A missão era simples. Dar uma porrada em uma criatura que se achava invencível, mesmo tendo sete anos de idade. No relato da missão, era possível verificar tentativas dos próprios pais da criança para que pudesse frear o ego inflado da dita criatura. Ao que parece, só havia piorado, porque a mesma não foi derrotada nenhuma vez até o momento. Então, selecionaram o Gennin Uraku para que ele pudesse cuidar disso, ou até mesmo tentar. O local foi armado onde frequentemente Tanya, a dita criatura Invicta costumava realizar seus combates. Parecia até mesmo a droga de um torneio ou coisa assim.

O local era composto por um campo quadrado, onde havia um círculo no centro. Nas quatro pontas do quadrado, havia tochas acesas. Pessoas mais distantes observavam o campo na arquibancada. Haviam quatro arquibancadas colocadas para que pudessem ver o combate rolando. Algumas dunas de areia poderiam ser vistas por perto. O Jonnin responsável estava de olho, ele observava entre os telespectadores, e qualquer coisa, iria intervir. Por hora, era só observar de longe. As pessoas estavam animadas até, porque a garota mais forte com apenas sete anos de idade com aparente nível Chunnin iria entrar em combate novamente. Ali estava outro problema, Uraku pôde notar.

As próprias pessoas contribuíam para o problema de ego da criança, uma vez que eles incentivavam o garoto a lutar com aqueles que queriam, e vibravam, estavam animados. O garoto do Chakra da Explosão subiu pelas escadarias e parou ali, próximo do centro. Do outro lado, subiu o dito gênio de combate, Tanya. Possuía longos fios castanhos, lisos, olhos azuis, algumas sardas e pele clara. Usava roupas de combate leve que não atrapalhavam a sua movimentação em combate. Aquela garota emitia uma aura física invejável. Seus grandes olhos azuis expressivos encaravam o castanho avermelhado dos olhos de Uraku com uma bravura tremenda.

— Beleza! Você vai ser o próximo que vai cair! Não importa qual seja o seu nível, Uraku Raoureki! — Exibiu-se de maneira convicta. Logo, ergueu o polegar e apontou para si mesma antes de apontar o indicador para o ruivo. Aquilo fez com que o Gennin exibisse um sorriso.

Foi dada a largada. A menina gênio, Tanya, avançou rapidamente na direção de Uraku. Erguendo as sobrancelhas e surpreso por aquela velocidade de reação, o menino então ergueu a mão para que pudesse se defender. O soco dado pela garota acertou o seu pulso, que o jovem Gennin utilizou de maneira adequada para a defesa. Com o outro braço, o ruivo segurou o ombro da jovem, mais especificamente em sua camisa, e em seguida, girou o corpo para trás, levando a garota junto. — Haaá! — Urrou, movendo o braço outrora em defesa, para apoiar os dedos no pulso da garota e, simplesmente, lançá-la para longe.

Enquanto era arremessada, ela teceu alguns selos de mão. Com isso, estufou o peito e lançou uma grande onda de ar na direção de Uraku. Ao acertar o garoto, se transformou em um redemoinho, e aos giros, lançou o garoto para o alto. Girando violentamente e desordenadamente, Uraku tentava encontrar um meio de apoio, mas ele estava a esmo no ar, vendo o mundo girar violentamente. Era tão forte que vomitou ali mesmo. Tanya surgiu como um vulto atrás de si, e com um giro, acertou um chute na costa do Garoto do Bakuton, o lançando para baixo. — Gaah! — Grunhiu.

Seu corpo parou de girar e foi lançado frontalmente. Uraku bateu as costas contra o chão de ringue, e em seguida, o resto do seu corpo veio depois. Sangue jorrou de sua boca e seu corpo quicou, girando no ar e caindo de uma vez, dessa vez, de peito para cima. Tanya pousou um pouco mais distante, mas ela se vangloriava, exibia um sorriso todo cheio de si. — Bom, eu disse que você iria cair, Uraku Raoureki. Já era. Se renda. — Falava, se aproximando a passos tranquilos. Mas ao chegar perto o suficiente,algo aconteceu ali.

