Tarefa Penosa.

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A arraiada abrasiva coloria o céu com seus tons de rosa, azul e amarelo indicando o esvaecer da madrugada. Junto ao desenrolar do afresco celeste, Kuromi se deslocaria até o endereço do qual fora informada ainda na noite anterior. Todavia, parecia que sua constituição física se movia por uma força, oculta aos olhos, visto que o ânimo da garota era mínimo. Sua indisposição lhe comandava veemente naquele dia, dado ao encargo que deveria responder exigir que a kunoichi despertasse antecipadamente ao horário que estava acostumada. Em razão à escassez de mão de obra disponível, alguns shinobi de baixo ranqueamento estavam sendo designados para trabalhos que normalmente não executariam, este era o caso da Genin que adentraria arrastadamente uma pequena propriedade rural. A responsável por esta granja era a senhora Sanae, uma mulher já na casa dos oitenta anos, mas cuja a dedicação e o vigor abundantes sobrepujavam muitos jovens trabalhadores. A garota de cabelos rosas já possuía uma amizade antiga com a mesma, que era sua vizinha e inclusive já havia tomado conta da ninja quando infante. Depois de se cumprimentarem, a anciã orientaria a moça sobre os afazeres rotineiros.

– Sei que não é o tipo de serviço adequado a sua preparação, Kuromi-chan. – A idosa comentaria. – Mas, temos vivido tempos difíceis... – Desabafaria ao fim. A Nara apenas assentiria em empatia. Os massacres misteriosos continuam a derrubar sangue sunense, tanto dos shinobi quanto dos civis... O que está acontecendo?... A mais jovem refletiria. Mesmo desgostosa, Kuromi sabia que o melhor que podia fazer no momento era desempenhar o que lhe fora atribuído. Não perderia seu foco

– Será um prazer servi-las, senhoras. – Cumprimentaria a garota, depois disso, dobraria o tronco, em uma reverência, arrancando uma gargalhada sonora da anciã. Sua saudação era dirigida a um grupo de galinhas que uma a uma, se dispersavam pela área cercada.

As galinhas já se encontrariam em seu espaço de convivência, logo, Kuromi se dirigia ao diminuto celeiro de madeira, onde Sanae armazenava as rações das galinhas. Portada do saco de alimento, a garota retornaria a área de concentração das galinhas e espalharia o conteúdo do pacote pelo chão. Ao notar os comestíveis ao seu alcance, as bicudas avançariam até os grãos dispersos, prontas para saciar seu apetite. Aproveitando da distração de suas cuidadas, a kunoichi se dirigiria ao galinheiro, portada de um balde metálico e luvas de plástico, ao invés de suas características luvas brancas. Em seguida, a garota inspecionaria os ninhos no interior do galinheiro, a procura dos ovos que as aladas botavam habitualmente naquele período. Recolhendo-os e depositando-os no recipiente pendurado ao seu braço. Kuromi sabia da importância da hidratação para a saúde e bem-estar das galinhas, e da influência desses atributos nos produtos produzidos pela granja. Assim, a Nara reabasteceria o bebedouro das galináceas com água fresca. O refrescar das aves era vital, diante do bioma nativo na Areia. Dando continuidade a seu tramite, a próxima tarefa da garota seria higienizar o galinheiro. A menina recolheria todo o amontoado de ninhos, penas e excrementos espalhados pelo local, depois, com um balde maior, jogaria água e sabão no interior da pequena construção de madeira com intenção de desinfetar o lugar o de descanso das franguinhas.  Terminada a limpeza, a Genin substituiria as palhas dos ninhos, dedicada a reproduzir os berços anteriores das aves da melhor forma que poderia. Assim, a rotina intensa estaria terminada, a missão finalizada e a Kuromi demasiadamente fatigada.

– Tudo que eu quero agora é a MINHA CAMA! – Choramingaria a kunoichi, verbalizando a sua exaustão.

– Muito obrigada pela ajuda, Kuromi-chan! – Sanae a agradeceria, gentilmente acariciando o cabelo róseo da menina. As velhas conhecidas então trancariam os portões da granja e juntas caminhariam em sentido aos seus respectivos lares, enquanto a pintura crepuscular no céu desta vez, anunciaria a chegada do anoitecer.

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