O comando da vila avaliava mais uma missão que lhes foram oferecidas. O jounin, folheando os arquivos e pergaminhos com os pedidos aprovados, observou uma que parecia ser importante, porém, com um rank baixo. Ele ignorou, já que não era cargo dele rankquear as missões a serem designadas.

Olhando a lista de ninjas disponíveis para a missão, encontrou entre eles, Aru Uzumaki, um genin que já servia a bastante tempo a vila, com um histórico bom de missões e mesmo parecendo ser uma missão importante, sua descrição não era de grande coisa. O homem prontamente selecionou o ninja e amarrou o pergaminho no pé de um pombo-correio, este que com o comando apropriado, voou até a localização de Aru.

Assim que chegou no destino, o pássaro insiste que o genin pegue o pergaminho a todo custo. Nele, uma mensagem, descrevendo a missão, estava grafada.

"Bom dia genin Aru Uzumaki, você está sendo designado para uma missão considerada de rank C, mas com uma grande importância, podendo evoluir para uma B dependendo dos acontecimentos, mas enfim, um líder de uma pequena aldeia no deserto está sendo ameaçado de morte por uma pequena milícia nômade por algum motivo ainda desconhecido. Seu dever é proteger esse líder durante um período e se possível, eliminar a ameaça, pela periculosidade da missão, após ser concluída, avaliaremos bem o seu desempenho e se o resultado for bom, uma subida de patente será posta em pauta, boa sorte"

Aru, caso aceitasse a missão, deveria se mover até o pequeno vilarejo ao leste para se encontrar com o contratante e iniciar sua missão de proteção.

Considerações:

Os ventos eram imperdoáveis naquela manhã no pais do vento, a viagem de Aru não fora muito fácil, porém, com o conhecimento necessário que detinha desde pequeno por conviver muito na região, conseguiu contornar a maioria das dificuldades como o clima escaldante e a seca. Já estava anoitecendo quando chegou perto das coordenadas, conseguindo enxergar uma pequena aldeia ao horizonte, cercada por dunas e mais dunas de areia, salvando um pequeno oásis ali por perto, sendo provavelmente a principal fonte de água do lugar.

Aproximando-se mais do vilarejo, o jovem genin percebe que a aldeia não era das mais ricas, tendo uma arquitetura bem humilde, baseada em tendas e construções de arenito simples.

As pessoas usavam roupas largas e que cobriam o corpo inteiro para proteção contra o sol na maior parte delas, de coloração branca. A aldeia contava também com bastante criação de animais, principalmente cabras.

Os cidadãos não pareciam ser hostis, mas nem convidativos, ignorando na maioria das vezes o Uzumaki. Encontrar o prédio do líder não foi nada difícil, era o maior da vila e continha alguns poucos guardas mal armados protegendo o edifício de arenito.

Eles impedirão o ninja assim que se aproximasse, porém, basta mostrar o pergaminho da missão que seria rapidamente liberado e guiado até o gabinete principal.

Assim que abrisse a porta, veria um homem de baixa estatura é de peso exacerbado, olhando para o quase por do sol através de uma grande janela. Só pelo seu escritório, era possível perceber seu alto padrão de vida comparado aos dos cidadãos comuns. Percebendo a visita o homem se vira lentamente em direção a porta.

- Oh, bem-vindo jovem, você deve ser o ninja que enviaram... - Ele analisa Aru de cima abaixo, julgando com os olhos - Enfim... Sou Daisho Obayashi, governante local desse humilde vilarejo no meio do deserto e você, qual o seu nome e patente rapaz? - Pergunta gentilmente o homem, sentando-se na cadeira da sua escrivaninha e convidando o genin a se sentar também, bem a sua frente.

- Chá? - Ele pergunta, servindo algumas xícaras com um bule em cima de sua mesa, enquanto aguarda as apresentações e respostas do ninja.

Considerações:

Tomando um gole do chá que colocou em sua própria xicara, o senhor Obayashi, parece um pouco surpreso e também decepcionado com o envio de um simples genin para aquele local em uma missão que ele considerava de extrema importância.

