RPG ROLEPLAY AMBIENTADO NO UNIVERSO DE NARUTO
Shinobi World
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Lua Sangrenta
Arco 5 - Ano 785
Com a interrupção durante o Torneio Shinobi, Shin mostrou ao mundo seus verdadeiros poderes. O revelado Primeiro Hokage liberou sobre a Nuvem uma gigantesca besta de dez caudas que destruiu grande parte da Vila, se mostrando uma antagonista capaz de se opôr mesmo à quatro das cinco Sombras unidas. Com a união de todos os ninjas das cinco nações e alguns renegados, a besta foi finalmente derrotada.

Mas, para a surpresa de todos, o verdadeiro caos veio quando Shin liberou seu verdadeiro poder — Shinra Tensei —, assolando Kumogakure praticamente inteira. E, com o fim da batalha na Nuvem, um olhar sanguinário brilhou no céu, com a revelação da Lua Sangrenta.Um ano após os acontecimentos no País do Relâmpago, uma grande fissura surgiu na superfície da Lua Sangrenta, causando especulações de todos os tipos. As Nações, mais uma vez banhadas na incerteza e insegurança política, se vêem em uma tensão que pode eclodir em uma guerra à qualquer instante, entre qualquer uma delas. O ciclo, outra vez, se inicia.
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Tsukuyomi
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uno




CÃO ESPERAVA PELAS DUAS KUNOICHIS na madrugada fria a frente dos portões da Névoa. Estava sob suas vestes negras e grossas que cobriam dos pés à cabeça, apenas algumas mechas vermelhas de seu cabelo escapavam de trás da máscara de porcelana. Aoba, o homem de cabelos negros espetados, que costuma trabalhar atrás do balcão do gabinete de missões, esperava ao lado. Ele havia enviado dois de seus corvos para as casas das escolhidas.

  Na bela mansão dos Haruno, o pássaro já sabia exatamente em qual janela deveria ir. Seu bico batia insistentemente contra o vidro do quarto da tecelã de sangue e ele não descansaria até que a menina lhe desse passagem. Um único bilhete pedindo para que fosse até o portão da aldeia estava atado em sua pata direita.

  O quarto da menina de olhos violeta também receberia a incomoda visita da ave cor de noite. Possivelmente, a serpente albina seria a primeira a notar algo os perturbava e quiçá seria o responsável por acordar a chunin médica. Quando abrisse a janela, perceberia que o animal carregava em seu bico um bilhete – este detestava que amarrassem coisas em suas patas.

  — Tem certeza de que é seguro mandar as duas? — Aoba perguntou ao caçador.

  — Sim, não será a primeira vez que Chi vai ao País da Lua e a menina Haru é bastante talentosa pelo que sei, Warui-san diz que Raposa só está viva graças a ela. — a voz do ruivo era calma como os ventos que lhe sopravam as roupas.

  A noite era de céu limpo, uma das raras naquela estação. Os céus de cobalto estavam pintalgados de estrelas e a lua nova parecia sorrir. A Névoa estava toda recolhida, apenas alguns filetes de bruma acompanhavam os dois em frente aos portões. Nos bilhetes de ambas as meninas, os dizeres finais: preparem-se para uma longa viagem.



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Tsukuyomi
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Tokubetsu Jonin
Paz? Segurança? Tranquilidade? Descanso após uma longa missão? Essas coisas não pareciam me serem permitidas, e, logo estava ali à minha janela o tormento daquele maldito pássaro incansável que ia e vinha me tirando do meu recanto pacífico. Ao menos não estava dormindo, de frente para o espelho hidratando meus longos cachos azuis de forma pacífica. caminho nua até a janela daquele local que aos poucos ia expandindo-se conforme minha situação financeira se tornava mais expressiva, pegando o bilhete da tal missão.

"preparem-se para uma longa viagem."

Sorrio, sozinha, repleta de sarcasmo e frustração. - Só pode ser brincadeira. Balbucio apertando os dedos contra minhas sobrancelhas, ponderando, lembrando. O homem no outro dia, o "doguinho", ele havia citado algo sobre esta missão ainda não estar finalizada e que seria convocada anteriormente, então, pelo texto breve e pela viagem citada, imagino que provavelmente ele se refere justamente a continuidade abordada. Eu sabia que aconteceria em algum momento, é claro, só não esperava que fosse tão breve, e, também não esperava que fosse meu próximo trabalho considerando-se a possibilidade desejada anteriormente da próxima missão envolver minha aluna.

- Não adianta lamentar... Continuo em tom baixo dispensando a ave para começar a preparar-me para o trabalho que estaria por vir. Como de costume, preparando quatro agulhas involucras em papéis explosivos, uma última com uma hikaridama, além de uma tesoura pequena também em um explosivo. Desta vez, porém, um novo preparativo é feito com um novo item que vai a minha cintura, em uma das agulhas grandes prendendo o fio de aço enrolado de modo que consiga puxar sem maiores dificuldades. Visto a roupa que tenho usado mais vezes por estes tempo, um terno sobre o colete chunin, com uma longa capa e botas, desta vez com saltos mais baixos de plataforma para não serem problemas em minha movimentação. Faço ainda uma outra preparação em dois pergaminhos pequenos.

Me sento ao lado da cama, movendo minha mão em alguns selos para criar cinco símbolos perfeitamente alinhados e passíveis de ativação única nos pergaminhos pequenos. Ali, o que seria colocado seriam cinco papéis explosivos para cada um dos dois pergaminhos pequenos, afim de versatilizar minhas estratégias. A verdade é que, se a missão fosse ir novamente ao local que encontramos na vila da lua, muito do meu poderio mais comum já havia sido demonstrado, o que dificultaria as coisas se eu optasse por seguir por uma metodologia similar. Além disso, é complicado conseguir um efeito surpresa quando o alcance do homem é tão grande em detecção como foi percebido em minha primeira visita.

