas me trazia um desconforto desnecessário, principalmente com os idosos gordos e cheios de si me observando. O desejo de faze-los cair em agonia e destruir suas mentes crescia em mim, mas precisei me conter com todas as forças para manter a discrição e o foco nos objetivos de punir o ninja das ilusões. Nenhum sinal de perigo, além dos olhares nojentos, talvez devesse aumentar as chances de ser abordado, aumentando a inocência e perigo do cenário. Havia uma fresta nos portões da Academia Ninja, pequenas aberturas que um corpo infantil era capaz de atravessar se bem posicionado entre as brechas, não hesitei em atravessar para acessar os pátios da Academia Ninja, observando os arredores escuros enquanto caminhava na direção do banco de balanço, pendurado em uma grande arvore próxima do prédio. Sentei no balanço, forçando meu corpo para frente e para trás, ganhando um impulso e deixando meu corpo balançar, em meu campo de visão, um homem encapuzado começava a se aproximar, fingi não vê-lo, continuando com a brincadeira de balanço.

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破滅

Hametsu

Sua presença se aproximava de mim, e com meus olhos apenas desviei o olhar para seu manto, enfim notando sua presença de forma nítida. — Olá, meu pequeno. Está brincando sozinho? Onde estão seus amigos? — A voz forçadamente gentil do homem acompanhava um sorriso estranho, com o rosto marcado por algumas cicatrizes e dentes severamente amarelados. — Meus amigos não gostam de mim... — Forcei a tristeza em minhas palavras, evitando olhar em seus olhos. — Seus amigos não merecem sua amizade. O que acha da gente ir brincar em um lugar especial? Eu conheço um lugar que parece o céu, lá podemos ganhar asas e voar para onde quisermos! Vamos? Eu prometo que vai ser uma aventura e tanto! — Obviamente aquela conversa era suspeita no mais alto nível, mas toda a gentileza e maneira de falar poderia facilmente convencer uma criança com poucas informações e até mesmo fragilizada emocionalmente, tal como eu fingia estar sem meus amigos. Aceitei, expressando a necessidade de ter algum tipo de amigo naquele momento. Levantei e fui guiado para os fundos do pátio da Academia, onde o homem mostrava uma porta restrita a funcionários que levava diretamente ao telhado. — Percebe? Aqui podemos ver as estrelas, podemos ver a lua, podemos te fazer voar... garoto... —

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破滅

Hametsu

Quanto mais tempo deixava aquela cena correr, maior o risco e também maior o ódio que crescia por aquele homem. Sua voz era nojenta e a maneira que utilizava para atrair as crianças deixava ainda mais nítido tudo o que deveria fazer para puni-lo. Por fim, senti o toque em meu ombro, toque este que tinha a força para me virar de frente. Meu corpo foi consumido por uma névoa acinzentada, assustando o homem que no mesmo instante decidiu fugir. – Kanashibari no Jutsu! – Minha voz raivosa ecoou durante a execução da técnica de paralisação. O terror nos olhos alheios eram nítidos e seu se mostrou insuficiente para se livrar da técnica. – Você é um bom exemplo desses vermes.. Minha destra alcançou um cigarro e duas tarjas explosivas. O cigarro parou em meus lábios, aceso com o calor do vento aquecido meramente pela corrente do meu chakra. As tarjas explosivas eram grudadas na vítima, uma em seu peito e a segunda em sua testa. – Você queria fazer as crianças voarem, certo? Seu ninja de merda... Vamos ver quem vai voar... – Retirei o fumo da boca, apagando-o pela metade no olho esquerdo do homem. – Po... por favor!!!! Me deixe ir... eu... eu não vou mais fazer nada com ninguém.. por... por f!!!!!!!!!!! – A fala do homem foi interrompida na explosão, eu já havia me afastado e seu corpo sucumbia aos selos detonados diretamente no corpo. Em poucos segundos, a guarda do vilarejo estava no local e se aproximavam dos restos e de mim. – Ele resistiu e tentou me atacar... – Sem provas suficientes para provar a não resistência, o caso foi terminado como uma missão bem sucedida.

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