O típico gato preto arranhou de leve sua perna enquanto estava recostado em uma árvore qualquer, afastado. tinha escolhido aquele lugar para descansar e passar um tempo sozinho. O pequeno animal - quem nem precisava pensar muito para saber de quem era - entregou um pequeno bilhete ao Chunin. Pra variar, um local e um horário. Previsível. Respirou fundo e fechou seus olhos por um momento, deixando a brisa sacudir seu cabelo por mais algum tempo.

No horário marcado, chegou ao local que ela havia solicitado. Provavelmente outro treinamento em equipe ou algo do gênero. Para sua surpresa, quando chegou, avistou a mais velha o esperando. Aquilo não era previsível. E estava sozinha. Quando ele chegou perto foi que a explicação veio, e tudo ficou claro. Ao fim das palavras da mais velha, o rapaz apenas acenou positivamente, entendendo o recado.

"Isso vai ser interessante” - Pensou, enquanto observava a mulher fazer o ritual para a realização de uma técnica conhecida.

Um gato ainda maior que os outros apareceu logo ao seu lado, com um olhar de poucos amigos. Afinal, qual era a fixação daquela mulher por gatos? Deixou o pensamento pra lá enquanto ouviu a explicação nova de sua mestre atentamente.

"Um teste de força, para provar a dignidade. Bom, agora que estamos aqui...” - Pensou, acenando positivamente para a pergunta.

Realizou os selos de mão, curioso para qual seria o resultado, e mordiscou a ponta do polegar esquerdo, manchando a palma da mão direita; esta desceu até o chão, criando as marcações em volta do local tocado.

- Jutsu de invocação! - Falou em tom baixo, concentrando a quanti certa de chakra conforme instruído.

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Todas as vezes que executou essa técnica, o resultado fora o mesmo; aquele sapo de médio tamanho com as armaduras em seus braços. Mas, para sua surpresa, quando a fumaça do jutsu se foi, parada bem ali estava alguém diferente. Um sapo amarelo, grande, com uma voz estranha. E pelo jeito...

"Falante...” - Pensou, suspirando.

O sapo amarelo começou a falar, falar e falar, se apresentando e jogando diversos detalhes ao vento. Ele parecia gostar do som da própria voz. Ao final de suas palavras, ele saltou veementemente para trás e lançou um desafio para o Chunin. Assim que o desafio foi feito, o rapaz abriu e fechou seus olhos rapidamente, preparando-se; os olhos vermelhos carmesim eram o sinal de que aceitava a proposta. Seus olhos viram as mãos do sapo formando selos; vinha algum ataque ai. Não tinha muito tempo, então logo fez um selo de mãos e forjou uma réplica sua bem à sua frente, que serviria de escudo.

"Espero que funcione” - Pensou, deixando seu clone bem À sua frente para tomar o impacto por si enquanto lançava seu corpo para a direita enquanto realizava uma sequência própria de selos de mão.

Assim que parasse, 3 metros para o lado de sua posição original, inflaria seu pulmão, e em seguida dispararia de dentro de sua boca uma onda de fogo devastadora que avançaria rápida e diretamente contra o sapo amarelo. Assim que as chamas deixassem sua boca, o rapaz recuaria mais alguns metros, deixando uma distância melhor, e cuidaria manter seus olhos atentos para observar tudo ao seu redor.

"Lutar contra água me deixa em desvantagem, e isso pode me causar problemas. Pense Squall, pense. Bater de frente é um problema, então...” - Pensou, lembrando de um recurso. Ainda havia um jeito.

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A grande onda de chamas rapidamente se transformou em vapor quando colidiu contra a muralhe de água que o sapo evocou do chão. Mais uma vez, a fraqueza contra a água de provava um problema.

"Droga” - Pensou, vendo o vapor subindo.

