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Minha jornada como tokubetsu me levou a missões inusitadas, bem diferentes das quais estava acostumado a fazer até então, a mais recente foi realizada junto a supervisão de um dos ANBU da vila. - “Foi divertido.” - Me recordava do acontecimento com um leve sorriso, conhecer outros ninjas de alto nível que existiam em nossa vila foi realmente interessante e, conforme meu reconhecimento crescesse tinha certeza de que seria enviado em missões ainda mais desafiadoras e quem sabe eventualmente encontrasse uma emoção maior do que a que tive mesmo que por pouco tempo contra o chefe do quartel.

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De qualquer forma, retornando a realidade eu tinha uma nova missão para realizar, dessa vez uma que poderia abalar as relações da vila com o senhor feudal, já que um mercador tinha feito uma coroa de ouro para o governante - extravagante pra dizer o mínimo, contudo ela foi roubada nas redondezas da vila, logo era nossa, ou melhor, minha responsabilidade encontrar os infratores e recuperar a coroa.

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Me preparei para partir, conferindo meus equipamentos e o recipiente de areia, com tudo em seu devido lugar me dirigi até o portão da vila. - Vamos ver, a coroa foi roubada em uma vila ao noroeste. - Parei próximo ao portão, olhei em volta e tracei meu caminho, nessas horas agradecia por ter estudado a como me localizar. - “O melhor investimento de tempo que fiz.” - Concordei comigo mesmo meneando a cabeça.

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Demorei alguns minutos, talvez um pouco mais de uma hora para alcançar o vilarejo mais próximo de onde o ataque tinha acontecido, era um lugar humilde e as ruas estavam praticamente desertas, alguns curiosos olhavam por trás de frestas a minha chegada na vila, outros pareciam receosos e corriam para dentro de suas residências. - “Nada suspeito eu diria.” - Cocei a cabeça e deixei um suspiro escapar.

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Conforme caminhava pelas ruas praticamente desertas notava que eu tinha me tornado o assunto do momento por ali, pois todas as pessoas estavam cochichando, me encarando ou olhando de canto de olho. - “Tá, isso é estranho.” - Eventualmente decidi me aproximar de duas pessoas que estavam conversando próximo a um restaurante e pararam de falar seja lá qual fosse o assunto.

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- Olá, eu sou Kain e gostaria de fazer uma pergunta. - A dupla era de duas mulheres bem magras que me olharam dos pés a cabeça antes de falar qualquer coisa. - E o que um shinobi da folha quer de nós? - Questionou uma delas. - A essa altura acredito que já tenham ouvido. Mas uma coroa de ouro foi roubada aqui nas proximidades e queria saber se vocês sabem algo sobre isso. - Questionei mantendo um ar mais neutro, sem demonstrar ameaça ou empatia, era apenas uma pergunta afinal de contas. As duas se entreolharam, olharam em volta e então me encararam. - Aceite nosso conselho e volte para casa. - Uma delas se aproximou e cochichou no meu ouvido. - As ruas têm olhos e ouvidos aqui, vá enquanto pode. - E logo em seguida se distanciaram com pressa.

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O aviso amigável das moradoras indicou que eu estava no caminho certo, porém o problema parecia ser mais sério do que imaginei. - “Os ninjas renegados que roubaram a coroa estão ameaçando essas pessoas?” - Olhei em volta notando mais olhares, seria difícil encontrá-los se as pessoas não me ajudassem, já que eu não podia chegar criando uma cena e trazendo problemas a tantas pessoas inocentes. - "Vamos do jeito difícil então."

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Continuei explorando a pequena vila, caminhando pelas vielas e repetindo a mesma pergunta para todo mundo que encontrava, porém a reação era quase sempre a mesma, corriam, entravam para dentro de suas casas ou me ignoravam. - Aaaarg… Sério, vocês podiam colaborar um pouco. - Suspirei comigo mesmo, exausto daquela brincadeira de esconde e esconde, as coisas seriam tão mais faceis se eu pudesse só fazer como a missão com o quartel, mas infelizmente as vezes a força bruta não era a resposta.

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Demorou um tempo, mas foi em um beco sem uma alma viva por perto que a situação mudou. - É você quem está procurando pelo ladrão da coroa, garoto? - Um rapaz vestindo roupas bem largas e folgadas se aproximou, ele também utilizava um lenço em volta da cabeça e uma bandana virada para trás que eu não conseguia identificar. - Sim, sou eu mesmo. - Concordei meneando a cabeça. - Então sua busca terminou. - Ao proferir tais palavras mais dois rapazes surgiram, fechando as duas saídas do beco. - Mas olha só, quem diria que sair perguntando por ai realmente iria os atrair. - Um sorriso debochado se formou em meu rosto, pelo visto eu tinha pisado em um ninho de vespas.

