Masguin escreveu:

RANK D # 01

KOKORO NO AKUMA

Aquilo não era exatamente o que eu idealizava para a minha primeira missão como ninja da aldeia da folha. - Hmmm… - Deixava escapar na frente do jounin. - Não! Digo… calvície é uma coisa séria, certo? E se tem alguém querendo esconder suas entradas e achando que é isso que vai trazer o amor verdadeiro, acho que é meu dever como ninja resolver isso. Arghh.. deixa comigo. - Diria encerrando assunto de vez.

O primeiro passo foi entender o local do ataque, uma área povoada dos mais perigosos meliantes (crianças). De cima de uma das casas eu analisava uma a uma com atenção. - Qual de vocês roubou a cabeleira? - O grupo começava a se dissipar e os suspeitos pareciam se aglomerar, um deles com uma mochila nas costas. - Bingo.

Discretamente, eu me movia pelos telhados da vila pronto para agir no momento certo. E foi quando o trio de arruaceiros entrou em uma viela que eu saltei de encontro, fechando a passagem. - A farra acabou, ladrõezinhos. - Os garotos se assustavam, um deles chegou a tropeçar e a cair, mas outro pareceu querer me enfrentar. Então, arrumei a bandana em minha testa e dei um passo a frente. - Eu sei que usar peruca é algo patético, e sei que deve ter sido engraçado, mas aqui nessa vila todos têm o direito de ter a aparência e ser quem quiserem ser. - Estiquei a mão e o garoto tirou a peruca de sua mochila e lentamente me entregou.

Isso é realmente muito feio. - Eles concordaram com a cabeça. - Não façam mais esse tipo de coisa, ok? Eu não to afim de procurar vocês de novo. - Faria um sinal com a mão e saltaria rumo ao ponto de entrega sem grandes despedidas. Chegando no local entregaria a peruca ao dono e olhando no fundo dos seus olhos, diria: - Alguém que não goste das suas entradas na cabeça provavelmente não vai encontrar a entrada do seu coração. - Daria um tapinha em seu ombro e sairia andando na direção contrária.

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Palavras: 331

Akuma Hiroi:

Missão Rank D:

Masguin escreveu:

RANK D # 02

KOKORO NO AKUMA

Mais um dia amanhecia e mais uma vez eu me preparava para continuar meu trabalho. Dessa vez o dia não estava tão convidativo como outras vezes, afinal, ninguém gostava de sair em meio a uma quase tempestade e ventos congelantes, mas a vida do geninn recém formado não era fácil e dessa vez realmente pareciam precisar de mim.

Depois de cruzar a cidade em uma caminhada solitária e acelerada eu chacoalhei minhas roupas e bati toda a água da minha capa de chuva antes de entrar no prédio oficial da vila. Procurei o quadro e missões e logo o ninja oficial veio a meu encontro. - Apresse-se, temos uma missão importante dessa vez. - Meus olhos se estreitaram em dúvida (ele sempre dizia isso). Mas dessa vez realmente parecia verdade… Um médico herbalista procurava uma planta específica nas dependências da vila para produzir um remédio e quem sabe salvar muitas vidas. - Deixa comigo. - Diria com uma seriedade que raramente saia da minha boca.

Sem perder tempo colocaria de volta minha capa de chuva e cobriria bem a cabeça com o capuz para então sair de volta ao constante som das gotas caindo pesadamente. Erguia o rosto e por um instante analisava o quão melancólico a vila poderia ficar às vezes. As lojas fechadas, as ruas vazias e o chão só poças e barros. Esse mesmo barro era pisado com força enquanto eu ia em direção a floresta da vila em uma marcha firme.

O som das pegadas molhadas se repetiu repetidamente até trocar pelo repetido e único barulho de um galho se quebrando, e então por moitas sendo afastadas  e pequenos pedregulhos amassados. - Droga… - Por fim, o que restava era o som do meu proprio peito arfando sem parar. Já haviam se passado horas de caminhada pela floresta da vila e nem sinal da planta até agora. A verdade é que não tinha nenhuma estratégia além de caminhar em círculos e contar com a sorte e com o próprio esforço.

Por sorte, tinha os dois de sobra.

E depois de mais de 10 horas seguidas procurando finalmente a encontrou, aquele singelo e belo pontinho azul em meio ao verde e marrom da densa floresta. - Kehehe arff.. finalm.. ente. - Com cuidado me aproximava e abria a cesta que haviam me cedido. Ajoelhado em meio ao barro coletava cuidadosamente as flores e as pousava suavemente dentro do compartimento. Não entendia muito de plantas, mas achei melhor não levar todas e permitir que aquilo continuasse se reproduzindo naturalmente e, quem sabe, quando eu precisasse de novo elas estariam aqui.

