— Ei garoto. Missão pra você. — Uma sombra surgiu próxima do garoto. Uraku estava sentado sobre o telhado de uma casa, ele mirava os olhos castanhos alaranjados, de maneira que poderia observar as construções da cidade, de toda a maneira, seus costumes locais, habitantes e afins, até mesmo o ambiente. — Qual é a merda da vez? — Questionou sem olhar o superior, que ergueu uma sobrancelhas pela grosseria/brutalidade pela qual recebeu a pergunta. — Bem, é uma missão rank C, há um tarado perseguindo pessoas por aí, então, você precisa descobrir quem é e dar um jeito nele, parece boa o suficiente? — Questionou o homem, cruzando os braços sobre o peito.

— Finalmente uma missão de nível mais alto, porra. —  Falou de maneira mais bruta enquanto exibia um sorriso que poderia ser interpretado de maneira maluca pelos outros. — Certo, presumo que aceita a função. Vá. Preste muita atenção, você deve ser cauteloso. — E a sombra desapareceu de vista. A verdade é que as últimas palavras, como cautela e afins, Uraku já havia ignorado. Como entrar por um ouvido e sair pelo outro. O garoto dos fios laranjas esticou as pernas e pressionou um pouco os dedos sobre o joelho. Com o estalo, a missão já estava lançada.

Com alguns saltos, o garoto de cabeça laranja começou a saltar pelas construções e afins, seguindo então por aí. Entre saltos e movimentações, o garoto começou a olhar o pergaminho verde que tinha vários ícones de C’s. Basicamente, a missão era encontrar um tarado que estava assolando a casa de banhos Murioka, onde tem alas para as mulheres, que é a área atacada. O homem costuma atacar durante o início da noite. Então, Uraku durante seu salto, pôde perceber que a noite já estava chegando.

O céu já começava a mudar, indo do laranja ao roxo. Então, era o timing perfeito. Uraku exibiu um sorriso, isso serviu para que o garoto cabeça quente pudesse dar mais saltos potentes com gosto e um sorriso no rosto. — Pode vir que eu vou quebrar essa tarado de merda na porrada! Oh, eu gosto! — E saltou como um cometa laranja.

A noite estava chegando, e era questão de tempo até chegar no determinado local, chamado de Local de Banhos Muriokas. Mais alguns saltos e Uraku pousou sobre uma casa no telhado. Ele percebeu que não dava para ver muita coisas e a melhor forma de ver as coisas de maneira ampla, era olhar de cima. Então, o garoto dos fios ruivos deu alguns saltos para o alto, chegando no ponto mais alto da casa que estava próxima da Casa de Banhos. Era possível ver várias instalações, bem como a Vila de maneira mais fugaz. Mas era preciso manter o foco.  

A noite havia chegado, e com ela as estrelas, bem como a iluminação de Sunagakure. Era possível ver as iluminações e como elas deixam o ambiente mais bonito, mesmo com diversos pontos escuros e uma zona mais fria, era possível ver a beleza. Os olhos castanhos avermelhados se direcionaram para a Casa de Banho novamente, e nada, nada da presença do dito tarado. Então, tudo certo por hora. Mas iria se aproximar mais perto para ver se realmente não estava deixando alguma coisa passar. Por isso, Uraku impulsionou seu corpo para que ele pudesse ir bem alto, de modo a girar o corpo e cair na direção de uma das torres altas da Casa de Banhos.

O intuito era averiguar os setores onde poderiam ter rastros, pistas ou até mesmo uma atividade criminosa em ação, com a presença do dito tarado. Será que ele estaria atrasado? Ou será que não viria hoje? Não importava, se encontrasse, certeza que o cara ia de vala. Claro, existia alguns pontos que o próprio garoto evitava olhar. Era muito injusto. Mulheres bonitas, mulheres velhas, todas elas no meio da fumaça, sem roupa. Algumas delas nem ficavam na água, mas sim, na beirada da margem na fonte termal. A fumaça podeira encobrir muita coisa, mas algumas delas não se deixavam ser cobertas. Quando não, o muro servia como uma enorme proteção para que ninguém visse além da muralha. Mas o idiota que Uraku estava procurando era um malandro e sabia como passar dali. Que Injustiça.

Então, ele finalmente apareceu depois de um tempo de espera. Ele usava uma máscara, como aqueles antigos mercantis que viajavam entre os países para que pudesse entregar mercadorias. Então, tirando sua máscara rosa com um nariz boludo vermelho, olhos circular estão vesgos com duas pupilas gigantes, ele usava um cabelo liso preto amarrado num coque e um kimono florido com detalhes em branco. Suas pernas estavam expostas e eram peludas, assim como utilizava uma sandália de paus, que o deixava mais alto. Mas de sobra, ele utilizava um pequeno buraco para observar as mulheres em seus momentos íntimos. De fato, era um tarado de merda.