Do meio da fumaça improvisada, viu o vulto do sapo surgindo de novo; ele era rápido. O amarelado cuspiu no chão um líquido no mínimo estranho, e isso foi o bastante pro Uchiha recuar mais 5 metros, deixando uma boa distância entre os dois, e também entre ele e aquela poça estranha no meio do campo. Foi quando seus olhos viram os selos nas mãos do sapo se formando que um alerta soou em sua mente; aquela poça tinha algum outro propósito. Com o Sharingan viu a distribuição de chakra e a formação de chakra extra surgindo no meio daquele líquido viscoso; provavelmente era dali que vinha o ataque. Quando viu a massa de chakra tomando forma e saindo para o avanço, jogou seu corpo para a esquerda, tentando se esquivar com sua velocidade máxima, se deslocando 2 metros de sua posição anterior.

- Por pouco... - Diria baixinho, caso de fato tivesse escapado.

Caso a defesa ocorresse com sucesso, correria para frente na direção do sapo, observando-o com seu Sharingan para ficar atento aos movimentos e cuidando para evitar o poço de lodo próximo; caso houvesse algum ataque direto, tentaria se esquivar. Enquanto corre, faria uso de um selo de mão para dar vida à sua técnica pensada; seguiria até chegar à 10 metros do sapo, de onde lançaria as amarras de chakra, tentando prendê-lo.

- Kanashibari no jutsu!

Em seguida, tendo sucesso ou não, sacaria de sua bolsa duas kunais com papel bomba em volta e uma terceira kunai sem papel algum; lançaria as duas kunais armadas à 1 metro para cada lado do sapo, e a kunai desarmada na direção central do peito do amarelado, tentando criar uma pequena armadilha em área fazendo as kunais criarem um campo de explosão em volta e a central lhe causar um dano direto. Em seguida, saltaria para trás, recuando 8 metros.

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"Filho da...” - Divagou quando seu Sharingan o levou a observar aquele líquido estranho que parecia se mover sob o comando do sapo.

"Ele se deixou tomar o dano propositalmente pra poder me pegar com aquilo” - Pensou, enquanto o dragão vinha em sua direção, acertando-o pelo lado.

Seu corpo foi arremessado para a esquerda, aterrissando na grama molhada. Sentiu a dor forte em sua lateral, e demorou alguns instantes para se erguer. Foi um movimento inteligente; trocar um dano menor pelas explosões e a kunai para acertar uma técnica de grande poder no Uchiha. O sapo era tão inteligente quanto falante, tinha que admitir. Quando finalmente conseguiu se recompor, esticou seu braço direito por um instante, tentando controlar a dor e deixar seus músculos mais soltos, e tirou seu casaco rasgado, revelando a camisa branca com o símbolo de seu clã nas costas. Suspirou por um momento, buscando recuperar suas forças e então levou suas à frente de seu corpo e, com um selo, deu vida à uma replica sua, portando até mesmo as marcas deixadas pelo ataque recebido. Os dois estavam à 15 metros do sapo, com o Sharingan mirado nele para cuidar dos movimentos. O clone tirou algumas armas de sua bolsa e repassou para o verdadeiro, então os dois se distanciaram 2 metros. Em sincronia, ambos correram para frente, cuidando para que qualquer movimentação daquele lodo fosse prevista pelo sharingan.

"Pelo jeito, o segredo está naquele selo que ele mantém” - Pensou, observando a mão ainda na mesma forma e vendo o fluxo de chakra com o Sharingan - "É por isso que quando o chakra se move, o lodo se move junto.”

Assim que chegaram à dez metros do sapo, o corpo original lançou duas shurikens, presas por 5 metros de fio; as shurikens seriam lançadas com um espaço de 5 metros entre elas, deixando o fio esticado; o sapo estaria na mira do exato centro do fio e as shurikens aos lados, o que faria o fio acertar ele e as shurikens girarem ao seu redor, funcionando como amarras improvisadas, e em seguida, o original recuaria 10 metros para sua esquerda, se afastando do sapo e do lodo. O clone não pararia seu avanço; seguiria em frente até chegar à 5 metros, fazendo alguns selos enquanto corre. Ao chegar à distância desejada, o clone inflaria seus pulmões e lançaria uma nuvem de cinzas e chamas à sua volta, buscando deixar o sapo sem raio para evasão e, se Deus quisesse, evaporar aquele lodo atrás dele. Em seguida, iria para a mesma direção do original, mas se manteria 5 metros mais próximo do sapo, caso ainda estivesse intacto.

