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Mais um dia tinha se iniciado na vila da folha, a um primeiro momento parecia mais um dia normal e pacato, porém essa era uma meia verdade. A vila sempre esteve sob uma atmosfera de incertezas devido a sua regência problemáticas, ditadores, rebeliões e sumiços eram palavras que definiam bem nossos últimos líderes e isso me fazia pensar o quanto mais a vila poderia resistir sob uma liderança tão incapaz? De certa forma pensar sobre isso fazia-me entender um pouco mais os motivos da primeira sombra.

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Me arrumei como de costume pegando meus pertences e fui até um prédio famoso da vila, um centro que já foi utilizado por gerações de Uzumakis e hoje estava praticamente abandonado. Durante o percurso reparei em como as ruas estavam mais vazias do que de costume. - “Acho que o showzinho do primeiro assustou a população.” - Pensei comigo mesmo. Eu não os culpava por isso, não sabia ao certo qual era a intenção dele ao causar tanta comoção, mas seja lá que o que fosse como ninja eu não podia perdoá-lo mesmo que no fundo ainda estivesse reflexivo sobre isso.

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Em pouco tempo cheguei ao antigo prédio dos Uzumakis, era uma torre bem grande com uma escadaria em espiral, as lendas diziam que o clã estava fortemente ligado ao conceito da espiral e que seus usuários são presos a ela, sinceramente nunca entendi bem o que essa metáfora queria dizer. - Acho que os antecessores do clã pensavam demais. - Murmurei comigo mesmo enquanto subia as escadas.

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No topo para minha surpresa o lugar não estava vazio. - Shoko. - Comentei enquanto me aproximava da grade onde a garota estava apoiada. - Kain. -  A Uzumaki de cabelos escarlates como chamas vivas sequer se virou para me cumprimentar, ela parecia imersa observando os monumentos dos hokages. - Estou atrapalhando algo? Não pensei que teria mais alguém aqui. - Parei no meio do caminho, cogitando a ideia de ir embora já que eu podia estar interrompendo algo.

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- Não, tudo bem, eu só vim até aqui para pensar. - Ainda sem olhar em minha direção ela prosseguiu. - O que você acha? - Questionou. - Sobre o que? - Arqueei uma das sobrancelhas sem entender bem o que ela quis dizer com aquela pergunta tão vaga. - Tudo, a lua, a vila, os Hokages… Tudo parece uma bagunça desde que a lua caiu, digo, acho que a vila sempre foi uma bagunça mas agora… Eu não sei Kain, acho que estou com medo. - Uma resposta sincera, e quem podia culpá-la por isso? Eu também estava, o que era estranho já que nunca senti medo na vida antes, nunca tive medo da morte antes e sempre estive pronto para ela, no fundo talvez tenha buscado por ela em todas as batalhas onde me enfiei porque quanto mais próximo dala chegava mais emocionante era, mais meu coração pulsava! Mas a história mudava quando o que estava em jogo não era apenas a minha vida.

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Voltei a caminhar até a beira e me apoiei na grade de proteção próximo a Shoko. - Eu vim aqui com algo parecido em mente. - Deixei um riso escapar. - Quando a lua caiu eu fui atrás de um dos fragmentos com um grupo de shinobis, você lembra? - A garota concordou com a cabeça. - Naquele dia muita coisa maluca aconteceu, enfrentamos algumas pessoas que no fim não eram pessoas de verdade, mas algum tipo de fragmento de uma criatura, os jonin mais experientes disseram que ela era parecida com a criatura que destruiu a vila de Kumo algum tempo atrás. - Só tinha ouvido histórias sobre, mas tanto Squall quanto Tengoku sempre contavam sobre o acontecimento com grande pavor.

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O silêncio prevaleceu entre nós por um breve momento. - Enfim, existe muito no mundo que ainda não entendemos e a primeira sombra é uma dessas coisas. - Voltei o olhar na direção do monumento do primeiro. - O que você acha sobre ele? Digo, naquele dia você foi um dos poucos a se levantar contra o décimo, mas depois de tudo o que passou o que realmente pensa sobre ele? - Pela primeira vez nossos olhos se cruzaram por um breve momento e pude ver que a Uzumaki estava realmente séria sobre isso, nós treinamos juntos e ela sempre pareceu forte, mas agora eu estava vendo um outro lado seu que não conhecia.

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- Sinceramente? Eu não sei. Não faço ideia de que tipo de pessoa ele realmente seja. Quando ele matou a nona na frente da vila inteira eu fiquei furioso, algo dentro de mim acendeu e pela primeira vez entrei em uma batalha por mais do que só em busca de emoção, senti que precisava fazer aquilo pela vila. - Era difícil processar as emoções daquele dia, ainda não conseguia entender direito o que tinha me motivado tanto, talvez fosse a tal vontade do fogo do qual tanto falam? - Ele é um monstro pelo o que fez e eu nunca vou perdoá-lo, mais do que assassinar a nona ele manchou o orgulho de todos os ninjas da folha naquele dia. - Fechei os punhos com firmeza em volta da barra de proteção.

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- Você está certo, mas o discurso dele não te abalou nem um pouco? Ele não estava totalmente errado sobre o que disse, Konoha realmente precisa de ajuda, nossas últimas regências foram… Conturbadas. - Conturbadas, acho que ela pensou bastante para encontrar uma palavra como aquela para descrever nossa situação deplorável.

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Deixei um riso escapar, me afastei um pouco da barra e me virei de costas para os monumentos. - Ele não está totalmente errado, Konoha realmente precisa de novos ares, uma regência forte e que lhes traga gloria novamente. - Comecei a me afastar lentamente sem olhar para trás. - Mas não será ele que fará issopela vila. - Senti a breve em meu rosto e talvez aquela conversa tivesse me feito entender melhor o motivo dos Uzuamkis estarem sempre presos a espirais. - Esse mausoléu é só uma sombra do que o nosso clã foi um dia, Shoko, e Konoha está exatamente como ele: uma sombra do que já foi.- Me virei para trás com um largo sorriso. - Mas não precisa se preocupar, eu vou consertar as coisas, tanto o clã quanto a vila vão voltar ao eixo em breve, pode confiar em mim, geniazinha do clã. - E com um leve acesso me despedi da minha antiga companheira de treino.

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Aquela breve conversa com Shoko me fez perceber que eu não era o único com tantas incertezas, mas ficar de braços cruzados não resolveria nada. - Squall pode estar certo, o povo gosta de ser livre. -  Murmurei comigo mesmo enquanto caminhava. - Shin também não está errado em dizer que eles precisam ser fortes. - De longe ergui a cabeça novamente, fitando o monumento do primeiro. - Mas independente do seu lado nessa história uma coisa é certa, todos devem lutar. - Se era uma guerra pelo futuro da vila que o primeiro queria, era uma guerra que ele ia ter.