Arrumava as duas bolsas, uma em minha perna e outra em minha cintura, ambas cobertas pela longa capa, a grande tesoura em minhas costas, as agulhas em seus coldres, alongando-se abaixo do meu quadril e a bandana como de costume estava em meu pescoço. Havia ainda uma outra kibaku fuuda preparada em um certo lugar, por dentro da capa, escondida, e, na altura das minhas costas. Quão mais preparada, melhor podia lidar com aquilo tudo. Era um fato que a arte do selamento começava a me interessar, mas, infelizmente o que tinha era raso para medidas mais ousadas à cerca de sua utilização e isto limitada parte do que eu poderia fazer. Não importava, não naquele momento, seguiria comendo um tanto sem vontade para o ponto de encontro.


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Haruno Chi
Tecelã de sangue




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Haru
Kirigakure Jōnin
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the primrose yearns for the warmth of life
Ainda era noite quando Haru acordou pelo sibilo característico do seu companheiro escamoso.

Lentamente abriu os olhos, revelando o violeta tão vívido que ornava o rosto porcalânico. Ela bocejou, arrastando-se pelos lençóis até se escorar na cabeceira. Então notou o som abafado das bicadas na janela.

Huh? — Balbuciou ela, coçando os olhos. — Foi por isso que me acordou, Shiro?

Calmamente Haru desceu da cama, colocando-se de pé e seguindo à janela. Embora o vidro estivesse embaçado pelo frio, era possível enxergar a pequena silhueta escura do lado de fora. Quando abriu a esquadria, uma lufada gélida fez o corpo franzino se arrepiar.

E lá, sobre o parapeito, estava um reconhecível corvo mensageiro.

Como já era de costume, a menina estendeu o dedo para a ave e a trouxe para dentro, pousando-a sobre a penteadeira. Com muito cuidado, Haru retirou o papel amarrado à pata do corvo, aquilo nitidamente causava incômodo.

"... preparem-se para uma longa viagem", ela leu o bilhete. "Quer dizer que eu vou com mais alguém?"

Haru deu um breve suspiro. Poderia ter a ver com a missão que vem desempenhando no vilarejo dos dois rios, porém como não havia a assinatura de Lisa Lisa, provável que seria uma nova missão. De toda forma, como indicado, ela iria se preparar.

Roupas, equipamentos e mantimentos foram organizados sobre a cama, cujo forro já fora arrumado.

Haru colocou as vestes que habitualmente usa, e pegou sua bolsa de armas. No entanto, ela retirou quatro pergaminhos pequenos da gaveta e os estendeu sobre a cama, posicionando vários equipamentos acima deles — principalmente senbons —, e usou seu chakra para selar as armas em várias escrituras.

Depois, ela guardou os pergaminhos na bolsa de armas, e a deixou presa à cintura sobre a lombar. Em outra bolsa, colocou alguns mantimentos — barrinhas de cereais, cantil de água e afins. A katana deixou presa na lateral da cintura. Ela também ocultou cinco senbons sob cada manga, para caso fosse necessário um ataque surpresa.

Por fim, vestiu a capa branca que protegia seu corpo do típico frio da Névoa.

Vamos, Shiro, — disse Haru, colocando a serpente sobre os ombros.

Pela janela mesmo a menina saiu, correndo pelos telhados até chegar ao ponto de encontro marcado pela mensagem.


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Haru
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Tsukuyomi
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dos




POR TRÁS DA MÁSCARA DO RUIVO, UM SORRISO SINGELO tomou o semblante quando viu a menina dos cabelos turquesa e aquela a quem o Sexto se refere como violeta. Pouco tempo antes, os pássaros negros haviam pousado nos ombros de Aoba, o quorc de cada um parecia cobrar a recompensa pelo trabalho bem feito e ganharam um punhado de milho. O frio da madrugada as castigava tanto quanto a ele próprio, que mantinha a postura a frente dos portões quando na verdade desejava se encolher sob as vestes.

  — Pontual outra vez, Chi-san. — ele voltou o rosto para a menina de cabelos pretos. — Haru-san, é um prazer e obrigado por salvar a vida de minha amiga.

  Sem mesuras ou muita formalidade, ele foi apanhando um pergaminho no bolso de seu abrigo e o entregou nas mãos da líder da missão, a menina de sangue. A letra “A” marcava o selo em cera vermelha que mantinha o rolo lacrado e o caçador esperaria que a tokujo abrisse e corresse aqueles estranhamente belos olhos disformes antes de começar a falar.

  — Acredito que se lembre da viagem ao País da Lua, mas desta vez será um pouco diferente. O anfitrião não espera por nossa visita, mas ele possui olhos em todo lugar, é um homem mais influente até que o líder de Getsugakure no Sato. — sua voz abandonava o tom brando e formal para um timbre mais soturno. — O pouco que sabemos sobre ele é que possui uma habilidade sensorial elevada a níveis muito superiores à técnica comum.

  — Seria praticamente impossível chegarmos até ele sem sermos notados. — Aoba complementou. — Sem falar que ele reforçou as defesas dos entornos do castelo após nossa última visita.

  — Doninha fez um mapa completo com informações de entradas secretas, pontos cegos do lugar na parte de dentro e pincelou algumas informações de como funcionam os negócios lá dentro. — Cão entregou o pergaminho com as anotações do outro caçador também nas mãos de Chi. — Estejam prontas para encararem um caminho mais turbulento e uma defesa mais reforçada no País da Lua. Desta vez, iremos arruinar os negócios daquele homem, faremos bem mais que apenas impressionar uma plateia.



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Tsukuyomi
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Tokubetsu Jonin
Chegando ali, novamente encontro os emissários de nosso trabalho, e, desta vez, ao invés de Hoshi estava Haru como havia antecipado, apesar de, acabar por ser mais uma coincidência que um acato ao meu pedido. Observo-a por um breve instante em silêncio antes do homem em si trazer um diálogo, com o que, de certo modo, até poderia ser tomado como um elogio. Arfo, erguendo as palmas da minha mão sem proferir uma fala sequer, mais para "como se eu tivesse escolha", através de linguagem corporal.

