O caminho havia sido dolorido de forma jamais antes experimentada. Mesmo que a dor fizesse parte da sua rotina de treinamentos, Kaginimaru não conseguia tirar da sua mente sobre como este acontecimento era único. Muito embora tivesse ideia da fragilidade que possuía, não fazia ideia que seria tanto ao ponto de deitar suas próprias lágrimas. Nem mesmo socos capazes de pararem terremotos haviam feito tanto estrago no corpo do jovem Kage como aquele golpe havia feito, talvez fosse por conta deste instinto masculino que golpes baixos jamais eram utilizados em uns aos outros.

No quarto, a maneira com que Pandora era direta o surpreendia completamente. Via-se encurralado, simplesmente sem opções de escolha. Seguia as ordens, começando pelo chapéu e descendo gradativamente até o momento em que nada mais restasse além de seu próprio corpo. Estava um pouco envergonhado, ficava visível em seu rosto corado, pois esta era a primeira vez em que passaria por um tratamento médico pessoal da Pandora — desconsiderando o dia em que ela conteve sua marca da maldição, pois estava acompanhada de uma equipe médica inteira. Deitaria, com as mãos inconscientemente tentando tapar as partes íntimas, mas segurando-as no intuito de não atrapalhar no que quer que estivesse por vir.

A aproximação o intimidava, mas ao mesmo tempo instigava-o. No primeiro toque, tossia profundamente, como se cuspisse sua alma para fora naquele contato. O susto era muito maior do que a dor, sentia um medo natural e por conta disso lutava internamente para que não recuasse, muito embora desejasse profundamente. Sua face anteriormente corada, agora se encontrava pálida, evitava até mesmo fazer contato visual direto, mantendo ambos os olhos fechados com força para garantir que aguentaria. Ria de temor com a brincadeira da médica, ao mesmo tempo ficando aliviado em saber que estava seguro. Depois disso, bastou um piscar de olhos e a dor cessava e dava lugar para um alívio imenso. — Você é boa demais! Tô melhor do que antes até! — Expressava com um sorriso, agora de olhos abertos e a encarando diretamente.

Como mais uma surpresa, acompanhava com sua visão todos os movimentos dela até o banheiro até que a perdesse de vista por conta das paredes. Muito embora fosse pedido o repouso por parte dele, não conseguia manter-se deitado. O jovem levantava segundos depois e também ia em direção ao banheiro, invadindo o cômodo. — Eu vou precisar de um banho também... — Dizia um pouco envergonhado, mas buscando ter atitude.

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Mesmo com a Pandora de costas, não conseguia parar de sorrir timidamente. Estava envergonhado com a atitude que tomava e mal sabia onde deveria manter seus olhos neste momento. — Erh... Já tô melhor! — Respondia de maneira desajeitada. Visualizá-la virando-se era inacreditável, por um momento tudo parecia ficar em câmera lenta e, no contorno dela, um brilho exuberante se destacava da cabeça aos pés. Manter o contato visual era tão difícil que sequer notava que a Heinstein também tinha suas dificuldades. Estava tão encantado que não conseguia respondê-la quanto ao fato de se aproveitar de sua boa vontade. Talvez ela estivesse certa, ou não. Tudo era fruto da intimidade entre os dois que crescia cada vez mais; o garoto tímido e inexperiente com estes assuntos, aos poucos, começava a se soltar e demonstrar como realmente era movido e dominado pelo pecado capital da luxúria.

Com o chamado, sentia um frio na barriga tomar conta de seu corpo, mas começava a se aproximar lentamente no mesmo instante. Ser recebido por um abraço tão forte e quente intensificava ainda mais tudo o que sentia, ainda por cima era alvejado pelas gotas d'água do chuveiro — que mais pareciam serem de fogo dado a temperatura elevada. Não estava acostumado com banhos deste tipo, pois normalmente sempre optava por algo mais gelado. Toda aquela quentura intensificava ainda mais os desejos do Tsuchikage, que retribuía o abraço na mesma intensidade. Se a amada prestasse atenção, notaria que os batimentos cardíacos dele se intensificavam gradativamente, ficando muito acima do normal que seria para um homem qualquer — caso desconsiderasse a situação.

Tocante viera a ser o assunto que a Heinstein adentrava sobre as férias. — Quem sabe em breve... — A respondia enquanto afagava os cabelos da morena. Existiam muitos problemas que precisavam de resoluções antes que pudesse pensar em começar a planejar férias, mas a maneira com que Kaginimaru era imediatista o fazia crer que na existência de tal possibilidade muito em breve, embora sua nomeação para Tsuchikage fosse recente. Os toques em sua retaguarda o impedia de continuar qualquer assunto, pois se sentia cada vez mais duramente instigado. Correspondia o ato pressionando-a mais contra seu próprio corpo e passando a beijá-la no pescoço. Ainda estava visivelmente tímido mesmo não sendo esta a primeira vez em que o casal se aproximava de maneira íntima.

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Como Pandora pensou, os leves tapas que Kaginimaru recebia apenas o estimulava ainda mais. Levava aquilo, inconscientemente, como uma mistura de desafio e incentivo para ser ainda mais voraz. Buscava conectar-se ainda mais com a amada de imediato após o momento em que era puxado enquanto ela dizia algo sobre se atrasar. Não conseguia respondê-la mediante ao estado de êxtase em que se encontrava, mas ficava claro que ele pouco se importava em se atrasar devido ao fato de ter assuntos mais importantes para tratar neste exato momento. No pior dos casos, poderia sem problemas levá-la em suas costas com toda sua velocidade, talvez chegando assim muito mais cedo do que o planejado.

Como se já não fosse o suficiente, a fala maliciosa o fazia salivar e desejá-la ainda mais. — Uhum... — Respondia com dificuldades, mesmo sendo uma resposta extremamente simples. Exercia consideráveis forças para manter-se em uma constância suficiente para saciar todas as suas vontades e, na mesma medida — ou quiçá maior, as da Pandora também. Até mesmo manter a respiração controlada se tornava uma tarefa difícil nesta situação, pois todos os seus sentidos estavam exclusivamente focados nela neste momento: viajava as extensões do corpo da Heinstein com seu tato, utilizando de considerável força; Com a visão, admirava todas as reações dela aos estímulos que fazia; Com a audição, dava total exclusividade para os suspiros da parceira; Sentia seu sabor com o paladar e era hipnotizado diante do perfume da parceira através do seu olfato. Podia se dizer que o Hanma, ali, estava encontrando seu maior momento de paz, provando do mais importante veneno para um Shinobi de valor.

Com isso, perdia completamente a noção do horário e das obrigações que ainda teria em breve. Ficando por completa conta da garota a necessidade de se atentar com o tempo e com o longo caminho que ainda teriam de percorrer até que chegassem ao destino final. Muito provavelmente se passariam horas e horas na união entre os dois e a noite de sono, como a Heinstein suspeitava, seria parcialmente perdida, restando pouco tempo até que finalmente conseguissem se concentrar em apenas dormir.

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