Minha peregrinação pelo País do Ferro continuava. O frio intenso do inverno era sempre chato, e tive de me virar pra conseguir roupas mais quentes. Além é claro, de adquirir alimentos durante o dia a dia. Contudo, uma vez ou outra surpresas apareciam em meu caminho, e eu tinha que lidar com elas. E a de hoje era um samurai inusitado que estava parado no meio de uma ponte vermelha em formato de arco. Ele olhou para mim e apontou sua katana.

— Hey, você!

— Eu?

— Isso mesmo, você!

— Tá, que tem eu?

— Vai me enfrentar em um duelo de vida ou morte.

— Hã? Por que?

— Porque é nosso destino de vida e morte.

— Está louco? Comeu pão estragado? Tenho carne de javali na bolsa, posso dar um pouco pra ti se quiser.

Não contei? Depois que peguei o pagamento do velho fazendeiro, lhe entreguei uma seta bem na cavidade nasal e levei o javali pra comer na viagem.

— Não quero comida, uma maçã é o que basta. — Ele mostrava orgulhosamente a maçã em sua mão.

Eu dei um sorriso e disparei rapidamente uma flecha contra a maçã. Ele fez uma cara de incrédulo ao ver que a flecha se prendeu em uma árvore a 10 metros para trás.

— É disso que estou falando, vamos. Ééééé hoooora, do dueeeeeelo!

E ele começou a balançar a sua espada freneticamente, mostrando o quão bom era naquilo. Olhei com cara de tédio e saquei uma nova flecha, disparando contra seu peito. O samurai nem viu a seta chegar até ele, somente seu sangue escorrendo e seu corpo caindo pra trás.

Aquela imagem braba:

Caminhei em direção ao corpo, ficando a seu lado.

— Por que não aceitou o javali? — Disse sorrindo.

Puxei a flecha de seu corpo, guardando na aljava e fui até a maçã, recolhendo a outra flecha e mordiscando o fruto.

Samurai sem honra

Um samurai anda parando todas as pessoas que aparecem na estrada principal exigindo um duelo de vida ou morte, caso você vença ficará com uma boa grana em sua carteira.

Era um dia chuvoso naquele fim de tarde. Eu passava por um vilarejo qualquer e procurava por alguma estalagem para passar a noite. Encontrei um que daria para ficar durante aquela noite e continuar minha viagem no dia seguinte. Mas até lá o que eu faria?

Desci as escadas do estabelecimento e comecei a zanzar por aí. Andando muito e explorando o local, notei que muitos homens seguiam para detrás de uma taverna qualquer que estava caindo aos pedaços. Porém, quando cheguei lá, não havia ninguém, só um alçapão. Eu abri e me deparei com uma passagem na qual desci imediatamente.

Lá dentro encontrei uma rinha de imbecis lutando contra si mesmos.

— Então é isso.

Fiquei assistindo, até que deixei escapar um comentário quando a plateia fez silêncio.

— Que fracote, perdeu pra esse gorducho.

Todos olharam para mim, principalmente o gordão que não demorou em falar.

— Ah é? Imagino que a franguinha aí consegue me vencer, né? Ahahah!

Todos riram juntos.

— Eu aposto que te derrubo sem fazer força.

— Então venha. Se conseguir, lhe pago 25 mil ryous!

— Tentador. Vamos!

O gorducho então veio, seu soco era lento e perceptível. Esquivei para o lado, e logo avancei contra ele, ficando cara a cara. Ele viu meu sorriso, mas não viu minha sombra lhe prender. Eu sabia que movimento eu faria a seguir, mas ele não, então segurei nele e fingi derruba-lo enquanto movia minhas pernas de um jeito que seu corpo imitava. No alto, eu desconectava nossas sombras e me preparava para pousar direito, enquanto o gorducho despreparado caia de bruços.

Todos olhavam pasmo aquela cena. Eu batia minhas mãos como se estivesse limpando-as, e debochava.

— Onde estão meus 25 mil, mesmos?

Pugilismo em Ação

As lutas clandestinas estão em alta e como um ávido aventureiro você deve ir até a Dread e vencê-lo usando apenas os próprios punhos.

Nas terras do País do Ferro haviam muitos homens ricos, mas estranhamente era difícil de saber quem era quem. As aldeias deles eram únicas de certo modo. Diferente dos outros países que visitei, eles tinham algo deles.

E com a recompensa largada nas estradas de maneira um tanto rústica, me provou minha teoria. Ou estava louca? Haha, vai saber.