Ergo meus olhos fitando-o calmamente enquanto ele começa a falar algumas coisas sobre o trabalho, confirmando indiretamente que estaríamos atrás do loiro que estava presente naquele dia. Respiro, fecho o pergaminho que já havia lido. - Bem, sim, ele conseguiu sentir nossa presença em uma distância considerável e mesmo através de um henge, então, creio que ele possua alguma habilidade sensorial de chakra. Por outro lado... Penso calmamente cogitando que, não só ele havia sido pacífico em minha última visita para comigo, mas, também havia uma nova leitura que lhe era desconhecida. - Escute, da última vez perguntei e não obtive resposta, mas, qual o motivo de estarmos agindo desta forma? Se ele não é o líder, houve um pedido do líder? Bem, é claro, se não me responder tanto faz também, é um trabalho, certo.

As palavras eram ditas e eu logo fechava o pergaminho, não me preocupava muito em transparecer nenhum heroísmo ali naquela conversa, não era do meu feitio. Por outro lado, também evitava afirmações que me queimassem por razões óbvias. Escuto sobre as entradas que o doguinho passa e percebo que desta vez estaremos sozinhas, saindo do conceito totalmente do último trabalho. - Certo, certo. Resmungo enquanto vou selando uma habilidade de forma calma, transformando-se em outra silhueta que saia da minha mais padrão e conhecida. Um visual masculino, moreno, cabelos longos, relativamente alto, com faixas no braço e uma vara de pesca substituindo a longa tesoura.

[Rank A] Sangue & Violeta & Lua Hqdefault

- Meu visual já é conhecido e minha aparência chamativa e bem, singular. Vamos tentar pegar um barco de pesca ou mercantil menor e irmos até o local sem levantar tantas suspeitas antes de entrarmos na detecção, isto vai nos dar mesmo que breve, algum tempo quando estivermos em solo. Falo para a garota de maneira calma já me direcionando para os portos mais vazios onde não há tantas pessoas. Ali, procuraria por alguém que estivesse indo naquela direção para pegar uma "carona" oferecendo meus serviços para ajudar na pesca. Tinha de fato alguma proficiência naquilo, já tendo pescado algumas vezes com meus pais, e, bem, ninjas sabem lidar com fios e agulhas.

Quando eu tivesse algum tempo livre dentro do barco que teria, provavelmente, o suficiente pra viver, peixes, banheiro, e, o principal, poucas pessoas sendo nós e no máximo mais dois que trabalhariam ali, buscaria um tempo mais afastada com Haru. - Desta vez somos nós as invasoras, mas, bem, vamos fazer direito e sair vivas se não seremos apenas iguais aqueles idiotas. Morrer tão perto seria um pouco chato... Estou cogitando... Me apresentar pra competir e chamar atenção, enquanto você talvez soltaria os prisioneiros para causarmos um pequeno caos, mas, não sei quão precavido ele está e se é possível seguir isso, vamos ver quando chegarmos. Qualquer coisa me fale também... Confiava na garota que tinha ótimas ideias, então, abrir para suas sugestões era apenas natural.


Informações gerais:
Haruno Chi
Tecelã de sangue




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Haru
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the primrose yearns for the warmth of life
Haru dava de cara com dois oficiais da Névoa e uma figura conhecida, Chi-sensei. Os fios escuros como a noite escorreram sobre os ombros quando ela pendeu a cabeça, um cumprimento de reverência e respeito aos ninjas de maior patente.

Ela escutou seu nome ser proferido pelo mascarado, e sabia que máscaras como aquela só são usadas pelos membros da elite militar de uma vila, os Anbu. Corou as bochechas quando o Anbu a agradeceu, lembrando-se da mulher que usava a máscara da Raposa.

Enquanto Haru ficava sem jeito, Chi recebia o pergaminho lacrado com cera vermelha, gravado com a letra "A". Os olhos violeta se esgueiraram pelo canto para ler o conteúdo junto a sensei.

"É uma missão já em curso", constatou Haru. "Pelo menos Chi-sensei está por dentro do assunto."

O silêncio de Haru era absoluto naquela roda. Além de ser do seu feitio, sentia que estava caindo de paraquedas em algo muito maior, uma missão mais pesada do que as que vinha enfrentando até agora. "Talvez seja no mesmo nível da invasão", pensou ela, cerrando os punhos debaixo da capa.

Conforme a conversa se desenrolava entre os demais, Haru observou Chi transformar sua aparência para a de um típico pescador. Notando o intuito dessa ação, a garota fez o mesmo. Após tecer o selo do tigre, uma fumaça contornou a silhueta da pequena e, quando dissipou, Haru também havia se transformado em um pescador, porém mais jovem.

Agora, ela parecia ser o filho do homem que Chi virou que viaja com o pai para aprender a arte da pesca — o enredo já estava pronto.

Certo, — afirmou Haru, seguindo os passos do plano de sua sensei.

Enquanto caminhavam para encontrar uma embarcação, Haru escondeu Shiro debaixo do quimono que vestia a transformação. — Quietinho, Shiro, — sussurrou.

❀ ❀ ❀

Algum tempo se passou desde que a dupla de pai e filho andaram até encontrar um barco. Lá, Chi deu um jeito de se entender com os tripulantes, enquanto Haru ficou mais reservada atrás de sua sensei. Mas não demorou muito para que Chi viesse ter uma conversa mais reservada a respeito do plano.

Competir? Ele já não conhece o seu chakra?, — responderia Haru, com a voz em volume baixo. — Pode ser arriscado atrair essa atenção, e nos afastarmos pode ser ruim também. Porém, eu não conheço o lugar nem as pessoas, então não tenho como elaborar nenhum plano... ainda.

Haru permaneceria observando o lugar, como fez desde que encontraram o barco. Os olhos violeta estavam em alerta, tanto pelo teor da missão, quanto pela insegurança que assolava seu peito.

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Haru
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Tsukuyomi
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tres




CHI FAZIA UMA PERGUNTA INTERESSANTE e Cão limpou a garganta quando a menina de cabelos turquesa terminou de falar.

