Trajando calça saruel do mais fino tecido, meias coloridas e até a canela e um colete bege que lhe cobria o peito, uma versão mais velha de Kaido se encontrava rodeada de inimigos. Havia tensão no ar, os inimigos, que rodeavam o shinobi, portavam armas e pareciam prestes a ataca-lo. Sem temer, o jovem mudo fechou seus olhos e antes que qualquer um pudesse impedi-lo, selos foram realizados e chakra fluiu pelo campo de batalha. Aquele era o fim de tudo... Ou melhor... O inicio. O homem sorriu e naquele momento “push the feeling on” começou a tocar. Os inimigos do rapaz começaram a se atacar, ou dancar, não havia como diferenciar um ato do outro.

Ao redor do rapaz as fronhas amassadas estavam ensopadas de suor. Do lado de fora do quarto o sol ainda não havia nascido, mas alguns moradores já começavam a deixar suas casas, rumando para seus serviços e missões.
Aves voavam pela vila, levando e trazendo mensagens importantes. Uma dessas aves pousou sobre a janela do rapaz, que dormindo e sonhando com sua grandeza e com os poderes que almejava ser capaz de controlar (todos inspirados em seus familiares), não notou a aproximação da ave.

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O animal iniciou uma investida contra o vidro da janela. O som provocado pelo choque do bico da ave com a janela não era o suficiente para despertar Kaido, que dormia com um fone sobre seus ouvidos. A ave insistiu durante um bom tempo, até que finalmente desistiu do rapaz e deixou o pergaminho sobre a janela, uma medida que só foi possível devido a missão pouco importante do rapaz.
Quando os primeiros raios de sol nasceram e invadiram o quarto de Kaido ele finalmente abriu seus olhos. O rapaz relutou em levantar e precisou esfregar seus olhos diversas vezes para que esses conseguissem suportar a luz.
Ainda sonolento e com preguica, Kaido pousou os olhos sobre a imensa louça sobre sua pia. O rapaz suspirou e mudou a musica que tocava em seu reprodutor de fitas. A musica motivou Kaido a se levantar e trocar de roupas... O dia era longo e havia muito o que ser feito.

Kaido saiu de casa, deixando o pergaminho sobre sua janela. O garoto tomou o rumo de uma das áreas mais nobres da vila, onde grandes edifícios haviam sido construídos e caros paisagistas haviam sido pagos para decora-los. Kaido criticava a “arte” daqueles profissionais, não achava nada original, apenas “mais do mesmo”, mas estava realmente cagando para a forma que os ricos decidiam gastar sua fortuna.
Não demorou para que Kaido alcançasse uma das casas mais bem decoradas do bairro, adornada com belíssimas flores e árvores, se destacando e destoando da paisagem desértica da vila. O rapaz não se demorou para adentrar ao prédio, que era o núcleo da família Yamanaka em Sunagkure, o núcleo de uma das mais tradicionais e poderosas famílias de Konoha, que durante o êxodo havia conquistado também outras regiões do mundo e durante a guerra, se fragmentado.

Kaido havia sido convocado pela líder do clã, uma mulher séria e de cabelos negros, de aparencia incomum para aquela família. A mulher olhou Kaido dos pés a cabeça e então ordenou para que ele se sentasse – Voce parece ter crescido um pouco desde a ultima vez que esteve aqui -. Kaido deu de ombros e então abriu um sorriso – Não falo de sua altura, você continua baixo -. O garoto não sabia como não havia previsto o insulto. Chateado, amarrou a cara – Vamos, não se incomode com isso... Não há vergonha em sua estatura ou em seus defeitos... A vergonha é passar a vida sendo alguém pequeno, fraco e acomodado... E parece que você decidiu não ser mais desse jeito, parece que encontrou propósito no caminho shinobi, mesmo que esse propósito seja discutível -. Kaido olhou de canto de olho para a mulher e soube naquele momento que ela lia sua mente “maldita, sai daqui”.

- Como eu falava... Apesar desses motivos serem discutíveis, irei lhe entregar uma das maiores relíquias de nosso clã... Nosso conhecimento, nosso poder... E não, você ainda não conhece ou possui nem dez por cento do nosso poder -. A mulher então entregou para Kaido um gigantesco pergaminho.

De volta a sua residência Kaido iniciou a leitura do pergaminho, que continha duas técnicas que se pareciam muito com o jutsu de controle mental, mas com uma pequena, e ao mesmo tempo grande, diferença. O jutsu não fazia com que a mente do usuário fosse projetada junto ao seu chakra para que houvesse posse da mente... Ele permitia que apenas o chakra do usuário fosse enviado para controlar as sinapses nervosas da vitima “genial”.
Kaido passou algum tempo estudando o pergaminho, que possuía detalhes muito precisos e cuidadosos sobre a técnica, considerada pelo mesmo pergaminho a arma suprema dos Yamanaka.