Uraku apoiou os braços sobre o chão e girou o corpo em um redemoinho, movendo uma das pernas, e com o chakra empregado na ponta do seu pé, aquilo se tornou uma rasteira e fez Tanya cair de lado. Com o apoio do seu braço, Uraku deu um pequeno impulso para o alto, girando o corpo e chutando Tanya no rosto, a lançando para trás. O movimento seguinte foi um pousar discreto.  Cuspiu um pouco do sangue que escorria de seu lábio no chão. Ainda estava um pouco tonto, mas a vertigem havia passado mais.

— Me render é o caralho. Tá achando que eu sou o que, hein? — Questionou Uraku, dando um olhar irritado para a garota enquanto ela girava o corpo, enfiando uma kunai no chão ao ponto de frear sua ida para trás. Com êxito, a garota bateu os pés sobre o chão e ficou de pé, exibiu um sorriso para depois limpar o filete de sangue que escorria de seu lábio também. — Gostei do seu espírito. Só precisa ser menos boca suja. — Falou a jovem, de maneira debochada. — Cala a boca! Não te interessa isso! É algo meu! — Ralhou o ruivo, erguendo o punho no ar.

Então, girando a mesma kunai entre os dedos que usou para se frear, a garota a lançou com um único movimento. Uraku arregalou os olhos e deu um passo para o lado, mas era uma finta. Ela fez alguns selos ao lançar a segunda kunai, e ela se transformou em várias kunais que foram de encontro a Uraku. Flexionado os joelhos, o garoto rapidamente saltou para o alto. Mas mesmo assim, ele foi acertado de raspão por algumas, o que provocou sangramento. Tinha um corte em sua bochecha e alguns sobre seus braços e pernas. Um vulto surgiu ao seu lado, Uraku ainda não tinha capacidade de desviar sem apoio no ar, então usou os braços para se defender, provocando uma grande dissipação de impacto, mas o golpe não parou, o que acertou seu queixo e fez sua cabeça virar para trás.

— Ugh! — O garoto deixou escapar mais algumas gotas de sangue, antes de ser acertado múltiplas vezes na barriga, sangue jorrou violentamente da sua boca, e depois, foi acertado no topo de sua cabeça. Sangue jorrou de seu nariz e ele girou, indo direto no chão como um foguete. Fumaça se fez presente no chão enquanto o mesmo estava rachado. Tanya percebeu que para ter que acertar Uraku, era necessário mais da sua força do que o normal, o que fez com que seu punho sangrasse. — Acho que acabou. Árbitro! Declare ele derrotado! — Pediu a garota. Mas Uraku se levantou, ficando de pé. Aquilo fez com que a garota tomasse um susto.

— Fūton! Toppa! — Gritou ela, fazendo alguns selos e um grande redemoinho foi direcionado na direção do garoto. Mas ele desapareceu dali. O campo se encheu de poeira de areia, o que fez com que a garota não conseguisse o encontrar. Assim, no meio da fumaça, algo acertou em cheio seu rosto, o que fez dar um passo para trás, mas Uraku usou a manipulação de chakra puro, deslocando o pé e chutando seu queixo, lançando a mesma para o alto. Tanya cuspiu sangue enquanto era lançada para cima. Uraku saltou em seguida. — Não me subestime, pirralha! Não sou um merda! — Gritou. Girando o corpo, ele ergueu a perna de cima para baixo, chutando o topo da cabeça da garota e a lançando direto no chão, provocando um impacto avassalador. Seu corpo se estatelou enquanto o chão rachava. Uraku pousou sobre o chão, estava um pouco ofegante, por isso, tentou recuperar o fôlego.

A plateia estava apreensiva sobre a situação de ambos participantes. Quem ganharia?