  — O pedido de missão veio pessoalmente do líder de Getsugakure, que é um homem bastante pacífico e, embora não seja fraco para comandar um vilarejo shinobi, ele não é forte o suficiente para lidar com o anfitrião. — fez uma pausa, observando o semblante das duas kunoichis. — Ele sabe bem que seus subordinados tampouco teriam poder para sobreviver a uma ida naquele castelo, sem mencionar o fato que mais perturba o velho: alguns ninjas da Lua se uniram ao anfitrião sob juras de poder. Oficialmente, são renegados, mas mancham o nome de Getsugakure por não terem riscado o símbolo da vila talhado na placa de metal e ainda se nomearem como shinobis de Getsu.

  Percebera que, diferente da menina de sangue, Haru mal abria a boca para falar, era bastante mais reservada. Um pequeno frasco costuma guardar os melhores perfumes e os mais perigosos venenos, o caçador lembrava-se do amigo relatando que violeta possui um conhecimento surpreendente a respeito de venenos e assim que ela salvou Ichika. Cada uma das duas eram figuras únicas e igualmente interessantes, ele sentia-se seguro em estar encaminhando-as para uma missão de alto risco.

  — Espero ter respondido sua pergunta, Chi-san.

  Aoba se desfez numa revoada de corvos e Cão deu alguns passos em direção a um canto escuro e sua presença desapareceu ali, o branco de sua máscara sendo a última parte a ser devorada. As meninas estavam a própria sorte – e às próprias habilidades.

  O primeiro ato da dupla se mostraria bastante eficaz quando pisassem no porto. O cheiro de peixe e sal era mais forte ali do que qualquer outro odor e os céus no horizonte estavam cobertos por nuvens negras, carregadas e podendo chamar a tempestade a qualquer momento. Os dois pescadores pararam diante de um velho mercador com a barba alongada até o peito e longos cabelos brancos como algodão. O semblante era receptivo, diferente do que se espera ver em um lugar onde todos parecem grosseiros e carrancudos.

  Tomaram um barco relativamente grande, Chi poderia perceber que nenhum dos rostos daquela tripulação era dos homens que viajaram com ela e Hoshi da última vez. Além delas, mais oito homens, incluindo o capitão que as recebera, estariam espalhados, havendo uma cabine para cada dupla. Eles deixaram os estranhos pescadores juntos onde pudesse conversar e discutir os próximos passos.

  Ambas faziam apontamentos importantes quando foram interrompidas pelas duas batidas na porta de madeira. Se abrissem, veriam um dos homens da tripulação de aparência truculenta, com o corpo marcado por cicatrizes e longo cabelos negros desbotados presos num rabo de cavalo.

  — Estão a fim de beber um pouco e jogar umas cartas? — a voz dele era grave. Em suas mãos estava o baralho e uma grande garrafa de rum.

  Se a dupla aceitasse, ele as levaria até uma grande mesa redonda onde estariam todos os outro já bebendo e rindo escandalosamente, a típica barulheira que divertia os marinheiros. Uma pequena lamparina suspensa iluminava a mesa onde os jogos aconteceriam.

  Restava à Chi e Haru a escolha de aceitar ou não o convite.



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Tokubetsu Jonin
A conversa fluía sem grandes problemas antes de sermos interrompidas. Sua hipótese era pertinente, apesar de eu realmente não ter mostrado "tudo" que tinha para exibir em um combate visto sua brevidade e o quão eu me estabeleci em um "all-in", minha versatilidade adotando estilos de luta mais voltados ao genjutsu ainda não havia sido mostrado, apesar de, este ser pouco efetivo considerando as habilidades do homem à frente da organização. A minha "pergunta" em si não tinha sido respondida tão dentro do previsto, mas, era uma informação útil saber que Getsugakure, ou, ao menos o seu líder era nosso contratante, mas, imagino como poderia usar isso ao meu favor que não começando uma guerra.

O que ela dizia era algo pertinente e seu desconhecimento podia ser prejudicial, me fazendo tomar uma postura um pouco mais pensativa sobre os próximos passos quando um dos homens batia chamando para beber. Seria complicado negar, ao menos, completamente, e, até certo ponto eu tinha bons meios para lidar com o quesito embriaguez. - Bem, irei em breve, como poderia perder? Mas meu filho ainda é jovem, deixemos as crianças de fora. O garoto precisa estudar. Digo em um sorriso alto com aquele tom grave da imagem que eu transparecia pela habilidade utilizada fitando-a de canto enquanto entregava o mapa enrolado de forma que seu conteúdo não fosse visível para que ela se familiarize, ao menos em tese teórica, com o lugar pra onde vamos. Com um movimento sobre a mesa com um copo d'água ou algo do tipo ainda deixaria uma mensagem que lhe seria mostrada quando saísse do local.

"Depois de terminar com o mapa venha e tente observar o que estou bebendo, sei do conhecimento sobre venenos e quero ter certeza que não é uma armadilha"

Minha desconfiança era grande, mas, válida pelas circunstâncias da outra viagem onde muita informação foi entregue antes mesmo de podermos ocultar nossos passos, se não fosse diferente ali, as coisas seriam complicadas. Pegava logo uma caneca, sem beber, olhando o cenário e tentando ver cada coisa útil ao meu redor caso algo desagradável acontecesse. Eu já não era tão carismática de forma, mas, bêbados, todos eram um pouco agressivos e sinceros de mais como eu já sou em estado normal, o que meio que imerge até facilmente ao meio. - Então, o que estão apostando? Digo com um sorriso arrogante ainda sem beber, mantendo o copo ali comprando tempo caso houvesse algo de efeito muito rápido. Algo lento, ou, mesmo álcool se com natureza em condução pelo sangue poderia ser resolvido com rotação e diluição em abundância deste sem grandes dificuldades, mas, se fosse algo que agisse por outra forma ou rápido de mais eu estaria em problemas se não conseguisse enrolar para beber.

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the primrose yearns for the warmth of life
O vai e vem das ondas e o sutil sacudir do barco embrulhava o estômago de Haru. Ela segurava sua natureza para manter o disfarce, além de escutar o que Chi tinha a dizer. Mas antes que pudesse completar seu raciocínio, batidas na porta da cabine interromperam a discussão do plano. Um dos tripulantes de aparência bizarra apareceu com um típico convite de marinheiros.