Bom, eu queria ganhar o que foi prometido, e mais um duelo para sobreviver eu teria que fazer. O problema era encontrar o pássaro. Quanto a capturar, bem... Uma Nara especializada em capturas faria aquilo de olhos vendados.

Segui até a montanha indicada, e por lá caminhei e procurei por diversos dias. Era bem difícil encontrar, então resolvi atrair o bicho para perto de mim. Busquei algumas frutas doces para criar uma emboscada. Preparei um local alto, e lá fiquei escondida com folhagens por todo meu corpo. Acho que o animal deve me farejar ou rastrear de alguma outra forma, mas tanto faz.

Depois de muito tempo o faisão encontrou meu pequeno suprimento de alimentos. Ficou ali, bicou um pêssego e de novo. Ia degustando seu lanche da tarde. Enquanto isso minha sobra ia sendo manipulada para se aproximar dele. Ia usando a sombra projetada das folhas para alcançar ele. No momento certo, minha sombra capturou a dele e criamos o elo.

Pude finalmente me levantar e levar o bicho preso para o contratante.

Um Faisão Dourado

Um homem rico colocou uma boa recompensa para quem capturar um faisão dourado nas montanhas próximas.

Certa vez estava em um vilazinha pequena, quando um homem pregou um cartaz no bar que eu estava aproveitando um sake. Balancei a cabeça de um jeito que fiquei toda torta e li o que dizia.

" Grande torneio de arco e flecha. Recompensa para o vencedor. Quê? Isso é pra mim. "

Me levantei e peguei o cartaz. Fui para o local da competição e me inscrevi com um dinheiro que roubei com minha sombra.

Esperei algum tempo para finalmente chamarem a primeira leva de arqueiros da competição. Eu estava junto, e logo todos disparamos a primeira saraivada de flechas. Acertei em cheio, pois era bem perto. Começou a segunda, estava razoavelmente perto. Meu disparo não foi preciso, mas acertei na medida exata.

Nessa houveram pessoas que foram desqualificadas.

Seguimos em frente e agora o desafio era maior. Restava eu e mais 8 pessoas. Continuamos e disparamos novamente. Dessa vez 3 ficaram de fora, tendo um que errou disparo. Atiramos outra rodada, e alguém acertou a flecha do outro e ambos erraram, ja a minha flecha ficou onde devia, e o outro ficou mais distante da minha e do outro que acertou o centro.

Sobrando somente nós dois, achei que ia perder, então manipulei a sombra pra fazer seu braço balançar no disparo dele, e assim o fiz, ele acabou errando e eu sai vitoriosa com uma ajudinha, hehe.

Torneio das Setas

Uma competição de arquearia está acontecendo em um vilarejo. Disputa e ganhe esse campeonato.

O duelo da vez era com um batedor de carteiras. Entretanto, este não seria um embate típico entre duas pessoas gladiando com armas e músculos, medindo suas forças físicas ou habilidades ninjutsus, mas sim um desafio mental, onde a capacidade intelectual seria desafiada, juntamente de sua maestria com os dedos.

Eu não era nenhuma ladra — embora cometesse alguns pequenos roubos para sobreviver — ainda sim não me considerava esse tipo de marginal, afinal, quem vive a vida assaltando os outros pela profissão que deve ser chamado assim.

Enfim, o tal batedor precisava de alguém pra dar um jeito nele. E claro que eu me ofereci para tal, nada melhor que uma experiente capturadora de alvos. Com o contratante eu obtive as informações necessárias para saber onde ele costumava atuar, seus alvos prediletos, e itens que tinha maior índice de roubo. Descobri que ele preferia mulheres por parecerem ser vítimas mais fáceis e desatentas, roubando o que tivesse em suas bolsas.

Então decidi passear no local com uma bolsa qualquer durante o dia. O sol fazia sombra e meu jutsu já estava ativo na sombra da alça. Fiquei perambulando como se estivesse em compras, até em depois de algum tempo tentando, o safado tocou onde não devia. Meu jutsu imediatamente fisgou o bandido.

— Uhun hun hun hun... Caiu direitinho. — Me virei sorrindo de forma maliciosa.

O desfecho disso vocês já sabem.

Batedor de Carteiras

A uma recompensa para quem capturar o famoso batedor de carteiras que anda roubando todas as pessoas que vão até a cidade, é o seu dever prendê-lo, seja pela honra por ter sido também roubado, ou pela grana que estão ofertando.