"Esse pessoal de Suna deve achar que sou idiota, mandando apenas esse garoto para defender meu precioso patrimônio" - Pensava soberbamente tomando mais um gole do liquido.

- Entendo... Vamos aos assuntos importantes - Obayashi começa a explicar algumas coisas gesticulando com suas mãos - Como já deve ter sido passado, tem uma milícia desgraçada por essa banda, eles vem assaltando as pequenas aldeias e vilarejos da região, saqueando tudo que vê pela frente e destruindo tudo e agora, eles mandaram um ultimato contra mim, falando que vão pegar minha cabeça como premio e causar o terror - O homem parece se exaltar conforme vai falando e lembrando da carta de ultimato, mas depois de uma breve pausa, puxa uma maço de cigarro da boca, colocando-o na boca e acendendo com um isqueiro folheado a ouro e algumas gravuras.

- Quem eles acham que são...? - Murmura baixinho o homem depois de uma profunda tragada que espalha fumaça pelo escritório.

Depois disso, o líder pega alguns papeis debaixo de sua mesa, colocando-os acima, com algumas anotações escritas.

- Aqui estão todas as informações sobre a milícia que eu mesmo fiz, caso precise - Ele respira fundo - Já até anoiteceu e acho que conversamos por tempo demais, se houver algum ataque, ficarei em uma sala segura por aqui, Sanemi vai te auxiliar a se habituar com a guarda - Finaliza Obayashi gritando um de seus guardas para entrar e um, alto e magro, de pele morena e cabelo branco adentra no local, portando um arco e flecha nas costas junto de um turbante branco.

- Senhor, do que precisa? - Sanemi pergunta.

- Guie esse jovenzinho pelo local e ajude-o se ele precisar e lembressem, eu quero a minha segurança e a dos meus bens em primeiro lugar, é por isso que vocês são pagos - O fumante adverte, tragando mais uma vez o seu cigarro. - Podem se retirar - Termina, esmagando o cigarro consumido em um cinzeiro sujo.

- Sim senhor - O guarda confirma sem pestanejar e se vira ao genin - Vamos rapaz, ainda a muito trabalho a fazer - Ele sai da sala esperando ser seguido pelo ninja e passar as devidas instruções.

Considerações:

- Meu nome é Sanemi Fujiwara, um simples guarda contratado para proteger esse lugar, a diferença é que eu estou aqui a bastante tempo – Responde o homem de cabelos brancos enquanto andava pelo grande prédio principal e descendo algumas escadas, guiando o genin.

- Proteger a vila? Você sonha bastante garoto, com esse ataque, se conseguirmos deixar o prédio intacto já será uma tarefa difícil – Diz o moreno, com olhares frios e desesperançosos. – Se espalharmos nossas forças por essa aldeia, receio que sua missão falhará... – Termina.

O arqueiro Sanemi leva o jovem genin para analisar toda a estrutura, que consistia em quatro muros de arenito, com cada ponta tendo uma pequena torre de vigia quadrada e a entrada era protegida por um grande portão de madeira. Era como uma mini fortaleza, com o prédio principal e administrativo estando no meio e tendo dois andares. Assim que ambos chegam no pátio

- Temos ao todo 14 guardas disponíveis, contando comigo e você é claro, nenhum deles sabe técnicas ninjas, mas acredito que os inimigos também não, com exceção de um... Mas é ai que entra o problema, não temos guardas suficientes para combater os grandes números da gangue, devemos organizar bem os números e pensar em estratégias – O homem coloca a mão no queixo pensativo – Vamos fazer uma reunião de emergência com os guardas para explicarmos tudo – Fala Sanemi que faz exatamente isso.

[...]

Exatas 1 hora se passa e uma reunião com todos os 12 guardas mais Aru e Sanemi na parte de fora do edifício, bem no meio da fria noite, com apenas uma quente fogueira iluminando e aquecendo todos. Sanemi então, entrega um mapa da região e da fortaleza do líder, se levantando logo em seguida.