Algumas crianças brincavam na rua ao lado de fora da residência de Kaido. Durante a farra uma pedra foi arremessada contra a janela de Kaido, que quebrou com o choque. Ao se voltar para a janela, extremamente irritado, Kaido viu lá pousado o pergaminho enviado naquela manha. O rapaz saltou do chão e correu para apanhar o pergaminho “mas que horas são? Puta que pa... Eles já’devem estar prestes a sair”. Kaido apanhou sua bolsa, deixou o pergaminho para trás e rumou em direção aos portões da vila.

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O rapaz correu em direção aos muros de areia e alcançou o local a tempo de ver a grande caravana cruzando os portões. Kaido saltou e pousou sobre o teto da carruagem, acenando para o homem que a conduzia logo após isso – Até que enfim... Estávamos pensando que teríamos que seguir essa viagem sozinhos dessa vez... Lorde Farquar é relativamente tranquilo, passa muito tempo entorpecido pelas ervas do Fogo, sabe? Ele com certeza não reclamaria para a sombra do vento, mas do jeito que os desertos andam conturbados e cheios de bandoleiros era melhor não nos arriscarmos -. Kaido gostaria de poder responder o homem com palavras, mas teve que se contentar com um aceno de cabeça e um sorriso simpático.
A viagem correu bem durante grande parte do percurso, entretanto, quando o lorde decidiu realizar uma pausa para urinas em meio as dunas e pediu privacidade devido a sua timidez... Dois gatunos acabaram por furtar seu adorno de pescoço, um objeto de ouro de aparência extremamente cara. Kaido não viu o ocorrido e preferiu não deixar o lorde sozinho para ir atrás dos bandoleiros, afinal, sua missão era proteger a caravana, mas para sua felicidade uma nova missão lhe foi confiada quando a caravana alcançou seu destino – Ei, rapaz... Aquele colar foi presente de meu pai... Eu sei que é pedir muito, mas se você estiver disposto eu gostaria de lhe dar uma nova missão... Será que você poderia recupera-lo para mim? Deixe a burocracia da vila comigo, apenas vá -.

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O rapaz esboçou um grande sorriso e acenou positivamente para o lorde. Sem demoras o rapaz deixou o local, rumando em direção as dunas para encontrar os bandoleiros que haviam roubado seu contratante “Eles não devem ser experientes, nem inteligentes, afinal... Você precisa ser muito poderoso ou muito estupido para roubar um nobre do vento, com dinheiro e influência suficiente para colocar todo o exercito em busca da sua cabeça”.
Kaido finalmente alcançou o local onde o furto havia acontecido. O rapaz procurou por pistas soterradas pela areia, rezando para ter sorte, afinal, ele não era nenhum especialista em rastreamento. Para sua sorte os bandidos haviam deixado cair um mapa durante o ataque e apesar do mesmo não ter nenhum grande X demarcando seu esconderijo, permitiu que o rapaz se recordasse de quais vilarejos se encontravam próximos ao local “Olha se não é o vilarejo dos mercadores... Uma vila como aquela, cheia de lojas e transportadoras que trabalham com o trem próximo a cidade... Com certeza eles devem ter pensado em ir para lá vender o colar”.
Kaido lançou o mapa de volta para o chão e tomou o rumo do vilarejo. Assim que chegou no local Kaido perguntou por loja de joias e lojas de penhores e foi instruído a procurar por um local em especifico perto aos trilhos do trem.
A loja era relativamente grande e possuía diversos artigos interessantes. Quando cruzou a porta da loja um sino anunciou a entrada do shinobi, que foi vislumbrado pelos gatunos que lá tentavam vender o colar. Kaido sorriu, pensou em fazer uma cena e tentar enganar os homens, mas imaginava que aquilo não funcionaria. O raaz sorriu para os homens, que levaram suas mãos a cintura em busca de suas armas. A superioridade numérica era um problema para o Yamanaka, que não podia deixar seu corpo desprotegido ou correr o risco de falhar ao tentar projetar sua alma em um corpo “parece que chegou o momento de eu tentar usar aquela técnica... Chances de falhar? Altas, mas lets go”.
Assim que s homens apanharam suas facas o rapaz iniciou uma sequência de selos. Quando os homens iniciaram a corrida em direção a Kaido a aura do rapaz já havia começado a ser projetada para fora do corpo, apanhando os bandoleiros, que paralisados e perplexos, começaram a gritar e xingar o shinobi “funcionou”. Kaido decidiu brincar com suas vítimas e fez com que os homens cortassem seus próprios cintos, tendo suas calças arriadas. Em seguida o rapaz fez com que ambos chocassem suas cabeças contra objetos sólidos, o que fez com que eles imediatamente desmaiassem.
Kaido apanhou o colar, satisfeito com seu trabalho e então tomou o rumo da casa de seu contratante para lhe devolver seu pertence e concluir a missão.

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