– Vamos garoto, você vai pra academia. – Estas foram as palavras que me despertaram naquela manhã de forte dilúculo, era verão, a estação mais quente, no país mais quente, na vila mais quente. Noite anterior eu tinha aceitado o acordo com os malditos ninjas da areia, iria me unir a força shinobi do vilarejo, entretanto eu já tinha nível superior ao daqueles pirralhos, afinal eu tinha acabado de completar a maioridade.

Recebi ao sair da prisão da vila instruções e uma chave de um pequeno apartamento no centro da vila, tudo que eu tinha era o endereço da academia e o endereço da minha casa. – Se você faltar um dia, voce morre... Se você tentar fugir da vila, sua família morre! – As palavras daquele maldito ninja penetravam minha cabeça de forma que eu nao aceitava estar submetido a tal situação. Recolhi a chave da mão do homem e logo o respondi, – Eu não vou fugir, mas se acontecer qualquer coisa com a minha família, todos vocês morrem... – Foram as ultimas palavras antes de virar as costas naquela manhã.

Caminhando para a academia havia comprado um cigarro, aquele seria o primeiro cigarro que eu fumaria na vida, o motivo ? Meu pai fumava, deve ter algum motivo pra ele ter fumado por toda sua vida. Acendi o mesmo no mesmo local que comprei, e um trago muito forte me colocou a tossir por vários minutos, mas até chegar em sala eu ja tinha aprendido a fumar.

Cheguei atrasado, mas pelo menos cheguei. Apaguei o cigarro na porta da sala e joguei na lixeira da mesa do superior, depois fitei a distribuição da sala e notei que havia um garoto destacado, ele aparentava ser mais velho que as outras crianças, apesar de ainda parecer ser uma. Os olhos índigos e o cabelo alabastrino eram destaques, assim como sua pele alva. Caminhei em passos lentos em direção a sua mesa e estagnei em sua frente, peguei um lápis que estava sob seu caderno e em tom baixo soltei uma pequena frase. – Vou precisar disso. – Em seguida peguei uma folha de um outro garoto que parecia ser o mais novo da turma e estava sentado a duas cadeiras de distância, para este nem sequer dei uma palavra, em seguida sentei na cadeira da frente do garoto de olhos cor de céu e aguardei o que mais iria acontecer ali.

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– Olá! Acho que você pegou algo que é meu… Ninguém tira nada de mim! – As palavras arrogantes não combinavam nada com o gesto dócil e estranho que o garoto tinha tomado anteriormente em relação a mim. Eu ainda estava tentando compreender porque porras ele estava sorrindo pra mim, porque porras ele tinha deitado no meu ombro... Esse garoto realmente era esquisito. – Garotinho, você quer isso ? – Disse sorrindo ao levantar o lápis que tinha pegado na mesa do mesmo. – Vai pegar... – Disse em baixo tom enquanto arremessava o lápis na mesma lixeira onde tinha mais cedo deixado meu cigarro.

– E distância por favor. – Proclamei com um tom mais firme ao empurrar a cadeira pra trás visando afastar o garoto de mim. Quem era este esquisito ? – Olá turma, meu nome é Afro, alguém pode me emprestar um lápis ? Esse idiota não pode mais. – Disse em alta voz, e uma garota da primeira fileira levantava um lápis em oferta. O dia seria insuportável certamente, me recordava do primeiro dia de treinamento com meu pai... Pelo menos o velho tinha me ensinado bastante, eu não suportava essa vila.

A maldita vila da areia, tão irritante quanto o rosto da desgraça do ninja de olhos azuis. Por que eu estava aceitando isso ? Um dia todos iriam pagar. ninguém nesta vila miserável merece nem terá meu respeito, nunca. Um a um dos que tinham me prendido receberiam a morte, e seria pela minha mão... A promessa era feita de mim para mim mesmo, mentalmente, enquanto desligado do mundo real... Varias recordações passam pela minha cabeça naquele momento, e eu nem sequer sabia o que estava acontecendo... "Afro acorde" - Esta era a mensagem do meu amigo imaginário, o poderoso Ninja Ninja, ele sempre me ajudava com as informações... Para os outros ele era imaginário, mas ele realmente me ajudava sempre.

– E alías, garoto... – Disse ao apontar para o ninja de cabelo alvo como a neve. – Eu serei o seu pior pesadelo, você conseguiu me irritar. – Respondi a pergunta que eu tinha ignorado anteriormente, um sorriso no rosto acompanhava de forma sarcástica de forma que não reduzia nem um pouco a tensão local.

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Afro… Eu sou Shüra, a pessoa que irá usurpar o mais alto nível da hierarquia da nossa vila e tomar para mim o título de Sombra da Areia. – Esse garoto é muito esquisito, raciocinei enquanto o mesmo passeava em frente a minha mesa. "Realmente ele é muito esquisito, bate nele cara." – Reforçava Ninja Ninja em minha mente, entretanto eu não podia tomar atitudes agressivas no primeiro dia naquela desgraça.

Mas tinha que admitir que o maldito era corajoso, e se ele precisasse de ajuda pra matar os malditos do alto escalão, eu tinha todos os motivos pra ajudar este esquisito. – Incrível, nem o povo da vila gosta desses ninjas desgraçados que os protegem ? – Questionei ao garoto em baixo tom, não queria que muitos escutassem, e na verdade estava mais para uma pergunta retórica.

O garoto subiu em minha mesa e com ambas as mãos segurou meu rosto, ele conseguia me stressar mais que o normal, e para complemento Ninja Ninja afetava minha mente repetindo constantemente, "Eita porra, ele vai te beijar negão! Ele vai te beijar mano, ala, beijaar..." – Neste mesmo momento eu levei minha mão direita até uma das minhas Tantos pronto para reagir a qualquer atitude daquele idiota, mas ele continuava a tagarelar. – A partir de agora, você é meu! Você fará parte do meu sonho de ser o Kazekage desta vila e ter Suna em minhas mãos! – Um sorriso irônico abria a escutar isso, segurando uma gargalhada que se expandia no meu interior. – Estranho... – Após falar sacava minha tanto e fincava a mesma na mesa de madeira com um golpe de cima para baixo. – Fica longe de mim... – Abria um pequeno sorriso e balançava a cabeça em movimento pendular observando o garoto por todos os angulos. – Mas se quiser ajuda para matar esses ninjas da Areia e da Folha, pode contar comigo. – Após isso  colocaria a perna esquerda sobre a mesa e as duas mãos atrás da cabeça, escourando meu corpo pra trás.

"Fala isso baixo" – Escutava reclamação de meu amigo, e ele estava certo, tinham muitas crianças na sala e eles podiam espalhar essas desgraças em suas casas. Então levantei e exclamei, – E VOCÊS NÃO ESCUTARAM NADA, CERTO ?. - A voz não era similar a grito, era apenas em tom forte e curto. "Burro, talvez você tenha piorado tudo" – Após escutar novamente Ninja Ninja optei por sentar novamente e aguardar o prosseguimento da aula.

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