- Senhores, este é o genin Aru, ele trabalhará conosco nessa noite, pois é quando a gangue do deserto invadirá - Sanemi diz, como um pequeno discurso – Pelo seu treinamento ninja e minha experiencia, ele e eu lideraremos a defesa, nosso objetivo é simples, nada, nem ninguém deve entrar aqui, muito menos atacar o nosso contratante, não importa quem seja – Ele respira profundamente - Aru irá ditar as posições e equipamentos de todos com seus conhecimentos e táticas ninjas avançadas, vamos começar – O moreno finaliza, esperando a voz de Aru se erguer.

Considerações:

A noite implacável e fria chegava no auge, todos tensos e aguardando o ataque. O genin nem conseguiu distribuir a equipe de forma eficiente, deixando todo trabalho para Sanemi que fez o que pode para montar uma defesa improvisada em cima da hora.

Os cavalos lentamente apareciam no horizonte e as forças inimigas chegam de forma, atacando quem quer que estivesse nas ruas e saqueando as casas, invadindo uma por uma, roubando tudo que tinha de valor, logo em seguida tacando fogo em tudo. Porém, um grupo principal cavalgava direto para cima do prédio principal, com um indivíduo portando um capuz vermelho bem chamativo liderando o restante.

- INIMIGOS! - O guarda da torre grita, alertando todos no forte que mesmo com medo, reúnem toda a coragem que tem em seus corações e se preparam para defender o lugar.

- Rápido garoto, estamos com deficiência pelos flancos, somos os únicos com habilidades decentes, eu cobro aquele canto e você... - De repente, Sanemi olha para trás e o genin já estava fugindo desesperado daquela situação enquanto ainda dava tempo. O homem de cabelos brancos abaixa a cabeça, em decepção.

- Não lembrava que os ninjas de Suna eram tão covardes... Tsc... E eu tinha expectativas nele... Nem sei porque ainda cultivo esperanças nesse mundo de merda, espero que esteja feliz Uzumaki... - Reclama Sanemi, completamente frustrado, sacando seu arco enquanto observa o genin fugindo até ficar fora de vista.

O embate começa, com escadas de madeira portáteis, os bandidos tentam escalar o muro. Alguns guardas tentam impedir a subida, porém, pela falta de organização, demoram muito e logo são fatalmente atingidos por flechas no peito, caindo no chão sem vida e em questão de minutos toda a muralha do forte estava dominada com diversos bandidos sedentos por sangue, ouro e glória.

Estava sendo um massacre, mesmo Sanemi, com suas habilidades formidáveis com o arco e alguns jutus não estava sendo capaz de lidar com muitos alvos sozinho. Mais de 70% dos guardas já tinha sido reduzidos a corpos sem vida e as flechas do moreno estavam acabando, era questão de tempo até serem derrotados.

Um dos capangas que invadiu se prepara para puxar a alavanca e abrir o portão para o restante do grupo. Quando Sanemi iria abate-lo, percebe que ficou sem flechas na aljava e por isso, o plano dos criminosos é concretizado. O portão se abre e dezenas de bandidos invadem, inclusive o líder de manto vermelho. Os olhares dos dois homens se cruzam e Sanemi pede a Aljava de um companheiro que dava suporte cujo era um aprendiz seu.

- Não são as minhas preferidas, mas dão para o gasto... - Diz colocando o novo equipamento nas costas - Estamos perdidos... Avise os poucos sobreviventes para evacuar e fugir por trás, eu dou cobertura - Ordena o arqueiro e seu parceiro logo atende o pedido, saindo correndo no meio das chamas e extraindo todos os vivos. Os bandidos que tentavam impedir eram brutalmente atingidos por Sanemi que protegia seus subordinados com afinco, eliminando todos que tentassem impedir.