Uraku caiu sentado sobre o chão. Realmente parecia que ele precisava ficar ainda mais forte. Mas foi num piscar de olhos. O garoto dos fios laranjas apenas respirou fundo, quando algo surgiu em sua frente. — Fuuton! Dai Toppa! — Gritou Tanya, surgindo da fumaça, e com isso, tão perto, executou uma manipulação do jutsu do estilo vento mais potente do que a versão de outrora. Uraku arregalou os olhos, e o redemoinho se formou, atingindo-o em cheio e o esmagando contra o chão. Aquilo causou uma dissipação de poeira para todos os lados, e sangue jorrou de sua boca. — Haaaaaaá! Só caia de uma vez! — Gritou a garota, fechando os olhos. Raoureki revirou os olhos de tanta dor, e seu corpo se chocou contra o chão outra vez, mole.

— Fuuton! Dai Toppa! — Gritou a garota, executando o mesmo jutsu. O redemoinho acertou Uraku outra vez, quebrando o chão e criando uma rotação que atingiu o garoto em cheio outra vez. Sua roupa já não existia mais naquele ponto, além de estar todo cheio de cortes pelo corpo, fumaça envolvia a si, deixando somente partes do seu corpo expostas. O braço tombou em meio a poeira fumegante. — Acabou! Acabou! Acabou! — Gritou a invicta, como se quisesse acreditar nisso de fato. Ela estava tão ofegante. Sangue escorria pela boca de Uraku enquanto os fios arruivados caiam sobre seus olhos. — Árbitro! Acabou dessa vez! — Gritou para o juiz do combate.

O silêncio era ensurdecedor. Tanya ofegava devido ao grande uso de chakra tinga feito no último momento, estava ansiosa para que seus vitória viesse logo. O homem checou o pulso do garoto que estava ali, naquele buraco criado pelo redemoinho de Tanya. — Certo… Eh… — Pigarrou o homem. — Caham. Tanya é… — Anunciava. Mas a mão se moveu, segurando a gola do homem com força. — Uh! — O homem arregalou os olhos. O Gennin ficou de pé diante dele. — Não acabou ainda, seu puto. Volte pro seu lugar. — Pediu Uraku, em um tom bruto. O homem saiu correndo dali para fora do ringue.

Tanya trincou os dentes e então saltou na direção de seu adversário, girando o corpo para que pudesse atacar efetivamente com um chute. — Vou acabar logo com isso! — Gritou ela. Uraku ergueu o punho e o abriu na direção da garota. Pequenas explosões começaram a pipocar até que um feixe explosivo se estendeu para frente da garota, a acertando em cheio e causando uma série de estrondos junto com fumaça. — Gaah! — Gritou ela. — Ainda não! — Gritou a jovem, cambaleando e avançando na direção do garoto. Com as duas mãos, ele executou uma explosão ainda mais potente, acertando Tanya em cheio outra vez.

— A… Ainda… N…Não… — Gritou.Seu corpo derrapou para trás, mas ela bateu o pé, travando seu empurrar, e em seguida, avançou correndo outra vez, Uraku ergueu a mão, tocando seu torso com a mão e em seguida, seu chakra explodiu nela. A formidável adversária deu alguns passos, e em seguida, como se não houvesse mais força, caiu sobre o chão. O árbitro correu e checou a condição da garota. — Err… Srta. Tanya foi nocauteada! O vencedor é Uraku! — Anunciou.

[...]

— Se eu perdi, foi graças a ele que aprendi uma lição, não sou invencível. O olhar dele era algo que eu nunca tinha visto, a partir de hoje, serei mais humilde. Irei me dedicar para superá-lo, custe o que custar. — Anunciou Tanya no hospital, enquanto conversava com seus pais. Do outro lado, próximo da janela do hospital, do lado de fora, o Jonnin da Areia que passara a missão para Uraku esboçava um sorriso. A missão havia sido um sucesso. Uraku havia conseguido.