Pandora estava claramente com preguiça naquela manhã e bocejava intensamente, espreguiçando-se. "Que funeral patético de um velho inútil... Sequer havia corpo... Morreu tão pateticamente quanto viveu..." As bicadas na janela chamavam atenção da garota que se aproximava para receber mais uma missão em nome da vila. "Infiltração e assassinato... Tão interessante isso..." Respirava fundo, se equipando para partir para as coordenadas indicadas. Não demoraria tanto tempo assim para se aproximar da casa afastada de tudo, enquanto olhava para o que vinha acontecendo a cerca de 25 metros de distância. Não tinha interesse em se ocultar e se mantinha de pé, vendo a criança se sentar no colo do seu alvo.

"Triste isso, garoto... Vai ficar sem seu colo em breve..." Balançando a cabeça negativamente, a kunoichi levaria a mão à sua bolsa de armas, sacando um shuriken com um selo explosivo preso à estrela ninja. Antes de arremessá-la, cortaria a ponta do dedo, para expor um filete de sangue para sacrifício. Sem delongas, a jovem kunoichi tinha mudado da ideia inicial e faria aquilo de uma vez. Lançaria a shuriken com toda força na direção da base da construção para afetar o velho e a criança, principalmente com a explosão.

Ato contínuo, faria um selo de mão, colocando a mão com o pequeno corte para frente com o objetivo de invocar uma serpente gigante. — Jutsu de Invocação!!! — Exclamaria, chamando sua cobra mais básica para aquela missão. A explosão do selo bomba, programada para quando a arma atingisse a base da casa, seria o sinal para que a Kyodaijya partisse na direção dos inimigos. O ataque seria total, visando derrubar a casa e matar todos os inimigos com o peso dos ataques da cobra gigante. Enquanto isso, a jovem morena observaria atenta os efeitos de sua ofensiva agressiva. "Idiotas..."

Era interessante o fato de os guardas conseguirem perceber o lançamento da arma ninja, rebatendo-a. Pandora suspirava profundamente assistindo aquela ação feita pelos inimigos. "Eu vim para esse lugar com uma sensação tão boa... Que deprimente... Parece que a vida é repleta de surpresas afinal de contas..." Um dos inimigos já tinha morrido e o garoto parecia ter mais habilidades que os demais. Sob o olhar vigilante da kunoichi da Pedra, o garoto retirou algo que parecia um pergaminho e começou a escrever nele com um pincel.

Outra surpresa, fosse o que o garoto tivesse feito, algo tinha tomado vida e partia na direção da morena. Rapidamente, ela faria um selo de mão para criar uma barreira física entre ela e a criatura estranha e o garoto que a conjurou. — Garoto, não deve tagarelar tanto sobre o que pretende fazer... — Ato contínuo, a kunoichi faria mais uma par de selos, manipulando seu chakra para deixá-la invisível a olho nu. Não tinha como acompanhar a velocidade da criatura, mas tinha plena consciência de quem optava por aquele tipo de combate, não tinha a mesma velocidade. A genialidade da morena era notória nas mais diversas ocasiões e para aquela não seria diferente.

Sem poder ser vista, graças aos efeitos da técnica suplementar utilizada, correria em máxima velocidade (14 m/s), por 35 metros, para fazer um arco em relação ao inimigo declarado. "Pensar que eu vim até aqui apenas para matar o velho... Agora vou ter que passar por essa criança... Que irritante..." No trajeto, evitaria fazer qualquer barulho para camuflar ao máximo seus movimentos. Dali, observaria a situação, em silêncio, para bolar a melhor estratégia ofensiva, enquanto focava um pouco mais de sua atenção nas ações da criança, suposta defensora do velho alvo da missão.

Ao mesmo tempo que Pandora lidava com seus inimigos, a serpente gigante também estava com problemas sob ataques. Pelo menos era o que os usuários de kenjutsu esperavam. A realidade é que a pura tentativa de cortar a pele de um animal daquele tamanho com uma espada limpa parecia absurda para o monstro, que, ainda assim, antes mesmo de ser atacado, enrolar-se-ia e lançaria a cauda na direção dos inimigos para lançá-los para longe com toda a força que aquela cobra possuía.