Sem mais problemas, gastaria mais algumas horas para voltar de volta ao centro da vila e entregar minha missão para só então ir em busca de uma coberta, chocolate quente e uma cama quentinha.


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Palavras: 458

Akuma Hiro:

Missão Rank D:

Masguin escreveu:

RANK D # 03

KOKORO NO AKUMA

AHHTCHUMM - Espirrava bem em cima do oficial ninja preste a me passar a próxima missão. - Desculpe. - Completava dando de ombros com a voz anasalada. Com certeza ter ficado debaixo daquela tempestade não fez bem pra minha saúde. - Arghhhh… -  A próxima missão parecia algo mais simples do que encontrar uma agulha num palheiro. Na verdade era justamente o contrário, entender para onde estavam indo algumas ovelhas arteiras de um fazendeiro. - Deixa comigo!

Com passadas largas eu sentia o sol quente do país do fogo esquentando minha pele, a sensação era tão boa que meus olhos até se fechavam ao mesmo tempo em que minhas bochechas coravam. Não demorou para que chegasse na fazenda e sentisse toda a paz que parecia fluir daquele lugar. O verde dos campos, o vento suave soprando a água da chuva da noite passada, os diversos animais indo de lá para cá e claro, as ovelhas felpudas com os seus tradicionais - Bééé - Respondia uma delas e percebia que o dono da fazenda estava logo atrás de mim, claramente um com um pé atrás sobre o trabalho. - Oh. Akuma Hiro se apresentando para o trabalho. - Diria com seriedade tentando disfarçar a situação.

O senhor me passava a situação com detalhes. - Todas as noites eu coloco as ovelhas dentro do celeiro do mesmo modo a 20 anos, mas nos últimos meses algumas delas simplesmente começaram a desaparecer e nas últimas semanas isso acontece todos os dias! Por favor, me ajude. Elas são como parte da família para nós. - Assentia com a cabeça e entendia que a partir de agora eu representava a Vila da Folha e tinha que resolver o problema dele. - Você contou para mais alguém sobre contratar um ninja? Eu vou passar a noite escondido no celeiro e acabar com isso.

Passei o dia caminhando pela fazenda em busca de alguma pista, mas tudo que encontrei foi um lugar calmo e com vizinhos simpáticos e fazendas bem cuidadas ao redor. Na verdade aquele parecia ser um dos lugares mais pacatos em toda a vila e era difícil imaginar que alguém estava cometendo algum crime. De qualquer forma, um ninja sempre tem que estar preparado para o pior! E era com essa mentalidade que eu fingia me despedir do velhote para então retornar escondido na calada da noite.

Encostado nos fundos do celeiro eu me esgueirava de um lado para o outro em busca de algum sinal suspeito e em resposta só vinha o som dos grilos.Revirava os olhos e partia para o outro lado, depois de algumas horas ouvi um som suspeito vindo de um dos arbustos, mas não passava de um gambá - Ufff… - Completamente entediado escalei o celeiro para ter uma visão mais ampla de todo o lugar e percebia que tudo continuava em paz.

Foi então que percebi um pequeno tufinho branco andando calmamente em direção a uma cerca de arbustos. Silenciosamente eu o seguia, inclusive passando pelos mesmos arbustos até que então, estava na fazenda vizinha que tinha visto antes. - Han? - Parado, eu via algumas ovelhas se reunindo num grande pasto verdejante, na verdade pareciam ter ovelhas vindo de todas as direções, provavelmente vindo de todas as fazendas ao redor. Me abaixava junto a elas e sentia a grama com as minhas próprias mãos e sinceramente, não entrava nenhuma diferença. - Bem, eu não sou nenhuma ovelha. Certo? - Fazia carinho na cabeça do animal comendo feliz ao meu lado.

Ao amanhecer eu encontrei com o velhote e soltei a resposta ao qual eu fiquei pensando todo o restante da noite. - Dessa vez parece que a grama do vizinho realmente é mais verde KIAHAHAHAHAHAH - Ele não riu comigo, então eu levei a mão na cabeça e finalizei. - Bem, só levantem uma cerca entre os arbustos, ok?


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Palavras: 621

Akuma Hiroi:

Missão Rank D:

Masguin escreveu:

RANK D # 04

KOKORO NO AKUMA

Ainda meio sonolento por ter literalmente virado a noite contando carneirinhos eu partia em busca de uma nova missão. - Bom dia, senhor oficial. - Dizia com um sorriso no rosto enquanto que o homem me respondia com um aceno de cabeça. - Sinto muito, mas não temos nada muito empolgante dessa vez. - Ele apontou para o quadro e eu me aproximei para ler. - Errrr - Realmente um dia de trabalho duro cortando madeira não era o que eu esperava quando tirei os pés da cama. Mesmo não conseguindo disfarçar minha falta de interesse, eu dei um passo à frente e pesadamente retirei o papel do quadro com todas as informações. - A gente se vê por aí. Peace.