Com ajuda do homem, os sobreviventes conseguem sair da fortaleza em segurança e correr deserto afora e logo desapareciam de vista por conta da escuridão, restando para Sanemi torcer por suas seguranças. O líder chega até o moreno, retirando sua capa vermelha e apontando uma katana para ele.

- Você é bom... Que tal se juntar a mim, creio que com suas habilidades podemos ganhar muito dinheiro, mais do que aquele idiota te pagava - Diz com um sorriso no rosto e uma expressão de superioridade.

- Que gentileza, mas eu não fui muito com a sua cara, ainda vou te fazer pagar pelo que fez com meus homens - Responde Sanemi sacando suas lâminas da bainha, uma em cada mão, já que suas flechas acabaram de novo.

- Que pena, então, vai perecer como eles - Ameaça o líder, avançando para cima do moreno e as lâminas se cruzam violentamente. Aquele guerreiro de cabelos brancos era muito mais habilidoso do que aparentava, lutando de pé contra uma força inimiga maior que ele completamente sozinho. Mesmo em desvantagem, Sanemi não desistia, saltando nos telhados do prédio enquanto lutava para ter espaço, mas seu inimigo e bandidos não davam.

O metal cortava a carne e sangue esperava, corpos mortos caindo do telhado como uma chuva de morte. Uma luta épica até a morte de um homem com lâminas já cegas de tanto cortar contra um maníaco que ria por conta da adrenalina. No topo do prédio, as espadas do moreno se quebram e as feridas passam a arder e cobrar seu corpo, já com toda a energia esgotada.

- Vai ser um prazer te matar tolo - O bandido líder fala guardando a espada e juntando as mãos para realizar selos com um tom de voz prepotente e praticamente cantando vitória.

- Hehe... Acha mesmo que vou lhe dar essa satisfação? Nem sonhando - Responde Sanemi, largando o que um dia foi uma espada, abrindo os braços e se jogando para trás, pulando com toda a força para fora do muro, já esperando a morte.

O corpo do moreno se perde de vista e o líder sanguinário manda não irem, provavelmente seu rival já estava morto. Logo, todos se direcionam para o objetivo principal, descendo do telhado e entrando no prédio. Obayashi estava preso, sendo carregado por dois criminosos, que chutam sua perna para o governador ficar de joelhos perante o seu líder.

Pateticamente, Obayashi implora por sua vida, prometendo até o céu para todos, porém, o bandido chefe apenas se aproxima de seu ouvido e sussurra bem baixinho em seu ouvido.

- Desculpe senhor, mas agora... Seu vilarejo e tudo que era seu, é meu - O líder fala, pegando sua Katana e decapitando a cabeça do governador enquanto a segura pelos cabelos. O bandido então, coloca a cabeça sem vida da sua vítima em um saco amarrado na cintura e rouba seu isqueiro dourado e cigarro de alta qualidade, também guardado em seu bolso.

- A VITÓRIA É NOSSA! - O líder grita no topo da muralha observando o ligar em chamas e todos os seus homens que fazem parte do grupo, fazem seu grito de guerra, em comemoração enquanto os poucos sobreviventes desabrigados correm por suas vida e os inocentes tentam se refugiar como podem em suas casas rezando para não arderem em chamas.

A noite estava longe de acabar e a areia não iria parar de queimar tão cedo.

Durante tudo isso, Aru Uzumaki já estava longe de todo aquele caos, em completa segurança, voltando para a vila, entretanto, pelo desempenho pífio, não foi promovido, muito menos elogiado.

[...]

Sanemi acorda lentamente após a queda, nem conseguindo mexer seu corpo, conseguindo apenas esperar a morte lhe ceifar por completo. De repente, uma figura aparece durante a noite e passa a puxa-lo para longe.

- Senhor... Nós nunca iriamos abandona-lo, vamos, o grupo está a nossa espera - Seu aprendiz que antes ele salvou, agora retribuía o favor, carregando seu mentor e chefe para um lugar seguro e Sanemi, apesar de ter raiva da atitude arriscada, fica feliz por ter sido lembrado alguma vez na vida.

Considerações: