Finalmente estava em seu caminho para casa depois de um longo e cansativo dia de resoluções políticas, incluindo também um extenso e disputado combate que havia forçado o jovem a chegar próximo de seus limites físicos. Retornaria bem mais cedo se não tivesse ficado com a aparência tão acabava, seu receio de receber uma bronca da Pandora o obrigou a antes parar no gabinete para se recuperar e disfarçar um pouco o tanto de injurias que portava neste momento. O que era para ser um descanso rápido e uma simples troca de roupas acabou se estendendo para uma soneca duradoura.

O sol já estava se pondo no momento em que acordava. No início, encontrava-se perdido na linha cronológica, não fazendo ideia de como havia parado ali no gabinete, mas aos poucos sua memória se refrescava e relembrava-se de tudo, inclusive que estava atrasado para chegar em casa. Embora estivesse com diversos pensamentos que não o agradava, como o fato de seu pai estar muito mais ativo nos testes, transpassando certeza de que hora ou outra ele acabaria agindo, Kaginimaru preferia neste momento apenas focar em sua família e no contato que teria em breve.

Chegando na porta de entrada, a abria com cuidado e buscava localizar a família. Normalmente, chegaria vociferando amores para Pandora, mas como agora tinha de ter mais cuidado com o sono da criança, optava sempre por uma chegada mais discreta e silenciosa até que confirmasse se estaria podendo falar ou não. Começava passando pela sala, depois a cozinha, e por fim procuraria no quarto, onde encontraria todas reunidas ali. Sorria ao ver que Yen estava dormindo, era amável ver tanta inocência em um fruto advindo de seu amor. Caminhava na ponta dos pés, com seu talento nato de ter passos silenciosos, como forma de garantir que não fosse interromper aquele soninho.

A vontade que tinha era a de distribuir beijos, mas se segurava; tanto para não correr o risco de acordar a bebê quanto pelo fato de ter acabado de chegar de lá fora e não desejar transpassar as sujeiras do mundo de fora para ela. Daqui em diante, deixaria com que Pandora coordenasse o que fariam durante este período até a hora de dormirem.

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Se demonstrando, como sempre, ser muito cuidadosa, o momento ficava ainda mais encantador aos cuidados que Pandora tinha com a filha. Kaginimaru sorria sozinho, admirado com a cena e sentindo uma felicidade interna indescritível, nem mesmo se recordava de estar cansado neste momento, era como se a situação revigorasse suas energias de maneiras que superavam até mesmo os efeitos do portão da cura/descanso/repouso. Com a aproximação da amada, correspondia o selinho da Pandora fazendo um biquinho para a preparação do momento rápido. Com a instrução de ir tomar banho, rapidamente partia em direção ao banheiro para que não perdesse tempo, ainda mais sabendo que ela estaria o esperando.

Ligando o chuveiro, aguardaria aproximadamente um minuto fora do alcance dele aguardando que a água esquentasse o suficiente para o relaxamento. Entrando no banho, sentia cada gotícula quente acariciando seu corpo de maneira profunda, percorrendo até os pés e o abandonando no chão para dar espaço a novos pingos. Ensaboava-se por completo nas principais partes do corpo, limpando-se por completo para poder chegar ao quarto limpinho. A água mais uma vez fazia seu serviço pleno, agora retirando todo o sabão de seu corpo em velocidades inimagináveis. Gostava de imaginar, nestes momentos, que o sabão travava uma luta contra a água, mas as grandes quantidades de soldados aquarianos mandavam os sabões para muito longe dali, renovando as terras da Kaginilândia.

Depois de banhar-se, secava o corpo todo com a toalha que ficava ali disposta e então se enrolava com ela na região da cintura. Caminhou para o quarto principal da casa, onde Pandora o esperava e então ouvia o lembrete sobre as condições que a mulher teria para que aceitasse ser uma Sasaukage oficialmente. — Oh se lembro... Como vai querer fazer? — Questionava com um sorriso no rosto, deixando a própria mente trabalhar. Imaginava que ela iria querer experimentar alguma posição nova, ou talvez o uso de alguma habilidade corporal que o jovem possuía. As possibilidades eram muitas e ficava cada vez mais curioso para descobrir o quais condições eram essas. Enquanto ela falasse, ele se aproximaria lentamente até que chegasse próximo da cama, a observando bem de perto.

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Surpreendia-se em saber que a condição estava longe de seus pensamentos, ficando ainda mais curioso sobre o que poderia ser este assunto que ela preferiu tratar na cama ao invés de dizer diretamente no Gabinete. Ria junto com ela, levemente envergonhado com a situação inusitada que se meteu. A situação piorava ainda mais quando a revelação ocorria, se mostrando extremamente simples e na cabeça do ruivo não fazendo o mínimo sentido a esposa ter esperado até de noite para dizer. — Um festival? Era só me dizer isso no Gabinete. — Diria em um misto de confusão e diversos outros sentimentos, pois esperava algo muito mais complexo. Em um movimento indefensável, perdia a toalha de banho que carregava consigo. Dali em diante não existia mais volta, seus instintos falavam muito mais alto.  — Claro que faço, mas vai ter que me ajudar... não faço ideia de como conduzir uma coisa dessas. — Dava a resposta sem pensar muito, pois uma festinha não matava ninguém, além de neste momento estar bem mais interessado na festa que começariam.

Kaginimaru então subia na cama da mesma forma que dragões ascendiam aos céus. Nem mesmo daria respostas para os dizeres dela sobre os perigos e as obrigações da noite, afinal, tudo dependia mais dela conseguir se manter silenciosa ou não. Passariam horas ali até o momento em que se visse na necessidade de interromper — não por não aguentar mais, mas sim pelo despertar da bebê que a clone falhava em conter. — Eu vou lá, pode descansar.— Diria para Pandora. O jovem vestia-se e realizava alguns alongamentos antes de ir para se preparar ao longo momento que teria até que conseguisse conter o choro da Yen.

Seus olhos começavam a cambalear enquanto tentava ninar a filha. Demorava um tempo considerável até que conseguisse fazer com que ela aceitasse a mamadeira previamente esquentada pela clone e que já havia sido preparada pela Sasaukage e deixada na geladeira. Chegava a deitar no chão, com ela em seu peito para permitir que a garotinha tivesse o maior conforto possível e ainda assim sentisse o calor humano dos pais que sempre a acalmava. Ambos terminariam dormindo ali, naquela posição. Kaginimaru instintivamente a manteria abraçada para garantir que ela não caísse, mas sem utilizar de suas forças.

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