Independentemente do resultado, o animal mover-se-ia com velocidade máxima na direção da casa, lançando-se contra ela para por a construção abaixo. Não se conteria na movimentação, focada em seu objetivo final, inclusive desfiando de possível obstáculos que fossem colocados em seu caminho. Vendo aquilo, Pandora começaria a analisar a situação, com base no que já tinha conhecimento. "Ao que parece, o que foi capaz de antever minha arma básica foi aquele que a Kyodaijya, então vamos ver como vocês lidam com isso. A cobra atacando a casa e eu sem poder ser vista normalmente..."

A diferença de poder entre a kunoichi da Pedra e os inimigos era gritante. Não tiveram condições de lidar com a mais simplória das serpentes dominadas pela morena que apenas balançava a cabeça negativamente a assistir o fim daqueles pobres miseráveis. Ainda invisível, a morena observaria aquela cena toda, sorrindo ligeiramente interessada nas habilidades da criança que se autointitulava 'anjo de deus'. "Hmmm... Entendo, você se considera angelical... Bem, eu com a Fênix fui chamada de Anjo da Morte por um tempo... Então que seja, vou lhe mostrar o verdadeiro poder de um anjo de verdade... Seus poderes são muito chamativos, garoto... Também não se preocupe. Não pretendo tocar nesse velho... Mas o destino dele foi selado quando me mandaram caçá-lo..." A kunoichi pensaria, moldando seu chakra elemental secundário para seu jutsu mais pesado, fazendo os poucos selos de mão necessários.

Enquanto Pandora se preparava para atacar, a cobra gigante tratava de engolir os corpos daqueles já mortos. Era o tributo para aquele ser vivo: devorar os corpos das almas que ela matava. Ao final da preparação, a morena ainda invisível expeliria uma grande quantidade de magma que, imediatamente, se solidificaria em pedregulhos ferventes que atacariam o garoto e o velho. A utilização do Shakugaryūgan tinha o claro objetivo de dificultar a esquiva por parte dos alvos. Depois de disparar o ataque, a kunoichi falaria com o seu alvo. — Velho, você foi marcado para morrer e é o que vai acontecer... — Depois de falar, a kunoichi saltaria 20 metros para a direita, visando se colocar às costas dos inimigos, ocultando a posição com a capa de invisibilidade dada pela técnica ativa.

A kunoichi suspirava pesadamente depois de atingir o inimigo com os pedregulhos flamejantes destrutivos. O fato de não poder ser vista, certamente, foi determinante para o sucesso absoluto do ataque. "Ele acabou sendo uma decepção também... Mas é hora de acabar com tudo isso. Matar o velho e levar o DNA desse garoto, que pode me ser útil..." Pensava, sacando uma kunai, saltando para longe do corpo do garoto que jazia sem vida. Em velocidade máxima, se aproximaria do velhote, cortando-lhe a garganta, mantendo-se às costas dele, em silêncio absoluto. "Desse jeito, você não tem nenhuma chance de sobreviver, velhote..."

Ato contínuo, chegaria próximo do corpo sem vida do garoto, mantendo a kunai na mão. Trataria de cortar um dedo daquela criança, guardando-o em sua bolsa de armas, juntamente com a arma metálica. Balançaria a cabeça em sinal de negatividade, olhando para sua serpente, ainda no campo, desfazendo a técnica de invisibilidade para não surpreender seu animal. — Pode comer o que restou desses dois e, só depois disso, ir embora para sua casa. Quando eu precisar, te chamo de novo... Não cause confusão por aí sem autorização... — Depois de falar, dobraria as pernas para tomar impulso e sair dali a 14 m/s de velocidade.

O destino da kunoichi seria a Vila da Pedra. Ela tinha uma cerimônia de nomeação por vir e precisava lidar com algumas coisas. Além do assassinato, aquela missão acabava por lhe render algo a mais: um DNA com habilidades possivelmente úteis.