Chi tomou a frente, fazendo um bom uso da ideia de pai e filho. Haru apenas fez que sim com a cabeça, apanhando o pergaminho da missão.

Cuidado, papai. Lembre-se: quando o senhor ver branco é porque está muito embriagado, — advertiu Haru, antes de Chi sair.

Sozinha, Haru procurou uma cadeira ou cama para se sentar. Ela expirou, um suspiro de sufoco. Então olhou em volta, observando a espelunca em que estava metida. Embora a vista não fosse nada agradável, o copo d'água que havia sobre a mesa agora continha uma mensagem gravada com a própria água.

"Chi-sensei", ela pensou, aproximando-se e lendo a mensagem.

Haru sentou-se de novo, abriu o pergaminho e começou a estudar o mapa. Ela tinha certa experiência em gravar localizações, visto que seus pais a fizeram identificar o território da Névoa em distritos. Ela devorou o conteúdo, com a voracidade de se situar na missão, afinal, até pouco tempo atrás o sentimento de despreparo estava inquietante na sua mente.

Algum tempo se passou desde que ela começou o estudo do mapa. Depois de achar que era o suficiente, guardou o pergaminho dentro das vestes e saiu da cabine.

Decidiu ir com cautela, seguindo pelas beiradas da embarcação até chegar ao local da confraternização. Não seria difícil encontrá-la, pois havia o barulho de música ruim, gritos roucos e cheiro forte de álcool.

A garota tentaria não se aproximar demais, apenas ficar na retaguarda. Não era seu objetivo se misturar com a multidão, já que não tinha a mínima vontade de encher a cara ou socializar.

Os olhos violeta estavam atentos às bebidas, buscando qualquer sinal que denunciasse uma possível intoxicação — fosse a cor, o cheiro, algum efeito colateral. Se ela constatasse uma toxina, pegaria Shiro de dentro do quimono e o soltaria para rastejar até Chi, ela provavelmente entenderia o recado.

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Tsukuyomi
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la criatura




CADA PASSO DAS MENINAS DA NÉVOA ERA COMO se as duas estivessem caminhando sobre um tapete de ovos. Não tomavam uma atitude sequer sem pensar cuidadosamente antes e a garota de sangue fez bem em não virar sua bebida logo de cara, afinal todo cuidado seria pouco. No entanto, quando ela visse os outros marinheiros virando seus copos cheios de rum numa única golada, dificilmente pensaria ser veneno que estavam lhe oferecendo.

  Haru, a menina dos olhos violeta, poderia ver claramente que não havia qualquer sinal de toxina com seu já notável conhecimento. Eram apenas homens grosseiros peidando, arrotando e urrando enquanto distribuíam as cartas sobre a mesa.

  — Apostando? Meu caro, nos últimos tempos, mais vale a comida na mesa que o prazer de alimentar um vício. — era o homem que os havia convidado, tinha agora um olhar sombrio no semblante. — A guerra atingiu a todos nós de maneira avassaladora. — ele virou mais um copo de rum e suspirou satisfeito. O rosto estava um tanto corado nas maçãs. — Ao menos agora temos uma nova Sombra, ainda temos nossas cartas, boas bebidas e peixes, os ventos estão a nosso favor.

  A fumaça de charutos preenchia a sala e era o máximo de toxina que Haru conseguiria identificar no lugar. Todos os homens ali eram bons. Truculentos e mal educados? Sem sombra de dúvidas; mas todos bons. Do lado de fora, uma criaturinha flutuava e dançava, singrando em direção ao lugar de onde vinha toda a barulheira. Rondou Haru por algum tempo após dar as caras, mesmo que sob a pele de filho de pescador, e fez com que os marujos se erguessem assustados e interrompessem a jogatina.

  — Um demônio do mar! — um deles gritou.

  — Garoto, fique parado, não se engane pela aparência da criatura.

  O timbre das vozes era tremulo e assustado, como se estivessem diante de uma tempestade devastadora que se aproximava do barco que os carregava. Quiçá, jamais haviam visto criatura parecida, mas as histórias existiam e a fé de que aquela coisa de olhos azuis, sorridente e de feições delicadas era um ser abominável preenchia eles mais intensamente que o rum que descia goela abaixo.

  O desconhecido bicho com o pequeno corpo todo da cor azul ciano pousou sobre os cabelos do filho de pescador, cobrindo seus olhos por alguns segundos com as patas. Quando os destapou, estavam com o rostos colado ao de violeta e a criatura flutuou de novo, dançando em torno de Haru.

  — É melhor matarmos antes que essa coisa faça algo perigoso. — sugeriu o capitão que as aceitara no barco, mais firme que os demais, mas igualmente amedrontado.

  Caberia agora a elas a decisão de dar cabo a existência do ser aparentemente inofensivo ou ir contra a palavra do homem que comandava a embarcação e preservar um pequeno frasco que elas não faziam ideia do que haveria dentro. Um dos tantos mistérios do mar estavam diante das duas kunoichis.



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Tokubetsu Jonin
Sem veneno, o que era um bom sinal. Pensando sobre o homem que era nosso alvo, quase poderia dizer que esse não era o seu estilo por nossa breve convivência, mas, era mais temível que fosse outros inimigos. Pior, não haver venenos não descartava a possibilidade de ainda serem pessoas que poderiam revelar informações sobre nós. Os homens também falavam sobre a forma como estavam felizes por uma nova sombra e todas aquelas coisas ali, revelando uma certa intimidade com a névoa bem quando eu já ia cogitando que seria bem mais fácil simplesmente matar todos quando eles cumprissem seu papel de nos levar até o outro lado. - Entendo... Bem, então brindemos. Digo um pouco desapontada pelo ponto da aposta que, mais que um blefe, tinha seu ponto de verdade em interesse.