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Os três ninjas renegados me cercaram com um ar de superioridade e ameaça. - Sabe, eu estou com um pouco de pressa, então vamos direto para o ponto onde vocês me entregam a coroa, hum? - Alternei o olhar entre os meliantes que me encararam com certa confusão e depois começaram a gargalhar, por que sempre terminava assim? Qual era o truque por trás da intimidação? Acho que ser uma criança de quatorze anos não ajudava muito.

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- Guauauauauaauau! Vocês ouviram esse pivete? Guauauauauaua. - Sua risada grotesca me fez contrair o rosto em desgosto, que tipo de lunático ria daquela forma? De qualquer forma, talvez eu precisasse mandar um recado antes, estendi a mão direita na direção do sujeito que estava bloqueando a saída naquela direção e manipulei minha areia de ferro que avançou rapidamente em sua direção. - Sabaku Kyu. - A areia o envolveu em um casulo e espremeu até que sua vida se esvaísse entre os grãos.

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- Eu vou perguntar de novo, cadê a coroa? - Nesse momento eu finalmente consegui a atenção do grupo, que agora era uma dupla. - Seu maldito! - E com um rápido movimento de mãos o sujeito preparou um jutsu. - Sution: Mizurappa! - E então um jato de água foi disparado em minha direção, a areia negra se ergueu a minha volta e bloqueou o ataque, que mesmo sendo defendido me empurrou alguns passos para trás dado a pressão da água. - Agora estamos conversando.

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A postura de superioridade dos renegados mudou quando o primeiro foi morto, era sempre assim, bastava a primeira gota de sangue ser derramada que eles começavam a levar as coisas a sério. De qualquer forma eles não pareciam muito adeptos a responder minhas perguntas e continuaram me atacando. Desta vez apostaram em uma técnica combinada, enquanto o líder continuava a atacar com seu jutsu de Suiton, seu companheiro revestiu seu punho com Raiton e o espalhou pela a água.

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A areia de ferro voltou a bloquear o ataque de água, porém sua combinação com a eletricidade foi capaz de passar pelas minhas defesas e me atingir. -  Uuugh. - Rangi os dentes quando senti a corrente elétrica percorrer o meu corpo. - Bom… Muito bom… - Um sorriso quase sádico se formou em meu rosto. - Mas vão precisar mais do que isso! - Meu corpo ainda estava um pouco dormente, mas ainda fui capaz de juntar minhas mãos e concentrar meu chakra.

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- Kokuryu no ago! - A areia de ferro se ergueu como uma onda, formando um grande dragão negro. - Kuroda, cuidado! - O renegado do sution ainda tentou avisar seu companheiro, mas foi tarde demais, o monstro de areia foi mais rápido e devorou seu companheiro, dilacerando-o com suas mandíbulas e o esmagando com seu peso. - Agora somos eu e você, caro líder. - Olhei em sua direção mantendo o mesmo sorriso torto, era assim que uma luta tinha que ser! Aaah! Eu ainda podia sentir a sensação da eletricidade percorrendo o meu corpo, a questão era apenas uma: será que o rapaz conseguiria continuar no mesmo ritmo sozinho?

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O combate estava chegando a seus momentos finais, dos três renegados restava apenas um que estava levemente atormentado pela perda de seus companheiros. - Você matou eles, maldito, você… ! - Antes que pudesse concluir apontei uma de minhas mãos em sua direção. - Satetsu no Ude. - Uma mão feita de areia de ferro lhe agarrou e prendeu contra parede. - Aaaaah… Estou decepcionado, seus aliados morrem na sua frente e você entra em desespero em vez de continuar lutando? - Mais uma vez minha empolgação foi frustrada, no fim sozinho ele não era capaz de muito mais do que aquilo.

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- Eu vou perguntar uma última vez, cadê a coroa? - Tombei a cabeça de lado, deixando um semblante mais frio tomar conta, fiquei mais decepcionado com a quebra do seu espírito de luta do que com outra coisa.- Ela está… Ali! Eu juro, não foi ideia minha eu só… - Ignorei o restante de suas lamúrias e olhei na direção que o rapaz tinha apontado com a cabeça, era uma casa com a janela quebrada. Mantive-o preso contra parede e caminhei até a janela e pude ver uma caixa de madeira com a coroa reluzente. - Foi bom fazer negócios com vocês. - Comecei a fechar a palma da minha mão. - Não, não, espera! - Antes que pudesse terminar de reclamar pressionei o pounho. - Sabaku Kyu. - Assim como fiz com seu companheiro, a areia de ferro lhe envolveu e esmagou.

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Após eliminar os rebeldes peguei a coroa de dentro da caixa, era realmente uma beldade e podia ver o empenho que o comerciante tinha colocado naquele trabalho. - Agora vamos te levar para seu devido dono. - Guardei o objeto debaixo do meu casaco de satetsu e retornei até a vila para devolver a coroa a seu devido dono e manter a paz que foi ameaçada com aquele ato descuidado.