O tempo carrega consigo os ciclos de início-meio-fim, assim como a vida, constante e fadada ao término. Os olhos de Genryuusai contemplavam o horizonte, as árvores balançando diante dos ventos inconstantes, o som quase inexistente de uma Vila ainda em seu despertar. Poucos guardas, poucos olhos, poucos ouvidos. Aquele Inuzuka mantinha-se oculto, como todo ANBU bem treinado. Mochila nas costas, sobretudo preto. Frotinha e Mochila-de-Criança tão ligados quanto caçadores. Estava pronto, apenas aguardava o momento certo. O instante de fragilidade de qualquer ronda. A Troca de Turno.    

As lembranças corriam em sua mente como flashs contínuos. A Vila que o recebeu quando jovem, tão imensa e bela. Como um presente do destino. Os elos que criou, os sentimentos que cresceram até mesmo pelas imperfeições em ruas familiares. Olhar para a montanha com a face dos Hokages era mais útil do que meses de terapia. Reflexões geradas por faces imóveis e enrijecidas. Apenas aqueles com o espírito do fogo saberiam do que se tratava.

Shishio Genryuusai sabia que vivera várias vidas naquele lugar em tão pouco tempo. Foi companheiro de time, irmão, assassino treinado, aspirante a cozinheiro, pai... E aquele último cargo era um dos motivos de sua partida. A paternidade lhe trazia o senso de responsabilidade de reconhecer que a sua permanência era tóxica. Como uma pílula de veneno. Seu filho seguiria uma vida mais feliz, mais segura, da forma que ele estava. Sem elos. Por mais doloroso que fosse. Um pai não ninja, uma vida não ninja. Era isso que ele merecia.

- Vamos, chegou o momento... -

O trio sumiu no momento que a brecha veio. Partiriam em direção a um novo destino e o motivo era similar ao que fizera com que Genryuusai abandonasse a sua bandana. No fim das contas, ele era um cara simples. No fim das contas, quando todo o restante do mundo seguisse o seu caminho, quando o sol desse lugar a lua e vice-versa, o que mais motivava o Shishio se resumia em uma palavra...

Família