Não havia nada "branco" também. Tal mestra, tal aluna? Sorrio um pouco segurando o copo, cogitando que aquele certamente era um sinal que seu "amado crush" não entenderia já que depois de diversos encontros, o mesmo ainda não havia compreendido claramente o "Shh". Deveriam ser "quatro" os encontros para ter sucesso? Bem, na ausência de Shiro o alvo espalhava-se na névoa densa de seus charutos e respiração pelo mar e ambiente festivo onde jogávamos, mantendo-me atenta de certa forma aos meus arredores para nenhum "ferimento inesperado". Apesar de poder usar a rotação de sangue para não me embriagar era difícil fazer isto em público quando precisava esconder minha identidade, então, teria que lidar um tempo com o que bebesse e me continha ao mínimo possível.

Tudo era interrompido por um abominável, temível, assustador, monstro felpudo voador. Haru parecia bem... Amigável? Bem, ela era assim com criaturas nocentes tipo Shiro, e, não ousem me incluir como tal leitor. Não me espantava sua familiriadade, apesar de eu mesma não me sentir tão à vontade sobre a presença daquela "coisa" que poderia acabar vir a ser um problema intermediário desagradável. Arfo, pensando ser melhor seguir o fluxo com quem me era conhecida ao desagradá-la, por sua índole simplesmente matar aquilo seria algo complicado. - Cavalheiros! Quase grito em alto erguendo a caneca ainda cheia pela metade demonstrando que mal havia bebido, mas, transparecendo tão bem quanto possível o contrário. - Estão com medo dessa, coisinha?

Sorrio em alto tom, mesclando dali em diante verdades e mentiras. Não era tão boa com aquilo, então, uma completa mentira seria ousadia de mais à troco de coisas absurdas que podia dizer com maior certeza. - Já vi tesouras que moviam-se banhadas por uma luz rubra misteriosa, e as ostentei por minhas mãos. Já estive diante da grande e impetuosa hydra dracônica de oito cabeças feitas de puro sangue. Eu me acovardei? Não, montei sobre suas cabeças e conduzi o seu caminhar. Honrem as bolas que tem no meio das pernas, um grande capitão como você com medo dessa coisinha? E eu que já ia considerando o senhor como um dos poucos homens que eu devia admirar pela bravura em trabalhar firme para trazer alimento nestes tempos de guerra... Você me lembra o meu pai, a tanto tempo não o vejo... Coloco a mão na frente dos olhos como se fosse chorar, abraçando o velho homem, esperando que Haru desse logo um jeito de tirar aquilo dali se ela queria mesmo evitar um conflito de um lado ou outro.

Sobre meu pai, bem, não era tão uma mentira, eu realmente não o via a quase um ano, apesar de ele não ter morrido. Quando Haru conseguisse sair do ambiente de algum jeito, ou a criatura, ergueria a cabeça como se nada tivesse acontecido. - Homens não choram por muito tempo! Diria erguendo a cabeça. - Vamos continuar a festa, vamos comemorar a tal sombra que você disse meu caro! Já ia virando o resto da bebida torcendo para que aquilo acabasse de forma breve, e, após encher o copo, voltando ao ato de conter-me na quantia, se tudo desse certo. Se não desse, bem, sobrava adaptar-me.


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the primrose yearns for the warmth of life
Embora não houvesse veneno, o cheiro podre dos tripulantes impregnava o convés e o ar. A atmosfera inebriante enjoava ainda mais Haru, que já estava nauseada pela maré. Ela deu um passo para trás e girou seu corpo, apoiando-se no parapeito da embarcação.

Suspiros com pausas cronometradas eram uma forma de buscar alívio, esse que parecia tão distante dali. Mas então, com o olhar lançado às ondas, Haru observou a aproximação de um vulto azulado. Ele singrava pelas águas e cortava a névoa, desafiando o entendimento da pequena que analisava sua chegada.

De repente, o vulto se revelou como uma pequena criatura diante do olhar confuso de Haru. Ela flutuava em volta da menina, parecia uma brincadeira de dança. Apesar de possuir um tamanho pequeno e traços delicados com olhos redondos e sorridentes, os pescadores se assustaram e levantaram a guarda.

Haru, por outro lado, permaneceu fitando a criatura. O disfarce não cobria a cor de seus olhos, e eles não apresentavam mal, nem medo, nem euforia... mas vibravam sua cor intensamente. Seria uma espécie de curiosidade, um misto de admiração com desejo, com uma pitada de deslumbre.

Tantas histórias ouvidas, tantos livros lidos, tantas noites sem dormir estudando, e Haru nunca tinha visto tal ser.

Apesar do encanto, uma hora ou outra aqueles brutamontes iriam atacar. Eles vociferavam e procuravam por armas. Era possível escutar Chi tentando acalmá-los, ganhar tempo, porém isso não iria durar muito.

Com o tempo que Chi conseguisse ganhar, Haru calmamente ergueria a mão, tentando se comunicar com a dançante criatura, assim como fez com Shiro. Sem medo, sem grandes expectativas, mas com a sinceridade estampada no violeta.

É melhor você voltar pra água, — sussurrou Haru. — Eles não estão preparados.

Um sorriso brincaria nos lábios da pequena, esperando ser compreendida.

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decisión




NÃO TANTO PELO TALENTO OU PELA BOA ATUAÇÃO da garota de sangue e bastante mais pelos cérebros limitados e alcoolizados da tripulação, a distração foi um sucesso. Nenhum daqueles homens de rostos corados e com hálitos fedendo a rum saberia dizer se o que o falso pescador estava contando-lhes era uma saraivada de lorotas ou se ele realmente era um homem de tantas histórias. O abraço fez toda a tripulação se comover, alguns outros também se permitiram derramar uma lágrima ou duas e dois ou três se juntaram ao gesto, afinal não era tão incomum homens naquela idade já terem perdido os pais – isso quando os conheciam de fato.

  O filho do pescador se mostrava um tanto incomodado com toda a viagem e o cenário que os rodeava, ainda que não fosse perigoso. O ar poluído pela densa fumaça de charuto se mesclando ao pouco vento externo que circulava ali dentro que era propositalmente bem blindado para que o frio dos mares não os esmagasse era tão estarrecedor para ela – ou ele, no caso – quanto qualquer veneno. O balanço só piorava tudo e o forçava buscar apoio, nada que tivesse sido relevante ou notado pelos homens que jogavam assim que apareceu.

