Depois de curar os danos causadas no jovem de cabelos negros, a mulher de cabelos brancos se levantou, observando-a de forma direta e profunda. Era como se a ninja médica estivesse avaliando a garota. Balançou a cabeça negativamente e determinou que Pandora realizasse um jutsu básico de clonagem, enquanto ela colocava um óculos com lentes acinzentadas.

A gennin se levantou na frente da mestre e fez os selos de mão necessários para a realização do bunshin no jutsu, criando uma cópia, sob o olhar atento de Felícia. Esta se virou para o lado e deu dois passos, com a cabeça ligeiramente inclinada para trás.

Felícia: Pandora-chan, a primeira coisa a se fazer para dominar ninjutsus médicos, é ter um controle de chakra preciso. Mesmo não sendo nada extraordinário para utilizar as técnicas, o controle necessita de cuidado extremo, pois você irá transferir seu chakra para as outras pessoas em forma de saúde… Veja só...

Ao chamar atenção da Heinstein, a Jönin ergueu as duas mãos à altura de seu rosto, com a mão direita sendo envolvida por uma camada de chakra de tonalidade azulada.

Felícia: Com esta técnica ataquei você agora pouco. Isso é um ninjutsu médico ofensivo… Já este, é um ninjutsu médico curativo…

A mulher manipularia seu chakra na mão esquerda e a esfera se tornou esverdeada, causando grande admiração à garota que assistia atenta. Logo na sequência, Felícia parava de liberar chakra pelas mãos e caminharia na direção da entrada da caverna, onde as duas estavam.

Felícia: Você precisará mesmo melhorar o seu controle de chakra, pois ele é a chave para técnicas medicinais… Claro, além de conhecimento da anatomia do corpo. Você terá que estudar ambos para poder se desenvolver nessa área. No entanto, posso dizer que você tem afinidade com esse tipo de habilidade e deve se esforçar para aprender a usá-la em sua integralidade… Bem, eu estou indo… Pesquise por aí sobre ninjas médicos e vai ter muitas surpresas sobre o que pode fazer com isso…

Eram as palavras finais da mulher que saíam muito rápido dali, rápido demais para que a gennin pudesse acompanhar com os olhos. A velocidade da Jönin era superior a qualquer uma que a kunoichi tinha tido contato anteriormente. Respiraria fundo, tentando absorver todas as informações que lhe foram repassadas.

Rei: E então… O que achou dela?

A voz da líder do culto a Rao viria do fundo da caverna e causaria grande susto em Pandora, que levaria a mão direita ao peito, sentindo o coração palpitando muito acelerado. Olharia para trás com um pouco de raiva da usuária de Yöton presente.

Pandora: Você não deveria fazer isso…
Rei: Eu gosto. Mas me diga, o que achou da Hardy?
Pandora: Ela é uma boa sensei para mim. Será útil aprender o que ela tiver a me ensinar. Mas estou intrigada com uma coisa. Por que armou tudo isso?
Rei: Ora Pandora, a resposta é evidente. Vocês duas são parecidas… Órfãs errantes que encaram a vida sem qualquer pretensão política ou militar. Logo, é natural que eu use da experiência dela com isso para lhe colocar no caminho certo, assim como ela mesma entrou…

Pandora arquearia a sobrancelha durante a explanação arrogante dada pela mulher. Não foi a primeira vez que a jovem Heinstein se sentiu um fantoche nas mãos da líder do culto. Chegou a pensar em expor seus pensamentos, mas preferiu se omitir na busca de se manter benquista naquele meio.

Rei: Escute o que a Felícia lhe dirá e, quem sabe, você possa avançar em sua iniciação no nosso Culto na próxima reunião. Creio que será depois que você já tenha deixado de ser só uma gennin. A iniciação é bem difícil e pode custar vidas. Não queremos que você a perca por ser uma ninja de baixo nível…

Assentindo com a cabeça, fecharia os olhos, ouvindo os passos de Rei pela caverna na direção da saída. A despedida da mulher foi sem delongas, tinha diversas outras coisas a resolver na caverna fervente. Pandora se jogaria no chão, deitada a observar o teto, pensando a respeito de tudo que já tinha ouvido sobre o culto, sobre ser um shinobi e sobre as técnicas curativas.

“Aprimorar o controle de chakra e desenvolver meus conhecimentos a respeito da anatomia humana, não é? Será que depois que eu estudar tudo isso poderei usar os mesmos jutsus que ela?... Maláka… O que eu vou precisar fazer para desenvolver tudo isso?” Acabaria por adormecer ali mesmo, profundamente. Em seus sonhos, teria lampejos de treinamentos para aprimorar o controle do chakra, ainda na academia ninja.

Eram três tipos de treinamento básicos. O primeiro deles era a pedra na testa. O segundo, um pouco mais complexo era a subida na rocha e, finalmente, o terceiro e mais complicado de se realizar: caminhar sobre a água.

Saindo da caverna, observaria em volta e localizaria logo uma pedra no solo, abaixando-se, pegaria a pedra. Logo, se sentaria em posição de lótus e colocaria a pequena pedra na frente da testa. O objetivo era concentrar o chakra na testa como meio de prender a lasca de rocha na pele. Por ser um controle menos apurado de chakra, até pelo tamanho do objeto, ela não teria grandes dificuldades de conseguir, mas o tempo era muito curto.

O desafio da garota seria manter a pedra pela noite inteira. Ela iria se impor aquilo como meta de desenvolvimento do controle de chakra. Embora fosse possivelmente estafante, não importaria. Ela tinha que evoluir seu controle de chakra a um nível infinitamente superior ao atual.

Depois de um longo suspiro, ela fecharia os olhos novamente, concentrando o chakra na testa, no ponto exato em que colocava a pedra. Antes de soltá-la, contaria mentalmente até três. Ao abaixar o braço, manteria o controle absoluto do chakra naquele ponto específico dela, levando ao máximo a conexão do objeto com a pele dela.

De início, não era muito difícil, mas similar a segurar um peso de dois quilos com os braços levantados, aos poucos, o cansaço do esforço começaria a minar as energias espirituais da garota. “Não posso deixar a pedra cair… Não posso… Não posso…” Os pensamentos dela pairavam sobre seu objetivo. Realmente, para concluir aquele treinamento, ela teria que cumprir a obrigação dela.

Com o brilho do sol começando a invadir a caverna e o calor tomando conta do rosto alvo da jovem kunoichi, seu esforço estava prestes a ser recompensado. “Eu preciso fazer isso e preciso fazer isso agora… Tenho que fazer isso… Eu preciso…” Começaria a forçar os olhos e enrugar a pele para manter a pedra conectada à testa. Depois de tanto esforço, ela se jogaria no chão, exausta.

Ficaria ali durante aquele dia, em silêncio e largada no chão, antes de adormecer profundamente. Somente acordaria, ao ser despertada pela sensei, que sorria para ela. Talvez aquilo fosse algum reconhecimento pelo trabalho.

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