Tudo aconteceu pouco antes do grande evento em Kumogakure. Uma tarde onde através das nuvens alaranjadas dava para saber que o dia estava acabando. Ao longo do dia todo, poderia sentir um calafrio vindo de diversos lugares. Não importava onde olhava, o que encostava, tudo dava um tremor que sentia direto na espinha. Os ventos que passavam por Kumogakure pareciam gritar e assobiar nomes, frases e memórias. A vila que outrora era movimentada, estava vazia e com as pessoas dentro de suas casas. Apesar de todos os sinais, a jovem Jaina, continuava a afirmar que aquilo era devido a uma tempestade que se aproximava da vila.

Seus tios haviam ido fazer pequenas viagens de comércio nas pequenas vilas da região e por isso naqueles próximos dias. Ela chegava na nova casa e já levava as compras que tinha feito no mercado para guardar nos devidos lugares. A noite chega e o vento se intensifica, janelas e portas batem sem nem ter ninguém na casa. A uchiha, que já foi mais supersticiosa antes, ignorava os sinais da natureza e resolve tomar um demorado banho de espuma. Inicialmente, ela toma uma ducha quente e esfrega as impurezas do corpo, e só depois de o banheiro estivesse coberto com a fumaça da água quente que ela começaria a encher a banheira para descansar. A jovem encostou a cabeça e fechou os olhos, aquilo estava impecável.

O que ela não esperava era que a porta do banheiro abrisse de forma que o ruido interrompesse seu descanso. A brisa que corria pela casa, devido às janelas abertas, entrava no banheiro e trazia um frio que fazia a jonin não querer sair da água de jeito maneira. Olhando em volta, ela buscava algo para resolver essa situação. Ela, então, esticou o braço e pegou um pedaço de sabonete e arremessou na porta de modo que ela fechasse e o calor continuasse a se manter naquele lugar. Funcionou, apenas de não ter muita força, a pequena jaina sabia aonde jogar para ter o melhor impacto. Novamente, ela encostou a cabeça e novamente a porta abriu, porém com mais e mais força.

Ao olhar de relance, a jovem teria a impressão de ter visto alguém e rapidamente ela levanta o corpo para poder ver melhor.

— QUEM ESTA AI?— Fala a jovem em tom forte e alto.—

Nada respondia, apenas o som do vento que aumentava. Tentando manter a estabilidade emocional, ela rapidamente se seca e coloca um roupão para investigar melhor. O corredor estava escuro, o vento da janela no final encanava e fazia a jovem tremer de frio saindo daquele banho quente. Jaina anda devagar e fecha a janela de vidro. Ela observa lá fora a árvore dançando e fica entretida, sendo interrompida por ver o reflexo de alguém conhecido do seu passado. Anzen Zoldecks aparecia com olhos negros e o peito sangrando com o corte que o levou a morte. A Uchiha grita e se vira, mas não há nada ali. Ofegante, a menina fica olhando para os lados e ativa seu doujutsu, mas nada ali é revelado

Ela corre até o interruptor, mas ele não funciona. As lâmpadas davam sinal que iam ligar mas logo em seguida apagavam, como se tivessem com curto-circuito. Jaina começa a se coçar de ansiedade, acende seu cigarro e ao fechar os olhos tenta sentir o relaxamento da nicotina do seu corpo. De início, cada baforada a relaxava, mas o medo voltava a envolvê-la, como se fosse uma cobra escalando pelas suas pernas. Horrorizada, a jovem demorou uns minutos naquele estado até ter coragem de abrir os olhos. Assim que ela abriu, ela não viu nada, porém foi surpreendida por um relâmpago seguido de um trovão que fez ela pula e derrubar o cigarro no chão.

Ela apagou, então, o pitoco do chão e continuou repetindo a si mesma.

— Jaina, seja firme, parece que está com medo que nem uma criancinha. Pare! Ooki estaria rindo da sua cara nesse momento — A uchiha pensava em sua irmã loba para trazer memórias engraçadas e boas para voltar a ter sua confiança de antes.

Ela segue até seu quarto e a luz voltou ao normal. Pegou um conjunto de roupas confortáveis e se vestiu. Sentou em sua penteadeira e secava seus cabelos tentando esquecer o que tinha visto. Mesmo tentando convencer que estava tudo bem, a sozinha tinha medo de olhar muito para o espelho com medo de ver novamente o cadáver de seu amigo.

Por alguns minutos, nada acontecia. A chuva aumentava e aumentava e o vento parecia chamar seu nome em certas vezes.

— JAAAAIIINAAAA , JAAAAIIIIIIIINAAAAA— Soprava as forças da natureza.

A garota tentava não ligar e ignorar. Repetia a si mesma que aquilo era piração, tudo não se passava do vento lá fora. A coceira em seu braço começou a atiçar ainda mais, fazendo que ela procurasse um creme hidratante para tentar aliviar. Ao pegar o vidro de hidratante, o frasco quebra em suas mãos, abrindo cortes e sangrando. Jaina olha para o sangue vermelho e novamente para o espelho na penteadeira. Para sua surpresa, o vidro estava quebrado e trincado .

“Aii…! Mas o que?!” — ela pensou enquanto apertava os machucados para estancar os ferimentos. Ao se virar ela via os tres Zoldycks, Anzen, Leonhard e Mary com olhos negros e corpos carcomidos.

— JAINNAAAA…. SANGUE…. PORQUE? O que fizemos para ti ? — As três criaturas falavam num único tom e juntas. Dava a sensação que fossem mais de 10 pessoas falando.

Ela assustada joga a cadeira nos seres e fazendo eles desaparecerem em uma fumaça negra. Ela corre para os andares de baixo, porém no corredor vozes e seres parecidos estavam nas laterais. Ela corria e corria, porém nunca chegava. No fim ela chega em um tribunal e suas mãos estão com algemas de chumbo.

A Jounin não conseguia mais correr e ali estava diante dela um juiz. Ele ordena com grunhidos que os mortos vivos arrancassem o coração da menina e colocassem numa balança. A jovem se debatia, chorava e gritava, mas os mortos não tinham pena, com kunais sem fio elas abriam seu peito e arrancavam o coração. A garota que pensava que estava morta, via seu órgão pulsante sendo colocado em um lados e do outro era trazido outra vítima… assim que apareceu ela berrou.

Berrou tão alto que acordou e estava em seu banho, ela havia adormecido e a chuva estava intensa do lado de fora. Ainda tremendo, Jaina se levanta e encosta em seu peito para checar. Aquilo tudo era um pesadelo, tinha que ser… ela pensava.

E a noite continuou com a balança medindo e o vento levando o nome de suas vítimas.

HP: 380/380│MP: 580/580 | ST: 10/11
Sanidade: 260/260 | Velocidade: 30 m/s

Considerações:

Jutsus:

Armas(20/25):