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O clone estava parado logo mais à frente, e o Uchiha verdadeiro atrás, com seu semblante totalmente fechado, e seu olhar fixo no amarelado. Havia muito mais força naquele ser do que a aparência podia indicar. O Rapaz tentou fechar o punho, mas sentiu os músculos puxando; sabia que estava perto do seu limite. Entre a voz de sua Sensei, que ele cuidava para ignorar, e as palavras do Sapo, o Uchiha foi desafiado à uma escolha. Sentia a lateral de seu corpo doer, e muito. E sabia que não aguentaria outro golpe daquele.

"Se eu tomar outro desses eu... provavelmente vou acabar morto. A chance de ir embora é agora, mas ainda assim... de que adianta me apegar à vida, como um fraco e covarde? Não adianta sair daqui vivo se for com a certeza que eu nunca vou poder me vingar daquele homem...” - Trazia o rosto de Kenshi à mente enquanto olhava para sua mão direita, com sua luva parcialmente rasgada.

Fechou seus olhos por um momento, reassegurando sua decisão. Sabia que não valia a pena viver se fosse um completo inútil, se passasse a vida toda dependendo dos outros. Fechou seus punhos, forçando seus músculos, e moveu seu corpo pra frente. Era tudo ou nada; um último movimento antes de desmaiar, ou morrer.  Seu clone sacou uma shuriken do bolso e avançou para frente também, com diferença de 5 metros entre os dois. Enquanto corriam, o original realizou alguns selos de mão, moldando o restante de chakra que lhe sobrava.

O clone continuou correndo, mesmo ofegante, na direção do sapo; quando chegou perto, mirou um soco com a Shuriken em mãos diretamente no rosto do amarelado, sem sequer se preocupar com o depois.

"Tudo ou nada.”

Mais atrás, o verdadeiro parou quando chegou à 10 metros, com os selos realizados. Encheu seu pulmão de ar, e assim que o soco do clone conecta-se, faria seu esforço final para lançar a névoa de chamas e cinzas em sua volta; sua técnica mais poderosa até o momento.

- É tudo... ou NADA! Katon: Hajingakure no jutsu! - Bradou com suas últimas forças, colocando todo seu empenho e energia na realização daquela última técnica.

Após cuspir a fumaça, sequer saberia o resultado; sentiria seu corpo fraquejando, e seus olhos se fechando aos poucos. Seu Sharingan acabou desaparecendo pouco antes de sua consciência ir junto. Fosse qual fosse o resultado, saberia em breve. Ou nunca mais. Em qualquer um dos casos, seria fácil saber o final.

"Ri...noa” - O último pensamento foi o nome de sua amiga que tanto procurava.

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A penumbra da escuridão era aterrorizante. Não saber se estava vivo ou morto era mais incomodo do estar de fato morto. Não que ele alguma tenha morrido para saber, mas da pra imaginar. Mas, a resposta estava por vir. Sentiu seus olhos doerem, e aos poucos, abriu-os. A forte dor de um clarão bem acima do Uchiha fez seus olhos queimarem e não o deixou enxergar nada. Demorou uns bons minutos até que seus olhos começassem a focar no ambiente e começassem a discernir os objetos ali. Aos poucos, tentou se levantar, e ai é que sentiu a dor tomar conta de todo seu corpo.

- Ahhh.... - Soltou um gemido de dor, se retorcendo e voltando para trás, deitando.

"Bom, estou vivo, e inteiro, eu acho. ”

Viu um bilhete apoiado em cima da cabeceira da cama e se esforçou para pegá-lo, mesmo com todas aquelas faixas e bandagens. Quando leu o recado, uma pequena faísca de orgulho brotou em seu interior. Sobreviveu, e concluiu o desafio. A mera ideia de não ser um inútil e fraco era reconfortante. Com isso, resolveu obedecer o recado; não estava em condições físicas de sequer tentar arriscar contra aquele aviso. Fechou seus olhos e deixou seu corpo relaxar, aliviando aos poucos sua dor. Precisava se recuperar e rápido; o caminho pela frente ainda era longo.

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