Uraku flexionou os joelhos ao pousar e tomou impulso, indo em direção ao dito cujo maldito. Assim que pousou atrás, moveu o braço para que pudesse acertar um soco direto no rosto daquele maldito, mas ele deu um salto para o lado, esquivando-se enquanto sua barriga aparentemente grande vibrava ao vento. Aquilo já foi motivo para irritar o garoto. — Oh! Olé! — Gritou ele, com uma risadinha. E com isso, saiu correndo saltitante. — Nossa, eu vi umas peitolas lindas! Isso sem contar com as outras partes, que coisa linda, meus olhos agradecem! — Falava animadamente. Uraku disparou atrás do mesmo. Enquanto isso, uma comoção acontecia do outro lado da murada, as mulheres estavam saindo das áreas de banho, provavelmente porque notaram a presença do tarado.

— Volta aqui seu puto! — Gritou Uraku, que tentou acompanhar o homem, mas ele lançou uma kunai em sua direção, o que fez com que tentasse usar a percepção para desviar. Mas ela estava tão rápido que lhe causou vertigem, e em seguida, o garoto se curvou para baixo e vomitou. A ideia de movimento era um tanto absurda, o suficiente para lhe afetar condicionalmente. Mas, novamente, as estranhas expulsaram o vômito para fora e o garoto dos fios alaranjados soltou tudo para fora outra vez. Apesar de tudo, ele começou a resistir, mesmo enjoado tinha que manter o foco. Era o que faria. E então, com aiwela leva distração, o homem mascarado utilizou sua sombrinha para acertá-la no rosto de Uraku, que se defendeu de maneira descabida com um braço só.

— Gwha! —Grunhiu Uraku, deslizando para trás, sendo forçado a bater os pés firmemente sobre o chão para que não pudesse cair. Sangue escorreu do seu nariz, e do canto do seu lábio inferior. O homem deu meia volta para começar a correr, saltitante. Mas era inútil. Mesmo enjoado e tendo tontura na vista, o Raoureki estava resistindo contra isso. Então, ergueu a mão e bateu a palma contra o chão, emitindo explosões que causariam ondas de choque sobre o chão. Aquilo dispersou a energia para frente, acertando o homem pela ondulação. — Ah! — Gritou ele. Assim, tombou para frente e rolou sobre o chão. — Droga! Torci meu tornozelo! Pelos Deuses! — Suplicou.

— Agora é comigo. Vou te bater tanto que eu vou fazer essa tua máscara incrustar na tua cara que nem com cirurgia plástica vai sair de dentro desta sua carne. Seu puto desgraçado do caralho, fudido, seu tarado do pedaço de merda, escroto, pisado e amassado. Acha que é legal, que é justo ficar olhando mulheres peladas?! Será que tu é tão virjão ao ponto de ter que fazer isso, hein?! — Falou Uraku. Uma sombra passava pelos seus olhos, um sorriso selvagem emergia de seus lábios, e seu olhar parecia exalar a mais furiosa energia. — Por favor! Não! É a única coisa que me faz feliz… — Falou o mascarado, erguendo a mão.

[...]

O momento seguinte foi repleto de violência. Uraku ergueu o punho e socou várias vezes contra a máscara daquele homem repetidamente. Chutou-o na barriga, pisou em seu rosto, e depois, ainda o ergueu pelo seu kimono, acertando vários socos em sua barriga. O quanto de sangue que dispersou sobre o chão, pela potência dos golpes que se sucederam contra aquele homem não estava escrito. Uraku havia canalizado parte da sua raiva naqueles golpes, transferidos de forma intensa contra o tarado da Casa de Banho. — Por favor, pare! Menino! Não vê?! Ele já está acabado! — Gritou uma das garotas que frequentam aquele lugar. Uraku parou, em seguida, segurou o homem pelo pescoço enquanto olhava para a garota.

— Bom. Por mim eu poderia ir mais em frente contra esse merda. Mas já que está pedindo… — Falou, erguendo uma sobrancelha. De fato, o homem já estava sem parte dos dentes, o lábio inferior estourado, um olho estavam com um calombo roxo, e o nariz estava torto. Em todo o seu corpo havia sangue e hematomas, marcas de socos e chutes. No fim, largou o homem sobre o chão. Sangue estava manchado ali inclusive, junho do mesmo. — Que um lixo desses nunca mais faça isso. — Falou o garoto, cuspindo sobre o corpo caído do homem.

Um vulto apareceu ali perto. Era o homem de antes. — Nossa, você fez muito mais do que dar simplesmente uma lição no cara. Estou chocado. Você fez bem o seu trabalho até demais. — Falou, erguendo as sobrancelhas. — Vá pra casa. Sua missão está feita, ok? Você concluiu ela. — Falou, erguendo a mão. Uraku assentiu, e então colocou as mãos nos bolsos e saiu caminhando em direção a saída da Casa de Banho. Várias mulheres observavam, homens também. O que seria daquele cara? Que se fodesse, já não era mais problema do ruivo.