Dessa vez, já mais experiente do que antes eu passaria no primeiro restaurante que visse e ali cuidaria de beber e comer o suficiente para aguentar todo o trabalho que viria a seguir. - Sabe, eu sou um ninja recém formado, mas já tenho mais de 3 missões completas! - Me gabava para o senhor atrás do balcão que parecia muito mais interessado em fazer seu balanço financeiro do que propriamente me ouvir. - Tudo bem que todas elas eram apenas de rank D e eu ainda nem se quer lutei… mas eu tenho certeza que ainda vai ouvir meu nome. Akuma Hiro! Muito prazer! - Bateria minha caneca e abriria um sorriso gigante. - Sim, tenho certeza que vou ouvir… - Disse ele sem levantar o olhar. - É isso ai senhor, muito obrigado! - Eu poderia não ser, mas na minha cabeça eu era o melhor.

Akuma Hiro, gennin da folha enviado para executar a missão. - Diria de peito estufado e coluna reta para então abrir um meio sorriso.- Oh. Muito prazer, me chamo Harui Tanaka e como pode ver preciso que alguém colete madeira para a minha carroça, mas não qualquer madeira. Como eu viajo todo o país do fogo puxando puxando esse carrinho eu preciso que ele seja o mais leve e resistente possível. Por isso, a madeira que eu preciso se chama Acácia de Espírito Longo e fica ao norte da vila no topo de uma montanha. - ele me entregava uma espécie de mapa desenhado num pergaminho com uma grande figura da árvore. - Certo. Eu imaginei que não seria simplesmente coletar madeira. Quanto tempo de viagem contando ida e volta? - O homem fez um 3 com a mão e imediatamente eu pensei que talvez devesse ter comido mais ainda antes de sair.

A verdade é que ficar sozinho por longos períodos de tempo era algo um pouco complexo para mim. As vezes me sentia completamente entediado, tanto que meu corpo parecia perder a energia lentamente e quando eu me dava conta estava deitado sob uma sombra de uma  grande arvore. - Arghhh droga. As missões poderiam ser em equipe, pelo menos. - Deixava a cabeça cair para o lado e via alguns esquilos brigando por um punhado de nozes. - Calma galerinha, tenham paciência. - Me levantava pesadamente e abria o mapa, pelas minhas contas tinha caminhado um dia todo e mais algumas horas chegaria na montanha.

Com um pouco de concentração finalmente consegui fazer a fagulha e iniciar a fogueira. - YOSH! - Esquentava as nozes em uma pedra lisa (as mesmas do esquilos, resolveu tomá-las para que parassem de brigar) e as comia uma a uma. Naquela noite a saudade de casa apertava, da família, dos estudos e das conversas com os infernais. Era estranho estar sozinho.

No outro dia levantou assim que o sol apareceu e não demorou em subir montanha acima em busca da bendita árvore. De pouco em pouco tirava o desenho do bolso e comparava com as árvores de formatos engraçados que tinham ali até que enfim, a achou. Uma árvore de madeira fina e formatos ovais escuros, sua madeira brilhava e era uma das poucas que não parecia sofrer a ação do vento e da chuva. Sem perder tempo tirou o machado emprestado das costas e começou a golpear a base com firmeza - Um, Dois, Tres, Quatro… Dezessete, Dezoito, Dezenove! - E a árvore ia ao chão lentamente, quase em câmera lenta. O próximo passo era retirar os galhos e os empilhar em um lugar que não atrapalhasse a natureza. Depois, com mais esforço era hora de cortar em pedaços menores para só então os repartir ao meio e formar um tipo de tábua sem acabamento. Parava por um instante e admirava todo o trabalho duro feito. Agora era de levar tudo aquilo de volta ao comerciante.

Podia não ser a melhor decisão, mas não sentir aquela melancolia de antes resolvi continuar a caminhada a noite toda e para não carregar tudo aquilo nas costas empilhei a madeira e coloquei sob uma lona ao qual eu puxava vagarosamente pelo caminho de terra.

Cheguei junto com o sol, conseguindo fazer todo o trajeto em pouco mais de dois dias. Estava com fome, sede e as mãos estavam esfoladas a beira de sangrar, mas quando vi o homem impressionado pela entrega a única coisa que consegui responder foi. - A Aldeia da Folha agradece seu pedido. - Junto de mais um grande sorriso.

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Palavras: 841

Akuma Hiroi:

Missão Rank D:

5 Missões Rank D.
Aprovadas!
@Hiro

Fiquei curioso para ler mais sobre o personagem e a dinâmica dele.
Um adendo: ninjas quando doentes são obrigados a usar máscaras N95, do contrário são linchados pelo corpo hospitalar do vilarejo.