  A doce dança da criatura desconhecida parecia um deleite para ela em meio ao caos. Aqueles olhos lilases brilhavam como duas grandes joias bem lapidadas na mão de um lojista e fascinavam o flutuante e misterioso ser azulado que não pareceu resignado com a ideia que Haru lhe dera. O mesmo encanto que ela tivera com o ser, ele tivera com ela, como se fosse amor à primeira vista. Entendia cada palavra de violeta e quiçá dos brutamontes também, mas não parecia se ofender com os brados de “demônio” ou pedidos para que o matassem, aparentemente só se importava em brincar e encontrou na criança algo muito melhor do que procurava.

  Bagunçou levemente os cabelos do filho de pescador e flutuou porta afora e quando finalmente partisse, o alívio tomaria a todos os marujos que retomariam a jogatina que havia sido interrompida pela misteriosa criatura do mar. Quando Haru e Chi, em seus disfarces, decidissem retomar à cabine para o descanso da primeira noite das duas que levariam lá até atracar no País da Lua, encontrariam o pequeno azulado dormindo sobre o travesseiro que havia sido separado para a menina dos olhos violeta dormir.

  Ante a elas, estaria outra vez a decisão: devolver a criatura para o mar ou aceitar sua insistente companhia?

  Cada escolha teria um risco.
  Qual elas irão correr?



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Tokubetsu Jonin
A noite passava-se relativamente "tranquila", se é que é possível chamar o festejo desta forma apenas pela ausência de mais possíveis conflitos não planejados. Mal tinha chegado e já tinha tido esse trabalho, minha mente rodava mais com o pensamento sobre como tudo era cansativo do que com a bebida em si. Ao afastar-me, podia utilizar o método de antes e purificar minhas veias, mas, para que? Já parecia estar tudo bastante ameno e, estar um pouco "alta" em verdade era até positivo para eu não sentir vontade de me matar de depois de tanto esforço.

Chegando no quarto eu só queria soltar o meu corpo e cair na cama, e, era o que fazia, caindo sobre algo não tão macio quanto esperava sobre meu travesseiros meus olhos arregalam-se quase beirando o rubro de meu dojutsu. - Que desgraça é... Meus lábios apertam-se e meus olhos agora calmos reviram-se em extrema revolta. - Ganhei um filho e agora um neto que é um peixe voador, é isso mesmo? Já digo um pouco revoltada, apesar do baixo tom ao inclinar-me para observar a garota que ainda devia deslumbrar-se do mesmo encanto de antes. Deslizo a mão na sobrancelha, ponderando, pensando, quase implorando por um motivo mental que justificasse eu não seguir pelo caminho mais simples onde simplesmente matava aquilo tão breve quanto podia.

- Quer essa coisa neh? Ótimo, mas ela é sua responsabilidade. Vou caminhando até o mesmo travesseiro tirando a fronha, e, ao redor procurando alguma outra coisa um um tecido mais grosso como uma coberta velha ou coisa do tipo que desse desfazer. Usaria a fronha como um forro pré-pronto e teceria o possível tecido como o corpo externo da mochila, que, pela falta de materiais, dificilmente teria algum tipo de design incrível, mas, devia ser usual. Jogaria com uma feição densamente irritada na direção de Haru e me jogava na cama para dormir sem falar nenhuma outra palavra, pronta para finalmente ter algum descanso. Felizmente, a garota tinha sorte por eu ter "agulhas e tesouras", o que, não era tão normal assim para uma ninja.


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the primrose yearns for the warmth of life
Os fios escuros como ébano foram bagunçados pela pata azulada. Haru deu um sorriso de despedida, vendo o ser místico flutuar e desaparecer na névoa. Mas logo a alegria nos lábios da menina foi desmanchada, o enjoo voltou a aturdir a pequena que entrelaçava a barriga com os braços franzinos, tentando segurar a náusea.

A festa continuou. O teatro de Chi foi o suficiente para entreter a tripulação bêbada. E Haru permaneceu no canto, às margens da embarcação, tentando se distrair com as ondas e respirar um pouco de ar puro.

Enfim, com o fim do festejo, a dupla voltou para a cabine. Lá, Haru vislumbrou o ser místico uma nova vez, deitado sobre o seu travesseiro. Contudo, Chi, que já estava alta, não percebeu a esfera azul e deitou sobre ela.

Chi-sensei, — sussurrou Haru, arregalando os olhos. — É... é ela?

A menina se aproximou da criaturinha, com aquele mesmo brilho no olhar de quando a viu no convés. Haru então tomou uma decisão intempestiva. Uma baforada de fumaça cobriu seu corpo e devolveu sua imagem original.

Se vai ficar com a gente, prefiro que me conheça de verdade, — disse ela, aproximando-se da criatura. — E este aqui é o Shiro.

Haru retirou a serpente albina de dentro do quimono e a repousou sobre a cama, deixando que as duas criaturas se conhecessem. Ela confiava que seria uma relação amistosa, pois Shiro sempre foi bom com quem era bom pra ela.

Você não tem um nome, né? — Questionou Haru, e em seguida uma ideia cruzou sua mente. — Que tal Aoi?

Novamente aquele sorriso singelo curvou os lábios de Haru, enquanto ela conversava alegremente com a nova criaturinha que se juntava ao grupo.

Nesse ínterim, Chi jogou um tipo de cesto improvisado. O encanto de Haru era tanto que nem sequer viu quando a tecelã costurava o objeto.

É uma ótima ideia, Chi-sensei, — completou, apanhando o cesto.

O dia seguinte seria complicado, pois os marujos não gostavam da ideia de ter um monstro a bordo. Porém, Haru confiava no cesto tecido por Chi, usando-o como uma mochila para carregar a pequena e fofa Aoi.

Depois da conversa em grupo, ela voltaria a usar seu disfarce de filho de pescador, e deixaria o cesto preparado para manter Aoi e Shiro dentro.

