The Beggar Tokubetsu Jounin


Às vezes o tempo é muito cruel e lhe castiga com desesperança e saudades, infortúnios que de vez em quando nem merecemos. Aconteceu isso comigo e com Hotarubi. Foram 4 anos sem rever a garotinha. De certo seus pais impediram ela de perambular por aí livremente sendo uma criança tão nova, ou... Não faço ideia do que poderia ser.

Agora com meus 12 anos de idade, eu já era quase um genin formado.


Faltavam poucos dias para a realização da prova final afim de receber a tão aguardada bandana shinobi com a marca de Kirigakure gravada em sua placa. Entretanto, enquanto esse dia não chegava eu me preocupava em passar os dias treinando meu corpo. O preparo físico era muito importante, e meu pai fazia questão de me relembrar todos os dias sobre isso com intensos e rigorosos treinos. Certamente todo aquele fortalecimento estava mudando meu ser, tanto fisicamente quanto psicologicamente.

Para ser sincero, minha preocupação não era o exame gennin, e sim a "Provação de Ossos" que era repassada de geração em geração na linhagem genealógica que seguia até mim, ou seja, um embate entre meu pai e eu para testar o quão imponente era minha dominância óssea. Éramos um clã orgulhoso em algumas pontas soltas espalhadas pelo mundo.

Naquele dia em especial, eu corria pela vila. Costumava fortalecer meu fôlego frequentemente para aguentar a alta intensidade no que eu teria que enfrentar. Dar voltas na vila tornou-se um hábito para mim. Porém, algo me faria interromper minha corrida diária. Eu passava próximo às favelas da época em uma região que hoje em dia é um respeitado setor habitacional.

Parada em frente a uma barraquinha de dango, havia uma jovem. Familiar aos meus olhos de certa forma, mas eu ainda não a reconhecia direito. Meus instintos me diziam que havia algo a mais naquela garota, só não sabia o que. Fiquei observando e resolvi me aproximar. Meio suado, fui chegando perto da barraquinha para vê-la melhor.

— O que vai ser rapaz? — Perguntou o comerciante.

— Hã? — Me virei pra ele, assustado.

A garota olhou logo em seguida ao ver que tinha um jovem um pouco maior que ela, mas aparentemente de idades semelhantes. O fato de eu não parecer daquela região específica da vila, também era um motivador a mais para seus olhos buscarem ficar atento a minha pessoa.

— Hum... Estou treinando no momento, mas um takoyaki não seria ruim. Quanto é?

— É 200 ryous, meu jovem.

— Ohh... Barato!

Naquela zona era o preço comum, como eu estava habituado a comprar somente no centro, os valores eram bem maiores.

Enquanto eu esperava o homem preparar o takoyaki, ficava esperando sem muito o que fazer. Só que era inevitável eu não parar de olhar a garota. Além de me lembrar alguém, a mesma era muito bonitinha. Seu kimono era simples, mas lhe caia muito bem.

O que eu não sabia, era que ela tinha notado que eu estava olhando além do normal. Seus olhos se direcionaram ao encontro dos meus, e nesse instante eu corei, porém não desviei o olhar. Mesmo muito nova, ela parecia entender ou estar acostumada com situações do tipo. Sem rodeios, ela foi bem direta ao falar comigo.

— O que foi que está olhando. Nunca viu uma garota?

Sua voz era mansa, mas parecia ameaçadora. Deslizei o dedo entre a gola do meu próprio kimono em busca de que uma brisa de vento percorresse e me gelasse um pouco aquele calor que eu sentia em pleno final de primavera.

— Ah, eh... Bem, desculpe. É que... — Olhava para baixo imaginando que ela me acharia um estúpido, mas logo voltei a olhar em seus olhos, e com um sorriso estampado na face, completei. — Acho que já te vi antes.

A mocinha piscou os olhos, saltando as sobrancelhas em surpresa espontânea a minhas palavras. Seu queixo se virou reto, pois ela estava de lado para mim e mantinha-se sentada o tempo todo degustando seu dango. Seu olhar fixava no chão enquanto sua mente pensativa processava zilhões de informações e memórias de sua curta vida.

De repente ela arregalava os olhos espantada com alguma coisa. Virou-se rápido em minha direção com um semblante assustada e desacreditada. Seu corpo tremia e o palitinho que segurava ia ao chão com metade do dango preso.

— Você... É aquele menino daquele dia. Be... Bercontz!

Para algumas pessoas como eu, a caridade tende ser algo que cai no esquecimento no mesmo dia por se tratar de algo que normalmente não nos faz falta. Todavia, para outros, um gesto de bondade pode ser inesquecível, e por mais que Hotarubi tenha apanhado naquela noite, as lágrimas que acompanharam ela na cama não eram de tristeza e dor, e sim de felicidade. Felicidade por comer um bolo glaceado e bem doce, pela primeira vez na vida. A imagem da minha pessoa marcou a infância da pequena Hotarubi que jamais sonhava em rever novamente o menino que um dia lhe deu seu próprio bolo de aniversário.

— Como sabe meu nome? — Reagi logo que ela dizia.

— Quando eu era pequena a uns 4 anos atrás. Um rapaz dos cabelos e olhos azuis me deu uma caixa com um bolo dentro. Ele se chamava Kaguya Bercontz.

Sério, eu fiquei pasmo com aquilo. Minha expressão era cômica beirando o ridículo.

— No-nossa! Foi eu!! Era meu aniversário, e tinha aquela menina olhando o restaurante e mais tarde ela estava com os pais que brigavam com ela. Quer dizer... Com você?

— Sim, era eu mesma, hihi.

Ela sorriu pela primeira vez, e putz! Que sorriso fatal. Há mulheres que conquistam com sua beleza, outras com sua personagem, e umas com o sorriso. Já Hotarubi parecia que conseguia me conquistar de todas as formas. Pude sentir um aperto no peito esquerdo, um palpitar mais forte. Droga, o que era aquilo? Minha primeira paixonite da juventude?

— Como conseguiu lembrar? Sua memória é muito boa. Faz tanto tempo.

A garota voltava a ficar um pouco mais séria, mas mantendo uma amistosidade. Olhava um pouco envergonhada para o lado, e contava.

— Eu nunca esqueci aquele dia.

Parecia que um relâmpago havia caído do céu e me atingido, pois fiquei sem reação nesse instante. Enquanto isso, o tiozinho do takoyaki com seu sorriso sacana já percebendo o clima, ficava só assistindo. No entanto, ao notar que eu congelei, ele chamava minha atenção para quebrar o gelo.

— Hey meu caro, aqui está seu takoyaki.

Levei cerca de 3 a 4 segundos para entender, até que me virei para ele, aproximando do mesmo com dinheiro em mãos e fazendo a troca. Dava uma mordida, e ficava pensativo.

"O que eu faço agora?"

E assim meu reencontro predestinado, aconteceu.

Resumo

Bercontz tomou o rádio de Haru, fez a chamada e depois entregou o rádio de volta.

No porto se preparou pro combate e pediu uma pílula pra Haru.

Arsenal

Kunai: 3 Unidades
Shuriken: 3 Unidades
Kibaku Fuuda: 8 Unidades
Kemuridama: 1 Unidade
Hikaridama: 1 Unidade
Katana: 1 Unidade Rank C