Akuma - Um criminoso perverso.

Ryuji escalava um prédio para chegar ao telhado, assim poderia ter uma visão mais adequada dos arredores enquanto rastreava um dos mais sórdidos criminosos que já tinha ouvido falar. Se tratava de um Akuma, nomenclatura que damos para os indivíduos mais perversos que encontramos nessa profissão.

O crime em questão era um atentado contra a auto estima de um homem. Neste exato momento um careca estava se sentindo ainda mais careca, se é que isso era possível. Mas é como a própria vítima repetia: "Olha, olha, a cada segundo minha careca está mais brilhante, rápido eu preciso da minha peruca de volta!".

Com um pouco mais de uma hora conseguiu localizar o seu alvo seguindo os fios de cabelo ruivo caídos no chão. O local era um beco relativamente estreito, porém com uma bifurcação conveniente atrás do criminoso - "Astuto", pensava Ryuji.

- Acabou. Me entregue a peruca agora mesmo ou pegarei a força. - Terminou sacando uma Kunai e ficando em posição de alerta.

O criminoso não se deu ao trabalho de responder e se virou para correr em direção à esquerda. Ryuji arremessou a kunai para bloquear o caminho o forçando a ir pela direita.

- Por aí não... também não vou deixar você ir por aí... nem por aí...- Dizia para si mesmo enquanto guiava o criminoso em fuga pelas ruas de Konoha sempre bloqueando o caminho indesejado com o arremesso de kunais.

- É o fim da linha, os seus dias de crime acabam aqui. - Dizia enquanto se aproximava do malfeitor que se encontrava de costas para um salão de beleza no fim de uma curta rua, porém sem saída.

- Não! Eu não vou entregar! Você vai ter que tirar de mim! - O criminoso esperneava.

Ryuji, que ainda mantinha uma Kunai na mão, girava a ferramenta e a guardava de volta no bolso. - Não vou precisar. Você é uma criança esperta, mas ainda não reconheceu pra onde eu te guiei esse tempo todo? - Sim, apesar de tudo o criminoso era uma criança... - Tá vendo esse salão aí atrás, tua mãe ta ai dentro garoto. Quer resolver isso como um homem ou quer ficar de castigo por um mês inteiro?

- Por favor, tudo menos o castigo!

- Boa decisão. Mas você não devia confiar tanto nas pessoas, garoto. - Dizia enquanto já se virava para ir embora devolver a peruca, ainda quase em ótimo estado. Antes de partir ainda podia escutar o choro da criança peralta ao perceber sua mãe aparecendo com a chinela na mão. O ninja já havia avisado a mulher antes mesmo de começar a perseguição. Era um destino selado.

"Eu te entendo garoto, se eu tivesse esse tanto de entrada com essa idade eu também estaria roubando perucas por ai...".

Número de palavras: 450

A noite mais escura

O sol já estava se pondo quando Ryuji chegou na fazendo dos Linton. Hoje o garoto havia recebido a missão para bancar a babá de algumas cabras que estavam sumindo durante a noite, é claro que olhando dessa forma o trabalho não parecia grande coisa, mas um caçador treinado já saberia que os maiores desafios estão sempre escondidos em descrições comuns. Seus instintos não o enganavam, essa seria uma noite que ele jamais esqueceria...

Após se apresentar e obter algumas informações com a proprietária, Ellie Linton, Ryuji se direcionou para o celeiro onde as cabras ficavam durante a noite. Inspecionou o local sem encontrar nada fora do normal, fora isso também aproveitou para marcar cada cabra com uma pulseira contendo um número diferente, assim teria certeza caso alguma desaparecesse, e então o que lhe restava era esperar pela noite e suas terríveis criaturas que poderiam surgir. Encontrou um local coberto com feno no andar de cima, onde poderia ter uma visão ampla de todo o local. Esticou as pernas uma sobre a outra, colocou os braços atrás da cabeça e ficou esperando por qualquer movimento suspeito.

A noite caiu. Por mais que estivéssemos no campo aberto não haviam estrelas no céu, a escuridão caiu como um breu e a única fonte de luz lá fora era a imensa lua cheia que, estranhamente, parecia muito maior e mais próxima que o normal. O vento soprava forte, quase como se uivasse pelas brechas da parede, as portas batiam fora de ritmo enquanto a madrugada apresentava-se.

Foi mais tarde, um pouco após as 03:03 da madrugada, quando o garoto percebeu que uma das cabras havia sumido! Ryuji levantou-se de pronto e saltou para a parte inferior do celeiro, olhou rapidamente para todas as direções e não notou nenhuma alteração sequer, assim como nenhuma outra cabra faltando além da número 7. Onde estaria a pobre cabrinha 7? Aquela escuridão, aquele vento, a lua cheia lá fora... teria sido um claro e manifesto ataque de lobisomem? Ou pior, poderia ter sido… um chupacabra???? Não podia perder tempo pensando nisso, seja o que for, teria que ser encontrado! Foi durante isso que Ryuji escutou um som de batida vindo de trás de onde estava, em um local que era encoberto por pilhas de fenos, foi neste momento que um breve arrepio subiu pela sua coluna enquanto virava-se lentamente para averiguar...

O que acontece é que havia uma tábua solta na parede que estava batendo devido ao vento forte do lado de fora. Ocasionalmente ela ficava presa na outra tábua imediatamente ao lado, abrindo assim uma passagem que após um tempo fechava-se novamente com outro sopro. Quando uma cabra passava por ali era direcionada pela ventania e acabava presa em algumas moitas selvagens descendo uma ladeira que dava numa depressão há vários metros dali. Não era nenhuma criatura horrenda vindo de contos do Stephen Kingu (famoso autor de livros no País do Fogo), era apenas a curiosidade matando o gato, ou melhor, a cabra.

Ryuji realmente não esqueceria uma noite tão tediosa como aquela. Lembrete: Nunca virar fazendeiro.

Número de palavras: 514