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regreso




OS OLHARES SE CRUZARAM PELA ÚLTIMA VEZ NUMA DESPEDIDA SILENCIOSA, o demônio de gelo e o de sangue partiram juntos para o coração da Lua. O vilarejo do país não ficava tão distante do local onde ficaram aprisionados por tanto tempo, mas eles não pertenciam àquela nação; seria o último ato deles antes de se lançarem ao mundo. Seus talentos poderiam ter sido bem aproveitados se de fato recebessem a oportunidade de uma formação shinobi descente, mas nunca haviam sido treinados em academias reconhecidas – eram criados por Koji e seus servos para treinarem e serem negociados, não muito diferentes de animais de circo.

  O que seria da vida daqueles tantos prisioneiros? Nada se pode afirmar, mas são fortes o suficiente para desenharem o próprio destino a maneira que desejarem. O sentimento de gratidão intensa pela liberdade talvez fosse difícil de compreender para as duas meninas que jamais foram privadas de voar, mas a sensação que tomava Izumo e Kanae era a mesma que transbordava em um pássaro liberto de sua gaiola, finalmente poderiam bater suas asas como quisessem.

  E a dupla da Névoa voltaria aos mares.

  No porto encontrariam embarcações melhores a sua espera, a notícia de seus feitos havia se espalhado tão rapidamente que lhes fora oferecida uma viagem num dos mais luxuosos barcos que estavam atracados. A estrutura interna era toda encarpetada de azul cobalto, com lustres iluminando as áreas comuns, lanternas suspsensas em arandelas nos corredores, cabines com camas macias e roupas limpas, um banheiro só para as duas com água quente e comida a vontade, o tanto que aguentassem comer lhes seria permitido.

  No cair da última noite, quando a lua cheia brilhava intensa nos céus tão negros e pintalgados por estrelas brancas, Aoi tinha os olhos doces mergulhados nos de violeta. Nos lábios da criatura, um sorriso. Flutuou até Chi e a abraçou singelamente antes de partir na direção de Haru e repetir o gesto de forma um tanto mais prolongada e calorosa. Os ventos traziam o cheiro de sal por entre as janelas e Aoi sabia que estava em casa outra vez. Afastou-se da menina e cumprimentou Shiro também antes de acenar já com as costas voltadas para o grande mar aberto.

  Seu corpo azulado lançou-se no breu e o som de seu peso contra a água precedeu o brilho intenso que revelou mais criaturas como Aoi que pareciam esperar por ela. Chi e Haru estavam diante de um mistério dos mares que cercava o País da Água e no coração de violeta ficariam as lembranças de sua companheira que transbordava pureza.

  Os ventos de inverno sopraram mais gélidos quando a embarcação atracou na Névoa e a dupla foi recebida por um fino véu de bruma por sobre a aldeia, bem como pelo caçador de cabelos vermelhos como fogo, o homem de óculos escuros e cabelos espetados e a terceira presença era da oinin conhecida como Raposa. Todos aguardavam por Chi e Haru no gabinete para receber os detalhes da tarefa concluída.

  — Bom vê-las outra vez, Chi-san — Cão tombou a cabeça na direção da sensei e depois voltou sua atenção para violeta. — e Haru-san.

  — O relatório, por favor. — Aoba fora mais direto, sem mesuras ou rodeios.



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Tokubetsu Jonin
Muito sono e comido depois, ali estávamos nós, diante daqueles que nos haviam concebido o trabalho a priori. Me espreguiço buscando alguma energia. Um era mais educado e o outro, bem, parecia mais nos ver como ferramentas em si, abraçando o conceito ninja que era tão arraigado. Não que isso fosse um problema. - Claro, claro. Digo balbuciando sonolenta enquanto abro um pergaminho e começo a escrever, Sim, bem ali diante deles, com uma naturalidade que poderia beirar o espanto.

Em certo momento receando reclamações ergo a cabeça já me defendendo. - Que foi? Eu quase desmaiei sem chakra em uma luta insana, vim quase inconsciente, não tive tempo antes. Minha caligrafia era boa e rápida, assim, não corria o risco de ter que ficar escrevendo várias vezes. Enrolo e entrego ao mais apressado que também devia ser quem já tinha mais fervor em pegar logo aquilo que desejava, as boas novas de uma missão concluída. O trabalho tinha sido consideravelmente exaustivo, e, além disso não tive meu colo geladinho, mas era a vida, logo teria o oposto, o colo quentinho me esperando de Hoshi para dormir ainda um pouco mais.

- Nos vemos depois Haru, depois me mostre o que fez com as plantas. Digo em um sorriso fraco, partindo, se liberada fosse do local para continuar com meu cotidiano.


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Haruno Chi
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the primrose yearns for the warmth of life
A típica bruma esbranquiçada tocou no delicado rosto de Haru assim que desembarcaram do luxuoso barco. Estavam de volta à Névoa. E a pequena violeta sentia arrepios enquanto caminhava ao lado de sua sensei, encolhendo-se sob o manto que parecia insuficiente para protegê-la do frio. Era como ter a companhia de Kanae — ou até pior.

Logo no porto, algumas figuras militares importantes da Névoa estavam presentes para receber a dupla. Uma recepção calorosa? Não era o que dava a entender, mas sim a necessidade do relatório da missão. Haru se curvou diante dos oficiais, cumprimentando-os com o gesto de cordialidade. Já Chi, com toda a sua reverência, não havia preparado o documento, deixando para fazê-lo de última hora.

Um singelo sorriso curvou os lábios rosados, escapando naquele momento inoportuno. Contudo, assistir a sensei lidando com a burocracia da vila era algo hilário.

Depois de finalmente relatar e assinar toda a papelada, Haru e Chi puderam sair dali e se prepararem para uma nova aventura. Mas antes, a tecelã demonstrou curiosidade para com as ervas que foram colhidas.

Claro, Chi-sensei, — respondeu Haru. — Já tenho uma ideia do que fazer.

Uma lufada gélida estremeceu o esqueleto da violeta, soprando repentinamente pela neblina. Era hora de voltar para casa e se aquecer.

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Recompensas:

• 240 de exp;
• 30 YP pelas missões + 30 YP por libertar os prisioneiros especiais + 15 YP por derrotar inimigos de Kiri; e
• 6 ervas muito raras.
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